quarta-feira, 31 de janeiro de 2018

Provas de fogo

Provas de fogo

Emmanuel





“E o fogo provará qual seja a obra de cada um.” - Paulo (I Coríntios, 3:13)

A indústria mecanizada dos tempos modernos muito se refere às provas de fogo para positivar a resistência de suas obras e, ponderando o feito, recordemos que o Evangelho, igualmente, se reporta a essas provas, há quase vinte séculos, com respeito às aquisições espirituais.

Escrevendo aos Coríntios, Paulo imagina os obreiros humanos construindo sobre o único fundamento, que é Jesus Cristo, organizando cada qual as próprias realizações, de conformidade com os recursos evolutivos.

Cada discípulo, entretanto, deve edificar o trabalho que lhe é peculiar, convicto de que os tempos de luta o descobrirão aos olhos de todos, para que se efetue reto juízo acerca de sua qualidade.

O aperfeiçoamento do mundo, na feição material, pode fornecer a imagem do que seja a importância dessas aferições de grande vulto. A Terra permanece cheia de fortunas, posições, valores e inteligências que não suportam as provas de fogo; mal se aproximam os movimentos purificadores, descem, precipitadamente, os degraus da miséria, da ruína, da decadência. No serviço do Cristo, também é justo que o aprendiz aguarde o momento de verificação das próprias possibilidades. O caráter, o amor, a fé, a paciência, a esperança representam conquistas para a vida eterna, realizadas pela criatura, com o auxilio santo do Mestre, mas todos os discípulos devem contar com as experiências necessárias que, no instante oportuno, lhe provarão as qualidades espirituais.


Emmanuel por Chico Xavier do livro: - Pão Nosso






terça-feira, 30 de janeiro de 2018

Entendendo as contradições

Entendendo as contradições

Hammed



"O mesmo Espírito, se comunicando em dois centros diferentes, pode lhes transmitir, sobre o mesmo assunto, duas respostas contraditórias? 
Se os dois centros diferem entre si em opiniões e pensamentos, a resposta poderá lhes chegar deturpada, porque estão sob a influência de diferentes colunas de Espíritos; não é contraditória, mas a maneira pela qual é dada ". (O Livro dos Médiuns - 2ª Parte - cap. XXVII, item 301 - 1°.)

O que nos impede de ouvir o que os outros têm a partilhar? Qual o motivo de tantas interpretações discordantes? Por qual razão aceitamos facilmente certas ideias, pensamentos ou definições e rejeitamos, de forma quase que imediata, outros tantos? Por que certas pessoas não conseguem entrar no "eixo da conversa" e divagam radicalmente sobre qualquer assunto? Quais os motivos dos bloqueios psicológicos que tenho e que me dificultam o entendimento do que a outra pessoa quer dizer?

Se questões como estas fossem mais intensamente auto-analisadas, com certeza teríamos maior lucidez e compreensão para entendermos o porquê das inúmeras contradições que nos são apresentadas no cotidiano.

Saber quem somos, como pensamos, reconhecer as reais intenções de nossos atos e atitudes, perceber os mecanismos psicológicos que produzimos e utilizamos, nos aumentará as dimensões da inteligência e do coração, bem como nos capacitará a ouvir, entender e expressar corretamente as informações, situações e ocorrências com as quais deparamos no dia-a-dia.

Divisando o funcionamento do reino interior, conhecendo a nós próprios, poderemos adquirir importantes subsídios para compreender os processos que regem a nossa casa mental, pois esse entendimento nos levará a descortinar os verdadeiros princípios da autotransformação.

Por que "o mesmo Espírito, se comunicando em dois centros diferentes, pode lhes transmitir, sobre o mesmo assunto, duas respostas contraditórias?"

A comunicação entre duas criaturas (encarnadas ou não) não é tão fácil quanto parece.

