sexta-feira, 31 de março de 2017

O Essencial

O Essencial

Emmanuel



O essencial não será tanto o que reténs.
É o que dás de ti mesmo e a maneira como dás.

Não é tanto o que recebes.
É o que distribuis e como distribuis.

Não é tanto o que colhes.
É o que semeias e para que semeias.

Não é tanto o que esperas.
É o que realizas.

Não é tanto o que rogas.
É o que aceitas.

Não tanto o que reclamas.
É o que suportas e como suportas.

Não é tanto o que falas.
É o que sentes e como sentes.

Não é tanto o que perguntas.
É o que aprendes e para que aprendes.

Não é tanto o que aconselhas.
É o que exemplificas.

Não é tanto o que ensinas.
É o que fazes e como fazes.

Em suma, na vida do Espírito, — a única vida verdadeira, — o 
Essencial não é o que parece. O essencial será sempre aquilo que é.



(Página recebida pelo médium Francisco Cândido Xavier, em reunião pública da Comunhão Espírita Cristã, na noite de 29/7/63, em Uberaba, Minas) – Anuário Espírita/1964 - Pág. 87 (1º edição do Anuário Espírita) - Posteriormente incluída na obra: - Caminho Espirita - Chico Xavier / Diversos Espíritos / capítulo 43.




quinta-feira, 30 de março de 2017

Não reproves

Não reproves

Maria Dolores



" Um companheiro de lado,
Triste, agressivo, irritado,
Causando preocupação,
É sempre alguém que procura

Consolo à própria amargura,
Pedindo compreensão.
Fitando qualquer pessoa
Que te injuria, perdoa

E auxilia, mais e mais...
Na multidão, no barulho,
Muitas máscaras de orgulho
São dores descomunais.

Se te mostra voz de briga,
Dá-lhe, em troca, a frase amiga,
Nada te possa alterar...
Ou simplesmente irradia

Uma oração de alegria
Que lhe atenue o pesar.
Ante os irmãos em revolta,
Sabes que estás sob a escolta

Dos Mensageiros do Bem...
A dor, no tempo, varia,
Cada qual tem o seu dia.
Nunca reproves ninguém."


quarta-feira, 29 de março de 2017

Entrevistando Emanuel Swedenborg

Entrevistando Emanuel Swedenborg

Irmão X.



A conferência em Estocolmo, Suécia, no dia 10 de junho (1994), abordou o tema da Sobrevivência do Espírito. Encerrada a reunião, o Amigo Espiritual escreveu a interessante mensagem que aqui se encontra.

Visitava Estocolmo, a bela capital da Suécia, nesta ensolarada manhã de junho, país que ofereceu homens e mulheres notáveis à Humanidade, quais Tycho Brahé, o admirável astrônomo, Alfredo Nobel, o inspirado benfeitor do progresso da Ciência e da Cultura, Selma Lagerlöf, a inesquecível contista, Carl Mieles, o Miguel Ângelo moderno, entre outros, quando me recordei do sábio e místico Emanuel Swedenborg, de elevados dotes intelectuais e mediúnicos.

Sabia que a pequena casa onde ele meditara no sul da cidade, no século XVIII, fora transferida integralmente para o belo parque Skansen, que é um misto de zoológico, museu onde se encontram páginas vivas do país, com as suas construções do passado, ao mesmo tempo bosque e ampla área de recreação.

Dirigi-me à imensa área verde, enriquecida pelo perfume das flores do verão sueco e, em recanto especial, entre roseiras exuberantes, encontrei a modesta construção de madeira, ainda impregnada pelas vibrações do famoso cientista e vidente.

Com o faro aguçado de jornalista curioso, adentrei-me na pequena e bem conservada habitação, revendo os móveis singelos, ao mesmo tempo tentando penetrar no campo psíquico que ali perdurava.

Alongando observações com referência aos frequentadores do santuário, discípulos e admiradores do inspirador da Igreja da Nova Jerusalém, vi o eminente sensitivo sentado na sala, conversando com alguns interessados e aprendizes devotados.

