segunda-feira, 31 de janeiro de 2022

Alergia e Obsessão

Alergia e Obsessão

Dias da Cruz


A noite de 15 de julho de 1954 trouxe-nos a alegria do primeiro contato com o Espírito do Doutor Francisco de Menezes Dias da Cruz, distinto médico e denodado batalhador do Espiritismo, que foi Presidente da Federação Espírita Brasileira, no período de 1889 a 1895, desencarnado em 1937.

Tomando as faculdades psicofônicas do médium, pronunciou a palestra aqui transcrita, que consideramos precioso estudo em torno da obsessão.

Subordinando o assunto ao tema “alergia e obsessão”, elucida-nos sobre a maneira pela qual facilitamos a influenciação das entidades Infelizes ou inferiores em nosso campo físico, desde as mais simples perturbações epidérmicas aos casos dolorosos de avassalamento psíquico. 

Quem se consagra aos trabalhos de socorro espiritual há de convir, por certo, em que a obsessão é um processo alérgico, interessando o equilíbrio da mente.

Sabemos que a palavra "alergia" foi criada, neste século, pelo médico vienense Von Pirquet, significando a reação modificada nas ocorrências da hipersensibilidade humana.

Semelhante alteração pode ser provocada no campo orgânico pelos agentes mais diversos, quais sejam os alimentos, a poeira doméstica, os polens das plantas, os parasitos da pele, do intestino e do ar, tanto quanto as bactérias que se multiplicam em núcleos infecciosos.

As drogas largamente usadas, quando em associação com fatores proteicos, podem suscitar igualmente a constituição de alérgenos alarmantes.

Como vemos, os elementos dessa ordem são exógenos ou endógenos, isto é, procedem do meio externo ou interno, em nos reportando ao mundo complexo do organismo.

A medicina moderna, analisando a engrenagem do fenômeno, admite que a ação do anticorpo sobre o antígeno, na intimidade da célula, liberta uma substância semelhante à histamina, vulgarmente chamada substância "H", que agindo sobre os vasos capilares, sobre as fibras e sobre o sangue, atua desastrosamente, ocasionando variados desequilíbrios, a se expressarem, de modo particular, na dermatite atípica, na dermatite de contato, na coriza espasmódica, na asma, no edema, na urticária, na enxaqueca e na alergia sérica, digestiva, nervosa ou cardiovascular.

Evitando, porém, qualquer preciosismo da técnica científica e relegando à medicina habitual o dever de assegurar os processos imunológicos da integridade física, recordemos que as radiações mentais, que podemos classificar por agentes "R", na maioria das vezes se apresentam, na base de formação da substância "H", desempenhando importante papel em quase todas as perturbações neuropsíquicas e usando o cérebro como órgão de choque.

Todos os nossos pensamentos definidos por vibrações, palavras ou atos, arrojam de nós raios específicos.

Assim sendo, é indispensável curar de nossas próprias atitudes, na autodefesa e no amparo aos semelhantes, porquanto a cólera e a irritação, a leviandade e a maledicência, a crueldade e a calúnia, a irreflexão e a brutalidade, a tristeza e o desânimo, produzem elevada percentagem de agentes "R", de natureza destrutiva, em nós e em torno de nós, exógenos e endógenos, suscetíveis de fixar-nos, por tempo indeterminado, em deploráveis labirintos da desarmonia mental.

Em muitas ocasiões, nossa conduta pode ser a nossa enfermidade, tanto quanto o nosso comportamento pode representar a nossa restauração e a nossa cura.

Para sanar a obsessão nos outros ou em nós mesmos, é preciso cogitar dos agentes "R" que estamos emitindo.

O pensamento é força que determina, estabelece, transforma, edifica, destrói e reconstrói.

Nele, ao influxo divino, reside a gênese de toda a Criação.

Respeitemos, assim, a dieta do Evangelho, procurando erguer um santuário de princípios morais respeitáveis para as nossas manifestações de cada dia.

E, garantindo-nos contra a alergia e a obsessão de qualquer procedência, atendamos ao sábio conselho de Paulo, o grande convertido, quando adverte aos cristãos da Igreja de Filipos:

" —  Tudo o que é verdadeiro, tudo o que é honesto, tudo o que é nobre, tudo o que é puro, tudo o que é santo, seja, em cada hora da vida, a luz dos vossos pensamentos." 

Dias da Cruz por Chico Xavier do livro:
Instruções Psicofônicas

Curta nossa página no Facebook:

Declaração de Origem
- As mensagens, textos, fotos e vídeos estão todos disponíveis na internet.
- As postagens dão indicação de origem e autoria. 
- As imagens contidas no site são apenas ilustrativas e não fazem parte das mensagens e dos livros. 
- As frases de personalidades incluídas em alguns textos não fazem parte das publicações, são apenas ilustrativas e incluídas por fazer parte do contexto da mensagem.
- As palavras mais difíceis ou nomes em cor azul em meio ao texto, quando acessados, abrem janela com o seu significado ou breve biografia da pessoa.
- Toda atividade do blog é gratuita e sem fins lucrativos. 
- Se você gostou da mensagem e tem possibilidade, adquira o livro ou presenteie alguém, muitas obras beneficentes são mantidas com estes livros.

