Franjas do Luar da Verdade
Eros
As parábolas eram gotas de sabedoria que iriam vencer os séculos e atravessar os milênios deixando rastros de luar perene.
Abrindo, portanto, a Sua boca, Ele disse:
- Põe-se, porventura a candeia debaixo do alqueire ou debaixo da cama? Não é para ser colocada no velador? Porque, nada há escondido que não venha a descobrir-se, e nada há oculto que não venha à luz.
A função da luz é orientar, penetrar os escaninhos escuros, ampliar horizontes, esparzir claridade e felicitar. Jamais ocultar-se, porque ela vence as trevas e tem por missão diluir todo o temor.
O mal é de duração efêmera, que se desvanece e se dilui na escuridão, como o crime, a perversão, o atraso moral, tudo quanto se encontra oculto, desvela-se e ilumina-se.
E prosseguindo, tomado de ternura pelos ouvintes deslumbrados, propôs:
- Tomai sentido no que ouvis. Sereis medidos com a medida que empregardes para medir, e ainda vos será acrescentado. Pois àquele que tem, ser-lhe-á tirado. O ser humano é a sua própria medida. Conforme faça ao seu próximo ser-lhe-á feito pela vida. Julgamentos, atitudes adversas, perseguições, interpretações errôneas e perversas voltam-se contra quem os utiliza, perdendo, inclusive, a capacidade da razão de que dispunha, face ao mau uso, para recuperá-la, somente, mais tarde, em outra existência.
Jamais exigir dos outros o que não se é capaz de fazer, mantendo-se sempre uma atitude de misericórdia e de compaixão, é a grande proposta da evolução.
E porque desejasse impregnar as almas e a Natureza com o Seu poema sublime, aduziu:
- O reino de Deus é como um homem que lançou a semente à terra. Quer esteja a dormir, quer se levante de noite e de dia, a semente germina e cresce, sem ele saber como. A terra produz por si, primeiro o caule, depois a espiga e, finalmente, o trigo perfeito na espiga. E quando o fruto amadurece, logo ele lhe mete a foice, porque chegou o tempo da ceifa.
A vida é uma sucessão de acontecimentos que não podem ser detidos. Automaticamente, após o primeiro passo, a semente é lançada à terra, e todos os fenômenos tomam corpo e dão-se naturalmente até o momento vitorioso dos resultados inevitáveis. Assim portanto, conforme for iniciado o processo, terão prosseguimento os demais efeitos. No fim, a colheita se manifesta satisfatória, se a semente foi boa e o solo feliz.
Porque houvesse o silêncio expectante dos indivíduos e do ambiente, Ele interrogou:
- A que havemos de comparar o reino de Deus? Ou com que parábola o representaremos? É como um grão de mostarda que, ao ser deitado à terra, é a mais pequena de todas as sementes; mas, uma vez semeado, cresce, transformam-se de tal forma os ramos que as aves do céu podem abrigar-se à sua sombra.
Sem qualquer aparente significado, face ao desconhecimento que se tem do reino de Deus, quando alguém tem notícia, avoluma-se-lhe na alma essa realidade que fascina e atrai, tornando-se a razão única de ser da sua existência.
O reino de Deus não vem com aparências exteriores, mas surge como um hálito de vida em embrião, que se agigantará, tornando-se a razão única da existência e do ato de pensar.
...Por isso, Ele falava por palavras, como franjas de luar da verdade.
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- Para seguirmos corretamente o espiritismo, devemos submeter todas as mensagens mediúnicas ao crivo duplo de Kardec, sendo eles, a razão e a universalidade.
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