domingo, 31 de janeiro de 2016

A Mente que não mente

A Mente que não mente

Hermínio C. Miranda



A ortodoxia religiosa sempre andou preocupada com a eclosão de doutrinas reformistas e renovadoras que classifica sumariamente de heréticas. Essa vigilância tem levado a muita perseguição injusta e a não poucos arrependimentos e recuos. Alguns heréticos chegaram mesmo a passar da condição de réprobos à canonização, como Joana D’ Arc, quando foi revisto o seu processo. Outros, como Giodarno Bruno e Galileu, constituem até hoje pontos sensíveis na história eclesiástica, como pecados da juventude que não relembramos sem angústia.

O problema, porém, tornou-se muito mais sério nestes últimos tempos, nos quais o arcabouço teológico começa a estalar ao peso insuportável da modernização do pensamento. Ainda que a ciência também tenha seus dogmas e seus hereges, muito do que ela vai revelando adquire foros de conquista irreversível, geralmente em sacrifício de velhos conceitos superados.

Qualquer menino de ginásio sabe hoje que um corpo humano não pode subir ao céu como querem os dogmas da ascensão do Cristo e de Maria.

Mesmo admitindo-se a atuação de uma força propulsora que os projetasse para além da gravidade terrestre, os corpos assim deslocados, ficariam suspensos no espaço a circular na órbita da terra ou de seu satélite.

Esse tipo de conhecimento leva o homem moderno às trilhas da descrença por não saber como conciliar razão e fé. Os grandes filósofos do cristianismo ortodoxo conseguiram, com enorme sucesso e por largo espaço de tempo, convencer fiéis de que a fé era uma coisa e razão outra, e que aquela não poderia ser subordinada a esta.

Ainda há quem admita esse conceito absurdo; outros, porém, preferem pensar por sua própria cabeça e submeter à crítica da razão aquilo que lhes chega envolvido pela atmosfera abafada da teologia escolástica. Estes derivam para descrença e desanimam na busca da verdade ou partem para o estudo sistemático de qualquer sistema que ofereça alguma luz ao entendimento do universo.

O Espiritismo é a doutrina que conseguiu, pela primeira vez, conciliar fé e razão, não admitindo aquilo que não puder passar no teste do racionalismo inteligente e esclarecido.

Por isso vai se impondo metodicamente, seguramente, ampliando cada vez mais sua área de influência, pois atrai a todos aqueles que, sem poderem mais aceitar a velha crença divorciada da razão, estão prontos para acatar uma verdade superior que não exige o sacrifício do raciocínio. Mas ainda: o Espiritismo expõe uma doutrina do mais profundo sentido humanista. A sua racionalidade não a levou à frieza dos símbolos matemáticos ou dos meros conceitos filosóficos – é, antes, uma norma de vida, um roteiro para compreensão do universo e posicionamento do homem na escala cósmica.

Por isso, muitos nos procuram, o que preocupa, como é natural, os responsáveis pela perpetuação do superado sistema dogmático. Através dos séculos, chegou a ser desenvolvida uma verdadeira técnica de combate às novas ideias que ameaçam a estabilidade da ortodoxia. Essa técnica se aperfeiçoa com o passar do tempo, mas continua basicamente a mesma.

O Espiritismo é uma das doutrinas que muito vem incomodando a igreja especialmente a brasileira, ou seja, a porção brasileira do catolicismo romano. Para combatê-los, vários e ilustres sacerdotes têm sido investidos dos necessários poderes e dos competentes “Imprimatur” e “Nihil Obstat”. Essa é a técnica básica.

Há algum tempo, entretanto, a dominante do plano de ataque era a velha doutrina de interferência do diabo nas manifestações mediúnicas. Hoje isto seria inadmissível, pois até mesmo os sacerdotes já descobriram que essa história de demônio é fantasia pura. A prova está nas declarações de alguns eminentes teólogos perante o Concílio Vaticano-II. Impedidos assim de invocar o demônio de atacar a ciência nas suas conquistas mais legítimas, buscam qualquer princípio científico que ofereça a mínima possibilidade de apoio. Esse é o ponto em que variou a técnica.

Um dos recursos de que estão se socorrendo os nossos queridos irmãos sacerdotes é a Parapsicologia, na qual vêm depositando grandes e infundadas esperanças.

A Parapsicologia ainda não está muito segura de si e sofre dum renitente mal de origem, que poderíamos chamar, recorrendo ao velho grego, de pneumofobia, ou seja, medo do espírito. A jovem ciência que nós espíritas, poderíamos classificar como autêntica reencarnação da Metapsíquica, treme à ideia de acabar descobrindo o espírito humano e foge da palavra como, segundo se dizia, o desmoralizado diabo fugia da cruz. Os modernos tratados de Parapsicologia giram todos em torno do mesmo “leit motiv”: “O Alcance da Mente”, “O Novo Mundo da Mente”, “Ciência Fronteiriça da Mente”, “Canais Ocultos da Mente”. É tudo mente e nada de espírito. Sobrevivência?! Deus nos livre! Pois se nem quererem concordar em que o espírito exista, como vão admitir que sobrevive? Nada disso; tudo se explica pela faculdade extra-sensorial da mente. Mas que faculdade é essa e que “Mente” é essa?