- Para seguirmos corretamente o espiritismo, devemos submeter todas as mensagens mediúnicas ao crivo duplo de Kardec, sendo eles,  a razão e a universalidade.

- Cisão para estudo de acordo com o Art. 46 da Lei de Direitos Autorais - Lei 9610/98 LDA - Lei nº 9.610 de 19 de Fevereiro de 1998.
- Dúvidas e contatos enviar e-mail para: regeneracaodobem@gmail.com 


domingo, 30 de janeiro de 2022

Vazio existencial

Vazio existencial

Joanna de Ângelis


(Melancolia - Escultura de Albert György em Lac Léman na Suíça.)

A alucinação midiática, a serviço do mercantilismo de tudo, vem, a pouco e pouco, dessacralizando o ser humano, que perde o sentido existencial, tombando no vazio agônico de si mesmo.

Numa cultura eminentemente utilitarista e imediatista, o tempo-sem-tempo favorece a fuga da autoconsciência do indivíduo para o consumismo tão arbitrário quão perverso, no qual o culto da personalidade tem primazia, desde a utilização dos recursos de implantes e programas de aperfeiçoamento das formas, com tratamentos especializados e de alto custo, até os sacrifícios cirúrgicos modificando a estrutura da organização somática.

O belo, ou aquilo que se convencionou denominar como beleza, é um dos novos deuses do atual Olimpo, ao lado das arbitrariedades morais e emocionais em decantado culto à liberdade, cada vez mais libertina.

A ausência dos sentimentos de nobreza, particularmente do amor, impulsiona o comércio da futilidade e do ilusório, realizando-se a criatura enganosamente nos objetos e utensílios de marca, que lhe facultam o exibicionismo e a provocação da inveja dos menos favorecidos, disputando-se no campeonato da insensatez.

Em dias de utopia, nos quais se vale pelo que se apresenta e não pelo que se é, o eto convencional, os ideais que dignificam e trabalham as forças normais cedem lugar aos prazeres ligeiros e frustrantes que logo abrem espaço a novas mentirosas necessidades.

O cárcere do relógio, impedindo que se vivencie cada experiência em sua plenitude e totalidade, sem saltar-se de uma para outra apressadamente, torna os seus prisioneiros cada vez mais ávidos de novidades, por se lhes apresentar o mundo assinalado pela sua fugacidade.

Exige-se que todos se encontrem em intérmino banquete de alegrias, fingindo conforto e bem-estar nas coisas e situações a que se entregam, distantes embora da realidade e dos significados existenciais.

A tristeza, a reflexão, o comedimento já não merecem respeito, sendo tidos como transtornos de conduta, numa exaltação fantasiosa e sem limite em relação aos júbilos destituídos de fundamentos.

Certamente, não fazemos apologia desses estados naturais, mas eles constituem pausas necessárias para refazimento emocional nas extravagâncias do cotidiano.

Sempre quando são recalcados e não logram conscientização, inevitavelmente se transformam em problemas orgânicos pelo fenômeno da somatização.

Muito melhor é a vivência da tristeza legítima e necessária, em caráter temporário, do que a falsa alegria, a máscara da felicidade sem conteúdos válidos.

Nesse contubérnio infeliz, tudo é muito rápido e passa quase sem deixar vestígio da sua ocorrência.

O agora, em programação de longo alcance, elaborado ao amanhecer, logo mais, à tarde, transforma-se em passado distante, sem recordações ou como impositivo de esquecimento para novas formulações prazerosas.

Quando não se vivencia o presente em sua profundidade, perdem-se as experiências que ficaram arquivadas no passado. E todo aquele que não possui o passado nos arquivos da memória atual é destituído de futuro, por faltarem-lhe alicerces para a sua edificação.

Nessa volúpia hedonista, o egotismo governa as mentes e condutas, produzindo o isolamento na multidão e a solidão nos escaninhos da alma.

Todo prazer que representa alegria real impõe um alto preço pela falta de espontaneidade, pela comercialização dos seus valores e emoções.

* * *

Não seja de estranhar-se que a juventude desorientada, sempre arrebatada pela música de mensagem rebelde e agressiva, de conteúdo deprimente e aterrorizante, com a INTERNET exibindo as imagens de adolescentes suicidas em demonstração de coragem e desprezo pela vida, ignore as possibilidades de um futuro risonho, que lhe parece falacioso.

Os esportes que os gregos cultivavam, assim como outros povos, como meios de recreação, arte e beleza – exceção feita aos espetáculos grosseiros nos circos de Roma imperial – vemos alguns deles hoje transformados em campos de batalha, nos quais os seus grupos de aficionados armam-se para rudes refregas com os opositores e em que os atletas não têm outro vínculo com os seus clubes, senão o interesse pelos altos rendimentos, favorecem a brutalidade e a barbárie com a destruição de imóveis, veículos e vidas, quando um deles perde na disputa nem sempre honorável...

Aprendendo com os adultos a negar as qualidades do bem e da paz, na azáfama exclusiva do desfrutar, essa aturdida mocidade entrega-se à drogadição, em busca do êxtase que logo passa trazendo-a à realidade decepcionante. O desencanto, que se lhe instala, de imediato deve ser diminuído no tempo e no espaço, facultando-lhe buscar novos estimulantes ou entorpecentes para esquecer ou para gozar.

