sábado, 30 de abril de 2016

Tolerância

Tolerância

Meimei



Emaranhas-te, algumas vezes, no cipoal da incompreensão de seres queridos.

Aqui, é um filho que se te afigura inacessível às diretrizes de renovação; mais além, é um coração amado que parece não mais te suportar os convites ao bom senso.

Não insistas com intimações palavrosas. Ameaças e desafios assemelham-se a marteladas sobre pregos de fixação.

Oferece-lhes bondade e simpatia, quando te não consigam entender, mas não os encarceres nas linhas de teus pensamentos.

Se pessoas queridas fogem de ti, inconformadas com a vida em tua casa mental, abençoa-as com serenidade e continua agindo e servido na execução dos ideais superiores que abraças.

E se, um dia, te retornarem à convivência, buscando trabalhar perto de ti, quanto se te faça possível, abre-lhes os braços; e se te solicitarem a intercessão para que venham a servir noutros caminhos, não vaciles ajudá-las, afim de que retomem o esforço de elevação do qual se afastaram transitoriamente.

Perdão não é apenas uma joia na boca e sim a aceitação dos outros, na condição em que ainda se encontrem, com a sincera disposição de colocar-nos em lugar deles, não somente para avaliar-lhes a situação, mas também para sabermos quanto estimaríamos recolher, na situação dos que erram, a tolerância da generosidade alheia.

Sigamos o próprio caminho, sem impedir que os semelhantes escolham estradas diferentes das nossas.

Certa feita, recomendou Jesus ao Apóstolo:

- "Perdoarás não apenas uma vez, mas setenta vezes sete". Isso quer dizer também que à frente dos nossos irmãos que nos firam ou nos ofendam, cabe-nos abençoá-los e auxiliá-los, tantas vezes quantas se fizerem necessárias.



Meimei por Chico Xavier do livro: Somente Amor



sexta-feira, 29 de abril de 2016

Recorre à meditação

Recorre à meditação

Joanna de Ângelis



O homem que busca a realização pessoal, inevitavelmente é impelido à interiorização.

Seu pensamento deve manter firmeza no ideal que o fascina, e a fé de que logrará o êxito impulsiona-o a não intimidar-se diante dos impedimentos que o assaltam na execução do programa ao qual se propõe.

A meditação torna-se-lhe o meio eficaz para disciplinar a vontade, exercitando a paciência com que vencerá cada dia as tendências inferiores nas quais se agrilhoa.

*

Meditar é uma necessidade imperiosa que se impõe antes de qualquer realização.

Com esta atitude acalma-se a emoção e aclara-se o discernimento, harmonizando-se os sentimentos.

Não se torna indispensável que haja uma alienação, em fuga dos compromissos que lhe cumpre atender, face às responsabilidades humanas e sociais. Mas, que reserve alguns espaços mentais e de tempo, a fim de lograr o cometimento.

*

Começa o teu treinamento, meditando diariamente num pensamento do Cristo, fixando-o pela repetição e aplicando-o na conduta através da ação.

Aumenta, a pouco e pouco, o tempo que lhe dediques, treinando o inquieto corcel mental e aquietando o corpo desacostumado.

Sensações e continuados comichões que surgem, atende-os com calma, a mente ligada à ideia central, até conseguires superá-los.

A meditação deve ser atenta, mas não tensa, rígida.

Concentra-te, assentado comodamente, não, porém, o suficiente para amolentar-te e conduzir-te ao sono.

Envida esforços para vencer os desejos inferiores e as más inclinações.

Escolhe um lugar asseado, agradável, se possível, que se te faça habitual, enriquecendo-lhe a psicosfera com a qualidade superior dos teus anelos.

Reserva-te uma hora calma, em que estejas repousado.

Invade o desconhecido país da tua mente, a princípio reflexionando sem censurar, nem julgar, qual observador equilibrado diante de acontecimentos que não pode evitar.

Respira, calmamente, sentindo o ar que te abençoa a vida.

Procura a companhia de pessoas moralmente sadias e sábias, que te harmonizem.

Dias haverá mais difíceis para o exercício. O treinamento, entretanto, se responsabilizará pelos resultados eficazes.

Não lutes contra os pensamentos. Conquista-os com paciência.