Vêm, então, os nossos inevitáveis sacerdotes parapsicológicos deitar sabedoria extra-sensorial, contaminados irremediavelmente pela mesmíssima pneumofobia e tudo para eles é Mente também.

Topamos, assim, como esta incongruência, difícil de se admitir em homens que devem ter estudado a sua filosofia:

1 – a mente dispõe de faculdades extra-sensoriais (postulado cientifico que aceitam e ensinam);

2 – o espírito (alma) que não pode existir sem a mente; sobrevive à morte física (postulado teológico que também aceitam e pregam);

3 – a mente (ou espírito ou alma) não está sujeita a limitação de tempo ou de espaço (também pacífico).

No entanto, qual a conclusão: A mente do espírito sobrevivente que ligada ao corpo, tinha recursos tão notáveis, não pode manifestá-los quando se separa do corpo pela morte física, a não ser através do “milagre”(!).

E os livros que contam essas coisas merecem ingênuos e inadvertidos “Imprimatur” e “Nihil Obstat”, o que vale dizer que são aprovados, confiantemente para o leitor católico; autoridades Eclesiásticas respeitáveis dão cobertura do ponto de vista teológico a obras que, do ângulo científico, estão oferecendo uma visão deformada e incompleta da realidade. A Parapsicologia não tem substância suficiente para oferecer base à teologia ortodoxa e jamais a terá, enquanto permanecer contida nos seus gabinetes atuais.

No dia em que o mecanismo do espírito (chamem de mente se quiserem) for pesquisado por cientistas corajosos e despidos de preconceitos, vão ser “revelados” os seguintes pontos que o Espiritismo conhece há mais de cem anos:

1- que espírito existe, preexiste e sobrevive;

2- que há um intercâmbio ativo entre os homens que já viveram na Terra e os espíritos dos que vivem como homens;

3- que o espírito se reencarna, evolui e é responsável pelo que faz aqui e no mundo espiritual.

Diante disso, como é que vão ficar os nossos padres parapsicólogos? Quando voltarem para o espaço, depois da chamada “crise da morte” e quiserem transmitir a realidade da sobrevivência ao companheiro encarnado, este poderá dizer muito simplesmente que não é preciso admitir a comunicação espírita; basta a pantomnésia ou a hiperestesia direta, ou indireta. E o pobre espírito, dentro duma realidade irrecusável, irá amargar alhures a repercussão de sua vaidade teológica e científica.

Hermínio C. Miranda



Hermínio C. Miranda

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sábado, 30 de janeiro de 2016

Lugar do socorro

Lugar do socorro

André Luiz



Estará você sofrendo desencantos...

Varando enormes dificuldades...

Suportando empeços com os quais você não contava...

O trabalho em suas mãos, muitas vezes se lhe afigura um fardo difícil de carregar...

Falham recursos previstos...

Contratempos se seguem uns aos outros...

Tribulações de entes amados lhe martelam a resistência...

A enfermidade veio ao seu encontro...

Entretanto, prossiga agindo e cooperando, em favor dos outros.

Não interrompa os seus passos, no serviço do bem, porque justamente na execução dos seus próprios encargos é que os mensageiros de Deus encontrarão os meios de trazerem a você o socorro preciso.




sexta-feira, 29 de janeiro de 2016

Juventude

Juventude

Emmanuel



A Juventude pode ser comparada à esperançosa saída de um barco para viagem importante.

A infância foi a preparação.

A velhice será a chegada ao porto.

Todas as fases requisitam as lições dos marinheiros experientes, aprendendo-se a organizar e a terminar a excursão com o êxito desejável.

No estabelecimento de ensino, propriamente do mundo, podem instruir, mas só o instituto da família pode educar.

É por essa razão que a Universidade poderá fazer o cidadão, mas o lar é que consegue com mais eficiência edificar o homem.

Justo não esquecer igualmente que, em qualquer idade, podemos e devemos operar a iluminação ou o aprimoramento de nós mesmos.







quinta-feira, 28 de janeiro de 2016

Tentações afetivas

Tentações afetivas

Joanna de Ângelis




Esta sede insaciável de prazer renovado, leva-te ao desequilíbrio. 


Essa busca irrefreável de afeto que te plenifique, conduz-te ao abismo da loucura. 

Tal ansiedade por encontrar quem te compreenda e apoie, oferecendo-te segurança integral, empurra-te para os precipícios dos vícios dissolventes. 

A pressa de encontrar quem esteja disposto a doar-te ternura, afasta os corações que pretendem ajudar-te, porque em faixa afetiva diferente eles se te afeiçoam em espírito, enquanto vibras outra forma de necessidade. 

