quarta-feira, 30 de novembro de 2016

Bem e mal

Bem e mal

Ismael Souto


"Pagai o mal com o bem, porque o amor é vitorioso no ataque e invulnerável na defesa." - Lao-Tse

Quem vive para o próprio bem estar, efetivamente não pode estar bem.

Há muitas pessoas que se julgam muito bem quando se encontram simplesmente bem mal.

Semeia, pois, no campo da vida, o bem dos outros, a fim de que alheia alegria te confira, ao coração, o bem que te é próprio.

Quase sempre aquele que te parece vítima do mal é, justamente, quem se abeira do verdadeiro bem; por que nem todos os bens da Terra são legítimos bens na Vida Espiritual.

Consagra-te ao bem, procura o bem, grava o bem, por onde passes; mas não disputes o bem de ser feliz entre os homens, para que não te esqueças do próximo, a única via de ascensão da nossa alma é para Deus.

Frequentemente, mal vivendo sob a dor e a necessidade, bem compreendemos as lutas dos semelhantes, procurando ampará-los, através do bem de que possamos dispor.

Jesus tolerando o mal e padecendo entre males, edificou para nós o sumo bem, com que podemos adquirir os bens incorruptíveis que as traças não roem.

É preciso sofrer com o mal instalado por nós mesmos, no íntimo d’alma, para que entremos na posse do eterno bem que o Cristo nos legou.

Vivamos desse modo, praticando o bem que esposamos sem disputar os bens ilusórios do mundo para o nosso bem; e o mal se afastará definitivamente de nós, de vez que, respirando no bem de todos, teremos alcançado o bem imperecível.



terça-feira, 29 de novembro de 2016

Desencarnações coletivas

Desencarnações coletivas

Emmanuel


Acidente aéreo provoca desencarne de jogadores e comissão técnica da Associação Chapecoense de futebol, além de jornalistas e tripulação de voo na madrugada de 29/11/16.

Sendo Deus a Bondade Infinita, por que permite a morte aflitiva de tantas pessoas enclausuradas e indefesas, como nos casos dos grandes incêndios?

(Pergunta endereçada a Emmanuel por algumas dezenas de pessoas em reunião pública, na noite de 23-2-1972, em Uberaba, Minas).

RESPOSTA:
Realmente reconhecemos em Deus o Perfeito Amor aliado à Justiça Perfeita. E o Homem, filho de Deus, crescendo em amor, traz consigo a Justiça imanente, convertendo-se, em razão disso, em qualquer situação, no mais severo julgador de si próprio.

Quando retornamos da Terra para o Mundo Espiritual, conscientizados nas responsabilidades próprias, operamos o levantamento dos nossos débitos passados e rogamos os meios precisos a fim de resgatá-los devidamente.

É assim que, muitas vezes, renascemos no Planeta em grupos compromissados para a redenção múltipla.

Invasores ilaqueados pela própria ambição, que esmagávamos coletividades na volúpia do saque, tornamos à Terra com encargos diferentes, mas em regime de encontros marcado para a desencarnação conjunta em acidentes públicos.

Exploradores da comunidade, quando lhe exauríamos as forças em proveito pessoal, pedimos a volta ao corpo denso para facearmos unidos o ápice de epidemias arrasadoras.

Promotores de guerras manejadas para assalto e crueldade pela megalomania do ouro e do poder, em nos fortalecendo para a regeneração, pleiteamos o Plano Físico a fim de sofrermos a morte de partilha, aparentemente imerecida, em acontecimentos de sangue e lágrimas.

Corsários que ateávamos fogo a embarcações e cidades na conquista de presas fáceis, em nos observando no Além com os problemas da culpa, solicitamos o retorno à Terra para a desencarnação coletiva em dolorosos incêndios, inexplicáveis sem a reencarnação.

Criamos a culpa e nós mesmos engenhamos os processos destinados a extinguir-lhe as consequências. E a Sabedoria Divina se vale dos nossos esforços e tarefas de resgate e reajuste a fim de induzir-nos a estudos e progressos sempre mais amplos no que diga respeito à nossa própria segurança. É por este motivo que, de todas as calamidades terrestres, o Homem se retira com mais experiência e mais luz no cérebro e no coração, para defender-se e valorizar a vida.

Lamentemos sem desespero, quantos se fizerem vítimas de desastres que nos confrangem a alma. A dor de todos eles é a nossa dor. Os problemas com que se defrontaram são igualmente nossos.

Não nos esqueçamos, porém, de que nunca estamos sem a presença de Misericórdia Divina junto às ocorrências da Divina Justiça, que o sofrimento é invariavelmente reduzido ao mínimo para cada um de nós, que tudo se renova para o bem de todos e que Deus nos concede sempre o melhor.

