terça-feira, 31 de julho de 2018

Velhos e moços

Velhos e moços

Humberto de Campos




Não era raro observar-se, na pequena comunidade dos discípulos, o entrechoque das opiniões, dentro do idealismo quente dos mais jovens. Muita vez, o séquito humilde dividia-se em discussões, relativamente aos projetos do futuro.

Enquanto Pedro e André se punham a ouvir os companheiros, com a ingenuidade de seus corações simples e sinceros, João comentava os planos de luta no porvir; Tiago, seu irmão, falava do bom aproveitamento de sua juventude, ao passo que o jovem Tadeu fazia promessas maravilhosas.

- Somos jovens! - diziam. - Iremos à Terra inteira, pregaremos o Evangelho às nações, renovaremos o mundo!...

Tão logo o Mestre permitisse, sairiam da Galileia, pregariam as verdades do reino de Deus naquela Jerusalém atulhada de preconceitos e de falsos intérpretes do pensamento divino. Sentiam-se fortes e bem dispostos. Respiravam a longos haustos e supunham-se os únicos discípulos habilitados a traduzir com fidelidade os novos ensinamentos. Por longas horas, questionavam acerca de suas possibilidades apresentavam as suas vantagens, debatiam seus projetos imensos. E pensavam consigo: que poderia realizar Simão Pedro, chefe de família e encarcerado nos seus pequeninos deveres? Mateus não estava igualmente enlaçado por inadiáveis obrigações de cada dia? André e o irmão os escutavam despreocupados, para meditarem apenas quanto às lições do Messias.

Entretanto, Simão, mais tarde chamado o “Zelote”, antigo pescador do lago, acompanhava semelhantes conversações, humilhado. Algo mais velho que os companheiros, suas energias, a seu ver, já não se coadunavam com os serviços do Evangelho do Reino. Ouvindo as palavras fortes da juventude dos filhos de Zebedeu, perguntava a si mesmo o que seria de seu esforço singelo, junto de Jesus. Começava a sentir mais fortemente o declínio das forças vitais. Suas energias pareciam descer de uma grande montanha, embora o espírito se lhe conservasse firme e vigilante, no ritmo da vida.

Deixando-se, porém, impressionar vivamente, procurou entender-se com o Mestre, buscando eximir-se das dúvidas que lhe roíam o coração.

***

Depois de expor os seus receios e vacilações, observou que Jesus o fitava sem surpresa, como se tivesse pleno conhecimento de suas emoções.

-Simão - disse o Mestre com desvelado carinho —, poderíamos acaso perguntar a idade de Nosso Pai? E se fôssemos contar o tempo, na ampulheta das inquietações humanas, quem seria o mais velho de todos nós? A vida, na sua expressão terrestre, é como uma árvore grandiosa. A infância é a sua ramagem verdejante. A mocidade se constitui de suas flores perfumadas e formosas. A velhice é o fruto da experiência e da sabedoria. Há ramagens que morrem depois do primeiro beijo do Sol, e flores que caem ao primeiro sopro da Primavera. O fruto, porém, é sempre uma bênção do Todo-Poderoso. A ramagem é uma esperança; a flor uma promessa; o fruto é realização. Só ele contém o doce mistério da vida, cuja fonte se perde no infinito da divindade!...


Ao passo que o discípulo lhe meditava os conceitos, com sincera admiração, Jesus prosseguia, esclarecendo:

- Esta imagem pode ser também a da vida do espírito, na sua radiosa eternidade, apenas com a diferença de que aí as ramagens e as flores não morrem nunca, marchando sempre para o fruto da edificação. Em face da grandeza espiritual da vida, a existência humana é uma hora de aprendizado, no caminho infinito do Tempo; essa hora minúscula encerra o que existe no todo. É por isso que aí vemos, por vezes, jovens que falam com uma experiência milenária e velhos sem reflexão e sem esperança.

- Então, Senhor, de qualquer modo, a velhice é a meta do espírito? Perguntou o discípulo, emocionado.