A insatisfação, face ao muito que desfrutas, gera em ti distúrbio lamentável de comportamento, que ameaça a tua vida. 

O que falta, a qualquer pessoa, é resultado do seu mau uso em oportunidade transata. 

Carência de hoje, foi desperdício de ontem. 

Ninguém há, que se encontre, na Terra, completo e realizado. 

Na área da afetividade, a cada momento defrontamos amores eternos que depois se convertem em pesadelos de ódio e crime. 



Muitas promessas "para toda a vida", às vezes, duram uma emoção desgastante e frustradoras. 


Sorrisos e abraços, júbilos infindos de um momento, tornam-se, sem motivo aparente, carantonhas de rancor, agressões violentas e amarguras sem nome. 

Tudo, no mundo corporal, é transitório, forma de aprendizagem para vivências duradouras, posteriormente. 

Assim, evita sonhar, acalentando esperanças absurdas, nas quais pretendes submeter os outros aos teus caprichos pessoais, que também passarão com rapidez. 

O que agora te parece importante, mais tarde estará em condição secundária. 

Ontem aspiraste determinada conquista que, lograda, hoje não te diz mais nada. 

Se desejas o amor de plenitude, canaliza as tuas forças para a caridade, transformando as tuas ansiedades em bem-estar noutros muito mais necessitados do que tu. 

Não desvies a tônica da tua afetividade, colocando sentimentos imediatistas, que te deixarão ressaibos de desgostos e travos de fel. 

A outra, a pessoa que, por enquanto, consideras perfeita e capaz de completar-te, é tão necessitada quanto o és tu. 

Na ilusão, adornas-lhe o caráter, para descobrir, mais tarde, o ledo engano. 

Conserva puro o teu afeto em relação ao próximo e não te facultes sonhos e fantasias. 

Aquilo que mereces e de que necessitas, chegará no seu momento próprio. 

Reencarnaste para aprender e preparar o futuro, não para fruir e viver em felicidade que ainda não podes desfrutar. 

Cuidado, portanto, com as aspirações-tentações, que se podem converter em sombras na mente e em sofrimentos incontáveis para o coração. 

Afirmou Jesus, que os Seus "discípulos seriam conhecidos por muito se amarem", sem que convertessem esse sentimento-luz em grilhão-treva de paixão.


Joanna de Ângelis por Divaldo Franco do livro: Vigilância





quarta-feira, 27 de janeiro de 2016

Frases de Emmanuel

Frases de Emmanuel

Emmanuel



Deus é meu Pai.

O Universo é meu Caminho.

A Eternidade é meu Reino.

A Imortalidade é minha Vida.

O Coração é meu templo.

O Próximo é meu Irmão.

O Amor é minha Lei.

A Verdade é meu Culto.

A Paz é meu Abrigo.

A Luz é minha Realização.

O Trabalho é minha Bênção.

A Dor é meu Aviso.

A Alegria é meu Cântico.

O Passado é minha Advertência.

O Presente é minha Realidade.

O Futuro é minha Promessa.

O Equilíbrio é minha atitude.

A Ordem é minha Senha.

A Perfeição é meu Destino.

Emmanuel por Chico Xavier do livro:
Aulas da Vida

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terça-feira, 26 de janeiro de 2016

AIDS / HIV - Uma visão médico espírita

AIDS / HIV - Uma visão médico espírita

Andrei Moreira



O HIV é um retrovírus transmitido por via sexual, transfusões sanguíneas, Compartilhamento de seringas ou de mãe contaminada para o feto, no parto ou amamentação. Ele se multiplica no organismo destruindo as células de defesa, os glóbulos brancos, mais especificamente os linfócitos T CD4. Quando esse exército natural do corpo humano está bastante diminuído, estabelece-se a imunodeficiência, ou AIDS, que abre as portas para infecções oportunistas que debilitam e causam sofrimento ao indivíduo nessa condição. Atualmente, existem cerca de 40 milhões de portadores do vírus HIV em todo mundo, concentrando-se a maioria na África subsaariana. Existem potentes coquetéis antirretrovirais que impedem a multiplicação viral, auxiliando a evitar a AIDS, diminuindo doenças oportunistas e aumentando a longevidade e qualidade de vida do portador do vírus.

Na visão espírita, o ser humano é entendido sob o prisma da imortalidade da alma, como um ser eterno, filho de Deus, que marcha rumo ao progresso e à felicidade exercendo a liberdade relativa dada por Deus aos seus filhos. Nesse processo, passa pelas múltiplas vidas sucessivas, ou reencarnação, guiado pelas leis de justiça e misericórdia, ambas derivações da lei do amor, que regulam o equilíbrio da criação. Toda vez que o exercício da liberdade humana fere a lei do amor, o ser entra em desequilíbrio consigo mesmo e com o universo, e quando insiste em seu comportamento, confirmando tendências e hábitos, e muitas vezes construindo vícios na alma, aciona mecanismos automáticos e naturais de reequilíbrio e re-harmonização perante a lei divina, que está inscrita na sua consciência. Guiado pelo amor, o ser evolui construindo o seu percurso da maneira que lhe apraz, determinado ações que geram reações, dentro da lei de progresso inexorável. Dessa forma, atrai para si as circunstâncias a que faz jus e que necessita, com vistas ao crescimento, bem como constrói circunstâncias que não seriam exatamente necessárias para seu progresso, mas que expressam seu momento evolutivo e suas dificuldades morais.