Emmanuel por Chico Xavier do livro:
Chico Xavier pede licença

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segunda-feira, 28 de novembro de 2016

Assim será

Assim será

Emmanuel



“Assim é aquele que para si ajunta tesouros e não é rico para com Deus.” - Jesus (Lucas, 12:21)


Guardarás inúmeros títulos de posse sobre as utilidades terrestres, mas se não fores senhor de tua própria alma, todo o teu patrimônio não passará de simples introdução à loucura.

Multiplicarás, em torno de teus pés, maravilhosos jardins da alegria juvenil, entretanto, se não adquirires o conhecimento superior para o roteiro de amanhã, a tua mocidade será a véspera ruidosa da verdadeira velhice.

Cobrirás com medalhas honoríficas o teu peito, aumentando a série dos admiradores que te aplaudem, mas, se a luz da reta consciência não te banhar o coração, assemelhar-te-ás a um cofre de trevas, enfeitado por fora e vazio por dentro.

Amontoarás riquezas e apetrechos de conforto para a tua casa terrena, imprimindo-lhe perfil dominante e revestindo-a de esplendores artísticos, contudo, se não possuíres na intimidade do lar a harmonia que sustenta a felicidade de viver, o teu domicílio será tão somente um mausoléu adornado.

Empilharás moedas de ouro e prata, à sombra das quais falarás com autoridade e influência aos ouvidos do próximo, todavia, se os teus haveres não se dilatarem, em forma de socorro e trabalho, estímulo e educação, em favor dos semelhantes, serás apenas um viajor descuidado, no rumo de pavorosas desilusões.

Crescerás horizontalmente, conquistarás o poder e a fama, reverenciar-te-ão a presença física na Terra, mas, se não trouxeres contigo os valores do bem, ombrearás com os infelizes, em marcha imprevidente para as ruínas do desencanto.

Assim será “todo aquele que ajunta tesouros para si, sem ser rico para com Deus.”



domingo, 27 de novembro de 2016

A língua

A língua

André Luiz




Não obstante pequena e leve, a língua é, indubitavelmente, um dos fatores determinantes no destino das criaturas.

Ponderada – favorece o juízo.
Leviana – descortina a imprudência.
Alegre – espalha otimismo.
Triste – semeia desânimo.
Generosa – abre caminho à elevação.
Maledicente – cava despenhadeiros.
Gentil – provoca o reconhecimento.
Atrevida – atrai o ressentimento.
Serena – produz calma.
Fervorosa – impõe confiança.
Descrente – invoca a frieza.
Bondosa – auxilia sempre.
Descaridosa – fere sem perceber.
Sábia – ensina.
Ignorante – complica.
Nobre – cria o respeito.
Sarcástica – improvisa o desprezo.
Educada – auxilia a todos.
Inconsciente – geral desequilíbrio.

Por isso mesmo, exortava Jesus:
- “Não procures o argueiro nos olhos de teu irmão, quando trazes uma trave nos teus”.

A língua é a bússola de nossa alma, enquanto nos demoramos na Terra.

Conduzamo-la, na romagem do mundo, para a orientação do Senhor, porque, em verdade, ela é a força que abre as portas do nosso coração às fontes da vida ou às correntes da perturbação e da morte.



sábado, 26 de novembro de 2016

Ação – Bondade

Ação – Bondade

Joanna de Ângelis




A cobrança da gratidão diminui o valor da dádiva.

O bem não tem preço, pois que, à semelhança do amor, igualmente não tem limite.

Quando se faz algo meritório em favor do próximo aguardando recompensa, eis que se apaga a qualidade da ação, em favor do interesse pessoal grandemente pernicioso.

O Sol aquece e mantém o planeta sem qualquer exigência.

A chuva abençoa o solo e o preserva rico, em nome do Criador, sustentando os seres e se repete em períodos ritmados, não pedindo nada.

O ar, que é a razão da vida, existe em tão harmonioso equilíbrio e discrição, que raramente as criaturas se dão conta da sua imprescindibilidade.

*

Faze o bem com alegria e, no ato de realizá-lo, fruirás a sua recompensa.

Ajuda a todos com naturalidade, como dever que te impões, a favor de ti mesmo, e te aureolarás de paz.

Se estabeleces qualquer condição para ajudar, desmereces a tua ação, empalidecendo-lhe o valor.

Une-te ao exército anônimo dos heróis e apóstolos da bondade.

Ninguém te saberá o nome, no entanto o pensamento dos beneficiados sintonizará com a tua generosidade estabelecendo elos de ligação e segurança para a harmonia no mundo.