Quando nos comunicamos, nem sempre conseguimos compartilhar nosso senso de identidade, pelo fato de que ainda não saímos da "sombra do cárcere" de nós mesmos. A comunicação é genuína e perfeitamente assimilada, seja na dimensão física seja na astral, só quando existe estreita e forte sintonia vibratória entre ambas as partes. Os seres ecoam uns aos outros simplesmente quando abrem as comportas da alma.

O desenvolvimento espiritual proporciona a abertura de todos os chakras e, em razão disso, as criaturas passam a se expressar verbalmente com objetividade e com uma pronúncia tranquila e agradável. Os seres que se aperfeiçoaram falam ou se comunicam de modo claro e sintético, pois aliaram a iluminação do chakra coronário com a do chakra laríngeo (responsável pela emissão da voz).

Se não exercitarmos o autoconhecimento, seremos pessoas sempre muito confusas, sem possibilidades de desenvolver uma coerência interna sobre nossos sentimentos e pensamentos e sem condições básicas de transmitir o que pensamos ou sentimos. Em virtude disso, não teremos elementos para bem traduzir o que vemos no exterior (situações, acontecimentos, atos e sentimentos dos outros), pois nosso interior estará embaralhado.

Pensamos ter decifrado corretamente as ideias, os conceitos e as emoções de outros seres (fora ou dentro do veículo físico) e, depois, descobrimos que a mensagem real era completamente diferente.

O que nos obriga, em muitas ocasiões, a reavaliar nossa faculdade psíquica de perceber as sensações espirituais é quando aceitamos que somos indivíduos em crescimento, estagiários ao longo das fases do processo evolutivo. Por isso, quando admitimos nossa compreensão limitada, ou seja, nossa "evolução cíclica", aceitamos com maior naturalidade os equívocos de interpretação em que incorremos das ideias ou pensamentos dos Espíritos. Todos nós, em várias circunstâncias, temos lapsos em nossas comunicações; portanto, checar nossos pressupostos intercâmbios medianímicos nos traz reais benefícios, pelo aprimoramento de nossa faculdade do sexto sentido.

Os seres humanos são simplesmente diferentes. Ninguém, a rigor, é igual a outrem. Somos todos tão particulares que apenas nós - unicamente nós - podemos mapear a nossa rota evolutiva. A individualidade é um "cofre fechado", oculto em nossa intimidade, cuja chave e segredo somente nós temos condições de encontrar.

"(...) a resposta poderá lhes chegar deturpada, porque estão sob a influência de diferentes colunas de Espíritos; não é contraditória, mas a maneira pela qual é dada".

A criatura humana é seletiva, está sempre mais interessada em uma coisa do que em outra, rejeita ou acolhe ideias ou situações durante o tempo todo em que pensa. Aceitamos aquilo que nos capacita a entender os fatos de uma forma mais satisfatória. Quer dizer: as informações que recebemos nos chegam através de múltiplas "vias do mundo mental, o que significa que as dificuldades de compreensão em verdade se referem ao uso que fazemos dessas diferentes "vias", quando estabelecemos contato com alguém (encarnado ou não). Ao ficarmos cientes de que grande parte de nosso mundo interno está fora de nosso campo de percepção, começamos a entender as interpretações e argumentos diversos de cada pessoa e a respeitá-los.

Um exemplo disso é quando usamos um mecanismo de defesa do ego, denominado "introjeção". É uma técnica de reter ou atribuir jeitos de agir e pensar, dons, predicados e atitudes dos outros como sendo nossas qualidades. Os indivíduos introjetivos, em muitas ocasiões, ficam impedidos de diferenciar o que verdadeiramente sentem e pensando que pensam e sentem os outros.

Esse mecanismo psicológico pode formar um "agente desintegrador" da personalidade, tornando a criatura fragmentada, quando as opiniões, os pontos de vista e as atitudes que ela introjetou se mostrarem discordantes entre si.

Na "introjeção" há uma internalização de qualidades reais ou imaginárias. Incorporamos padrões comportamentais de uma "pessoa espiritualizada", de um filósofo, de um cientista, de grandes personagens da História, de figuras humanitárias, ou mesmo de parentes, professores ou religiosos com quem convivemos na infância.