- Não a velhice enferma e amargurada que se conhece na Terra, mas a da experiência que edifica o amor e a sabedoria. Ainda aqui, devemos recordar o símbolo da árvore, para reconhecer que o fruto perfeito é a frescura da ramagem e a beleza da flor, encerrando o conteúdo divino do mel e da semente.

Percebendo que o Mestre estendera seus conceitos em amplas imagens simbológicas, o apóstolo voltou a retrair-se em seu caso particular e obtemperou:

- A verdade, Senhor, é que me sinto depauperado e envelhecido, temendo não resistir aos esforços a que se obriga a minh‘alma, na semeadura da vossa doutrina santa.

- Mas, escuta, Simão redarguiu-lhe Jesus, com serenidade enérgica —, achas que os moços de amanhã poderão fazer alguma coisa sem os trabalhos dos que agora estão envelhecendo?!... Poderia a árvore viver sem a raiz, a alma, sem Deus?! Lembra-te da tua parte de esforço e não te preocupes com a obra que pertence ao Todo-Poderoso. Sobretudo, não olvides que a nossa tarefa, para dignidade perfeita de nossas almas, deve ser intransferível. João também será velho e os cabelos brancos de sua fronte contarão profundas experiências. Não te magoe a palestra dos jovens da Terra. A flor, no mundo, pode ser o princípio do fruto, mas pode também enfeitar o cortejo das ilusões. Quando te cerque o burburinho da mocidade, ama os jovens que revelem trabalho e reflexão; entretanto, não deixes de sorrir, igualmente, para os levianos e inconstantes: são crianças que pedem cuidado, abelhas que ainda não sabem fazer o mel. Perdoa-lhes os entusiasmos sem rumo, como se devem esquecer os impulsos de um menino na inconsciência dos seus primeiros dias de vida. Esclarece-os, Simão, e não penses que outro homem pudesse efetuar, no conjunto da obra divina, o esforço que te compete. Vai e tem bom ânimo!... Um velho sem esperança em Deus é um irmão triste da noite; mas eu venho trazer ao mundo as claridades de um dia perene.

Dando Jesus por terminado o seu esclarecimento, Simão, o Zelote, se retirou satisfeito, como se houvesse recebido no coração uma energia nova.

***

Voltando à casa pobre, encontrou Tiago, filho de Cleofas, falando à margem do lago com alguns jovens, apelando ardentemente para as suas forças realizadoras.
Avistando o velho companheiro, o apóstolo mais moço não o ofendeu, porém fez uma pequena alusão à sua idade, para destacar as palavras de sua exortação aos companheiros pescadores. Simão, no entanto, sem experimentar qualquer laivo de ciúme, recordou as elucidações do mestre e, logo que se fez silêncio, ao reconhecer que Tiago estava só, falou-lhe com brandura:

- Tiago, meu irmão, será que o espírito tem idade? Se Deus contasse o tempo como nós, não seria ele o mais velho de toda a criação? E que homem do mundo guardará a presunção de se igualar ao Todo-Poderoso? Um rapaz não conseguiria realizar a sua tarefa na Terra, senão tivesse a precedê-lo as experiências de seus pais. Não nos detenhamos na idade, esqueçamos as circunstâncias, para lembrar somente os fins sagrados de nossa vida, que deve ser a edificação do Reino no íntimo das almas.

O filho de Alfeu escutou-lhe as observações singelas e reconheceu que eram ditas com uma fraternidade tão pura, que não lhe chegavam a ferir, nem de leve, o coração. Admirando a ternura serena do companheiro e sem esquecer o padrão de humildade que o Mestre cultivava, refletiu um momento e exclamou comovido:

-Tens razão!

O velho apóstolo não esperou qualquer justificativa de sua parte e, dando-lhe um abraço, mostrou-lhe um sorriso bom, deixando perceber que ambos deviam esquecer, para sempre, aquele minuto de divergência, a fim de se unirem cada vez mais em Jesus-Cristo.

