sexta-feira, 30 de setembro de 2022

Desculpas

Desculpas

André Luiz



A desculpa ante as faltas de que você tenha sido vítima, invariavelmente, é ação em seu próprio favor.

Preste uma informação sem desaprimorar quem a solicita.

Atenda ao bem pela alegria de servir, sem cobrar tributos de gratidão.

Não exija a cooperação dos outros em tarefas que você possa realizar por si mesmo.

André Luiz por Chico Xavier do livro:
Agenda de Luz

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quinta-feira, 29 de setembro de 2022

Oração pelos escravizados

Oração pelos escravizados

Iolanda Brasil



Querido Jesus:

recordando-me dos escravos negros que foram libertados, embora a permanência de alguns fatores que a ignorância engendra, impedindo a plenitude da raça, eu Te quero rogar:
por aqueles que continuam escravos da prepotência; 
os que se demoram escravizados aos vícios degradantes;

os que se deixam escravizar pelas paixões selvagens; 
aqueles que escravizaram os sentimentos ao ódio, ao ciúme, à inveja, ao orgulho;

aqueles que jazem escravizados aos desejos infrenes e vãos;

aqueles que teimam em manter-se escravos da violência e da belicosidade;

os que se facultam a escravidão dos sentidos como se a vida se reduzisse apenas às fantasias e ilusões;

os que continuam na escravidão do remorso perturbador;

os que estão escravizados às doenças degenerativas em dolorosa rebeldia;

os que correm pelas furnas da alienação escravizadora;

os que ainda preferem a escravidão nas sombras...
São tantas as formas de escravidão que predominam na Terra!

Buscamos-Te, porque reconhecemos seres o Libertador de todos quantos Te procuram, aguardando somente a decisão de cada um.

Enquanto no mundo ainda se demoram as escravidões políticas, raciais, religiosas, sociais, evocamos aqueles que tiveram a coragem de proclamar a liberdade dos seus irmãos sem quaisquer condições, e oramos em favor dos escravos na Terra, suplicando-Te, em nome do Amor, que os ajudes quanto antes na sua libertação.

Iolanda Brasil por Divaldo Franco do livro:
Antologia Espiritual

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Conhecimento espírita

Conhecimento espírita

Vianna de Carvalho



Essa indiferença e frieza com que a falsa cultura desdenha o Espiritismo, sobrepondo-se com presunção que não permite um diálogo, resulta de uma reação proposital dos seus áulicos contra a fé religiosa em qualquer expressão que se apresente.

Desacostumados ao livre exame das propostas espirituais, aqueles crentes de ontem ora não aceitam sequer uma reflexão em torno dos temas que abordam a vida além da vida, porque se refugiaram num cepticismo vigoroso, que os deixa à vontade em matéria de ética moral e religiosa.

Não que se tratem, essas pessoas, de indivíduos levianos ou irresponsáveis. Pelo contrário, dentre eles são encontrados excelentes exemplos de dignidade e realização nobre, como aliás, em todos os campos da ação humana e social. Certamente há aqueles que assim se apresentam por incapacidade de entenderem o conteúdo da Doutrina Espírita. Estagiam numa fase própria do crescimento moral e espiritual, perfeitamente compreensível. Não nos referimos a eles.

Lamentamos, sim, a aparente superioridade que demonstram, colocando-se intelectual e emocionalmente acima dos demais, que são tidos como ingênuos ou ridículos por se aterem ao que eles consideram ultrapassado, que é a vida espiritual!

Ao lado desse comportamento, há um imenso grupo de crentes que se abstêm de conhecer outras linhas de raciocínio religioso, em face da acomodação a que se entregaram, não desejando qualquer responsabilidade nova que os movimente fora dos hábitos de acreditar, embora não vivendo as diretrizes da fé a que se filiaram.