Nesse particular, a comercialização do sexo aviltado com os ingredientes do erotismo tecnicista, exaure os seus dependentes, consumindo-os.

É inevitável, nesta cultura pagã e perversa, a presença do vazio existencial nas criaturas humanas, suas grandes vítimas.

Apesar da ocorrência mórbida, bem mais fácil do que parece é a conquista dos objetivos da reencarnação.

Pessoa alguma encontra-se na indumentária carnal por impositivo do acaso ou por injunção de um destino cego e cruel.

Existe uma finalidade impostergável no renascimento do Espírito na organização carnal, que se constitui da oportunidade para o autoburilamento por colisões e atritos, qual ocorre com as gemas preciosas que necessitam da lapidação para libertar a luminosidade adormecida no seu interior.

Uma releitura atenta dos códigos de ética e de justiça de todos os tempos proporciona o reencontro com os reais valores que devem nortear a vida humana.

O tecido social ora esgarçado e tênue ante uma revisão sistêmica dos objetivos de elevação moral em favor da aquisição da alegria real, sem as máscaras da mistificação, adquiriria resistência para os enfrentamentos, abrindo espaço para a justiça social, para o auxílio recíproco.

Esse ser biopsicossocial é, antes de tudo, imortal, criado por Deus para viver em plena harmonia durante a viagem orgânica.

Indispensável, pois, se torna a elaboração de programas educacionais e labores que propiciem a autoconsciência.

As conquistas tecnológicas e midiáticas são neutras em si mesmas, considerando-se os inestimáveis benefícios oferecidos à sociedade terrestre, que saiu da treva e da ignorância para a luz e o conhecimento.

A ganância e os tormentos interiores de alguns dos seus executivos e multiplicadores de opinião respondem pela fabricação de líderes da alucinação, de exibidores da rebeldia, de fanáticos da agressividade e da promiscuidade.

Usadas de maneira adequada, encaminhariam com saudável conduta os milhões de vítimas que arrasta, especialmente na inexperiência da juventude rica de sonhos que se transformam em hórridos pesadelos.

O vazio existencial consome o ser e atira-o na depressão, empurrando-o para o suicídio.

Em uma cultura saudável, a alegria não impede a tristeza, nem essa atormenta, por constituir-se um fenômeno psicológico natural do ser, profundo em si mesmo.

* * *

Se experimentas esse vazio interior, desmotivado para viver ou para laborar em favor do bem-estar pessoal, abre-te ao amor e deixa-te conduzir pelas suas desconhecidas emoções que te plenificarão com legítimas aspirações, oferecendo-te um alto significado psicológico e humano.

Reflexiona, pois, na correria louca para lugar nenhum e considera a vida a oportunidade de sorrir e produzir, descobrindo-te útil a ti mesmo e à comunidade.

Mas, se insistir essa estranha sensação, faze mais e melhor, esquecendo-te de ti mesmo, auxilia outrem a lograr aquilo por que anela, e descobrirás que, ao fazê-lo feliz, preenchido de paz, estarás ditoso também.

Joanna de Ângelis
Página psicografada pelo médium Divaldo Franco,
na reunião mediúnica de 29 /10/2008, 
no Centro Espírita Caminho da Redenção, 
em Salvador, Bahia.

Curta nossa página no Facebook:

Declaração de Origem
- As mensagens, textos, fotos e vídeos estão todos disponíveis na internet.
- As postagens dão indicação de origem e autoria. 
- As imagens contidas no site são apenas ilustrativas e não fazem parte das mensagens e dos livros. 
- As frases de personalidades incluídas em alguns textos não fazem parte das publicações, são apenas ilustrativas e incluídas por fazer parte do contexto da mensagem.
- As palavras mais difíceis ou nomes em cor azul em meio ao texto, quando acessados, abrem janela com o seu significado ou breve biografia da pessoa.
- Toda atividade do blog é gratuita e sem fins lucrativos. 
- Se você gostou da mensagem e tem possibilidade, adquira o livro ou presenteie alguém, muitas obras beneficentes são mantidas com estes livros.

- Para seguirmos corretamente o espiritismo, devemos submeter todas as mensagens mediúnicas ao crivo duplo de Kardec, sendo eles,  a razão e a universalidade.

- Cisão para estudo de acordo com o Art. 46 da Lei de Direitos Autorais - Lei 9610/98 LDA - Lei nº 9.610 de 19 de Fevereiro de 1998.
- Dúvidas e contatos enviar e-mail para: regeneracaodobem@gmail.com 

sábado, 29 de janeiro de 2022

Engenho Divino

 Engenho Divino

Emmanuel


Homem Vitruviano de Leonardo da Vinci

“A candeia do corpo são os olhos; de sorte que, se os teus olhos forem bons, todo o teu corpo terá luz.” 
Jesus (Mateus, 6:22)
“Sereis por ventura, mais perfeitos se, martirizando o vosso corpo, não vos tornardes menos egoístas, nem menos orgulhosos e mais caritativos par a com o vosso próximo? Não, a perfeição não está nisso, está toda nas reformas porque fizerdes passar o vosso Espírito.” 
- O Evangelho Segundo o Espiritismo. (Cap. XVII,11.)

Guardas a impressão de que resides, de modo exclusivo, na cidade ou no e na essência moras no corpo.