Por isso, podemos concluir perante as opiniões discordantes: o homem inseguro as teme, o fanático as afronta, o educador as compreende e o ponderado as respeita. A verdade é relativa no atual estágio evolutivo da Terra. "Evita controvérsias insensatas, genealogias, dissensões e debates sobre a Lei, porque de nada adiantam, e são fúteis. Depois de uma primeira e de uma segunda admoestação, nada mais tens a fazer com um homem faccioso (...)".(Tito, 3:9 e 10)

Quando o Apóstolo dos Gentios escreveu essa exortação, não desejava dizer que devemos ser coniventes ou apáticos com tudo que é incoerente ou contraditório, mas que de nada adiantam contendas ou imposições, pois cada existência está ligada a determinado grau de entendimento. Existe em nós um dispositivo psicológico - regulado pelo nosso estágio evolutivo -, que absorve os acontecimentos e os ensinos de acordo com nossas conquistas nas áreas de percepção e do entendimento. Portanto, nosso modo de entender ou compreender alguma coisa deve-se a causas situadas nas profundezas de nossa alma, a qual se encontra em constante aprendizagem pelos caminhos da Vida. "Depois de uma primeira e de uma segunda admoestação", quer dizer, após compartilharmos nossas ideias com os outros, não devemos forçá-los ou coagi-los a aceitá-las. O aprendizado com amor implica não obrigar ninguém a nada, pois, de todos os sentimentos, o amor é, incontestavelmente, o que mais salvaguarda a liberdade individual e o que mais assegura a livre iniciativa.

De nada adianta tentarmos transformar a qualquer preço um "homem faccioso"- parcial, sectário. É-nos impossível alterar as leis naturais; temos, sim, que aprender a respeitá-las, visto que a transformação só acontece quando estamos preparados ou prontos para mudar.

Hammed por Francisco do Espírito Santo Neto do livro:
A imensidão dos Sentidos

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segunda-feira, 29 de janeiro de 2018

Ante o futuro


Ante o futuro

Emmanuel




Não adianta indagar do futuro, ocasionalmente, para satisfazer a curiosidade irrequieta ou inútil.

Vale construí-lo em bases que a lógica nos traça generosamente à visão.

Não desconhecemos que o nosso amanhã será a invariável reposta do mundo ao nosso hoje; e aos nossos pés a natureza sábia e simples nos convida a pensar.

O arado preguiçoso deve aguardar a ferrugem.

A leira abandonada receberá o assalto da planta daninha.

A casa relegada ao abandono será pasto dos vermes que lhe corroerão a estrutura.

O pão desaproveitado repousará na sombra do mofo.

A fonte que se consagra ao movimento atingirá a paz do oceano.

A flor leal ao destino que lhe é próprio converter-se-á em fruto benfazejo.

A plantação amparada com segurança distribuirá bênçãos à mesa.

E o minério obediente aos golpes do malho transformar-se-á em peça de alto preço.

Sabemos que é possível edificar o futuro e recolher-lhe os dons de amor e vida.

Escolhe a bondade por lema de cada dia, não desistas de aprender, infatigavelmente e, com os braços no serviço incessante caminharás desde hoje, sob a luz da vitória, ao encontro de glorioso porvir.


Emmanuel por Chico Xavier do livro: - Taça de Luz
Psicografia em Reunião Pública. Data – 1956.
Local – Centro Espírita Luiz Gonzaga, na cidade de Pedro Leopoldo, Minas.




domingo, 28 de janeiro de 2018

Companheiros que partem

Companheiros que partem

Emmanuel






Sofres quando os entes amados se apartam de ti, na direção de tarefas ou experiências que divergem das tuas...

Quererias viver com eles em permanente integração e por isso a separação te dói, qual se padecesses dolorosa mutilação nos tecidos da própria alma.

Entretanto, que afeição verdadeira será menos afeição, apenas por que se veja fustigada por circunstâncias de espaço e tempo?

A energia solar que invade o céu no Brasil não é diferente daquela que penetra o firmamento da Tailândia.