Naquela mesma tarde, quando o Messias começou a ensinar a sabedoria do Reino de Deus, Simão, o Zelote, notou que havia na praia duas criancinhas inconscientes. Dominada pela nova luz que fluía dos ensinamentos do Mestre, a mãe delas não vira que se distanciavam, ao longo do primeiro lençol raso das águas; o velho pescador, atento à pregação e às demais necessidades da hora em curso, observou os dois pequeninos e acompanhou-os. Com uma boa palavra, tomou-os nos braços, sentando-se numa pedra e, terminada que foi a reunião, os restituiu ao colo maternal, em meio de suave alegria e sincero reconhecimento. Inspirado por uma força estranha à sua’ alma, o discípulo compreendeu que o júbilo daquela tarde não teria sido completo se duas crianças houvessem desaparecido no seio imenso das águas, separando-se para sempre dos braços amoráveis de sua mãe. No âmago do seu espírito, havia um júbilo sincero. Compreendera com o Cristo o prazer de servir, a alegria de ser útil.

Nessa noite, Simão, o Zelote, teve um sonho glorioso para a sua alma simples. Adormecendo de consciência feliz, sonhou que se encontrava com o Messias, no cume de um monte que se elevava em estranhas fulgurações. Jesus o abraçou com carinho e lhe agradeceu o fraterno esclarecimento fornecido a Tiago, em sua lembrança, manifestando-lhe reconhecimento pelo seu terno cuidado com duas crianças desconhecidas, por amor de seu nome.

O discípulo sentia-se venturoso naquele momento sublime. Jesus, do alto da colina prodigiosa, mostrava-lhe o mundo inteiro. Eram cidades e campos, mares e montanhas... Em seguida, o antigo pescador compreendeu que seus olhos assombrados divisavam as paisagens do futuro. Ao lado de seu deslumbramento, passava a imensa família humana. Todas as criaturas fitavam o Mestre, com os olhos agradecidos e refulgentes de amor. As crianças lhe chamavam “amigo fiel”; os jovens, “verdade do céu”; os velhos, “sagrada esperança”.

Simão acordou, experimentando indefinível alegria. Na manhã imediata, antes do trabalho, procurou o Senhor e beijou-lhe a fímbria humilde da túnica, exclamando jubilosamente:

- Mestre, agora vos compreendo!...

Jesus contemplou-o com amor e respondeu:

- Em verdade, Simão, ser moço ou velho, no mundo, não interessa!... Antes de tudo, é preciso ser de Deus!...

Humberto de Campos por Chico Xavier do livro: 
Boa Nova

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segunda-feira, 30 de julho de 2018

A estrada de luz

A estrada de luz

Irmão X.



Quando o primeiro homem desceu aos vales e aos montes da Terra, sentiu que a miséria lhe entravava todos os passos. Entristecido, ante a contemplação de pântanos e desertos, voltou, receoso, ao Trono do Senhor e rogou em voz súplice:

- Pai misericordioso, compadece-te de mim! A indigência persegue-me, socorre a minha extrema pobreza!...

E o Todo Bondoso, prometendo-lhe proteção e carinho, recomendou-lhe o trabalho das mãos.

O homem tornou à gleba escura e triste e agiu, corajosamente.

Improvisando utensílios rústicos, distribuiu as águas, drenou os charcos, selecionou as plantas frutíferas e conseguiu edificar o primeiro ninho doméstico.

Instalado, porém, na casa simples, reconheceu que a ignorância lhe ensombrava a imaginação. Amedrontado com as inibições espirituais que o sufocavam, regressou ao Céu, implorando:

- Senhor, Senhor, minha cabeça jaz em trevas... Auxilia-me! Dá-me claridade ao entendimento!...

E o Todo Sábio, reafirmando-lhe o seu amor infinito, aconselhou-lhe o trabalho do pensamento.

Atendendo a indicação, o homem passou a observar com redobrada paciência os fenômenos que o cercavam, adquirindo preciosas lições da Natureza e criando, com o esforço próprio, os primeiros livros de pedra.

Ilhado, todavia, em tarefas e estudos, experimentou o anseio de exteriorizar-se e voar... 

solidão amargava-lhe o espírito. Aspirava à comunhão com os outros seres, anelava penetrar os segredos do firmamento. Depois de muitas lágrimas, retomou ao Paraíso e pediu em pranto:

- Pai, estou sozinho... Ampara-me! Ajuda-me a fugir do cárcere de mim mesmo!...