As máquinas modernas asseguram facilidades enormes.
Valeriam muito pouco sem o concurso das mãos.

Palácios voadores alçam-te às alturas.
Na experiência cotidiana, equilibras-te nos pés.

Os grandes telescópios são maravilhas do mundo.
Não teriam qualquer significação sem os olhos.

A música é cântico do Universo.
Passaria ignorada sem os ouvidos.

Imperioso saibas que manejas o corpo, na condição de engenho divino que a vida te empresta, instrumento indispensável à tua permanência na estância terrestre.

Não te enganes com o esmero de superfície.

Que dizer do motorista que primasse por exibir um carro admirável na apresentação, sentando-se alcoolizado ao volante?

Estimas a higiene. Sabes fugir do empanzinamento com quitutes desnecessários. 

Justo igualmente eliminar o lixo moral de qualquer manifestação que nos exteriorize a individualidade e evitar a congestão emocional pela carga excessiva de anseios inadequados.

A vida orgânica é baseada na célula e cada célula é um centro de energia.

Todo arrastamento da alma a estados de cólera, ressentimento, desanimo ou irritação equivale a crises de cúpula, ocasionando desarranjo e desastre em forma de doença e desequilíbrio na comunidade celular.

Dirige teu corpo com serenidade e bom-senso.

Compenetra-te de que, embora a ciência consiga tratá-lo, reconstruí-lo, reanimá-lo, enobrecê-lo e até mesmo substituir-lhe determinados implementos, ninguém, na Terra, encontra corpo novo para comprar.

Emmanuel por Chico Xavier do livro:
Livro da Esperança

Curta nossa página no Facebook:

Declaração de Origem

- As mensagens, textos, fotos e vídeos estão todos disponíveis na internet.
- As postagens dão indicação de origem e autoria. 
- As imagens contidas no site são apenas ilustrativas e não fazem parte das mensagens e dos livros. 
- As frases de personalidades incluídas em alguns textos não fazem parte das publicações, são apenas ilustrativas e incluídas por fazer parte do contexto da mensagem.
- As palavras mais difíceis ou nomes em cor azul em meio ao texto, quando acessados, abrem janela com o seu significado ou breve biografia da pessoa.
- Toda atividade do blog é gratuita e sem fins lucrativos. 
- Se você gostou da mensagem e tem possibilidade, adquira o livro ou presenteie alguém, muitas obras beneficentes são mantidas com estes livros.

- Para seguirmos corretamente o espiritismo, devemos submeter todas as mensagens mediúnicas ao crivo duplo de Kardec, sendo eles,  a razão e a universalidade.

- Cisão para estudo de acordo com o Art. 46 da Lei de Direitos Autorais - Lei 9610/98 LDA - Lei nº 9.610 de 19 de Fevereiro de 1998.
- Dúvidas e contatos enviar e-mail para: regeneracaodobem@gmail.com 



sexta-feira, 28 de janeiro de 2022

Lamentável equívoco

Lamentável equívoco

Joanna de Ângelis



Convencionou-se que felicidade é despreocupação, logo seguida de alegrias em paisagens rutilantes de Sol e de bem-estar.

Para fruí-la, até a embriaguez dos sentidos, basta acumular haveres ou recebê-los de outrem, de modo que a despreocupação acompanhe a trajetória do indivíduo fútil e ditoso.

Lamentável equívoco tal conceito, porquanto, esse estado, mais de prazer do que de felicidade, somente existe como alguma forma de utopia.

A existência humana é uma sucessão de desafios, mediante os quais, os valores morais se fortalecem na luta, desenvolvendo as potencialidades íntimas do ser.

Qualquer anseio por comodidade sem ação dignificadora, transforma-se em indolência que trabalha em favor da decomposição moral e emocional do indivíduo.

Aquele que não se vincula a um labor, exercitando a mente, vitalizando a emoção, acionando o corpo, avança para a desorganização da existência e converte-se em parasita social, nutrindo-se do esforço alheio e das concessões da vida, que não deseja retribuir.

A constituição orgânica é suscetível de alterações sutis ou expressivas, sempre manifestando situações que alteram completamente os quadros ilusórios do prazer que é sempre de breve duração.

Como consequência, os estados emocionais estão sujeitos a mudanças de humor, mesmo quando, aparentemente, tudo transcorre bem.

Essa satisfação, disfarçada de felicidade, também oculta situações penosas em que o Espírito se encontra.

Pode indicar leviandade e desinteresse em relação aos acontecimentos morais ou mesmo manifestar-se como síndrome de alguma alienação mental em processo de agravamento.

A criatura responsável não se aquieta no banquete do prazer, nem se amolenta no veículo do comodismo, desfrutando sem produzir, gozando sem favorecer aos demais.

É propelida ao esforço do automelhoramento, e, para tanto, empreende lutas e sacrifícios que lhe exigem tensão emocional, desgaste de energias físicas que, no entanto, renovam-se sem cessar, em face do próprio estímulo a que são propelidas.

O riso, que expressa alegria, quando deslocado no tempo e na oportunidade, demonstra desequilíbrio, falta de sensatez, porque momentos se apresentam que exigem seriedade e reflexão.

Certamente que o sofrimento não representa felicidade, se olhado sob o ponto de vista do imediatismo social.