Tão natural se te tornará a realização que, diante de qualquer desafio ou problema, serás conduzido à ideia predominante em ti, portanto, a de tranquilidade, de discernimento.

*

Gandhi jejuava em paz, por vários dias, sem sofrer distúrbios mentais, porque se habituara à meditação, à qual se entregava nessas oportunidades.

E Jesus, durante os quarenta dias de jejum, manteve-se em ligação com o Pai, prenunciando o testemunho no Getsemani, quando entregue, em meditação profunda, na qual orava, deixou-se arrastar pelas mãos da injustiça, para o grande testemunho que viera oferecer à Humanidade.

Joanna de Ângelis por Divaldo Franco do livro:
Momentos de Meditação

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quinta-feira, 28 de abril de 2016

Na terra

Na terra

André Luiz



Na Terra, Deus nos concede o corpo, através de pais amigos.
Cada um de nós se lhe faz inquilino temporário em regime de responsabilidade.

Deus nos proporciona a riqueza das horas pela contabilidade do Tempo.
Cada criatura, em momento oportuno, apresentará o relatório dos próprios dias.

Deus nos oferta os laços afetivos pelos princípios da afinidade.
Podemos valorizá-los ou não, conforme o nosso próprio arbítrio.

Deus nos concede a propriedade, por intermédio das leis organizadas pelos próprios homens.
Daremos conta do usufruto respectivo.

Deus nos oferece as sementes pelos recursos da Natureza.
Plantio e colheita são sempre de nossa escolha.

Deus nos confia o dinheiro, através do trabalho ou da generosidade alheia.
Somos responsáveis pela aplicação da finança nos seja creditada.

Deus nos habilita para a eficiência com máquinas diversas, por meio da própria inteligência humana.
Compete a nós outros a programação e a condução delas.

Em suma, toda criação e doação das vantagens de que dispomos procedem de Deus.
Entretanto, é justo reconhecer que todos os êxitos e problemas da utilização pertencem a nós.


André Luiz por Chico Xavier - Mensagem incluída nos livros: Vida em Vida e Passos da Vida




quarta-feira, 27 de abril de 2016

Vida e nós

Vida e nós

Emmanuel




Observa a transitoriedade da existência na Terra, com todos os valores educativos de que se companha.

As famílias se transformam.
Os patrimônios materiais se transferem.
As teorias se modificam.
Costumes se alteram.
Convenções substituem convenções.
Companheiros são chamados a servir em outros setores.
Ódios passam.
Inimigos desaparecem.
Desajustes são corrigidos.
A fortuna muda de endereço.

Acima de todas as mudanças, permanecerás sempre em tua perenidade espiritual.

Meditemos nas leis que nos governam, em bases de causa e efeito, estruturadas pela Sabedoria Divina em justiça e misericórdia.

Em qualquer lugar, teremos o que dermos.

Não olvides: tudo o que fizeres dos outros, fazes de ti.




terça-feira, 26 de abril de 2016

Aviso do tempo

Aviso do tempo

Emmanuel




O Tempo endereça às criaturas o seguinte aviso, em cada alvorecer:

- Certamente, Deus te concederá outros dias e outras oportunidades de trabalho, mas faze agora todo o bem que puderes porque dia igual ao de hoje só terás uma vez.




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segunda-feira, 25 de abril de 2016

Reforma íntima

Reforma íntima

Joanna de Ângelis



A reforma íntima! 

Quanto puderes, posterga a prática do mal até o momento que possas vencer essa força doentia que te empurra para o abismo.

Provocado pela perversidade, que campeia a solta, age em silêncio, mediante a oração que te resguarda na tranquilidade.

Espicaçado pelos desejos inferiores, que grassam estimulados pela onda crescente do erotismo e da vulgaridade, gasta as tuas energias excedentes na atividade fraternal.

Empurrado para o campeonato da competição, na área da violência, estuga o passo e reflexiona, assumindo a postura da resistência passiva.

Desconsiderado nos anseios nobres do teu sentimento, cultiva a paciência e aguarda a bênção do tempo que tudo vence.

Acoimado pela injustiça ou sitiado pela calúnia, prossegue no compromisso abraçado, sem desânimo, confiando no valor do bem.

Aturdido pela compulsão do desforço cruel, considera o teu agressor como infeliz amigo que se compraz na perturbação.