...E grande massa humana transita no Espiritualismo vinculada a tal ou qual corrente que considera superior e única, sem dar-se conta de que a verdade não pertence a grupos, crenças ou greis, pairando acima de todos e manifestando-se de acordo com a capacidade de entendimento e vivência de cada época, igualmente em todos os setores, de forma compatível com as necessidades emocionais e culturais.

Sem embargo, o Espiritismo apresenta-se numa abrangência que merece consideração. Não se atém a qualquer facciosismo, porque busca abrir a mente ao conhecimento geral sobre a vida, suas causas e manifestações, sua finalidade e conduta. Evolve com o pensamento e não se detém em colocação dogmática alguma, desde que os seus postulados básicos são o suporte para futuros desdobramentos que mais segurança propiciem aos seus adeptos.

Perfeitamente racional, se desenvolve com o pensamento lógico, podendo abandonar, por ultrapassado ou sem fundamento, qualquer ponto que a ciência nele comprove equivocado, quando for o caso, já que tal comportamento não lhe afeta a estrutura essencial. Da mesma forma, aceita novos fatos e informações, por ser doutrina aberta às conquistas da inteligência e da ética filosófica.

Como consequência, o militante espírita não teme travar relações com os ensinamentos de outras confissões religiosas ou escolas filosóficas, que servem, não raro, para melhor desenvolver-lhe a compreensão e a vivência da sua crença.

Graças ao permanente intercâmbio com os Espíritos desencarnados e o seu mundo de realidades transcendentes, apura-se-lhe a percepção parafísica da vida, ensejando-lhe uma conduta não apegada às coisas transitórias do mundo, ao mesmo tempo que o impele a valorizar a reencarnação, evitando-lhe uma conduta alienada na organização social onde se encontra para progredir.

A aceitação tranquila e pacífica da justiça divina que se manifesta pelas sucessivas reencarnações, dá-lhe calma diante das vicissitudes e esperança em relação ao futuro, que lhe cabe eleger através das ações que desenvolve, por conhecer que ora sofre o efeito da incúria e da agressividade do passado, sendo-lhe factível trabalhar com os recursos do amor e da dignidade o porvir que enfrentará.

Dilata-lhe a vida, ensejando-lhe a resignação em qualquer circunstância afligente, enquanto lhe acena a perspectiva do próximo reencontro com os que lhe precedem no túmulo, ou com aqueles que ficarão na carne, quando lhe soar a hora da partida. . .

Assim motivado, trabalha pela própria renovação moral e crescimento espiritual, estudando e observando as leis superiores que regem a vida e em cujo contexto se encontra colocado.

A indiferença presunçosa dos negadores sistemáticos não deve magoar nem colocar os vapores do desânimo na psicosfera dos anelos e realizações do trabalhador espírita.

Os que dormem, queiram ou não, despertarão.

Aqueles que negam a vida, jamais fugirão dela, desde que se encontram imersos na sua realidade.

A indiferença é sinal de morbidez, significando a morte dos ideais e a insatisfação disfarçada diante da vida.

Não são felizes, quanto simulam, os que fogem das responsabilidades espirituais.

O riso que muitos estereotipam na face oculta-lhes as dores íntimas e os conflitos que os vergastam.

A reação violenta de uns e a galhofa de outros, dirigidas contra o conteúdo espírita renovador, são-lhes mecanismos de fuga, em razão de haverem sido atingidos e se fazerem descobertos no refúgio onde se supunham inalcançáveis.

A ideia que provoca revide é poderosa e a sua grandeza pode ser medida pela força de que se reveste a reação que produz.

Assim considerando, é lícito prosseguirmos, desencarnados e encarnados, ateando fogo à Terra com as chispas do conhecimento espírita e as chamas do amor cristão, a fim de que se renove a paisagem atual do mundo, propiciando o surgimento de uma mentalidade calcada realmente nos ensinos do Cristo restaurados por Allan Kardec sob a inspiração e diretriz dos espíritos imortais.

Bruxelas, Bélgica, 31.10.1983.