O corpo humano, guardando sabedoria inata a serviço do espírito imortal que o habita e conduz, obedece à consciência profunda manifestando saúde ou doença conforme esteja o ser equilibrado ou desequilibrado perante a lei do amor, seja consigo mesmo ou com o próximo. Nessa visão, as doenças se manifestam como resultado do posicionamento do ser no mundo, de acordo com seu pensar, falar e agir, posicionamento este reafirmado ao longo do tempo, das vidas sucessivas, e muitas vezes cristalizado em atitudes de desamor e desconsideração aos sentimentos superiores do amor, respeito, consideração, etc. A doença se apresenta como um convite, um chamado da alma, manifestando seu momento evolutivo, seus conflitos, seu estado mental e emocional, bem como suas necessidades espirituais.

Ao reencarnar, o espírito escolhe o gênero de suas provas e, por meio da análise do seu presente estado, derivado de seu passado espiritual, sabe de suas tendências e predisposições, escolhendo as provas que lhe sirvam como fonte de progresso e expiação das faltas cometidas, visando pacificar a consciência e manifestar saúde total, do corpo e da alma (1).

André Luiz nos orienta (2) que as doenças infectocontagiosas se estabelecem sobre zonas de predisposição mórbida que existam no psiquismo e no corpo espiritual, como consequência natural da ressonância magnética e da necessidade de reequilíbrio do ser imortal. A infecção pelo HIV é uma circunstância atraída pelo indivíduo para sua vida por variados motivos, que devem sempre ser individualizados, mas que, em linha gerais, podemos dizer que oportuniza o desenvolvimento do auto-amor, do autocuidado, da individuação, o estabelecimento de limites e, sobretudo, a reeducação sexual e afetiva profundas, quando este aproveita a condição para seu despertamento espiritual.

André Luiz nos esclarece que “muito raramente não estão as doenças diretamente relacionadas ao psiquismo. Todos os órgãos são subordinados à ascendência moral.” O padrão mental e emocional do portador do vírus, bem como as mudanças que faça para tornar-se mais amoroso consigo mesmo e com o próximo, mais cuidadoso com as relações afetivas e com os compromissos assumidos com outros corações, atuarão diretamente na intimidade das células e do sistema imunológico, ativando as defesas naturais do corpo e inibindo a replicação viral. Dessa forma, o HIV pode se tornar uma doença crônica controlável, assim como o diabetes ou a hipertensão arterial, não acarretando sofrimentos dispensáveis visto que o amor cumpriu seu papel educativo na vida do indivíduo.

A mensagem do Cristo, expressa na sabedoria do evangelho, convida a todos a refletir na sua posição como filhos de Deus, no seu papel cocriador e no desenvolvimento dos dons divinos que haja em si. Ela representa a fórmula de saúde por excelência, conduzindo o homem de volta a Deus.

O espírito Joseph Gleber, médico alemão do séc. XX, nos informa (4) que “Saúde é a real conexão criatura-criador, e a doença o contrário momentâneo de tal fato”. Útil, portanto, questionar, diante da infecção pelo HIV os por-quês e os para-quês da experiência, extraindo da dor o amadurecimento imprescindível para extingui-la com proveito. Para tal se faz necessário uma postura permanente de autoatenção e autoconhecimento, bem como esforço pelo domínio de si mesmo, dentro da perspectiva otimista e esperançosa que o evangelho propõe. Nessa visão não cabem culpas, pensamentos ou ações depressivas e autopunitivas, e sim coragem e ânimo renovado para vencer-se a cada dia, desenvolvendo o auto-amor que auxilie a despertar o amor ao próximo, como medidas de cura efetiva da alma.

O espírito Franklim nos oferece (5) um testemunho de sua experiência de amadurecimento com o HIV, dizendo “No meu caso em particular, a aids funcionou como o anjo da dor que me libertou das garras da viciação e do desequilíbrio moral. Talvez alguns estranhem por eu falar dessa forma, mas após a jornada triste e sombria que eu realizei, quando encarnado, nas loucuras do desregramento, a doença realmente funcionou como um freio, proporcionando-me a oportunidade de rever meus passos na vida moral, e, graças à ajuda dos amigos espirituais, pude libertar a minha consciência do pesadelo do mal e do desequilíbrio”

A doutrina espírita, ofertando esclarecimentos e orientações sobre a natureza do ser e sua íntima relação com a matéria, as consequências físicas e morais de seus atos, oferece amplo caminho de aceitação de si mesmo e responsabilização espiritual perante as circunstâncias do caminho. A fluidoterapia, por meio dos passes e água magnetizada, bem como a renovação dos padrões da alma, são recursos medicamentosos efetivos e profundos oferecidos gratuitamente, bastando a aceitação do sujeito de suas responsabilidades e potencialidades espirituais e a decisão por melhorar-se continuamente na marcha do progresso.