Quando os entes queridos te digam adeus nas bifurcações do caminho, não lhes arremesses à estrada quaisquer farpas de incompreensão.

Faze deles portadores de tua simpatia, seja onde seja.

Que eles possam beneficiar os outros como beneficiaram a nós e quando nos retomem o convívio, seja na Terra ou noutros mundos, que nos possam trazer acrescidas de amor as vibrações de amor com que os abençoamos na despedida.

Que seria do mundo se as plantas monopolizassem os próprios frutos ou se os rios fugissem de viajar, receando o vampirismo da terra seca?

Dá teu coração, em forma de entendimento e ternura, ao companheiro que parte e envolve-o em prece de reconhecimento, clareando-lhe o caminho.

Com dobrados motivos devemos fazer isso, se ele foi, no contato conosco, um expoente de bondade, enriquecendo-nos a existência de tranquilidade e de alegria. Se as leis da renovação lhe determinaram a ausência, isso ocorre por impositivos que funcionam acima de nossa própria vontade a lhe chamarem adiante o dom de cooperar e a faculdade de construir; investindo-nos na obrigação de seguir-lhe os padrões de atividade, a fim de que venhamos a progredir sempre e servir cada vez mais.

Aquele que nos auxiliou tanto quanto pode, é e será invariavelmente um benfeitor, diante de quem a gratidão será para nós inequívoca, e de um benfeitor ninguém se afasta, com sentimentos de azedume e palavras de fel.

Louvemos os entes amados que nos deixam, convertendo separação em esperança e transformando distância em razão para agradecimento maior.

Lembremo-nos de que a fonte que nos dessedenta e ampara a segurança doméstica pode dessedentar e amparar os nossos vizinhos pela Misericórdia de Deus.


Emmanuel por Chico Xavier de Urgência




sábado, 27 de janeiro de 2018

Convite à Decisão

Convite à Decisão

Joanna de Ângelis



“Nenhum servo pode servir a dois senhores.” - (Lucas: 16:13)

Será possível o consórcio da Espiritualidade com as ambições mundanas?

Será crível amar as estrelas e demorar-se no charco?

Pode-se estudar o bem e cultivar a ilusão?

Permite-se o concurso da saúde no organismo debilitado?

É factível a dedicação à caridade e o comércio com a rebeldia?

Disse Jesus com propriedade inalterável: – ”Não se serve bem a dois senhores.”

Sem dúvida, não nos encontramos diante da necessidade de construir comunidades novas em que a ojeriza ao mundo se patenteie pela fuga aos cometimentos humanos. Não estamos diante de uma imposição para que se edifiquem células quistosas no organismo social, em que os seus membros se transformem em marginais da vida contemporânea. Desejamos aclarar quanto à necessidade de que aquele que encontrou a rota luminosa da Verdade, por um princípio de coerência natural, não se deve permitir engôdos.

Desde que não se podem coadunar realidades que se contrapõem, tu que conheces os objetivos da vida não deves permitir fixações e posições falsas que já deverias ter abandonado a benefício da paz interior, enquanto conivindo com atitudes dúbias, navegando no mar das indecisões, estarás na crista e nas baixadas das ondas das dúvidas sob as contingências das posições emocionais em atropelo.

O convite do Cristo tem sido sempre imperioso. Tomando-se da charrua não se deve olhar para trás. Diante do desejo da retificação, marchar para o bem e não tornar ao pecado...

Imprescindível decidas o que desejas da vida, como conduzires a vida, qual a ideia que fazes da vida e, por fim, marcha na direção da Vida que venhas a eleger como rota para a verdadeira Vida.

 Joanna de Ângelis por Divaldo Franco do livro:
Convites da Vida

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sexta-feira, 26 de janeiro de 2018

Pensai nisso

Pensai nisso

Albino Teixeira



O homem na Terra pode realizar as mais altas façanhas da inteligência.