Vianna de Carvalho por Divaldo Franco do livro:
Seara do Bem

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quarta-feira, 28 de setembro de 2022

Campanha diferente

Campanha diferente

Irmão X.



Esperava por você justamente aqui, para tratarmos de assunto sério, - falou-me Capistrano, velho amigo agora no Plano Espiritual, que conheci maduro e próspero, em pequena loja do Botafogo, ao tempo em que ainda me acomodava à carcaça enferma.

Em torno de nós, na esquina da rua Real Grandeza, grupos fraternos de amigos desencarnados chasqueavam, alegres, dos carros que despejavam criaturas e flores pra as comemorações dos finados, junto ao aristocrático cemitério São João Batista.

Corbelhas e buquês, recordando joias da primavera, derramavam-se de mãos ricas e pobres, engelhadas e juvenis, em homenagem aos afetos queridos, que quase todos os visitantes supunham para sempre estatelados ali no chão.

- Soube, meu caro, - prosseguiu Capistrano singularmente abatido, - que você ainda escreve para os vivos do mundo...

E, apontando para respeitável matrona, acompanhada de dois carregadores portando ricos vasos, continuou:

- Grafe uma crônica, recomendando a extinção de semelhante excessos. Mostre a inconveniência do orgulho na casa dos mortos imaginários da Terra, que hoje reconhecemos deve ser um recinto de silêncio e oração. Em toda a parte, o progresso marca no mundo admiráveis alterações. Guerras modificam a geografia, apóstolos renovam leis, a civilização aprimora-se, engenhos varrem o espaço, indicando a astronáutica do futuro, no entanto, com raras exceções de alguns países que estão convertendo necrópoles em jardins, os nossos cemitérios repousam estanques, lembrando parques improdutivos, onde se alinham primorosas plantas de pedra sobre montões de batatas podres. Órgãos de fiscalização e sistemas de vigilância controlam mercados e alfândegas, na salvaguarda dos interesses públicos e ninguém coíbe os investimentos vãos em tanta riqueza morta.

Capistrano fitou-nos, como a verificar o efeito das palavras que pronunciara, veemente, e seguiu adiante:

- Imagine você que também errei por faltar-me orientação. Tive uma filha única que foi todo o encanto de minha viuvez dolorida. Marília, aos dezoito janeiros, era a luz de minh’alma. Criei-a com todo o enternecimento do jardineiro que observa, enlevado, o crescimento de uma flor predileta. Entretanto, mimada por meus caprichos paternos, minha inexperiente menina negou-me todas as previsões. Enamorou-se, na praia, de um rapaz doidivanas, que se entregava aos exercícios da bola, e, certa feita, menosprezada por ele, tomou violenta dose de corrosivo relegando-me à solidão. Ao vê-la, nas raias da agonia, sem que meu amor pudesse arrebatá-la ao domínio da morte, rendi-me dementado, a total desespero. Nunca averiguei as razões que lhe ditaram atitude assim tão drástica e jamais procurei o moço anônimo que, decerto, ao abandoná-la, não teria a intenção de fazê-la infeliz. Passei, no entanto, a cultuar-lhe loucamente a memória. Despendi mais da metade de minhas singelas economias para erigir-lhe um túmulo de alto preço... E, por vinte anos consecutivos, adorei o monumento inútil, lavando frisos, fazendo lumes, mudando enfeites, plantando flores. Envelheci chorando sobre a lápide, e quando os meus olhos divisavam o custoso jazigo, tateava o relevo das chorosas legendas...

Um dia, chegou minha vez. O coração parou, deslocando-me do corpo hirto. No entanto, embora desencarnado, apeguei-me ao sepulcro que venerava, estirando-me nele. Se amigos logravam afastar-me para esse ou aquele mister, acabava tornando ao formoso monstro de mármore para lamentar-me a clamar pela filha que não conseguia ver. Quatro anos rolaram sobre minha aflitiva situação, quando, em determinada manhã, experimentei comentário indizível, sentindo-me à feição da terra gelada que se reaviva ao calor do sol.

