Nossa outra face
Emmanuel
Expressando-nos na condição de espíritos da Terra e dirigindo-nos aos companheiros da Terra, convém recordar em matéria de julgamento, que todos nós, os aprendizes de elevação, estamos conscientes de nossa outra face. A face oculta que trazemos.
Não nos reportamos aqui aos amigos que trabalham entre nós com o íntimo iluminado pelo amor, em seus mais altos estágios de grandeza.
Reportamo-nos a nós mesmos, os que pugnamos pelo autoaperfeiçoamento.
Observemos que as Forças do Bem, claramente interessadas em nossa melhoria, suscitam, no mundo, em nosso favor, todo um acervo de situações que, em nos impulsionando à disciplina, nos induzem à educação.
Obrigações domésticas, deveres públicos e sociais, responsabilidades de profissão, preceitos de relacionamento e, sobretudo, os compromissos de caráter religioso, na essência, significam tarefa de acrisolamento interior, compelindo-nos à sociabilidade e à gentileza na superfície de nossas manifestações.
A Sabedoria da Vida procura esculpir-nos a imagem nos moldes da sublimação integral.
Recordemos as tempestades magnéticas do desespero e da revolta, do crime e da lamentação em forma de angústia vazia a que nos entregamos instintivamente e rememoremos as ocasiões em que fantasiamos o mal onde o mal não existe e, ainda, aquelas outras em que exercemos a opressão disfarçada, ampliando processos de crueldade mental sobre os outros e verificaremos que carregamos por dentro a nossa outra face, a exigir-nos atenção e burilamento.
Compreendamos semelhante verdade sem fixar-nos na crosta de nossas vestimentas psicológicas.
Voltemo-nos para o âmago de nós em espírito, mas sem os prejuízos do azedume e da autocondenação, plenamente integrados na certeza da Misericórdia de Deus, e encontraremos a nossa própria alma imortal a pedir-nos paz e luz, amor e sabedoria, a fim de altear-se com segurança para a Vida Maior.
Emmanuel por Chico Xavier do livro: - Urgência
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