Medir as estrelas;

Estudar os mundos distantes;

Vencer a gravitação e arrojar-se no Espaço;

Atravessar os domínios aéreos;

Governar o oceano;

Controlar as forças da natureza;

Transmitir a palavra e a imagem, de ponta a ponta da Terra.

Analisar a essência da luz; 

Escalar os Himalaia;

Refrigerar as areias do Gobi;

Arrebentar os tesouros do subsolo;

Construir arranha-céus;

Interferir na genética;

Anular a dor física;

Frustrar as epidemias;

Debelar a infecção;

Enxertar órgão e tecidos de um corpo na estrutura de outro corpo;

Prolongar a existência humana; alterar a vida dos animais e das plantas;

Promover todas as experimentações científicas;

Plasmar sonhos de arte;

Expressar em letra os mais complexos pensamentos...

Todos esses prodígios, o homem na Terra pode fazer, contudo, é da Lei do Universo que ninguém escape à cirurgia da morte.

Irmãos, refletindo em vossos problemas; pensai também nisso.

Albino Teixeira por Chico Xavier do livro:
Ideal Espírita


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quinta-feira, 25 de janeiro de 2018

Vida Transitória

Vida Transitória

Joanna de Ângelis




Tendo em vista a transitoriedade do corpo e a inevitabilidade da morte, vive de maneira que possas partir da Terra, livre e feliz.

O fenômeno biológico pode interromper-se subitamente, não te permitindo tempo para qualquer preparação.

Conduze-te de forma que, seja qual for o momento em que sejas convidado ao retorno, possas seguir sem amarras ou aflições desconcertantes.

Organiza bem os teus labores e compromissos, a fim de que outros possam levá-los adiante com tranquilidade.

Regulariza as tuas atividades, liberando-te de temores ou remorsos futuros desnecessários. 

Enriquece-te com os tesouros do amor, enquanto podes, a fim de que disponhas de recursos para a viagem inevitável.

Há pessoas, que vivem no corpo, totalmente esquecidas da sua fragilidade como da sua breve duração.

Programam compromissos a distância, no tempo, distraídas da compulsoriedade da morte.

Parecem crer que o passeio orgânico é conquista que não se interromperá, demorando-se no cultivo das fantasias e ilusões que um dia as abandonarão em doloroso estado de desencanto. Outras existem, assinaladas por sofrimentos cessar, deixando-se dominar pela revolta e pela amargura, esquecidas de que, em breve, estarão liberadas.

Nada na Terra, é definitivo, mesmo no campo físico das aglutinações moleculares, já que todos os fenômenos aí se dão mediante sucessivas transformações.

No que diz respeito aos valores morais espirituais, a experiência corporal tem, por finalidade precípua, desenvolvê-los e ampliá-los, para a glória de cada ser.

Age com serenidade, buscando sempre solucionar os problemas e desafios com saldo positivo de paz.

Evita as atitudes ostensivas e os comportamentos prepotentes, que ferem sem ajudar, deixando mágoas e aborrecimentos.

Usa o tempo com propriedade, bem dividindo as horas, sem que te esqueças dos deveres de relevo na órbita espiritual.

Se queres, sempre podes produzir no bem.

Não te poupes, portanto, na ação da solidariedade, do esclarecimento, do amor.

Vida sem bondade, é como parasita explorador e pernicioso. Usa os dons íntimos, que te jazem latentes, e amplia-os em favor do progresso de todos.

Tua vida é exemplo para outras vidas.

Torna-a uma claridade no caminho daqueles que te seguem.

Ninguém passa incólume, insensível à presença de outrem. Deixa, em quem se acerque de ti, sinais de paz e de ternura, de amizade e de gratidão.

O tempo transcorrerá, inevitavelmente, de qualquer maneira.

Usa-o na construção da tua e da felicidade alheia.

Se dispuseres de oportunidade para aguardar a morte, faze-te exemplo de ânimo para aqueles que a temem ou a detestam, também encorajando os fracos e tímidos.