O Todo Poderoso, afagando-lhe a fronte, abençoou-lhe a presença e receitou-lhe o trabalho dos sentidos.

O homem, surpreso, mobilizou os recursos dos olhos e dos ouvidos e, contemplando as estrelas luzentes, mirando as flores, auscultando a beleza das pedras e dos metais e ouvindo as vozes das fontes e dos ventos, descobriu a arte, em cuja companhia pôde afastar-se do mundo, em espírito, na direção das Esferas Superiores.

Rodeado de enorme descendência, passou a ser visitado pelo cortejo de variadas enfermidades. Espantado com a ruína física dos filhos e dos netos, recorreu, aflito, ao Senhor, suplicando, lacrimoso:

- Pai Amado, as moléstias devastam-me a casa... Que será de mim? Assiste-nos com a tua compaixão!...

O Todo Amoroso sorriu, compassivo, reiterou-lhe a promessa de auxílio e recomendou-lhe o trabalho do raciocínio.

Examinando detidamente as plantas e os minerais, o homem conseguiu a formação de numerosos remédios para combater as doenças que o vergastavam.

Mais tarde, com o aprimoramento da paisagem e com a prosperidade dos seus bens, foi assaltado por diversas tentações. A inveja, o orgulho e a vaidade sopravam-lhe aos ouvidos os mais estranhos projetos.

Aflito, procurou o Trono Divino e solicitou, amargurado:

- Senhor, gênios perversos me atormentam a vida!...

Fortalece-me contra a loucura!...

O Todo-Generoso acariciou-lhe a cabeça trêmula e indicou-lhe mais trabalho para a atenção.

O homem tornou à Terra imensa e procurou fugir de si mesmo, através da atividade incessante, instituindo novas colônias de serviço para a multiplicação das tarefas gerais, garantindo, com isso, a sua harmonia mental.

Dias rolaram sobre dias... Depois de muitos anos, já encanecido, notou que os seus inúmeros descendentes surgiam irritados e desarmônicos, a propósito de inutilidades e ilusões. A discórdia armava entre eles perigosos abismos...

Torturado, o infeliz demandou à Casa do Senhor, mas reparou com surpresa que o Paraíso elevara-se além das estrelas. . .

Triste e cansado, orou em lágrimas ardentes.

O Todo Compassivo não veio pessoalmente ouvir-lhe a súplica, mas enviou-lhe um mensageiro, aureolado de bondade e de luz, que lhe falou carinhosamente:

- Volta ao mundo, em nome do Senhor, e trabalha constantemente. Se teus filhos e netos se desentendem uns com os outros, dá trabalho ao teu coração, amando, perdoando, servindo e ensinando sempre...

E, porque o homem indagasse sobre a ocasião sublime em que lhe caberia repousar na companhia do Eterno Pai, o emissário respondeu, delicado e solícito:

- Vai e constrói. Segue e atende ao progresso. Avança, marcando a tua romagem com os sinais imperecíveis das boas obras!... O trabalho, entre as margens do amor e da reta consciência, é a estrada de luz que te reconduzirá ao Paraíso, a fim de que a Terra se transforme no divino espelho da Glória de Deus.

Irmão X. por Chico Xavier do livro:
Contos e Apólogos

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domingo, 29 de julho de 2018

Pedras

Pedras

Emmanuel




As dificuldades de qualquer natureza são sempre pedras simbólicas, asfixiando-nos as melhores esperanças do dia, do ideal, do trabalho ou do destino, que recebemos na glória do tempo.

É necessário saber tratá-las com prudência, serenidade e sabedoria.

Há diversos modos de considerar os obstáculos, removendo-os ou aproveitando-os.

O preguiçoso recebe os calhaus da luta e estende-se no caminho, sucumbido ao seu peso. É o espírito desanimado, indolente e enfermiço.

O desesperado, em se sentindo sob os granizos da sorte, confia-se à intemperança mental e atira-os ao viandante inocente ou à porta de companheiros inofensivos. É o espírito indisciplinado, renitente e impulsivo, que sabe apenas ferir o próximo ou denegri-lo com atitudes impensadas ou levianas.