Acerquei-me do grupo, com o máximo de respeito e atenção, anotando algumas expressões e pensamentos renovadores que foram citados pelo palestrante.

Terminada a conversação, aproximei-me e apresentei-me ao simpático Espírito, que me recebeu jovialmente.

Expliquei-lhe que tomara conhecimento, embora superficialmente, da sua Doutrina, quando encarnado, e que, se possível, gostaria de apresentar-lhe algumas breves questões que me surgiram há tempos, face aos meus estudos no além-túmulo, da Doutrina Espírita, codificada por Allan Kardec.

Sem opor qualquer dificuldade, o nobre pensador aquiesceu. Sem demora, indaguei-lhe:

— Transcorridos quase duzentos e cinquenta anos da vossa expressiva experiência mediúnica, em 1745, que assinala o início do vosso apostolado, teria algo de novo a acrescentar às revelações recebidas?

Não se fazendo rogado, e com naturalidade, ele respondeu:

— Como o amigo deve encontrar-se informado, o fenômeno se me manifestou por primeira vez em forma de um sonho, no qual eu senti uma tremenda ventania que me atirou com a face no solo. Comecei a orar, temeroso, então vi Jesus, que manteve uma grave conversa comigo, da qual me ficaram apenas as palavras Bem, então, assim, que foram as únicas possíveis de recordar- me ao despertar.

“A impressão do insólito acontecimento foi tão poderosa, que alterou completamente a minha existência, a partir daquele momento, e para esse trabalho entreguei os restantes quase vinte e sete anos de que dispus...

“As revelações e os contatos espirituais prosseguiram incessantes, e os anotei, quanto possível, no que redundou tomar-se a doutrina que preserva o meu nome.

“Quantos enganos, porém! Aquele era um período difícil. O predomínio da fé religiosa sem a razão; a ignorância, quase generalizada, a respeito dos Espíritos e das suas comunicações; o meu estado de exaltação psíquica, tudo isso contribuiu para que me equivocasse e também tombasse nos escorregadios degraus do fanatismo que me comprometeu.

"“Já tive ocasião de referir-me, através de vários médiuns, a algumas dessas questões, nos dias da Codificação espírita, no século passado, como mais recentemente, na Inglaterra, país que sempre amei.

“O amigo sabe que foi em Londres, que entreguei a alma a Deus, não é verdade?”

— Sim — redargui-lhe. — Sabia-o vagamente. Porém, os despojos mortais ainda permanecem lá?

— Não — retrucou. — O governo do meu país transferiu-os para a Catedral de Upsala, no ano de 1908, onde hoje se encontram.

— O nobre benfeitor ainda considera legítima a doutrina das correspondências que apresentou na vossa Obra?

Detendo-se a reflexionar, com suave sorriso na face, respondeu com sinceridade:

— Toda a base teológica do meu pensamento, que objetivava restaurar o Cristianismo, hauri-a na Bíblia, que tinha na condição de infalível, por ser a palavra de Deus. As revelações espirituais que me eram feitas, por sua vez, procediam de entidades algo intolerantes e fixadas às convicções que adquiriram antes da morte. A minha exaltação psíquica igualmente contribuiu para aplicar as correspondências do lendário livro com a realidade humana, nos vários aspectos — moral, espiritual, religioso — fazendo um grande esforço imaginativo e conceptual para que se apresentassem lógicas, o que certamente não foi possível. Tomou-se, assim, uma página mitológica, rica de simbolismos, alguns absurdos, sem nenhum referencial com a realidade. Hoje, procuro inspirar os seguidores da Igreja da Nova Jerusalém para que operem mais amplas aberturas interpretativas, ou mesmo deixem-na à margem.

“Reconheço, com alguma tristeza, que ignorando o trato psicológico com os imortais, não obstante as experiências com algumas ciências, tomei-me presa fácil de Espíritos, alguns pseudo-sábios e outros zombeteiros, que me induziram a conclusões errôneas, no que diz respeito à religião, assim como a outras questões de natureza filosófica.”