Se, entretanto, ela te chegar de improviso, recebe-a tranquilamente, e segue, porque após a tua partida, com os teus exemplos bons, deixarás pegadas luminosas como significando que por ali passou um coração afável que soube viver para a verdade e o amor.

Joanna de Ângelis por Divaldo Franco do livro:
Vigilância

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quarta-feira, 24 de janeiro de 2018

O doutrinador rigorista

O doutrinador rigorista

Humberto de Campos



Palavra vigorosa e inflamada, o pregador espiritista alongava-se na exposição de sempre:

– Nunca haverá acordo entre o mundo e nós outros. Fujamos desta Babilônia incendiada, onde a perdição corrompe o caráter e perverte as melhores energias. Neste pântano terrível, as víboras peçonhentas do crime rastejam em todas as direções. Salvaguardemo-nos, à distância, das sombras densas do pecado. Observai o abismo sob vossos pés! Trevas por todos os lados... Nas mais ínfimas estradas, a visão invariável de poeira e lama, pedras e espinhos, desencoraja o viajor anteriormente dominado de idealismo e esperança. Revelemos nossa repugnância, diante do mundo criminoso e perdido. Recordemos os santos magnânimos que iluminaram o quadro das civilizações, nos dias mais escuros. Todos eles fugiram ao Planeta perverso! É que, neste lamaçal imenso, as melhores aspirações do Espírito se perdem na borrasca do mal, longe de Deus!...

Macário Barroso era, assim, rigorista e implacável.

Dirigindo considerável agrupamento espiritista, sua atitude desconcertante alcançava a comunidade inteira, dilatando preocupações e tristezas e fazendo escassear alegrias. As jovens colaboradoras, nos seus trabalhos de difusão doutrinária, não deveriam manifestar os júbilos próprios da mocidade cheia de sonhos e as gargalhadas infantis, chilreios de pássaros felizes nos galhos fartos da vida, considerados por Macário como impulsos inconvenientes da meninice, requisitando repreensões ásperas.

– Não concordo com traço algum que nos recorde as perdições do mundo. Simplifiquemos tudo, combatamos a falsidade de certos princípios que escancaram a porta aos pecados miseráveis.

Não reconhecia, porém, o orientador, que simplicidade não significa violência, e que os enganos de concepção tanto podem permanecer naquele que se atira à irreflexão, como no homem que deseja amadurecer o fruto quando a fronde verde apenas oferece flores tenras.

Macário, todavia, apresentava fenômeno singular. Extremista de opinião, impressionava favoravelmente a quantos lhe ouvissem pareceres, porque, no fundo, era homem devotado e sincero. Não concedia a si mesmo nenhum entretenimento, nenhum prazer. Sacrificara-se quase totalmente aos princípios de que se tornara emérito pregador. Revelava gestos de profunda nobreza aos companheiros na fé, e a sinceridade é sempre sedutora, onde quer que permaneça. Por isso mesmo, a psicologia de sua individualidade brilhante apresentava situações de enorme complexidade. É que o prestigioso orientador não sabia identificar as necessidades alheias senão através dos prismas que lhe eram peculiares. No seu modo de observar, todos os casos deveriam estar afinados pelas características do que lhe era próprio. Porque guardava escabrosas impressões do passado individual, em virtude de experiências cruéis na luta humana, criara padrão exclusivo e errôneo para julgar os outros. Pintava a negro qualquer paisagem do mundo, condenava seu tempo, não tolerava os amigos que se decidissem ao trabalho da coletividade em ambientes até agora estranhos à expressão religiosa, quais a Política, a Ciência, a autoridade administrativa e o círculo das Finanças. Compreendia à sua maneira que Jesus não poderia partilhar trabalhos diferentes da atividade puramente mística em si mesma, e se algum companheiro manifestava propósitos de cooperar nesses setores, Macário exibia profunda admiração e observava:

– Não concordo. Semelhante atitude é o escândalo da volta ao mundo, que deveremos detestar.

Se, em plena rua, alguém lhe mostrasse uma casa de esporte ou algum recanto de alegria popular, Barroso afastava-se intencionalmente, baixava os olhos e tornava outro rumo, esclarecendo:

– São remanescentes de Sodoma e Gomorra, redutos do crime, que o fogo consumirá algum dia.