Pelo contrário, a sua presença no trânsito carnal constitui convite à avaliação de como transcorrem os dias e as experiências, tornando-se uma advertência em torno da maneira de se viver.

O ser humano é um conjunto eletrônico regido pela consciência, que se exterioriza do Espírito imortal.

* * *

Pretendendo alcançar a meta programada para a reencarnação, desperta para a realização do teu processo iluminativo.

Se visitado pelas dores de quaisquer matizes, não te aflijas em demasia, antes considerando que elas são mecanismos expungitivos que a Vida te proporciona, a fim de que redundem como alegrias reais.

Se a escassez de recursos econômicos te constringe ou se problemas se apresentam na área da saúde, de forma alguma consideres o evento como sendo uma desgraça, valorizando a experiência como recurso de aprendizado e renovação de comportamento que trabalha pela tua edificação pessoal.

Se sofres perseguições e te vês a braços com problemas que exigem atenção, mantém-te sereno e encontrarás meios para superá-los todos.

Se a ausência de afeto, de companheirismo, para ajudar-te na escalada evolutiva magoa-te, renova-te na esperança de que amanhã encontrarás a alma querida que, no momento, não pode estar ao teu lado.

Melhor a solidão, não poucas vezes, do que as companhias turbulentas, afligentes e desesperadoras, mediante, as quais, são impostas reparações morais muito complexas.

Em realidade, felizes são todos aqueles que, na Terra, por enquanto experimentam aflição e abandono, enfermidades e dores, porque esses são recursos valiosos de que se utiliza a Divindade para facultar o aprimoramento do Espírito que se aformoseia na luta de crescimento íntimo.

As pessoas que se banqueteiam no conforto e na saúde, na beleza e no prazer, desfrutando de facilidades sem que retribuam de alguma forma, encontram-se em parasitose doentia, explorando os tesouros do amor de Deus, que devem ser multiplicados para o atendimento de todos os Seus filhos.

Com que direito se atribuem, esses indivíduos, o mérito para existências privilegiadas e regimes de exceção, quando as demais pessoas encontram-se em batalhas contínuas para a aquisição do apenas necessário à sobrevivência?

Sucede que, esses que ora sorriem na indiferença das alheias aflições, serão chamados a contas e deverão compreender que, felicidade, na Terra, é lamentável equívoco dos seus sentidos físicos e presunção como vanglória do seu desenvolvimento intelectual.

Riam, portanto, os que sofrem hoje, porque, concluídas as provas em que se encontram, desfrutarão da felicidade, ora escassa, que se lhes instalará no coração, fruindo as bênçãos da paz de consciência.

Pode parecer paradoxal tal colocação. Nada obstante, é a realidade, porquanto, todo aquele que recebe, na contabilidade da Vida é devedor, enquanto que aqueloutro que doa, é credor.

Aqueles que ora desfrutam, encontram-se em provas de avaliação de conduta, a fim de que aprendam a aplicar, conforme a parábola das Virgens loucas e das Virgens prudentes que receberam combustível com finalidade exclusiva, que não podia nem devia ser utilizado inadequadamente.

* * *

Por essas razões, convencionou-se, também, por outro lado, que tais afirmações, essas que fazemos, são apologia ao sofrimento, necessidade masoquista de realização pessoal.

Mais um equívoco esse, que a mínima lógica se encarrega de diluir, tendo-se em vista a brevidade da existência física e a perenidade do existir como Espírito.

Agradece, portanto, a Deus, os teus testemunhos, as tuas lutas ásperas, as tuas ansiedades e carências.

Conforme os administres hoje, poderás revertê-los em júbilos, em paz e em prosperidade para amanhã.

Equívoco é pensar que a existência humana é uma viagem ao país da fantasia e da ilusão, não uma experiência de aformoseamento do caráter e de desenvolvimento do Espírito.

Por isso, Jesus foi muito enfático ao asseverar: O meu reino não é deste mundo, portanto, a felicidade igualmente não o é.

Joanna de Ângelis por Divaldo Franco
Página psicografada, na sessão mediúnica da noite de 05/07/2004, 
no Centro Espírita Caminho da Redenção, 
em Salvador, Bahia.

Curta nossa página no Facebook:

Declaração de Origem
- As mensagens, textos, fotos e vídeos estão todos disponíveis na internet.
- As postagens dão indicação de origem e autoria. 
- As imagens contidas no site são apenas ilustrativas e não fazem parte das mensagens e dos livros. 
- As frases de personalidades incluídas em alguns textos não fazem parte das publicações, são apenas ilustrativas e incluídas por fazer parte do contexto da mensagem.
- As palavras mais difíceis ou nomes em cor azul em meio ao texto, quando acessados, abrem janela com o seu significado ou breve biografia da pessoa.
- Toda atividade do blog é gratuita e sem fins lucrativos. 
- Se você gostou da mensagem e tem possibilidade, adquira o livro ou presenteie alguém, muitas obras beneficentes são mantidas com estes livros.

- Para seguirmos corretamente o espiritismo, devemos submeter todas as mensagens mediúnicas ao crivo duplo de Kardec, sendo eles,  a razão e a universalidade.