A casa espírita, enquanto local sagrado de acolhimento e educação dos convidados de Jesus, deve ser o espaço de fraternidade e instrução, que abra os passos para os portadores do vírus HIV e das demais patologias, que desejem se entender sob a visão imortalista espírita, sem críticas, preconceitos ou julgamentos. O trabalho espírita, centrado no amor ao próximo orientado por Jesus, é o trabalho de compaixão e misericórdia, ofertando àqueles que assim desejem campo abençoado de estudo e trabalho, renovação e entendimento, para a conquista da saúde integral.

Finalmente, a casa espírita deve cumprir seu papel de estimuladora e propiciadora das práticas no bem, nosso maior e melhor advogado em todas as horas. Diz-nos Emmanuel que “quando a justiça nos procure para acerto de contas, se nos encontra trabalhando em favor do próximo, manda a misericórdia divina que ela retorne sobre seus passos sem data prevista de retorno”. E complementa André Luiz: “o bem constante gera o bem constante e, mantida a nossa movimentação infatigável no bem, todo o mal por nós amontoado se atenua, gradativamente, desaparecendo ao impacto das vibrações de auxilio, nascidas, a nosso favor, em todos aqueles aos quais dirijamos a mensagem de entendimento e amor puro, sem necessidade expressa de recorrermos ao concurso da enfermidade para eliminar os resquícios de treva que, eventualmente, se nos incorporem, ainda, ao fundo mental. Amparo aos outros cria amparo a nós próprios, motivo porque os princípios de Jesus, desterrando de nós animalidade e orgulho, vaidade e cobiça, crueldade e avareza, e exortando-nos à simplicidade e à humildade, à fraternidade sem limites e ao perdão incondicional, estabelecem, quando observados, a imunologia perfeita em nossa vida interior, fortalecendo-nos o poder da mente na autodefensiva contra todos os elementos destruidores e degradantes que nos cercam e articulando-nos as possibilidades imprescindíveis à evolução para Deus”.

Andrei Moreira
Médico homeopata  e terapeuta de constelação familiar
Presidente da Associação Médico-Espírita de MG – Brasil
Artigo publicado em 22/10/15 em  Alternativa espirita.

Referências e Para saber mais…

O Livro dos Espíritos – Allan Kardec q. 258 e 264 em especiais
Evolução em dois mundos – parte II, cap. XX – André Luiz /Francisco cândido Xavier
Missionários da Luz – André Luiz /Francisco cândido Xavier
O Homem Sadio – Espíritos diversos/Roberto Lúcio e Alcione Albuquerque
Canção da Esperança – diário de um jovem que viveu com AIDS – Ângelo Inácio/ Robson Pinheiro
A Alma da Matéria – Marlene Nobre

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segunda-feira, 25 de janeiro de 2016

Hora de luz

Hora de luz

Emmanuel




Quando tudo te pareça frustração e impedimento;

no instante em que a solidão te obrigue a pensar e repensar;

em observando os recursos necessários à própria subsistência cada vez mais distantes;

no momento em que os melhores amigos te considerem incapaz para o serviço a fazer;

na travessia de graves desgostos;

nas épocas de crise, quando a provação te procure para demoradas visitas;

ouvindo os pregoeiros do pessimismo e do desalento;

diante das ocorrências complicadas e dolorosas,

quando o desânimo te ameace;

ou na ocasião em que todas as circunstâncias surjam conjugadas como que favorecendo a ignorância e o desequilíbrio;

guarda a certeza de que estás atingindo a hora de luz em que desfrutas a oportunidade de revelar a força de tua fé e o ensejo bendito em que podes, com a bênção de Deus, esquecer o mal e fazer o bem.



domingo, 24 de janeiro de 2016

Dádivas ocultas

Dádivas ocultas

Emmanuel



Recorda a caridade oculta em que te equilibras, por amor da Providência Divina, e não desdenhes auxiliar sem repouso para que teus passos não se percam nos labirintos da ingratidão.

Desde o alicerce do templo da carne em que te refugias, ampara-te o Senhor de mil modos...

Não há preço amoedado para o colo maternal em que se plasma o corpo, não há retribuição humana com que possas solver as dívidas do berço e nem existe ouro terrestre capaz de redimir-te, perante a mão carinhosa que te orientou os passos primeiros...
Toda a experiência no mundo não é mais que um dilúvio de graças do Céu, benfazejas e anônimas, assegurando-te estabilidade e alegria sem pagamento e sem propaganda...

A terra em que te apoias...

O aconchego do lar...

Os tesouros da escola...

O ar que alimenta...

O pão que nutre a mesa...

A fonte que te alivia...

O trabalho que te auxilia...

O amigo que te abençoa...