Furtava-se deliberadamente a toda palestra em que houvesse preocupação, embora correta, pelos problemas da vida social, e fugia à conversação onde o bom humor estivesse amenizando as agruras do caminho comum dos homens.

Apesar de bondoso e sincero, isolou-se aos poucos, afastando-se de amigos, de companheiros e de afeições. Cheio de preocupações salvacionistas, era sempre fecundo em apelos, conselhos e advertências, onde quer que estivesse, sem a necessária seleção de valores, lugares e situações. O que definia, no entanto, como intenção regeneradora, não era mais que a imposição das ideias próprias, com o esquecimento de que, para beneficiar com proveito, deveria dirigir-se à esfera mental de cada um dos irmãos na luta, sem obrigá-los a procurar o plano em que se mantinha.

Debalde a carinhosa mãe lhe observou os perigos da situação. Inutilmente os amigos solicitaram-no à transformação precisa. Macário foi implacável. Preferiu a solidão, a necessidade, o abandono. Declarava-se amedrontado do mundo, onde a bagagem de seus erros se tornara volumosa e exigia que todos os companheiros exteriorizassem receios iguais aos dele. Via monstros em todos os recantos, perversão nas alegrias mais inocentes.

E foi assim, rígido e inflexível, sem ceder absolutamente a ninguém, que o bondoso doutrinador regressou à esfera espiritual.

Desprendera-se da zona carnal, quase sozinho, como preferira viver, no radicalismo dos princípios pessoais.

Muita gente passou a catalogá-lo na relação dos santos, tais os supostos sacrifícios que Barroso revelara na existência terrestre, os quais, na realidade, não passavam de imposições de sua personalidade intransigente. Todavia, enquanto reduzido grupo erigia ao desencarnado um mundo de homenagens, o doutrinador passou às surpresas inesperadas na esfera diferente de ação. Fundamente desapontado, não encontrou a paisagem que aguardava. Achou-se sem ninguém, exclusivamente sozinho. Que região era aquela constituída de montanha gelada? Contemplava a distância os vales que a neblina convertia em quadros cinzentos e indefiníveis. Frio cortante dilacerava-lhe o coração. Como interpretar a novidade constrangedora? O pobre amigo chorou amargamente, implorando elucidações da Providência Divina. Não fora combatente implacável dos erros e mentiras de seu ambiente e de sua época?

Decorrido muito tempo na expectativa dolorosa, foi visitado por benevolente emissário que lhe estendeu auxílios carinhosos.

– Ah! meu amigo! que fiz por merecer tamanhas flagelações? – perguntou Macário, após agradecer-lhe a presença amorosa – cumpri meus deveres, não olvidei obrigações assumidas...

O mensageiro contemplou-o afetuosamente e falou, tomando-lhe as mãos num gesto paternal:

– Ó meu filho, quanto lastimo o teu desentendimento. Não posso negar-te o esforço e a boa vontade, entretanto...

– A que incompreensão vos referis? – interrogou o ex-doutrinador conturbado – acaso não me afastei do mundo para servir a Deus?

A bondosa entidade fixou um gesto significativo e esclareceu:

– Esta simples afirmativa demonstra o teu engano fatal. Como poderia o servo atender ao senhor que lhe contratou a atividade, abandonando a zona de serviço confiada ao seu esforço? Reconhecendo a Terra integrada na criação de Deus, como cumprir os desígnios do Pai, fugindo-lhe aos serviços?

Enquanto Macário denunciava intraduzível angústia no pranto que lhe borbulhava dos olhos, o amigo continuava:

– Muitas vezes procurei restituir-te o coração ao verdadeiro caminho, falando-te através de familiares e amigos prudentes, mas cristalizaste os raciocínios, cerrando as portas do plano mental aos meus apelos.