Desestimulado no lar, e sensibilizado por outros afetos, renova a paisagem familiar e tenta salvar a construção moral doméstica abalada.

É muito fácil desistir do esforço nobre, comprazer-se por um momento, tornar-se igual aos demais, nas suas manifestações inferiores. Todavia, os estímulos e gozos de hoje, no campo das paixões desgovernadas, caracterizam-se pelo sabor dos temperos que se convertem em ácido e fel, a requeimarem por dentro, passados os primeiros momentos.

Ninguém foge aos desafios da vida, que são técnicas de avaliação moral para os candidatos à felicidade.

O homem revela sabedoria e prudência, no momento do exame, quando está convidado à demonstração das conquistas realizadas.

Parentes difíceis, amigos ingratos, companheiros inescrupulosos, co-idealistas insensíveis, conhecidos descuidados, não são acontecimentos fortuitos, no teu episódio reencarnacionista.

Cada um se movimenta, no mundo, no campo onde as possibilidades melhores estão colocadas para o seu crescimento. Nem sempre se recebe o que se merece. Antes, são propiciados os recursos para mais amplas e graves conquistas, que darão resultados mais valiosos.

Assim, aprende a controlar as tuas más inclinações e adia o teu momento infeliz.

Lograrás vencer a violência interior que te propele para o mal, se perseverares na luta.

Sempre que surja oportunidade, faze o bem, por mais insignificante que te pareça. Gera o momento de ser útil e aproveita-o.

Não aguardes pelas realizações retumbantes, nem te detenhas esperando as horas de glorificação.

Para quem está honestamente interessado na reforma íntima, cada instante lhe faculta conquistas que investe no futuro, lapidando-se e melhorando-se sem cansaço.

Toda ascensão exige esforço, adaptação e sacrifício.

Toda queda resulta em prejuízo, desencanto e recomeço.

Trabalha-te interiormente, vencendo limite e obstáculo, não considerando os terrenos vencidos, porém, fitando as paisagens ainda a percorrer.

A tua reforma íntima te concederá a paz por que anelas e a felicidade que desejas.

Joanna de Ângelis por Divaldo Franco do livro:
Vigilância

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domingo, 24 de abril de 2016

Sofrimento

Sofrimento

Joanna de Ângelis





O homem empenha-se, afanosamente, para vencer o sofrimento, que se lhe apresenta com adversário soez.

Em todas as épocas, ele vem travando uma violenta batalha para eximir-se à dor, em contínuas tentativas infrutíferas, nas quais exaure as forças, o ânimo e o equilíbrio, tombando depois em mais graves aflições.

Passar incólume ao sofrimento é a grande meta que todos perseguem. Pelo menos, diminuir-lhes a intensidade ou acalmá-lo, de modo a poder fruir os prazeres da existência em incessantes variações.

Imediatista, interessa-lhe o hoje, sem visão do porvir. Com efeito, o sofrimento tem sido considerado vingança ou castigo divino, portanto, credor de execração e ódio.

Nas variadas mitologias, as figuras de deuses invejosos quão despeitados, infligindo punições às criaturas e comprazendo-se ante as dores que presenciam, são a resposta ancestral para o sofrimento na Terra.

Diversas escolas filosóficas e doutrinas religiosas, de alguma forma concordes com essas absurdas conceituações, estabeleceram métodos depuradores para a libertação do sofrimento.


Que vão desde as mais bárbaras flagelações (silícios, holocaustos, promessas e oferendas) ao ascetismo mais exacerbado, procurando negar o mundo e odiá-lo, a fim de, com essas atitudes, acalmarem e agradarem aos deuses ou a Deus.

Paralelamente, o estoicismo (indiferença e desprezo pelos males físicos e morais), herdeiro de alguns comportamentos orientais, tentou imunizar o homem, estimulando-o a uma conduta de graves sacrifícios que, sem embargo, é desencadeadora de sofrimento.

Para libertar-se desse adversário, a criatura impõe-se outras formas de dor, que aceita racionalmente, por livre opção, não se dando conta, do equívoco em que labora.

A dor, porém, não é uma punição. Antes, revela-se um excelente mecanismo da vida a serviço da própria vida.