Não digas, assim, que o infortúnio de teu irmão é incomodo aos teus dias, porque teus dias, em si mesmos, não são mais que o Socorro Divino, em forma de ensejo santo...

Aprende a auxiliar a todo momento para que não desmereças do auxílio em que te fazes devedor em todo instante da vida...

Lembra-te de que todos os valores reais da senda não possuem preço na Terra e dispõe-te a estender, sem alarde, os recursos que o teu serviço possa criar em favor dos outros.

Sobretudo, não cobres o imposto do reconhecimento a quem conduzas a migalha de teu consolo, entendendo que o Erário Divino nunca te reclamou gratidão pela assistência contínua com que te assegura a bênção da própria marcha.

Não olvides, assim, que o Universo é o eterno “doar-se de Nosso Pai” e, que cerceando a corrente divina do amor em seu fluxo infatigável, a pretexto de atender nossos inferiores caprichos, nada mais fazemos que impor ao organismo excelso da vida a cristalização de nossa própria sombra, fugindo à glória da luz e decretando para nós mesmos longos períodos de reajuste no vale tenebroso da purgação e da morte.



sábado, 23 de janeiro de 2016

Levantar e seguir

Levantar e seguir

Emmanuel


Jesus e Levi
“E passando, viu Levi, filho de Alpheu e disse-lhe: - Segue-me. E, levantando-se, o seguiu.” - Marcos: -2;14

É interessante notar que por todos os recantos onde Jesus deixou o sinal de sua passagem, houve sempre grande movimentação no que se refere ao ato de levantar e seguir.

  • André e Tiago deixam as redes para acompanhar o Salvador.
  • Mateus levanta-se para segui-Lo.
  • Os paralíticos que retomam a saúde se erguem e andam.
  • Lázaro atende-Lhe ao chamamento e levanta-se do sepulcro.
  • Em dolorosas peregrinações e profundos esforços de vontade, Paulo de Tarso, procura seguir o Mestre Divino, entre açoites e sofrimentos, depois de se haver levantado às portas de Damasco.
  • Numerosos discípulos do Evangelho, nos tempos apostólicos, acordaram de sua noite de ilusões terrestres, ergueram-se para o serviço da redenção e demandaram os testemunhos santificados no trabalho e no sacrifício.
  • Isso constitui um acervo de lições muito claras ao espírito religioso dos últimos tempos.
  • A maioria dos cristãos vai adaptando, em quase todos os seus trabalhos, a lei do menor esforço.
  • Muitos esperam pela visita pessoal de Jesus, no conforto das poltronas acolhedoras, outros fazem preces por intermédio dos discos.
  • Há os que desejam comprar a tranqüilidade celestial com as espórtulas generosas, como também os que sem nenhum trabalho, em si próprios, aguardam por intervenções sobrenaturais dos Mensageiros de Cristo pelo bem estar de sua vida.


Pergunta a ti mesmo se estás seguindo a Jesus ou apenas ao culto externo do teu modo de filiação ao Evangelho.

Isso é muito importante, porque levantar e renovar-se ainda é o nosso lema.




sexta-feira, 22 de janeiro de 2016

Tolerância

Tolerância

Joanna de Ângelis




Usa da medida de tolerância para com o teu próximo, conforme a esperas receber de alguém em momento próprio.

Ninguém existe, na Terra de hoje, que marche sem equívocos, sem temor, sem tormentos, gerando aflições quando desejava acertar e produzindo sofrimento quando intentava apaziguar, necessitando compreensão, como efeito, tolerância.

Assim, semeia hoje a tolerância, de forma a colhê-la amanhã.



A mensagem acima aparece no capitulo CXXXVI do livro.

quinta-feira, 21 de janeiro de 2016

Sexualidade e Hipnose Coletiva

Sexualidade e Hipnose Coletiva

Ermance Dufaux



“O dever primordial da vida de toda criatura humana, o primeiro ato que deve assinalar a sua volta à vida ativa de cada dia, é a prece. Quase todos vós orais, mas quão poucos são os que sabem orar!” - V. Monod (Bordéus, 1862) O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO – Cap. XXVII – Item 22

Intenso desejo acompanha a humanidade em todos os tempos: ser feliz..

Entretanto, um incômodo sentimento de impotência aprisiona o homem na realização desse projeto, ou seja, a ignorância sobre como trabalhar pela sua felicidade. Como vencer esse abismo que se abre entre a necessidade de paz interior e as grandes lutas que se apresentam a cada dia, agastando-o cada vez mais desse ideal?

Estremunhado pelo cansaço em não encontrar respostas lúcidas e satisfatórias para suas metas de júbilo e harmonia, a maioria das criaturas rendem-se às propostas humanas de prazer como sendo a alternativa que mais fácil e rapidamente permitem-lhes obter alguma gratificação, ainda que passageira.

Forma-se assim, através do mecanismo mental da reflexão automática, um processo coletivo de hipnose sob o jugo da ilusão e da mentira consentidas, escravizando bilhões de almas no atoleiro dos vícios comportamentais de variados matizes.