— Como considerais hoje a comunicabilidade dos Espíritos e a amplitude do fenômeno mediúnico, após o surgimento do Espiritismo em Paris, a 18 de abril de 1857?

— Com simpatia e preocupação. Tenho o Espiritismo como o real Consolador prometido por Jesus-Cristo, que eu pensei, à minha época, ser a mensagem de que me fizera portador, por atribuí-la ao próprio Jesus, portanto, a Deus feito homem, como eu expus nas minhas obras. O conceito esdrúxulo foi uma tentativa de negar a Santíssima Trindade, porém, respeitando alguns postulados bíblicos, criei a ideia de Deus, em Jesus humanizado, para deter os demônios que atenazavam as criaturas, e no Espírito Santo, mas que não seriam três pessoas, porém os três essenciais de um único Deus.

“O Espiritismo ensina corretamente a questão, libertando-se do atavismo clericalista e do cabalismo do número três. Racional, ele é sempre lógico. Eu defendera a tese de que se devia crer sem a necessidade da comprovação pelos fatos, o que ora me soa absurdo, assim reconfirmando que o espírito familiar que mais dialogava comigo, igualmente, ignorava muitas coisas.

“Ele fez-me ver que eu fora escolhido para o intercâmbio com os anjos e os santos, com Jesus-Deus. Permiti-me a fantasia ingênua de considerar-me um privilegiado, o único ser em condições de reformar a Religião Cristã, apresentando a verdadeira, que pouco fora conhecida.

“Todas as criaturas somos muito vulneráveis à presunção, essa filha da vaidade e irmã do egoísmo exacerbado.

“A minha preocupação diz respeito à ligeireza com que as pessoas tomam conhecimento da Doutrina Espírita, sem a aprofundarem, entregando-se à prática mediúnica desequipadas de conhecimentos, seriedade e cuidados, assim tomando-se instrumentos da insensatez e leviandade que permanecem também entre os mortos, como sabemos, o amigo e nós.

“Não seria lícito tentar impedir o intercâmbio generalizado, que se dá do nosso para o mundo físico, no entanto, é lícito e oportuno recomendar-se muito cuidado, mesmo porque os Espíritos não detemos todo o conhecimento, razão que levou Allan Kardec a interrogar vários, por intermédio de diferentes médiuns, comparando depois as respostas e submetendo-as ao crivo da razão, da universalidade.

“Ao mesmo tempo, o intercâmbio espiritual pelos médiuns, qual ocorreu com o próprio Jesus, no Tabor, diante de Moisés e Elias, bem como com os Apóstolos, é dos mais elevados contributos para a plenificação humana, através da certeza da sobrevivência da vida à morte física.”

E após um sorriso jovial, arrematou:

“Já não considero o intercâmbio mediúnico como o caminho para o hospício.”

— Não desejando ser inoportuno, indagaria ao caro Benfeitor, se ainda considerais que o espírito surge do sêmen do pai, enquanto a mãe oferece-lhe o corpo, conforme se encontra na Doutrina Swedenborguiana?

— Basta um regular conhecimento das leis da hereditariedade para constatar-se o equívoco da afirmativa. Vivíamos, à época, em total desconhecimento da Genética, e concepções fantasiosas tentavam explicar a origem da vida, inspirando-se no simbolismo bíblico da Criação que, não resolvendo todas as questões do Evolucionismo Darwiniano e do Transformismo Lamarckiano, que vieram só depois, abriam espaço para essa e outras audaciosas teorias.

“Sabemos que Deus jamais repousa, descansa, prosseguindo o ministério ilimitado da Criação, conforme Jesus acentuou: Meu Pai até hoje trabalha e eu também trabalho. Este conceito do Mestre basta para confirmar que o Autor continua produzindo a vida...