Inexplicavelmente contemplava Marília na tela da saudade, qual se lhe fosse receber, de novo, o beijo de amor e luz, quando antigo orientador buscou-me, presto, e conduzindo-me, bondoso, à rua General Polidoro, apontou-me um homem suarento e cansado, a carregar ternamente, nos próprios braços, triste menina muda, paralítica e pobre... Ao fixar-lhe os
olhos embaciados de criança-problema, a realidade espiritual clareou-me a razão.

Surpreendera Marília reencarnada, em rudes padecimentos expiatórios, e, mais tarde, vim a saber que renascera por filha do mesmo homem que lhe fora motivo ao gesto tremendo de deserção... Desde essa hora, fugi das ilusões que me prendiam a pesadelo tão longo!...

Acordei renovado, para novamente respirar e viver, trabalhar e servir...

Capistrano enxugou o pranto que lhe corria copioso e ajuntou com amargura:

- Escreva, meu amigo, escreva às criaturas humanas e informe, claramente, que os vivos da espiritualidade agradecem o respeito e o carinho com que se lhes dignificam os restos, mas rogue para que se abstenham destes quadros fantásticos de vaidade ostentosa, com que se pretende honrar o nome dos que partiram... Peça para que socorram as crianças desajustadas e enfermas, enjeitadas e infelizes com o dinheiro mumificado nestes cofres de cinza... Diga-lhes para que se compadeçam dos meninos desamparados e que provavelmente, muitos daqueles entes inolvidáveis que procuram nos carneiros de luxo, estão hoje em provações cruéis, nos institutos de correção ou no leito dos hospitais, na ociosidade das ruas ou em pardieiros esburacados que o progresso esqueceu... Fale da reencarnação e explique-lhes que muitos dos imaginados mortos que ainda amam, jazem sepulcros em corpos vivos, quase sempre, desnutridos e atormentados, suplicando alimento e remédio, refúgio e consolação...

A palavra do amigo silenciou, embargada de lágrimas, e aqui me encontro, atendendo à promessa de redizer-lhe a história numa página simples. Entretanto, não guardo a pretensão de ser prontamente compreendido, de vez que se estivesse na avenida Rio Branco ou na Praça Mauá, envergando impecável costume de linho inglês, entre homens ainda encarnados, eu diria também que este caso é um conto de mortos para mortos, e que os mortos devem estar mortos sem preocupar a ninguém.

Irmão X. por Chico Xavier do livro:
Relatos da Vida

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terça-feira, 27 de setembro de 2022

Amor-próprio

Amor-próprio

Joanna de Ângelis




O amor-próprio dá a exata dimensão do que se é, de como se encontra e de quanto se necessita realizar.

Literalmente, pode-se definir o amor-próprio como sendo aquele que o indivíduo se devota a si mesmo, a forma ideal de buscar a renovação interior, de progredir moral e emocionalmente, de construir o edifício das realizações que aformoseiam o caráter e o plenificam em profundidade.

É conquistado através de um grande silêncio, a fim de que se possa auscultar o íntimo, de modo a ouvir as mensagens que nele se encontram adormecidas e que irão despertando suavemente, apresentando o seu magnífico sentido por promanar de Deus.

Sem esse valioso contributo, perde o significado essencial que é dirigido ao Si profundo, resvalando para as conturbadas manifestações do ego, que se apossa das aspirações de beleza e de harmonia, transformando-as em imposições angustiantes que ferem os sentimentos dos outros, em razão do exagerado narcisismo de que se revestem.

O autoamor é a maneira mais promissora de ampliar-se a capacidade do afeto, direcionando-o para outras formas de vida, para outras pessoas.