Fenômeno de desgaste pelas alterações naturais da estrutura dos órgãos (à medida que a energia se altera advém à deterioração do invólucro material que ela vitaliza) essa disjunção faz-se acompanhada pelas sensações desagradáveis da angústia, desequilíbrio e dor, conforme seja a área afetada no indivíduo.

Desse modo, é inevitável a ocorrência do sofrimento na Terra e nas áreas vibratórias que circundam o planeta, nas quais se movimentam os seus habitantes.

Ele faz parte da etapa evolutiva do orbe e de todos quantos aqui estagiam, rumando para planos mais elevados.

Na variada gênese do sofrimento, todo esforço para mitigá-lo, sem a remoção das causas, não logrará senão paliativos, adiamentos.

Mesmo quando alguma injunção premie o enfermo com uma súbita liberação, se a terapia não alcançou as razões que o desencadeiam, ele transitará de uma para outra problemática sem conseguir a saúde real.

Isso porque, em todo processo degenerativo ou de aflição, o Espírito, em si mesmo, é sempre o responsável, consciente ou não.

E, naturalmente, só quando ele se resolve pela harmonia interior, opera-se lhe a conquista da paz.

Em tal situação, mesmo ocorrendo os processos transformadores da ação biológica, o sofrimento disso decorrente não afeta a emoção nem se transforma em causa de danos.

À semelhança de outros automatismos fisiológicos, a consciência não lhe registra a manifestação.

O sofrimento, portanto, pode e deve ser considerado uma doença da alma, que ainda se atém às sensações e opta pelas direções e ações que produzem desequilíbrio.

Nesta fase, dos interesses imediatos, todo um emaranhado de paixões primitivas propele o ser na direção do gozo, sem a ética necessária ou o sentimento de superior eleição, e o atira nos cipoais dos conflitos que geram a desarmonia das defesas orgânicas, as quais cedem à invasão de micróbios e vírus que lhes destroem a imunidade, instalando-se, insaciáveis, devoradores.

Da mesma forma, os equipamentos mentais hipersensíveis desajustam-se, abrindo campo à instalação das alienações, das obsessões cruéis.

Por extensão, pode-se dizer que o sofrimento não é imposto por Deus, constituindo-se eleição da cada criatura, mesmo porque, a sua intensidade e duração estão na razão direta da estrutura evolutiva, das resistências morais características do seu estágio espiritual.

É a sensibilidade emocional que filtra a dor e a exterioriza. Com ela reduzida, as agressões de toda ordem recebem resposta de violência e agressividade.

Nas faixas mais primitivas da evolução, os fenômenos dor, desgaste, envelhecimento e morte, porque quase destituídos os seres de raciocínio e emotividade, que ainda se lhes encontram em germe, seguem uma linha direcional automatista, na qual as exceções atestam o trânsito da essência psíquica para estágios mais elevados.

Decorre disso que o sofrimento é maior nas áreas moral e emocional, que somente se encontram nos portadores de mais alto grau de evolução, de sensibilidade, de amor, capazes de ultrapassar tais condições, sobrepondo-se lhes mediante o controle de que se fazem possuidores, diluindo na esperança, na ternura e na certeza da vitória as injunções aflitivas.

Fugir, escamotear, anestesiar o sofrimento são métodos ineficazes, mecanismos de alienação que postergam a realidade, somando-se sempre coma a sobrecarga das complicações decorrentes do tempo perdido.

Pelo contrário, uma atitude corajosa de examiná-lo e enfrentá-lo representa valioso recurso de lucidez com efeito terapêutico propiciador de paz.

As reações de ira, violência e rebeldia ao sofrimento mais o ampliam, pelo desencadear de novas desarmonias em áreas antes não afetadas.

A resignação dinâmica, isto é, a aceitação do problema com uma atitude corajosa de o enfrentar e remover-lhe a causa, representa avançado passo para a sua solução.

É de insuspeitável significação positiva o equilíbrio mental e moral diante do sofrimento, o que se consegue por meio do treinamento pela meditação, pela oração, que defluem do conhecimento que ilumina a consciência, orientando-a corretamente.

Conhecer-se, na condição de Espírito imortal em processo evolutivo mediante as experiências reencarnatórias, representa para o homem alta aquisição de valores para compreender, considerar e vencer o sofrimento, que faz parte do “modus operandi” de todos os seres.