“Muitos reparos merecem o trabalho que deixei. Valem, porém, o esforço sacrificial, que foi aplicado nele, e o imenso amor às criaturas, as quais pretendia libertar da ignorância, agora continuando com o mesmo objetivo, embora com a visão renovada.”

— Agradeço ao querido mestre a gentileza e bondade, e rogo-vos escusas pelo tempo que vos tomei.

Gentilmente ele distendeu-me a mão e sorriu com cordialidade.

Eu porém prossegui com a mente esfervilhando de interrogações, que não deveria apresentar ao grande vidente sueco, para não pecar por descortesia ou desrespeito.

Não obstante, porque a noite demorasse de chegar, ali fiquei no imenso parque de Skansen, a meditar nas respostas do insigne místico de Estocolmo.

Irmão X. por Divaldo Franco do livro:
Sob a Proteção de Deus

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terça-feira, 28 de março de 2017

Conselhos fraternais de Emmanuel

Conselhos fraternais de Emmanuel

Emmanuel



Meu amigo, muita paz! Enquanto não se converte o homem no herdeiro divino, em plena posse das riquezas eternas e dons imperecíveis do espírito, instituindo o Reino do Senhor na Terra, o clima do cristão constituir-se-á de lutas acerbas.

Indispensável prosseguir, nas leiras da fé viva, arando e semeando para o futuro sem prender a atenção no passado.

Transforma as pedras em flores, os obstáculos em estímulos.

Todo o trabalho humano – serviço nosso na obra do Cristo – não pode apresentar características de perfeição absoluta.

O Mestre, porém, aceita-nos a boa vontade no esforço da cooperação sincera e estende-nos mão forte, sempre que a perseverança na luz e no bem vibre em nossas atitudes.

Continuemos, desse modo, atentos aos nossos deveres.

A sombra é um desafio à nossa capacidade de brilhar ao Sol do Divino Amor que tudo converte em bênçãos de realização sublime com a Boa Nova.

A incompreensão representa forte apelo ao nosso entendimento, a fim de que testemunhando, em silêncio, a nossa fé, possamos aplicar todas as nossas oportunidades no abençoado serviço da redenção.

O desprezo é uma convocação à revelação das nossas possibilidades de amar como Jesus nos amou.

O caminho é longo e a missão é complexa.

Exigem desassombro e serenidade, confiança e otimismo, compreensão e fraternidade.

Não te esqueças de semelhantes armas em teu ministério.

Dissemina a boa semente, edifica no Espírito Eterno, ergue o teu santuário interior para o Mestre e atende às obrigações edificantes que te foram confiadas.

É sempre fácil sorrir perante o céu azul e ensinar nos dias dourados, plenos de tranquilidade e de sol.

É por isso que raros aprendizes sabem servir sob a noite tormentosa e ao logo das horas repletas de dores e dificuldades de toda sorte.

A escola, entretanto, não é outra.

Peçamos ao Divino Amigo nos conceda força para negarmos a nós mesmos, olvidando quanto possa constituir remanescentes de nosso passado delituoso e energia para nos glorificarmos em nossa cruz de cada dia, talhada nos testemunhos de trabalho, a que fomos convocados na hora presente.

Somente assim, meu irmão, poderemos seguir a Luz dos Nossos Destinos, transformando-nos em viva mensagem de seu Infinito Amor a benefício da Terra de paz e fraternidade com o Reino dos Céus, nos bem aventurados dias que virão.

(Página recebida em Pedro Leopoldo, Minas, dirigida a um amigo solicitante de orientação espiritual).


segunda-feira, 27 de março de 2017

Explicações do Mestre

Explicações do Mestre

Neio Lúcio



Em plena conversação edificante, Sara, a esposa de Benjamim, o criador de cabras, ouvindo comentários do Mestre, nos doces entendimentos do lar de Cafarnaum, perguntou, de olhos fascinados pelas revelações novas:

— A ideia do Reino de Deus, em nossas vidas, é realmente sublime; todavia, como iniciar-me nela? Temos ouvido as pregações à beira do lago e sabemos que a Boa Nova aconselha, acima de tudo, o amor e o perdão... Eu desejaria ser fiel a semelhantes princípios, mas sinto-me presa a velhas normas. Não consigo desculpar os que me ofendem, não entendo uma vida em que troquemos nossas vantagens pelos interesses dos outros, sou apegada aos meus bens e ciumenta de tudo o que aceito como sendo propriedade minha.

