terça-feira, 30 de janeiro de 2018

Entendendo as contradições

Entendendo as contradições

Hammed



"O mesmo Espírito, se comunicando em dois centros diferentes, pode lhes transmitir, sobre o mesmo assunto, duas respostas contraditórias? 
Se os dois centros diferem entre si em opiniões e pensamentos, a resposta poderá lhes chegar deturpada, porque estão sob a influência de diferentes colunas de Espíritos; não é contraditória, mas a maneira pela qual é dada ". (O Livro dos Médiuns - 2ª Parte - cap. XXVII, item 301 - 1°.)

O que nos impede de ouvir o que os outros têm a partilhar? Qual o motivo de tantas interpretações discordantes? Por qual razão aceitamos facilmente certas ideias, pensamentos ou definições e rejeitamos, de forma quase que imediata, outros tantos? Por que certas pessoas não conseguem entrar no "eixo da conversa" e divagam radicalmente sobre qualquer assunto? Quais os motivos dos bloqueios psicológicos que tenho e que me dificultam o entendimento do que a outra pessoa quer dizer?

Se questões como estas fossem mais intensamente auto-analisadas, com certeza teríamos maior lucidez e compreensão para entendermos o porquê das inúmeras contradições que nos são apresentadas no cotidiano.

Saber quem somos, como pensamos, reconhecer as reais intenções de nossos atos e atitudes, perceber os mecanismos psicológicos que produzimos e utilizamos, nos aumentará as dimensões da inteligência e do coração, bem como nos capacitará a ouvir, entender e expressar corretamente as informações, situações e ocorrências com as quais deparamos no dia-a-dia.

Divisando o funcionamento do reino interior, conhecendo a nós próprios, poderemos adquirir importantes subsídios para compreender os processos que regem a nossa casa mental, pois esse entendimento nos levará a descortinar os verdadeiros princípios da autotransformação.

Por que "o mesmo Espírito, se comunicando em dois centros diferentes, pode lhes transmitir, sobre o mesmo assunto, duas respostas contraditórias?"

A comunicação entre duas criaturas (encarnadas ou não) não é tão fácil quanto parece.

Quando nos comunicamos, nem sempre conseguimos compartilhar nosso senso de identidade, pelo fato de que ainda não saímos da "sombra do cárcere" de nós mesmos. A comunicação é genuína e perfeitamente assimilada, seja na dimensão física seja na astral, só quando existe estreita e forte sintonia vibratória entre ambas as partes. Os seres ecoam uns aos outros simplesmente quando abrem as comportas da alma.

O desenvolvimento espiritual proporciona a abertura de todos os chakras e, em razão disso, as criaturas passam a se expressar verbalmente com objetividade e com uma pronúncia tranquila e agradável. Os seres que se aperfeiçoaram falam ou se comunicam de modo claro e sintético, pois aliaram a iluminação do chakra coronário com a do chakra laríngeo (responsável pela emissão da voz).

Se não exercitarmos o autoconhecimento, seremos pessoas sempre muito confusas, sem possibilidades de desenvolver uma coerência interna sobre nossos sentimentos e pensamentos e sem condições básicas de transmitir o que pensamos ou sentimos. Em virtude disso, não teremos elementos para bem traduzir o que vemos no exterior (situações, acontecimentos, atos e sentimentos dos outros), pois nosso interior estará embaralhado.

Pensamos ter decifrado corretamente as ideias, os conceitos e as emoções de outros seres (fora ou dentro do veículo físico) e, depois, descobrimos que a mensagem real era completamente diferente.

O que nos obriga, em muitas ocasiões, a reavaliar nossa faculdade psíquica de perceber as sensações espirituais é quando aceitamos que somos indivíduos em crescimento, estagiários ao longo das fases do processo evolutivo. Por isso, quando admitimos nossa compreensão limitada, ou seja, nossa "evolução cíclica", aceitamos com maior naturalidade os equívocos de interpretação em que incorremos das ideias ou pensamentos dos Espíritos. Todos nós, em várias circunstâncias, temos lapsos em nossas comunicações; portanto, checar nossos pressupostos intercâmbios medianímicos nos traz reais benefícios, pelo aprimoramento de nossa faculdade do sexto sentido.