- Cisão para estudo de acordo com o Art. 46 da Lei de Direitos Autorais - Lei 9610/98 LDA - Lei nº 9.610 de 19 de Fevereiro de 1998.
- Dúvidas e contatos enviar e-mail para: regeneracaodobem@gmail.com 

quinta-feira, 27 de janeiro de 2022

Consumismo Doméstico

Consumismo Doméstico

Thereza de Brito



Ocasiões existem em que se torna necessário fazer uma pausa para avaliar a nossa postura à frente da existência, nos limites do nosso caminho, quanto na esfera do lar.

No mundo, é costume tornarmo-nos mundanos em qualquer parada para a verificação do como ou do quanto vimos realizando, capaz de dificultar a nossa própria marcha.

Embora possamos ter conhecimentos vários de técnicas psicológicas ou psicossociais, utilizadas no conjunto da propaganda, articuladas por meio dos veículos de comunicação de massa, continuamos no mesmo diapasão de inconsciência relativamente à nossa adesão e aceitação de tais iscas.

A arte da propaganda que, claramente, cada dia mais se aperfeiçoa, mais encanta, traz, por isso mesmo, a magia capaz de atuar sobre o psiquismo das massas, colhidas passivamente em suas poltronas de acomodação mental.

Temos que pensar, indubitavelmente, na oportunidade de progresso que Deus nos concede. Deveremos estar atentos às mil e uma fontes de atração que o mundo oferece, com o fim de acordar nosso discernimento.

Em "O Livro dos Espíritos", o grande mestre Allan Kardec apresenta notável pergunta aos Sempre Vivos sobre o motivo de o Criador haver posto nas coisas materiais o visco atrativo, a tentação por conseguí-las. (KARDEC, Allan. - O Livro dos Espíritos, 45ª ed., FEB, perguntas 712 e 712-a.). Os nobres Emissários do Além disseram-lhe que as tentações serviriam para provocar a criatura para o cumprimento da sua missão no mundo. A partir daí, à medida que se desenvolve seu raciocínio, vai compreendendo a improcedência dos excessos. Se o homem não tivesse o desejo de conseguir isso ou aquilo, certamente, não se interessaria por trabalhar uma vez que na Terra o labor tem o sabor de castigo e o cheiro de padecimento.

Vemos dessa forma, que o anseio  de possuir de comprar, de obter é perfeitamente natural, pois atende aos projetos progressistas que os Céus engendram para os seres humanos.

Entretanto, bastante distinto de adquirir, de comprar será, sem dúvida, o adquirir indefinidamente e comprar sem razão.

Quantas são as pessoas que compram por comprar, gastam por
gastar, sem qualquer consideração para com a própria vida, sem qualquer reflexão acerca da utilidade que poderia patrocinar para terceiros, do próprio lar ou da relação social?!

Quantos que adquirem para exibir poder econômico ou pujança social, sem qualquer necessidade mais nobre?

Tantos que sofrem, obsessivamente, a compulsão psiquiátrica para o consumo inveterado, sem razão reflexiva.

***

Ninguém está impedido de consumir, de obter pequenos supérfluos, atendendo ao gosto pela vida e às possibilidades que ela consente. Contudo, o excesso, conforme afirma o livro acima referido, certamente será a geratriz de tormento sem conta, nos caminhos terrenos.

Alguém poderá banquetear-se nos melhores restaurantes, gastando o próprio dinheiro como queira. Porém, se a seu lado algum irmão padece fome, sem contar com sua cooperação amiga, estará consignado o crime de lesa-fraternidade.

Alguém poderá viver as férias viajando por toda parte, nos mais modernos aviões ou nos mais caros cruzeiros, dispendendo suas moedas valiosas. Mas, se a seu redor algum companheiro deslocar-se a pé para atender aos deveres, por falta de recurso para a mínima condução, aí estará o ônus moral, caracterizando o acinte às Leis de Amor.

Alguém poderá viver na mais suntuosa mansão, no palácio mais exuberante, rodeado por todas as facilidades que o progresso da tecnologia permita, aplicando suas riquezas mais grandiosas. Todavia, se na sua estrada comum houver um ser que não tenha o mínimo teto para albergar-se, nisso estará assinalado o egoísmo infelicitador, demarcado com perspectivas expiatórias os passos futuros.

Alguém terá condições de vestir-se com as mais formosas sedas, com os mais custosos linhos, nos galarins da moda mais atual, empregando seus ganhos abundantes. Porém, se no circuito da sua existência algum irmão estiver ao frio, tiritante ou desnudo, sem um pano qualquer que o resguarde, aí estará o crime da indiferença, responsável por dores morais dantescas.

***

Pensamos, então, que o problema não será ter isso ou ter aquilo.

O problema é o modo como as coisas são tidas, obtidas e mantidas.

É importante que consigamos viver com pouco ou com muito, sem nos escravizarmos aos gastos improcedentes, frutos da ilusão da propaganda, aquisições que logo estarão em nossas gavetas, nos cantos de armários, nos porões, sem utilidade.

Quando descubra que o seu lar, atrelado ao consumismo tresloucado, ajuntou coisas e coisas que não são usadas, faça-as passar a outras mãos, com a sua vibração de fraternidade, é certo, mas também, com o compromisso de você realizar o esforço da educação das suas despesas, sem que se faça sovina ou onzenário, porém, responsável multiplicador dos bens divinos que, por agora, você administra.