A dama confessava-se com simplicidade, não obstante o sorriso desapontado de quem encontra obstáculos quase invencíveis.

— Para isso — comentou Pedro —, é indispensável a boa-vontade.

— Com a fé em Nosso Pai Celestial — aventurou a esposa de Simão —, atravessaremos os tropeços mais duros.

Em todos os presentes transparecia ansiosa expectativa quanto ao pronunciamento do Senhor, que falou, em seguida a longo silêncio:

— Sara, qual é o serviço fundamental de tua casa?

— É a criação de cabras — redarguiu a interpelada, curiosa.

— Como procedes para conservar o leite inalterado e puro no benefício doméstico?

— Senhor, antes de qualquer providência, é imprescindível lavar, cautelosamente, o vaso em que ele será depositado. Se qualquer detrito ficar na ânfora, em breve todo o leite se toca de franco azedume e já não servirá para os serviços mais delicados.

Jesus sorriu e explanou:

— Assim é a revelação celeste no coração humano. Se não purificamos o vaso da alma, o conhecimento, não obstante superior, se confunde com as sujidades de nosso íntimo, como que se degenerando, reduzindo a proporção dos bens que poderíamos recolher. Em verdade, Moisés e os Profetas foram valorosos portadores de mensagens divinas, mas os descendentes do Povo Escolhido não purificaram suficientemente o receptáculo vivo do espírito para recebê-las. É por isto que os nossos contemporâneos são justos e injustos, crentes e incrédulos, bons e maus ao mesmo tempo. O leite puro dos esclarecimentos elevados penetra o coração como alimento novo, mas aí se mistura com a ferrugem do egoísmo velho. Do serviço renovador da alma restará, então, o vinagre da incompreensão, adiando o trabalho efetivo do Reino de Deus.

A pequena assembleia, na sala de Pedro, recebia a lição sublime e singela, comovidamente, sem qualquer interferência verbal.

O Mestre, porém, levantando-se com discrição e humildade, afagou os cabelos da senhora que o interpelara e concluiu, generoso:

— O orvalho num lírio alvo é diamante celeste, mas, na poeira da estrada, é gota lamacenta. Não te esqueças desta verdade simples e clara da Natureza.

Neio Lúcio por Chico Xavier do livro:
Jesus no Lar

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domingo, 26 de março de 2017

Segundo a carne

Segundo a carne


Emmanuel


“Porque, se viverdes segundo a carne, morrereis.” - Paulo (Romanos, 8:13)


Para quem vive segundo a carne, isto é, de conformidade com os impulsos inferiores, a estação de luta terrestre não é mais que uma série de acontecimentos vazios.

Em todos os momentos, a limitação ser-lhe-á fantasma incessante. Cérebro esmagado pelas noções negativas, encontrar-se-á com a morte, a cada passo.

Para a consciência que teve a infelicidade de esposar concepções tão escuras, não passará a existência humana de comédia infeliz.

No sofrimento, identifica uma casa adequada ao desespero.

No trabalho destinado à purificação espiritual, sente o clima da revolta.

Não pode contar com a bênção do amor, porquanto, em face da apreciação que lhe é própria, os laços afetivos são meros acidentes no mecanismo dos desejos eventuais.

A dor, benfeitora e conservadora do mundo, é lhe intolerável, a disciplina constituí-lhe angustioso cárcere e o serviço aos semelhantes representa pesada humilhação.

Nunca perdoa, não sabe renunciar, dói-lhe ceder em favor de alguém e, quando ajuda, exige do beneficiado a subserviência do escravo.