Muitas pessoas advogam que o sofrimento é a única certeza da vida, sem compreenderem que ele está na razão direta da conduta remota ou próxima mantida para cada qual.

Pode-se dizer, portanto, que a sua presença resulta do distanciamento do amor, que lhe é o grande e eficaz antídoto.

Interdependentes, o sofrimento e o amor são mecanismos da evolução. Quando um se afasta, o outro se apresenta. Às vezes, coroando a luta, na reta final, ei-los que surgem simultaneamente, sem os danos que normalmente desencadeiam.

A história dos mártires atesta-nos a legitimidade do conceito. Acima de todos eles, porém, destaca-se o exemplo de Jesus, lecionando, pelo amor, a vitória sobre o sofrimento durante toda a Sua vida, principalmente nos momentos culminantes do Getsêmani ao Gólgota, e daí à ressurreição.


"Os fenômenos da vida podem ser comparados a um sonho, a um fantasma, a uma bolha, a uma sombra, a uma orvalhada cintilante ou a um raio luminoso, e como tal deveriam ser contemplados."(Buda)





sábado, 23 de abril de 2016

Sintonia

Sintonia

Emmanuel



As bases de todos os serviços de intercâmbio, entre os desencarnados e encarnados, repousam na mente, não obstantes as possibilidades de fenômenos naturais, no campo da matéria densa, levados a efeito por entidades menos evoluídas ou extremamente consagradas à caridade sacrificial.

De qualquer modo, porém, é no mundo mental que se processa a gênese de todos os trabalhos da comunhão de espírito a espírito.

Daí procede a necessidade de renovação idealística, de estudo, de bondade operante e de fé ativa, se pretendemos conservar o contato com os Espíritos da Grande Luz.

Simbolizemos nossa mente como sendo uma pedra inicialmente burilada. Tanto quanto a do animal, pode demorar-se, por muitos séculos, na ociosidade ou na sombra, sob a crosta dificilmente permeável de hábitos nocivos ou de impulsos degradantes, mas se a expomos ao sol da experiência, aceitando os atritos, as lições, os dilaceramentos e as dificuldades do caminho por golpes abençoados do buril da vida, esforçando-nos por aperfeiçoar o conhecimento e melhorar o coração, tanto quanto a pedra burilada reflete a luz, certamente nos habilitamos a receber a influência dos grandes gênios da sabedoria e do amor, gloriosos expoentes da imortalidade vitoriosa, convertendo-nos em valiosos instrumentos da obra assistencial do Céu, em favor do reerguimento de nossos irmãos menos favorecidos e para a elevação de nós mesmos às regiões mais altas.

A fim de atingirmos tão alto objetivo é indispensável traçar um roteiro para a nossa organização mental, no Infinito Bem, e segui-lo sem recuar.

Precisamos compreender, repetimos, que os nossos pensamentos são forças, imagens, coisas e criações visíveis e tangíveis no campo espiritual.

Atraímos companheiros e recursos, de conformidade com a natureza de nossas ideias, aspirações, invocações e apelos.

Energia viva, o pensamento desloca, em torno de nós, forças sutis, construindo paisagens ou formas e criando centros magnéticos ou ondas, com os quais emitimos a nossa atuação ou recebemos a atuação dos outros.

Nosso êxito ou fracasso dependem da persistência ou da fé com que nos consagramos mentalmente aos objetivos que nos propomos alcançar.

Semelhante lei de reciprocidade impera em todos os acontecimentos da vida.

Comunicar-nos-emos com as entidades e núcleos de pensamentos, com os quais no colocamos em sintonia.

Nos mais simples quadros da natureza, vemos manifestado o princípio da correspondência.

Um fruto apodrecido ao abandono estabelece no chão um foco infeccioso que tende a crescer, incorporando elementos corruptores.

Exponhamos a pequena lâmina de cristal, limpa e bem cuidada, à luz do dia, e refletirá infinitas cintilações do Sol.

Andorinhas seguem a beleza da primavera.

Corujas acompanham as trevas da noite.

O mato inculto asila serpentes.

A terra cultivada produz o bom grão.

Na mediunidade, essas leis se expressam, ativas.

Mentes enfermiças e perturbadas assimilam as correntes desordenadas do desequilíbrio, enquanto que a boa-vontade e a boa intenção acumulam os valores do bem.