Thereza de Brito por J. Raul Teixeira do livro:
Vereda Familiar

Curta nossa página no Facebook:

Declaração de Origem
- As mensagens, textos, fotos e vídeos estão todos disponíveis na internet.
- As postagens dão indicação de origem e autoria. 
- As imagens contidas no site são apenas ilustrativas e não fazem parte das mensagens e dos livros. 
- As frases de personalidades incluídas em alguns textos não fazem parte das publicações, são apenas ilustrativas e incluídas por fazer parte do contexto da mensagem.
- As palavras mais difíceis ou nomes em cor azul em meio ao texto, quando acessados, abrem janela com o seu significado ou breve biografia da pessoa.
- Toda atividade do blog é gratuita e sem fins lucrativos. 
- Se você gostou da mensagem e tem possibilidade, adquira o livro ou presenteie alguém, muitas obras beneficentes são mantidas com estes livros.

- Para seguirmos corretamente o espiritismo, devemos submeter todas as mensagens mediúnicas ao crivo duplo de Kardec, sendo eles,  a razão e a universalidade.

- Cisão para estudo de acordo com o Art. 46 da Lei de Direitos Autorais - Lei 9610/98 LDA - Lei nº 9.610 de 19 de Fevereiro de 1998.
- Dúvidas e contatos enviar e-mail para: regeneracaodobem@gmail.com 




quarta-feira, 26 de janeiro de 2022

Uma Despedida

Uma Despedida

José Gomes


Em nossa reunião da noite de 10 de março de 1955, por permissão de nossos Benfeitores Espirituais, no horário dedicado às palestras dos Instrutores, o amigo  desencarnado que conhecemos por José Gomes ocupou a organização psicofônica, falando-nos de sua penosa experiência no Além.

Nosso visitante, há seguramente dois anos, passou pelos serviços assistenciais de nossa agremiação, desorientado e aflito, voltando até nós, agora calmo e consciente, para relatar-nos sua história, por intermédio da qual nos faz sentir toda a gama de sofrimentos em que se enleou, depois do homicídio em que se comprometeu na Terra.

“Uma Despedida” oferece-nos amplo material para meditação e para estudo.

 

*
Trazido até aqui por devotados benfeitores, venho agradecer-vos e despedir-me.

Há quase dois anos, fui socorrido nesta casa, fazendo-se luz nas trevas de minh'alma...

Eu era, então, um assassino que por cinquenta anos padecia no ergástulo do remorso.

Crendo preservar a minha felicidade, apunhalei um amigo, instigado pela mulher que eu amava e, apoiando-me na desculpa de legítima defesa, consegui absolvição na justiça terrestre.

Contudo, que irrisão! O homem que eu supunha haver aniquilado, mais vivo que nunca prendeu-se-me ao corpo e, em poucos meses, sucumbi devorado por estranha moléstia que escarneceu de todos os recursos da medicina.

Ai de mim! Nas raias da morte, apesar do conforto que me era oferecido pela fé, através de um sacerdote, não encontrei para mentalizar senão o quadro do homicídio que perpetrara.

E à maneira do homem vitimado por tormentoso pesadelo, sem sair do leito em que se acolhe à prostração, vi-me encarcerado em meus próprios pensamentos, vivendo a tortura e o pavor que alimentava no campo da minha alma...

Sempre o terrificante painel a vibrar na memória!...

Um companheiro infeliz, suplicando indefeso: — "Não me mate! Não me mate!..." A presença da mulher querida... Os gênios do crime a gargalharem junto de mim e a calma impassível da noite, com a minha cólera insopitável a dessedentar-se num peito exangue e aberto...

Em me cansando de enterrar a lâmina na carne sem resistência, arrojava-me ao piso da câmara iluminada, mas, a onda esmagadora de sangue levantava-se do chão, tingindo paredes, afogando móveis, empapando-me a vestimenta e, quando me sentia semi-sufocado, eis que me erguia de novo para continuar no duelo indefinível.

Se tinha fome, mãos invisíveis ofereciam-me sangue coagulado; se tinha sede, davam-me sangue para beber...

Era dia? Era noite?

Ignorava.

Somente mais tarde, quando amparado pelas palavras de esclarecimento e de amor dos nossos benfeitores, por vosso intermédio, vim a saber que o inimigo se contentara com o meu cadáver e que eu não vivia senão minha própria obsessão, magnetizado por minhas ideias fixas, jungido ao pó do sepulcro, durante meio século, recapitulando quase que interminavelmente o meu ato impensado.

Circunscrito à alcova fatídica, que jazia em minhas reminiscências, passei da extrema cegueira à desmedida aflição.

Existiria, realmente, um Deus de paz e bondade?

Bastou essa pergunta para que réstias de luz se fizessem sentir em meu espírito entenebrecido, como relâmpago em noite de espessa treva...

No entanto, para chegar à certeza de Deus, precisava de um caminho.

Esse caminho era ela, a mulher amada.

Queria vê-la, ouvi-la, tocá-la...

E tanto clamei por isso que, em certa ocasião, senti como que uma rajada de vento forte, arrebatando-me para o seio da noite...

Carregava comigo aquele fatal aposento, contudo, podia agora respirar a brisa refrescante, entre as sombras noturnas que filtravam, de leve, as irradiações da lua nova.