Desditoso o homem que vive, respira e age, segundo a carne!

Os conflitos da posse atormentam-lhe o coração, por tempo indeterminado, com o mesmo calor da vida selvagem.

Aí dele, todavia, porque a hora renovadora soará sempre! E, se fugiu à atmosfera da imortalidade, se asfixiou as melhores aspirações da própria alma, se escapou ao exercício salutar do sofrimento, se fez questão de aumentar apetites e prazeres pela absoluta integração com o “lado inferior da vida”, que poderá esperar do fim do corpo, senão sepulcro, sombra e impossibilidade, dentro da noite cruel?




sábado, 25 de março de 2017

Cousas mínimas

Cousas mínimas

Emmanuel



“Pois se nem ainda podeis com as coisas mínimas, porque estais ansiosos pelas outras?” 
- Lucas: - 12-26


Pouca gente conhece a importância da boa execução das cousas mínimas.

Há homens que, com falsa superioridade, zombam das tarefas humildes, como se não fossem imprescindíveis ao êxito dos trabalhos de maior envergadura.

Um sábio não poderá esquecer que, um dia, necessitou aprender com as letras simples do alfabeto.

Além disso nenhuma obra poderá ser perfeita, se os detalhes não foram considerados e compreendidos.

De um modo geral, o homem está sempre atarefado com as situações de grande evidencia, com os destinos dramáticos e empolgantes.

Destacar-se, entretanto, exige sempre muitos cuidados.

Os espinhos também se destacam, as pedras salientam-se na estrada comum.

Convirá, desse modo, atender-se a todas as cousas mínimas da senda que Deus nos reservou, para que nossa ação se destaque com real proveito à vida.

A sinfonia estará perturbada, se faltou uma nota; o poema é confuso quando se omite um verso.

Cuidemos das cousas pequeninas. Elas são partes integrante e inalienável dos grandes feitos.

Compreendendo a importância disso, o Mestre nos interroga no Evangelho de Lucas:

“Pois se nem podeis ainda com as cousas mínimas, porque estais ansiosos pelas outras?”



sexta-feira, 24 de março de 2017

Obra pessoal

Obra pessoal

Emmanuel



“A obra de cada um se manifestará.” Paulo – I Corinthios: 3-13



Ninguém julgue que seus trabalhos individuais sejam elementos perdidos na vastidão imensurável da obra coletiva.

Tudo está sendo analisado pelas Forças Superiores que dominam a vida.

Se o homem pudesse apreender a extensão das energias que o cercam modificaria toda atitude que não evidenciasse a verdade, renovaria qualquer conceito que fugisse do bem.

Há seres cujo padrão de vida, por enquanto, não poderá se distanciar em excesso das operações propriamente animais.

Mas quantos possuem raciocínio para a indagação da origem e do destino, deveriam compreender que se encontram em uma expressão de lutas transitórias.

Que lhes pede a existência fragmentaria?
Nutrição e reprodução são meios.

O homem, portanto, não tem por finalidade suprema o ato de comer e de perpetuar-se, já convertidos por sua imprevidência em glutoneria e perversidade.

O fim de sua passagem no mundo é aprendizado, é a aquisição do espírito de serviço, é a obra de seu aperfeiçoamento, através de labores duros e persistentes.

O planeta é a oficina luminosa, que jamais se encontrou acéfala.

Quem te enviou ao trabalho da Terra está observando o teu esforço.

Não peças muita apreciação dos que te cercam; eles também são identificados por olhos vigilantes.

Cumpre o teu dever.

As gotas d’água fornecem uma ideia de nosso patrimônio coletivo, mas não somos simples gotas d’água.

Somos filhos de Deus e nossa tarefa pessoal se manifestará, fatalmente, na obra d’Ele.






quinta-feira, 23 de março de 2017

O candidato intelectual

O candidato intelectual

Irmão X.