Reflexão automática é o hábito de consumir pensamentos estabelecendo uma rotina mental sem utilização da “consciência crítica”, um processo que funciona por estimulação condicionados sem a participação ativa da vontade e da inteligência, interligando todas as mentes em todas as esferas de vida. Indução, sugestão e assimilação são operações psíquicas que respondem por esse quadro que em, em sã análise, constitui uma grave questão social. Fenômenos telepáticos e mediúnicos formam a radiografia básica desse “ecossistema psíquico”. Patologias mentais e orgânicas, obsessões e auto-obsessões surgem nesse cenário compondo a psicosfera de bairros e cidades, estados e países, continentes e mundos.

Composta de aproximadamente 30 bilhões de almas, a população geral da Terra tem hoje um contingente de pouco mais de 1/6 de sua totalidade no corpo carnal. Considere-se que nessa extensa e vigorosa “teia de ondas”, mesmo esses 5/6 de criaturas fora da matéria têm como centro de interesse o planeta das provas e expiações terrenas, influindo sobremaneira, na economia psíquica da humanidade em perfeito regime de troca, determinando mais do que imaginais os rumos coletivos e individuais na dignidade ou na leviandade de propósitos, na paz ou no conflito armado.

Convém-nos, nesse contexto, em favor da reeducação de nossos potenciais, refletir com seriedade sobre um dos mais dedicados temas da atualidade: a sexualidade.

Naturalmente, a mentira avassalou esse campo sagrado das conquistas humanas com lastimável epidemia de imitação decorrente da massificação. A palavra mentira vem do latim e, entre seus vários significados, extraímos esse: inventar, imaginar. Sob expressiva influência da mídia eletrônica, o sexo, em desalinho moral obteve requintes de inferioridade e desvalor através de truanescas inverocinices do relaxamento moral. Depois da televisão, a grande rede mundial, a internet, propiciou ainda mais estímulos para a “devassidão a domicilio”, preenchendo o vazio dos solitários de imagens degradantes de perversidade pela
pornografia sem lindes éticos.

Os costumes no lar, já que boa parcela dos educadores perdeu a noção de limite, avançam para uma derrocada nos hábitos a pretexto de modernização. Diante da beleza corporal, os pais, ao invés de ensinarem responsabilidade e pudor, quase sempre excitam a sensualidade precoce e a banalização. Porque se encontram também escravos de estereótipos de conduta, conquanto o desejo de não verem os filhos desorientados, amargam elevada soma de conflitos pessoais não solucionados que interferem na sua tarefa educacional junto à prole.

Nesse clima social, os delitos do afeto e do sexo continuam fazendo vítimas e gerando dor. 

Telepatias deprimentes e conúbios mediúnicos exploradores formam o ambiente astral de várias localidades, expelindo energias entorpecedoras e hipnóticas, abalando o raciocínio e instigando os instintos animalescos aos quais, a maioria de nós, ainda nos encontramos jungidos.

O desafio ético de usar o sexo com responsabilidade continua sendo superado por poucos que se dispõem ao sacrifício de vencer a si mesmo, dentro de uma proposta de profundidade nos terrenos da alma. 

A força das estimulações exteriores compromete os propósitos sinceros mesmo daqueles que acalentam os ideais renovadores, exigindo do candidato à autotransformação um esforço hercúleo para colimar suas nobres metas.

A força sexual é comparável a uma represa gigantesca que, para ter seu potencial utilizado para o progresso, carece de uma usina controladora, a fim de drenar a água em proporções adequadas, evitando inundações e desastres de toda espécie nos domínios do seu curso. Se a energia criadora não for disciplinada pelas comportas da contenção, da fidelidade e do amor fraternal, dificilmente tal força da alma será dirigida para fins de crescimento e libertação.

Nesses dias tormentosos, o sexo ganha o apoio da mídia na criação de ilusões de espectros sombrios sob a análise ética comportamental.

A mentira do “amor sexual” condicionado à felicidade é uma hipnose coletiva na humanidade, gerando um lamentável desvio de saúde e alimentando as miragens da posse nas relações, fazendo com que os relacionamentos, carentes de segurança e da fonte viva da alegria, possam se chafurdar em provas dolorosas no campo do ciúme e da inveja, da dependência e do desrespeito, da infidelidade e da crueldade – algumas das vielas de fuga pelas quais percorrem os encontros e desencontros entre casais e famílias.

Face a isso, um “turbilhão energético” provido de vida e movimento permeia por toda a psicosfera do orbe. Qual se fosse uma serpente sedutora criada pelas emanações primitivas, resulta das atitudes perante a sexualidade entre todas as comunidades. Semelhante a um “enxame epidérmico e contagiante”, essas aglomerações fluídicas são absorvidas e alimentadas em regime de força por todas esferas vivas do grande “ecossistema” da psicosfera terrena.