Ninguém está só.

Cada criatura recebe de acordo com aquilo que dá.

Cada alma vive no clima espiritual que elegeu, procurando o tipo de experiência em que situa a própria felicidade.

Estejamos, assim, convictos de que os nossos companheiros na Terra ou no Além são aqueles que escolhemos com as nossas solicitações interiores, mesmo porque, segundo o antigo ensinamento evangélico, “tecemos nosso tesouro onde colocamos o coração”.



sexta-feira, 22 de abril de 2016

22 de Abril de 1500 - A descoberta da Pátria do Evangelho

22 de Abril de 1500 
A descoberta da Pátria do Evangelho


Humberto de Campos


Desembarque de Pedro Álvares Cabral em Porto Seguro em 1500.
Óleo sobre tela (190 x 333 cm) de Oscar Pereira da Silva - Museu Paulista/SP.

Aproveitando o sonho geral dos tesouros das índias, a personalidade do Infante se desdobra, com o objetivo de descortinar o continente novo ao mundo político do Ocidente. Enquanto a sua atuação encontra fraco eco junto às administrações de sua terra, o povo de Castela começa a preocupar-se seriamente com as ideias novas, lançando-se à disputa das riquezas entrevistas. Eleva-se então ao poder D. João II, cujo reinado se caracterizou pela previdência e pela energia realizadora. Junto do seu coração, o emissário invisível encontra grandes aspirações, irmãs das suas. O Príncipe Perfeito torna-se o dócil instrumento do mensageiro abnegado. A mesma sede de além lhe devora o pensamento. Expedições diversas se organizam. O castelo de São Jorge é fundado por Diogo de Azambuja, na Costa da Mina; Diogo Cão descobre toda a costa de Angola; por toda parte, sob o olhar protetor do grande rei, aventuram-se os expedicionários. Mas o espírito, em todos os planos e circunstâncias da vida, tem de sustentar as maiores lutas pela sua purificação suprema. Entidades atrasadas na sua carreira evolutiva se unem contra as realizações do príncipe ilustre. Depois do desastre no Campo de Santarém, no qual o filho perde a vida em condições trágicas, surgem outras complicações entre a sua direção justiceira e os nobres da época, e D. João II morre envenenado em Alvor, no ano de 1495.

Todavia, os planos da Escola de Sagres estavam consolidados. Com a ascensão de D. Manuel I ao poder, nada mais se fez que atingir o fim de longa e laboriosa preparação. Em 1498, Vasco da Gama descobre o caminho marítimo das índias e, um pouco mais tarde, Gaspar de Corte Real descobre o Canadá. Todos os navegadores saem de Lisboa com instruções secretas quanto à terra desconhecida, que se localizava fronteira à África e que já havia sido objeto de protesto de D. João contra a bula de Alexandre VI, que pretendia impor-lhe restrições ao longo do Atlântico, por sugestão dos reis católicos da Espanha.

No dia 7 de março de 1500, preparada a grande expedição de Cabral ao novo roteiro das índias, todos os elementos da expedição, encabeçados pelo capitão-mor, visitaram o Paço de Alcáçova, e na véspera do dia 9, dia este em que se fizeram ao mar, imploraram os navegadores a bênção de Deus, na ermida do Restelo, pouso de meditação que a fé sincera de D. Henrique havia edificado. O Tejo estava coberto de embarcações engalanadas e, entre manifestações de alegria e de esperança, exaltava-se o pendão glorioso das quinas.

No oceano largo, o capitão-mor considera a possibilidade de levar a sua bandeira à terra desconhecida do hemisfério sul. O seu desejo cria a necessária ambientação ao grande plano do mundo invisível. Henrique de Sagres aproveita esta maravilhosa possibilidade. Suas falanges de navegadores do Infinito se desdobram nas caravelas embandeiradas e alegres. 