O homem inteligente, todavia, recebe as pedras da experiência e, ainda mesmo sangrando as mãos ou o coração, recolhe-as, cuidadoso, valendo-se delas para a confecção de utilidades ou para a construção de edifícios consagrados ao agasalho, ao reconforto ou à benemerência, em favor dele mesmo, e de quantos ao acompanham na marcha evolutiva.

Ninguém passará ileso nos caminhos do mundo.

As pedras da incompreensão e da dor, no ambiente comum da existência carnal, chovem sobre todos.

Do entendimento e da conduta de cada um dependerão a felicidade ou o infortúnio, na laboriosa romagem terrestre.



Emmanuel por Chico Xavier do livro: Vida em Vida





sábado, 28 de julho de 2018

Parentesco e reencarnação

Parentesco e reencarnação

Cornélio Pires


Cornélio Pires

Você nos pede por carta,
Meu prezado amigo João,
Que a gente escreva no tema:
Família e reencarnação.

Assunto vasto, meu caro,
Tão vasto que já nem sei
Andar nesse labirinto
Mesmo andando à luz de lei.

O lar parece uma empresa
De lucro certo e bem vindo,
Surge na Terra em dois sócios,
Depois a casa vai indo...
O casal primeiramente
Celebra doces afetos,
Em seguida, ganha filhos
E os filhos arranjam netos.
Logo após é um grupo grande
Ao qual, de forma concisa,
A gente volta em criança
Procurando o que precisa.

A luta chega... Entretanto,
O progresso vale a pena.
É isso aí... Cada berço
Põe a vida em nova cena.

O mundo lembra um teatro,
Cuja função nunca cessa,
Toda casa lembra um palco,
Cada família é uma peça.
O espetáculo é de todos,
A prova é parte comum,
Mas proveito e aprendizado
São coisas de cada um...

Antes do berço rogamos
A luta que nos apraz,
Depois, muito comumente,
Buscamos voltar atrás.

Requisitamos em prece
Inimigos por parentes
E ao revê-los, ombro a ombro,
Reclamamos descontentes.

Às vezes, a filha ingrata
É aquela jovem sofrida
Que abandonamos à rua
Nos prazeres de outra vida.

Filho criando problema,
Tristeza, mágoa, perigo:
Adversário de outrora
Cobrando débito antigo.

Noras cruéis, genros brutos,
Pai tirânico e violento,
São contas do crediário
Resgatado a sofrimento...

Rusgas, brigas e desgostos
Espinheirais do passado,
Pagamento a prestações
De culpas por atacado...

Nossos erros de outras eras,
Ódio, inveja, tentação,
Retornam pela família
Na lei da reencarnação.

Quem amou, quem deu de si,
Sobe de altura e lugar,
Quem fez sofrer vem sofrer,
Quem bateu vem apanhar.

Quem dos outros fez capacho,
Cria resgate severo,
Quem foge ao próprio dever
Vem de novo à estaca zero.

Parentela é escola santa
Sempre que a vemos daqui,
Cada qual encontra em casa
Aquilo que fez de si.

Ame, perdoe, sirva e ajude
Quanto ao mais, meu caro irmão,
Se você sofre em família,
Não reclame, aguente, João.

Cornélio Pires por Chico Xavier do livro:
Retratos da Vida

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sexta-feira, 27 de julho de 2018

Médiuns e mediunidades

Médiuns e mediunidades

Cairbar Schutel




O Evangelho Segundo o Espiritismo - Cap. XXVI – Item 10


No falso pressuposto de que haja médiuns e mediunidades mais importantes entre si, recordemos o velho apólogo que Menênio Agripa contou ao povo amotinado de Roma, a fim de sossegar-lhe o espírito em discórdia.

“Se o cérebro, por reter a ideação fulgurante, desprezasse o estômago ocupado na tarefa obscura da digestão, a cabeça não conseguiria pensar; se os olhos, por refletirem a luz, declarassem guerra aos intestinos por serem eles vasos seletores de resíduos, decerto que, a breve tempo, a retina seria espelho morto nas trevas, e se o tronco, por sentir-se guindado a pequena altura, condenasse os pés por viverem ao contato do solo, rolaria o corpo sem equilíbrio.”