Nada obstante, vem sendo confundido com o processo de desestruturação do sentimento em favor da autoiluminação, convertendo-se em manifestação de egoísmo, expressando-se conflituoso como orgulho ferido, que exige revide, impondo condutas extravagantes, senão absurdas na maioria das vezes.

Em razão desses tormentos, que remanescem no ser humano graças às suas heranças passadas, suas ansiedades não realizadas, suas inibições e sentimentos não expressos, invariavelmente se analisam as ocorrências de maneira equivocada, dando campo emocional para reações graves e confusas, mediante as quais se agride ou se recua, encastelando-se na animosidade ou explodindo em lutas mal programadas.

Torna-se muito comum apresentar-se a criatura iracunda, revoltada, por sentir-se ferida no amor-próprio, considerando-se desprezada, não levada na consideração que se atribui e espera que as demais lhe concedam.

Esse mórbido comportamento tem sido responsável por inúmeros e desnecessários sofrimentos que infelicitam não pequena parte da sociedade.

O amor a si mesmo, proposto por Jesus, é um convite sem retoques à dignidade pessoal, ao reto cumprimento dos seus deveres em relação aos anelos íntimos que se estendem aos sentimentos do próximo.

Provavelmente, na sua fase inicial, expressa-se como autovalorização descabida, por ignorância real das possibilidades que lhe são inatas e daqueloutras que supõe expressar, nem sempre com o êxito que lhe seria desejável.

Inabilitado o Espírito ao amor-próprio no seu conteúdo mais profundo, permite-se tornar soberbo, enrijecer o sentimento de ternura e de respeito pelo seu próximo, equipando-se de comportamentos agressivos, a fim de esconder as deficiências que percebe na área da afetividade ainda desconhecida.

O amor-próprio, portanto, invita o esforço de compreensão dos direitos de todas as pessoas perante a vida e, naturalmente, que também lhe são lícitos, nunca porém constituindo-se um privilégio que se atribui em detrimento daqueles que são inerentes aos outros.

O amor-próprio saudável é fundamental nos relacionamentos humanos, em particular nas parcerias afetivas, no matrimônio ou não, quando direcionado para o processo de autoiluminação.

Não predominando esse propósito superior, ei-lo manifestando-se como competitividade, em que pretende sobrepor-se ao outro, mesmo acreditando que tudo quanto lhe oferece não pode ficar acima daquilo que a si mesmo se deve dedicar. Essa infeliz conduta responde pelos desastres nos relacionamentos, por faltar a compreensão em torno do diálogo que não pretende vencer o opositor e sim esclarecê-lo, encontrando um caminho ideal por onde ambos transitem sem agressão nem domínio de espaço, no qual se movimentem na busca das suas realizações, sem que haja prejuízo de natureza alguma para qualquer um deles.

Essa compreensão da necessidade de conviver com as próprias características, sem deixar-se vitimar pela imposição daquele a quem ama, também oferece consciência dos limites que deve alcançar, não os ultrapassando por exigência dos caprichos desmedidos, do orgulho disfarçado em amor-próprio.

À medida que o ser humano conscientiza-se dos objetivos existenciais, dos desafios que o aguardam, de como deverá enfrentar insucessos e problemas, maior se lhe apresenta o amor-próprio, que o induz a não cometer os mesmos desvarios de antes, ao culto do personalismo perturbador, ao narcisismo desenfreado, nem tampouco à subestima, à desconsideração pelos seus potenciais de realização, enfim, a tudo quanto lhe é próprio como resultado das conquistas conseguidas.

Dá-se conta, então, do muito que lhe falta conquistar, porém oferece-lhe um inaudito júbilo em relação ao percurso vencido e aos valores já amealhados.

Percebe que muito ainda lhe falta para atingir a meta que estabeleceu, mas isso não o impede de avançar incessantemente, ganhando espaço pela estrada da evolução que percorre.