Mais ágil, andei apressadamente...

Onde estaria ela, a mulher que estava em mim?

Favorecia-me o sopro do vento e, a minutos breves, alcancei pequeno jardim, vendo-a sentada com uma criança ao colo...

Ah! somente aqueles que sentiram na vida uma profunda e irremediável saudade poderão compreender o alarme de meu espírito naquela hora de reencontro!...

Mas, assim que me percebeu, conchegou a criança ao coração e fugiu, espavorida...

Eu devia ser aos seus olhos um fantasma repelente a regressar do túmulo!

Persegui-a, porém, até que a vi penetrando um quarto humilde... Observei-a, ajustando-se ao corpo de carne, tal qual a mão em se colando à luva...

Entendi, sem palavras, a nova situação.

Enlaçada a um homem que lhe partilhava o leito, reconheci, sem explicações verbais, que o filhinho nascituro era meu velho rival e que o homem desconhecido era-lhe agora o esposo, outro adversário que me cabia vencer.

O ódio passou a estourar-me o crânio.

O cheiro acre e fedentinoso de sangue novamente me ensandeceu.

Beijei-a, delirando em transportes de amor não correspondido, e consegui instilar-lhe aversão pelo marido e pelo filho recém-nato.

Queria matá-la... desejava que ela vivesse novamente para mim... pretendia sugar-lhe os eflúvios do coração...

E, durante muitos dias, permaneci naquela casa, desvairado e irresponsável, envenenando a própria medicação que lhe era administrada...

Consegui dominá-la até o dia em que foi conduzida a um círculo de orações...

E, nesse círculo, vossos amigos me encontraram...

Encontraram-me e trouxeram-me a esta casa...

Com os ensinamentos que me dirigiram, a câmara do crime desapareceu de minha imaginação... Todas as ideias estagnadas que me limitavam o pensamento, qual se eu fora o próprio remorso num casulo infernal, desfizeram-se, de pronto, como escamas de lodo que, em se desintegrando, me libertaram o espírito...

Desde então, fui admitido em uma escola...

Transcorridos seis meses, tornei ao lar que eu me propunha destruir, transformado pelas lições dos instrutores que vos orientam o santuário.

Novos sentimentos me vibravam no coração.

Compadeci-me daquela que sofria tanto e que tanto se esforçava por reabilitar-se perante a Lei!

Contemplei-lhe o filhinho e o esposo, tomado de viva compaixão...

Achava-me renovado...

Compreendi então convosco que o coração humano — concha divina — pode guardar consigo todos os amores...

Observei a extensão de minhas faltas e voltarei à carne em dias breves!

Aquela por quem me perdi ser-me-á devotada mãe... Terei um pai humilde, generoso e trabalhador, abençoando-me o restabelecimento moral, e, em meu irmão, já renascido, encontrarei não mais o antagonista, mas o companheiro de provação com quem restaurarei o destino...

Ante o coração que me estimula a esperança, não mais direi: — "mulher que eu desejo"! e sim "mãezinha querida!.."

Nossos sentimentos pairarão em esfera mais alta e de seus lábios aprenderei, de novo, as sublimes palavras: — "Pai Nosso, que estás no Céu..."

Fitar-lhe-ei nos olhos o celeste horizonte e, trabalhando, enxergarei feliz a senda libertadora...

Ah!... entendereis comigo semelhante ventura?

Creio que sim.

Partirei, desse modo, não para a companhia dos anjos, mas para o convívio dos homens, refazendo meu próprio caminho e regenerando a própria consciência.

E, abraçando-vos com afetuosa gratidão, saúdo em Nosso Senhor Jesus-Cristo a fé que nos reúne!...

Terra — abençoado mar de lutas...

Carne — navio da salvação!

Lar — templo de luz e trabalho...

Mãe — santuário de amor!...

Meus amigos, até amanhã!

Bendito seja Deus.

José Gomes por Chico Xavier do livro:
Instruções Psicofônicas

Curta nossa página no Facebook:

Declaração de Origem
- As mensagens, textos, fotos e vídeos estão todos disponíveis na internet.
- As postagens dão indicação de origem e autoria. 
- As imagens contidas no site são apenas ilustrativas e não fazem parte das mensagens e dos livros. 
- As frases de personalidades incluídas em alguns textos não fazem parte das publicações, são apenas ilustrativas e incluídas por fazer parte do contexto da mensagem.
- As palavras mais difíceis ou nomes em cor azul em meio ao texto, quando acessados, abrem janela com o seu significado ou breve biografia da pessoa.
- Toda atividade do blog é gratuita e sem fins lucrativos. 
- Se você gostou da mensagem e tem possibilidade, adquira o livro ou presenteie alguém, muitas obras beneficentes são mantidas com estes livros.

- Para seguirmos corretamente o espiritismo, devemos submeter todas as mensagens mediúnicas ao crivo duplo de Kardec, sendo eles,  a razão e a universalidade.

- Cisão para estudo de acordo com o Art. 46 da Lei de Direitos Autorais - Lei 9610/98 LDA - Lei nº 9.610 de 19 de Fevereiro de 1998.
- Dúvidas e contatos enviar e-mail para: regeneracaodobem@gmail.com