E, de nossa parte, ousaríamos acrescentar à antiga fábula que tudo, no campo da sequencia da natureza, é solidariedade e cooperação.

Se os braços desaparecerem, os pés se fazem mais ágeis; em sobrevindo a surdez, acusa o olhar penetração mais intensa; se a visão surge apagada, o tacto mais amplamente se desenvolve; se o baço é extirpado, a medula óssea trabalha com mais afinco, de modo a satisfazer as necessidades do sangue.

Qual acontece no mundo orgânico, a Doutrina Espírita é um grande corpo de revelações e de bênçãos, no qual cada médium possui tarefa específica.

Esse esclarece...

Aquele consola...

Outro pensa feridas...

Aquele outro anula perturbações...

Esse incorpora sofredores angustiados...

Aquele transmite elucidações de instrutores devotados à grande beneficência...

Outro recebe a palavra construtiva...

Aquele outro se incumbe da mensagem santificante...

Como é fácil observar, o passe curativo é irmão da prece confortadora, a desobsessão é o reverso da iluminação espiritual e o verbo fulgente da praça pública é outra face do livro que o silêncio abençoa.

Em nossa esfera de serviço, portanto, já que prescindimos do profissionalismo religioso, não existem médiuns-pastores, médiuns-gerentes, médiuns-líderes ou médiuns-diretores, porquanto a cada qual de nós cabe uma parte do grande apostolado de redenção que nos foi atribuído pela Espiritualidade Maior.

E se todos nós, em conjunto, temos um mentor a procurar e a ouvir de maneira especialíssima, no plano da consciência e no santuário do coração, esse Mentor é Nosso Senhor Jesus-Cristo – o Sol do Amor Eterno – a cuja luz, no grande dia de nossos mais altos ajustamentos, deveremos revelar em nós mesmos a divina essência da Sua lição divina:

– ”A cada qual por suas obras”



Cairbar Schutel  em mensagem sobre O Evangelho Segundo o Espiritismo - Cap. XXVI – Item 10, do livro:
O Espírito da Verdade de Chico Xavier e Waldo Vieira

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O Evangelho Segundo o Espiritismo - Cap. XXVI – Item 10. A mediunidade é coisa santa, que deve ser praticada santamente, religiosamente. Se há um gênero de mediunidade que requeira essa condição de modo ainda mais absoluto é a mediunidade curadora. O médico dá o fruto de seus estudos, feitos, muita vez, à custa de sacrifícios penosos. 

O magnetizador dá o seu próprio fluido, por vezes até a sua saúde. Podem pôr-lhes preço. O médium curador transmite o fluido salutar dos bons Espíritos; não tem o direito de vendê-lo. Jesus e os apóstolos, ainda que pobres, nada cobravam pelas curas que operavam.

Procure, pois, aquele que carece do que viver, recursos em qualquer parte, menos na mediunidade; não lhe consagre, se assim for preciso, senão o tempo de que materialmente possa dispor. Os Espíritos lhe levarão em conta o devotamento e os sacrifícios, ao passo que se afastam dos que esperam fazer deles uma escada por onde subam.







quinta-feira, 26 de julho de 2018

Confia e caminha

Confia e caminha

Emmanuel



"A existência na Terra é comparável a uma viagem de aperfeiçoamento, na qual necessitas seguir adiante, ao lado de nossos companheiros da jornada evolutiva.

Muitos te desconhecem, no entanto, Deus sabe quem és.

Muitos te menosprezam, contudo, Deus não te abandona.

Muitos te hostilizam, mas Deus te apoia.

Muitos te reprovam, em circunstâncias difíceis, no entanto, Deus te abençoa.

Muitos se te afastam da presença, todavia, Deus permanece contigo.

À vista de semelhante realidade, sempre que tropeços e provações te apareçam, não te acomodes, à beira da estrada, em algum recanto da inércia.

Confia em Deus e caminha."


Emmanuel por Chico Xavier do livro: 
Luz e Vida

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