Vê, nos grandes missionários, verdadeiros mestres, mas não os inveja, assim como não lamenta aqueloutros que seguem na retaguarda, porque tem a perfeita compreensão de que em todo processo evolutivo existem os que se encontram na vanguarda e os que marcham atrás com disposição e confiança no futuro.

O amor-próprio abre um elenco abençoado de possibilidades de serviço para o progresso interior, equilibrando a emoção em referência às aspirações, a mente em relação ao comportamento, a vida diante da imortalidade.

Induzido ao autoaprimoramento, o Espírito torna-se tolerante para com as defecções do seu próximo, embora não concordando com essas atitudes infelizes; não se transforma em julgador de ninguém, porque conhece as dificuldades que defronta nesse embate de autocrescimento que não cessa. A sua visão de mundo é mais abrangente, mais rica de compaixão, mais enternecedora. Os seus sentimentos fortalecem-se, não os estabelecendo para o amor, porém não se submetendo às imposições infantis e doentias das pessoas amadas.

Esse enriquecimento opera o milagre da paz interior, por compreender que, mesmo não amado, tem o dever de amar, e embora ignorado em relação às próprias conquistas, cumpre-lhe preservar o amor por si mesmo.

Quando é humilhado, não se sente diminuído; exaltado, não acredita em superioridade pessoal; perseguido, não teme a ninguém ou a situação aflitiva qualquer; bajulado, não acredita na lisonja mentirosa.

O amor-próprio dá a exata dimensão do que se é, de como se encontra e de quanto se necessita realizar a fim de alcançar o objetivo da harmonia.

Preserva o teu amor-próprio da habilidade mefítica do ego, não te estremunhando com as pessoas que, de uma ou de outra forma, não te atribuam a consideração que supões merecer. O teu valor moral não pode ser medido ou compreendido por outrem que não esteja em nível de idêntica percepção.

Assim, concede-lhes o direito de te oferecerem respeito, que é a forma de que dispõem para expressar-te o que sentem em relação a ti.

Com amor-próprio acima de suspeitas infundadas, conquista as paisagens íntimas e sai no rumo do Infinito.

Joanna de Angelis por Divaldo Franco do livro
Garimpo de Amor


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segunda-feira, 26 de setembro de 2022

Sua responsabilidade

Sua responsabilidade

Marco Prisco



É fácil exigir que o próximo seja modelo de virtudes e sempre dê exemplos de comportamento superior.

Ele deve ser irretocável na conduta, nas atividades que abraça, na conversação que mantém.

A ele cabem os deveres de elevação e bondade, que ainda não fazem parte dos seus compromissos, porque, dessa forma, você se concede o direito de apenas cobrar, sem qualquer contribuição moral de seu lado.


Cada criatura, no entanto, é responsável, certamente, pelos seus atos, sem que transfira para os outros as consequências deles.

Necessário que você se conscientize das finalidades da existência corporal na Terra, que é sempre de breve duração, por mais larga se apresente.


Suas conquistas como os seus prejuízos são de sua única responsabilidade.

Por isso, medite antes de agir, evitando que os seus prazeres e júbilos de hoje se apoiem no sofrimento de outrem, que os tinha ontem...


Examine com cuidado as oportunidades que lhe surgem, não usurpando o direito de ninguém, sob escusas, nem justificação.
A vida escreve na consciência de cada criatura o seu documentário com as tintas da responsabilidade pessoal.


Seja você quem cede, aquele que trabalha e constrói, que desculpa e ama.

No campeonato da insensatez, seja a sua postura, a de equilíbrio e a sua colheita, a de suor.


A sua é a responsabilidade com o bem e a verdade, que lhe desvendam a face real da vida e o convidam à ascese, mediante uma estância saudável no mundo.

Marco Prisco por Divaldo Franco do livro:
Antologia Espiritual

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domingo, 25 de setembro de 2022

Dor

Dor

Anthero de Quental



Vi a dor caminhando em negra estrada,
Qual megera da sombra, em noite escura,
E perguntei, rolado de amargura:
"Por que nasceste, bruxa desvairada?"