A defesa da vida interior requer mais que contenção dos impulsos. Muito além disso, faz-se urgente aprender o exercício do bem gerando novos reflexos através da consolidação de interesses elevados no reino do espírito. Decerto a disciplina dos instintos será necessária, mas somente o desenvolvimento de valores morais sólidos promover-se á a outros estágios de crescimento nas questões da sexualidade. A esse respeito compete-nos ponderar a postura que adotamos ante a maior fonte de apelos da energia erótica, o corpo físico. Que sentimentos e pensamentos devem nortear o cosmo mental na relação diária com o corpo? 

Como adquirir uma visão enobrecida sobre o instrumento carnal? Como “olhar” para o templo sagrado do corpo alheio e experimentar emoções enriquecedoras? Como impedir a rotina dos pensamentos que nos inclinam à vaidade e a lascívia ante os estímulos da estética corporal?

Zelo e cuidados necessários com o templo físico em nada podem nos prejudicar, contudo o problema surge nos sentimentos que nos permitimos perante as atrações físicas. 

Esmagadora parcela das almas na carne adota atitudes pouco construtivas nesse tema. Além dos estímulos pujantes dos traços anatômicos, o corpo é dotado de “elementos magnéticos irradiadores” com intensa força de impulsão. Quando acrescido da simples intenção de atrair e chamar a atenção para si, essa impulsão assemelha-se a filamentos sutis, similares a tentáculos aprisionantes expelidos pela criatura na direção daquele ou daqueles a quem deseja causar admiração, tornando-se uma “passarela de atrações” que lhe custará um ônus para a saúde e o equilíbrio emocional.

Tudo se resume à lei universal da sintonia. Veremos o corpo conforme o que trazemos na intimidade. Sabemos, todavia, à luz da visão imortalista, que além do corpo carnal, a ele encontra-se integrado o ser espiritual, repleto de valores e vivências que transcendem os limites sensoriais da matéria. Aprender a identificar-nos com essa “essencialidade” é o caminho para a reeducação das tendências eróticas. Torna-se imprescindível vivermos o “estado de oração”, aprendendo a sondar o que existe para além do que os olhos podem divisar. Exupéry afirmou: “o essencial é invisível aos olhos”, e quando V. Monod recomenda, na frase acima transcrita, que a prece seja o primeiro ato do dia, é porque estamos retomando o contato com o corpo após uma noite de emancipação. É o preparo para que consigamos elevar-nos acima das sensações e permitir a fluência dos sentimentos nobres, antes mesmo de ingressarmos no “vigoroso ímã” da convivência pública. É o estado da mente alerta que vai nos ensejar “olhos de ver”.

Aprender a captar a “essencialidade” do outro é perceber-lhe os eflúvios da alma, seus medos, suas dores, seus valores, suas vibrações e necessidades. É ir além do perceptível e “encontrar o mundo subjetivo” do próximo sentindo-lhe integralmente. O resultado será a sublimação de nossos sentimentos pela lei de correspondência vibracional, atraindo forças que vão conspirar a favor de nossos objetivos de ascensão.

Assim como preparamos o corpo para o despertamento, igualmente devemos nos lançar ao preparo espiritual para retornar as refregas do dia. A essa atitude chamamos de “interrupção do fluxo condicionado” da vida mental. É adentrar na “teia de correntes etéreas”, para não se contaminar ou ser sugestionado pela força atrativa desse mar de vibrações pestilenciais de ambientes coletivos.

Esse “estado de oração” é a alma sintonizada com o melhor de todos, condição interior que requer, por enquanto, muita vigilância e oração de todos nós para ser atingida. Quem ora recolhe auxílio para os interesses elevados. Quem ora toma contato com o “Deus interno”, ativando a “expansão” da consciência, desatando energias de alto poder construtivo e libertador sobre todos os corpos e na psicosfera ambiente. A vida conspira com os propósitos do bem, besta que nos devotemos a eles.

Estabelecido esse estado interior de dignificação espiritual, o próximo passo é lançar-se ao esforço reeducativo na transformação dos hábitos. O tempo responderá com salutares benefícios interiores de paz, com o psiquismo livre das energias enfermiças da hipnose coletiva do despudor e da lascívia, tornando a mente  acessível ao trânsito das inspirações e ideias saudáveis em clima de plenitude.

Portanto, inscrevemo-nos nesse curso diário da oração preparatória tão logo despertos na carne. Faça seus cuidados fisiológicos para o despertamento sensorial, após o que amplie os cuidados com o Espírito. A oração desperta forças ignoradas que serão farta de manutenção do estado de paz que carecemos, ante a empreitada sobre o dinâmico mundo das percepções e dos estímulos. Somente dessa forma iluminaremos os nossos olhos para que tenhamos luz
na visão do mundo que nos cerca, e segundo o Divino Condutor, “se os teus olhos forem bons, todo o teu corpo terá luz” -  MATEUS, 6:22.

Ermance Dufaux por Wandenley S. Oliveira do livro:
Reforma Íntima sem Martírio

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