Conta-se que Jesus, depois de infrutíferos desentendimentos com doutores da lei, em Jerusalém, acerca dos serviços da Boa Nova, foi procurado por um candidato ao novo Reino, que se caracterizava pela profunda capacidade intelectual.

Recebeu-o o Mestre, cordialmente, e, em seguida às interpelações do futuro aprendiz, passou a explicar os objetivos do empreendimento. O Evangelho seria a luz das nações e consolidar-se-ia à custa da renúncia e do devotamento dos discípulos. Ensinaria aos homens a retribuição do mal com o bem, o perdão infinito com a infinita esperança. A Paternidade Celeste resplandeceria para todos. Judeus e gentios converter-se-iam em irmãos, filhos do mesmo Pai.

O candidato inteligente, fixando no Senhor os olhos arguciosos, indagou:

- A que escola filosófica obedecerá?

- A escola do céu respondeu complacente, o Divino Amigo.

E outras perguntas choveram, improvisadas.

- Quem nos presidirá à organização?

- Nosso Pai Celestial.

- Em que base aceitará a dominação política dos romanos?

- Nas do respeito e do auxílio mútuos.

- Na hipótese de sermos perseguidos pelo Cinéreo, em nossas atividades, como proceder?

- Desculparemos a ignorância, quantas vezes for preciso.

- Qual o direito que competirá aos adeptos da Revelação Nova?

-O direito de servir sem exigências.

O rapaz arregalou os olhos aflitos e prosseguiu indagando:

- Em que consistirá desse modo, o salário do discípulo?

- Na alegria de praticar a bondade.

- Estaremos arregimentados num grande partido?

- Seremos, em todos os lugares, uma assembleia de trabalhadores atenta à Vontade Divina.

- O programa?

- Permanecerá nos ensinamentos novos de amor, trabalho, esperança, concórdia e perdão.

- Onde a voz imediata de comando?

- Na consciência.

- E os cofres mantenedores do movimento?

- Situar-se-ão em nossa capacidade de produzir o bem.

- Com quem contaremos de imediatos?

- Acima de tudo com o Pai e, na estrada comum, com as nossas próprias forças.

- Quem reterá a melhor posição no ministério?

- Aquele que mais servir.

O candidato coçou a cabeça, francamente desorientado, e continuou, finda a pausa:

- Que objetivo fundamental será o nosso?

Respondeu Jesus, sem se irritar:

- O mundo regenerado, enobrecido e feliz.

- Quanto tempo gastará?

- O tempo necessário.

- De quantos companheiros seguros dispomos para início da obra?

- Dos que puderem compreender-nos e quiserem ajudar-nos.

- Mas não teremos recursos de constranger os seguidores à colaboração ativa?

- No Reino Divino não há violência.

- Quantos filósofos, sacerdotes e políticos nos acompanharão?

- Em nosso apostolado, a condição transitória não interessa e a qualidade permanece acima do número.

- A missão abrangerá quantos países?

- Todas as nações.

- Fará diferença entre senhores e escravos?

- Todos os homens são filhos de Deus.

- Em que sítio se levanta as construções de começo? Aqui em Jerusalém?

- No coração dos aprendizes.

- Os livros de apontamento estão prontos?

- Sim.

- Quais são?

- Nossas vidas...

O talentoso adventício continuou a indagar, mas Jesus silenciou sorridente e calmo.

Após longa série de interrogativas sem resposta, o afoito rapaz inquiriu ansioso:

-Senhor, por que não esclareces?

O Cristo afagou-lhe os ombros inquietos e afirmou:

- Busca-me quando estiveres disposto a cooperar.

E, assim dizendo, abandonou Jerusalém na direção da Galileia, onde procurou os pescadores rústicos e humildes que, realmente nada sabiam da cultura grega ou do Direito Romano, mantendo-se, contudo, perfeitamente prontos a trabalhar com alegria e servir por amor, sem perguntar.

Irmão X. por Chico Xavier do livro:
Contos e apólogos

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