"Por que ostentas a espada estranha e dura,
Sobre o seio da vida atormentada,
Reduzindo à miséria, cinza e nada
Todo o sonho da paz e da ventura?"

Mas a Dor respondeu: "Cala-te, amigo!
Na torturada senda em que prossigo,
O veneno do mal morre infecundo.

Sem meu gládio que salva, pouco a pouco
O homem padeceria cego e louco
Em tenebrosos cárceres do mundo!"

 Anthero de Quental por Chico Xavier do livro:
Assembleia de Luz

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sábado, 24 de setembro de 2022

Amigos Espirituais

Amigos Espirituais

Marco Prisco



Você errou muitas vezes, comprometendo as mais nobres aspirações da vida. No entanto, seus Amigos Espirituais não o deixaram à margem da senda. Voltaram a inspirá-lo, impulsionando-o à reabilitação.

Você enganou a própria opinião quando julgou precipitadamente, entregando a mente e o coração à revolta injustificada. Todavia, seus Amigos Espirituais não demonstraram ressentimentos, prosseguindo nas tarefas a seu lado.

Você acusou seus anjos benfeitores, porque não o libertaram da provação necessária a seu progresso espiritual. Contudo, seus Amigos Espirituais continuaram sustentando-lhe a fé deficitária.

Você usou de violência nas expressões socorristas, como quem pretende balsamizar feridas, penetrando-as com aguilhões ou utilizando substância corrosiva. Apesar disso, seu Amigos Espirituais permaneceram fieis, ajudando-o com bondade e paciência.

Você faliu ante o testemunho inadiável e irremovível, escorregando no dever a que se liga. Entretanto, não o abandonaram seus Amigos Espirituais, recomeçando, humildes, os exercícios da dignidade com você.

Você sucumbiu ante a dor, entregando-se ao pessimismo quando tudo lhe ensejava oportunidade de luta e confiança. Mas, assim mesmo, seus Amigos Espirituais porfiaram sem reclamação.

Você excluiu de seu círculo de amizade o companheiro que fracassou na jornada. Todavia, seus Amigos Espirituais não lhe disseram que você errava quando a impiedade zurzia em suas mãos. Prestimosos, estenderam o auxílio àquele que você repudiou.

Os Espíritos Superiores, refletindo a Infinita Misericórdia de nosso Pai, são pacientes e gentis com nossas fraquezas.
Não reclamam — ensinam em silêncio.
Não se queixam — socorrem sem cessar.
Não acusam — amparam sempre.
Não desistem — porfiam confiantes.
São embaixadores da luz em missão de esclarecimento.

Embora o grande amor deles por nós todos, não fazem o que nos cabe realizar, nem se inclinam a um protecionismo pernicioso e inconsciente.

Paradigmas do bem, expressam a Mensagem Divina em roteiro de trabalho, no qual as parcelas do suor e da lágrima, como manifestação do esforço de renovação e da dor do burilamento, não se demoram esquecidos.

Ajudam e aguardam auxílio.
Insistem e pedem receptividade.
Instruem e esperam disciplina no trabalho.
No entanto, quando sentem baldados os esforços iluminativos, sem qualquer paixão compreendem que o grande amigo do aluno rebelde e indisciplinado ainda é o tempo, nos caminhos da aprendizagem, onde a alma descobre a necessidade de lutar para ser feliz, retornando às sendas por onde eles também já caminharam.

Aproveite, ainda hoje, a presença e a inspiração de seus Amigos Espirituais e esforce-se para acertar. Mesmo devotados, não se podem deter indefinidamente aguardando por você.

E, quanto esteja ao alcance de seu esforço, seja para com os amigos de seu caminho essa mesma indulgência e bondade que são seus Amigos Espirituais em relação a você.

Marco Prisco por Divaldo Franco do livro:
Glossário Espirita-Cristão

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