Os seres humanos são simplesmente diferentes. Ninguém, a rigor, é igual a outrem. Somos todos tão particulares que apenas nós - unicamente nós - podemos mapear a nossa rota evolutiva. A individualidade é um "cofre fechado", oculto em nossa intimidade, cuja chave e segredo somente nós temos condições de encontrar.

"(...) a resposta poderá lhes chegar deturpada, porque estão sob a influência de diferentes colunas de Espíritos; não é contraditória, mas a maneira pela qual é dada".

A criatura humana é seletiva, está sempre mais interessada em uma coisa do que em outra, rejeita ou acolhe ideias ou situações durante o tempo todo em que pensa. Aceitamos aquilo que nos capacita a entender os fatos de uma forma mais satisfatória. Quer dizer: as informações que recebemos nos chegam através de múltiplas "vias do mundo mental, o que significa que as dificuldades de compreensão em verdade se referem ao uso que fazemos dessas diferentes "vias", quando estabelecemos contato com alguém (encarnado ou não). Ao ficarmos cientes de que grande parte de nosso mundo interno está fora de nosso campo de percepção, começamos a entender as interpretações e argumentos diversos de cada pessoa e a respeitá-los.

Um exemplo disso é quando usamos um mecanismo de defesa do ego, denominado "introjeção". É uma técnica de reter ou atribuir jeitos de agir e pensar, dons, predicados e atitudes dos outros como sendo nossas qualidades. Os indivíduos introjetivos, em muitas ocasiões, ficam impedidos de diferenciar o que verdadeiramente sentem e pensando que pensam e sentem os outros.

Esse mecanismo psicológico pode formar um "agente desintegrador" da personalidade, tornando a criatura fragmentada, quando as opiniões, os pontos de vista e as atitudes que ela introjetou se mostrarem discordantes entre si.

Na "introjeção" há uma internalização de qualidades reais ou imaginárias. Incorporamos padrões comportamentais de uma "pessoa espiritualizada", de um filósofo, de um cientista, de grandes personagens da História, de figuras humanitárias, ou mesmo de parentes, professores ou religiosos com quem convivemos na infância.

Por isso, podemos concluir perante as opiniões discordantes: o homem inseguro as teme, o fanático as afronta, o educador as compreende e o ponderado as respeita. A verdade é relativa no atual estágio evolutivo da Terra. "Evita controvérsias insensatas, genealogias, dissensões e debates sobre a Lei, porque de nada adiantam, e são fúteis. Depois de uma primeira e de uma segunda admoestação, nada mais tens a fazer com um homem faccioso (...)".(Tito, 3:9 e 10)

Quando o Apóstolo dos Gentios escreveu essa exortação, não desejava dizer que devemos ser coniventes ou apáticos com tudo que é incoerente ou contraditório, mas que de nada adiantam contendas ou imposições, pois cada existência está ligada a determinado grau de entendimento. Existe em nós um dispositivo psicológico - regulado pelo nosso estágio evolutivo -, que absorve os acontecimentos e os ensinos de acordo com nossas conquistas nas áreas de percepção e do entendimento. Portanto, nosso modo de entender ou compreender alguma coisa deve-se a causas situadas nas profundezas de nossa alma, a qual se encontra em constante aprendizagem pelos caminhos da Vida. "Depois de uma primeira e de uma segunda admoestação", quer dizer, após compartilharmos nossas ideias com os outros, não devemos forçá-los ou coagi-los a aceitá-las. O aprendizado com amor implica não obrigar ninguém a nada, pois, de todos os sentimentos, o amor é, incontestavelmente, o que mais salvaguarda a liberdade individual e o que mais assegura a livre iniciativa.

De nada adianta tentarmos transformar a qualquer preço um "homem faccioso"- parcial, sectário. É-nos impossível alterar as leis naturais; temos, sim, que aprender a respeitá-las, visto que a transformação só acontece quando estamos preparados ou prontos para mudar.

Hammed por Francisco do Espírito Santo Neto do livro:
A imensidão dos Sentidos

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