– É que o mundo sempre me pareceu insondável abismo, de crimes sem conta... nunca pude
contemplá-lo sem mágoa e condenação – exprimiu-se o recém-desencarnado, lacrimoso.

– Procedeste qual homem tirânico que intenta violentar quantos lhe cruzam os caminhos, obrigando-os a partilhar o resgate das dividas que lhe são próprias. Por estares endividado com a Terra, pretendeste doutrinar orgulhosamente, impondo aos outros inquietações e pesares que te pertencem ainda. Por que tamanha aversão à escola benfeitora? Acaso, meu filho, não te alimentavas do mundo, não te vestias dele? Não foi o mundo que te ministrou os primeiros conhecimentos, que te proporcionou a bênção do corpo, a possibilidade de renovação individual, o reencontro de afeições divinas? Desejarias insultar a Terra, porque te concedeu a dedicação dos pais, o templo da reencarnação, a tepidez do lar, o olhar amigo dos que te amam? Recebeste com abundância as inspirações de ordem superior, mas preferiste a solidão com a teimosia de quem não sabe renunciar aos caprichos próprios. Pregaste a palavra em nome de Jesus, convocando os ouvintes a receberem imposições, olvidando que o Mestre Divino não esperou pelas criaturas, na esfera de sua glória, mas veio até nós, ajudando-nos a cada um.

Valendo-se da pausa intencional que o mensageiro imprimira à alocução, clamou Barroso, desalentado:

– Amedrontavam-me os antros de perdição!...

– Por que pavor e não piedade? – inquiriu o sábio, serenamente. – Não te interessavas pelos enfermos do corpo? Como desprezar cheio de asco injusto os doentes da alma? Não te aproximavas carinhosamente dos mutilados físicos? Por que a repugnância para com os aleijados espirituais? Não há lugares desprezíveis para o cristão fiel, porque, em toda parte, é possível praticar o bem com Jesus.

Macário, muito triste, arregalava os olhos. Começara a entender a amarga situação.

Tentando, porém, a derradeira justificativa, exclamou:

– Seduzia-me a lembrança dos santos...

No entanto, antes que se alongasse em considerações novas, o mensageiro acrescentou:

– Não conheces, todavia, os santos de Júpiter ou Saturno. Tens notícias apenas dos que se glorificaram na Terra. Forçoso, pois, é reconhecer que, do mundo que detestaste, saíram os Simão Pedro e os Paulo de Tarso que tanto admiras. Deste modo, claro está que o mundo somente será perverso para quem o fixe nutrindo intenções ou reminiscências dessa natureza.

Macário Barroso experimentou tremendo choque. Entendera, enfim, o equívoco ruinoso de suas antigas concepções, caindo em amargurado silêncio.

Daí a instantes, o emissário endereçava-lhe um gesto de adeus.

– Oh! amado benfeitor! – suplicou o infeliz, banhado em lágrimas – por quanto tempo ficarei aqui, abandonado neste monte gelado?

– Esta montanha – esclareceu a generosa entidade – deve representar profundo símbolo ao teu coração.

Não basta subir ao tope da cultura e do conhecimento intelectual; é preciso que haja sol de compreensão e amor que ilumine e aqueça a culminância.

Emocionado, Barroso suplicou ainda:

– Abençoado amigo, mensageiro do Altíssimo, ensinai-me a reparar meus erros, para redenção de minha pobre alma! Auxiliai-me, não me negueis vossas mãos!...

O benfeitor, prestes a partir, dirigiu-lhe significativo olhar e acrescentou:

– Tens bastante conhecimento para compreender a magnanimidade de Nosso Pai. Tua questão, Macário, é com o mundo. Antigamente erraste, enlameando-lhe as estradas; presentemente renovaste o erro, fugindo-lhe aos serviços. Não tenho outro conselho para teu coração além da fórmula de procurares o credor e conhecer a própria conta. Quanto ao mais, meu irmão, confia na bondade do mundo e que Deus te conceda acréscimo de misericórdia no resgate justo.



Humberto de Campos por Chico Xavier do livro: - Reportagens de Além Túmulo