Aproveitam-se todos os ascendentes mediúnicos. As noites de Cabral são povoadas de sonhos sobrenaturais e, insensivelmente, as caravelas inquietas cedem ao impulso de uma orientação imperceptível. Os caminhos das índias são abandonados. Em todos os corações há uma angustiosa expectativa. O pavor do desconhecido empolga a alma daqueles homens rudes, que se viam perdidos entre o céu e o mar, nas imensidades do Infinito. Mas, a assistência espiritual do mensageiro invisível, que, de fato, era ali o divino expedicionário, derrama um claror de esperança em todos os ânimos. As primeiras mensagens da terra próxima recebem-nas com alegria indizível. As ondas se mostram agora, amiúde, qual colcha caprichosa de folhas, de flores e de perfumes. Avistam-se os píncaros elegantes da plaga do Cruzeiro e, em breves horas, Cabral e sua gente se reconfortam na praia extensa e acolhedora. Os naturais os recebem como irmãos muito amados. A palavra religiosa de Henrique Soares, de Coimbra, eles a ouvem com veneração e humildade. Colocam suas habitações rústicas e primitivas à disposição do estrangeiro e reza a crônica de Caminha que Diogo Dias dançou com eles nas areias de Porto Seguro, celebrando na praia o primeiro banquete de fraternidade na Terra de Vera Cruz.

A bandeira das quinas desfralda-se então gloriosamente nas plagas da terra abençoada, para onde transplantara Jesus a árvore do seu amor e da sua piedade, e, no céu, celebra-se o acontecimento com grande júbilo. Assembleias espirituais, sob as vistas amorosas do Senhor, abençoam as praias extensas e claras e as florestas cerradas e bravias. Há um contentamento intraduzível em todos os corações, como se um pombo simbólico trouxesse as novidades de um mundo mais firme, após novo dilúvio.

Henrique de Sagres, o antigo mensageiro do Divino Mestre, rejubila-se com as bênçãos recebidas do céu. Mas, de alma alarmada pelas emoções mais carinhosas e mais doces, confia ao Senhor as suas vacilações e os seus receios:

— Mestre — diz ele —, graças ao vosso coração misericordioso, a terra do Evangelho florescerá agora para o mundo inteiro. Dai-nos a vossa bênção para que possamos velar pela sua tranquilidade, no seio da pirataria de todos os séculos. Temo, Senhor, que as nações ambiciosas matem as nossas esperanças, invalidando as suas possibilidades e destruindo os seus tesouros...

Jesus, porém, confiante, por sua vez, na proteção de seu Pai, não hesita em dizer com a certeza e a alegria que traz em si:

— Helil, afasta essas preocupações e receios inúteis. A região do Cruzeiro, onde se realizará a epopeia do meu Evangelho, estará, antes de tudo, ligada eternamente ao meu coração. As injunções políticas terão nela atividades secundárias, porque, acima de todas as coisas, em seu solo santificado e exuberante estará o sinal da fraternidade universal, unindo todos os espíritos. Sobre a sua volumosa extensão pairará constantemente o signo da minha assistência compassiva e a mão prestigiosa e potentíssima de Deus pousará sobre a terra de minha cruz, com infinita misericórdia. As potências imperialistas da Terra esbarrarão sempre nas suas claridades divinas e nas suas ciclópicas realizações. Antes de o estar ao dos homens, é ao meu coração que ela se encontra ligada para sempre.

Nos céus imensos, havia clarões estranhos de uma bênção divina. No seu sólio de estrelas e de flores, o Supremo Senhor sancionara, por certo, as bondosas promessas de seu Filho.

E foi assim que o minúsculo Portugal, através de três longos séculos, embora preocupado com as fabulosas riquezas das índias, pôde conservar, contra flamengos e ingleses, franceses e espanhóis, a unidade territorial de uma pátria com oito milhões e meio de quilômetros quadrados e com oito mil quilômetros de costa marítima. Nunca houve exemplo como esse em toda a história do mundo. As possessões espanholas se fragmentaram, formando cerca de vinte repúblicas diversas. Os Estados americanos do norte devem sua posição territorial às anexações e às lutas de conquista. A Louisiana, o Novo México, o Alasca, a Califórnia, o Texas, o Oregon, surgiram depois da emancipação das colônias inglesas. Só o Brasil conseguiu manter-se uno e indivisível na América, entre os embates políticos de todos os tempos. É que a mão do Senhor se alça sobre a sua longa extensão e sobre as suas prodigiosas riquezas. O coração geográfico do orbe não se podia fracionar.

Humberto de Campos por Chico Xavier do livro:
Brasil, Coração do Mundo, Pátria do Evangelho
Capítulo: - A Pátria do Evangelho

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