Os que se destacam na ação comunitária e são aplaudidos, homenageados, sabem que, sem as mãos desconhecidas que os ajudam, coisa alguma poderiam produzir.

Assim, os benfeitores verdadeiros são os da retaguarda e não os que brilham nos veículos da Comunicação.

Aproveita o teu dia e vai semeando auxílios, esparzindo bondade de que esteja rica a tua vida, e provarás o licor da alegria na taça da felicidade de servir.



sexta-feira, 25 de novembro de 2016

Momento histórico da transição para a luz

Momento histórico da transição para a luz

Bezerra de Menezes 



Filhas e filhos do coração, abençoe-nos o Senhor proporcionando-nos a sua paz!

Lentamente as sombras da ignorância planetária cedem lugar às claridades luminíferas que descem da Erraticidade Superior para apontar o rumo da plenitude.

O incomparável Mestre Galileu apresentou o futuro da Humanidade assinalado pelo desequilíbrio da criatura que perderia a diretriz de segurança e, para diminuir-lhe a dor, acenou-lhe com a chegada do Consolador.

Nem todos hão entendido o significado do Consolador que foi prometido e confundem-no com o solucionador dos problemas humanos por eles próprios conquistados.

A função do Espiritismo é libertar a consciência da sua sombra, o coração das amarras emocionais negativas.

Não é pretensão dos Espíritos Nobres solucionar os problemas que dizem respeito às criaturas da indumentária carnal. Iluminá-las interiormente para compreender a causalidade de toda e qualquer ocorrência eis a finalidade precípua da Revelação Kardequiana.

Vive-se o momento histórico da transição para a luz e, abandonar-se a sombra acolhedora e perturbadora ao mesmo tempo para a conquista da claridade do dia de paz, é tarefa difícil e surgem as Parcas profetizando tragédias, abominações e desgraças como se esse estágio se devesse caracterizar pelo desconforto e pela aflição.

O objetivo essencial é de espancar as trevas íntimas que predominam em a natureza humana e vós tendes compreendido o papel que deveis exercer em nome da fulgurante Mensagem de Jesus, esclarecida pelos pensamentos espíritas.

Sabeis que vos encontrais entre atormentados e sofredores, sofredores e atormentados que, de alguma forma, somos quase todos nós.

É nosso dever precípuo apoiar-nos na paciência e na misericórdia, filhas diletas da compaixão, para melhor atendermos o desespero que grassa e alentarmos com esperança aqueles que ainda não conseguiram sair do desespero.

Amanhece novo dia de paz.

Já trabalhais em favor dos postulados maiores deixando de lado os interesses egóicos da Casa, da pessoa, para vos preocupardes com a Causa, a comunidade. Esse é o desejo de Jesus Cristo que não tergiversou em imolar-se por amor a todos.

Permaneceis fiéis servidores do Bem porque nunca vos faltarão o indispensável concurso do Mundo Maior.

Buscai conectar-vos com as esferas da vida e recebereis as diretrizes traçadas para o bom combate que deve iniciar-se no ádito do coração.

É certo que nessa batalha do homem velho, abrindo espaço para o ser novo, provareis solidão, dificuldade, incompreensão e amargura. Mas, entre os dois caminhos para o Reino de Deus, definidos na estrada larga da ilusão e na estrada estreita da luta sacrificial, este último pode ser encontrado na Via Crucis que Ele cruzou a sós e, na etapa final sob a ajuda daquele que foi posto a socorrê-lO. E o outro é o caminho da Umbria, em que, aquele ícone que perseverava no amor compreendeu que era dando e dando-se que poderia abrir espaço no coração para Jesus.

Meditemos juntos nessas duas estradas, a do Gólgota e a do Monte Subásio, e procuremos viver como se fossem aqueles os dias de hoje, porquanto, de alguma forma, são muito parecidos.

Na primeira etapa, Jesus veio quando Roma dominava a Terra conhecida e Israel, que esperava no ginete feroz das batalhas o grande conquistador Messias, não poderia aceitar o homem de Nazaré que cavalgava a Verdade para espalhá-la pela Terra e, por isso, não O recebeu até hoje, esperando a glória terrestre fictícia e de rápida, ligeira manifestação de prazer.

Tampouco aqueles primeiros servidores, que a tudo renunciaram para viverem Jesus, experimentaram, ainda durante a vida do seráfico, a desunião, a presunção humana, a ousadia de tentar modificar as regras da renúncia e do abandono do prazer em favor da glória celestial.

Jesus, na cruz, adquiriu as asas para o Infinito e Francisco, também crucificado com os estigmas, pode colocar as asas da ternura e da compaixão para seguir o seu Mestre.

Tende bom ânimo!

Não penseis que o Espiritismo veio solucionar aquilo que cada um de nós deve cuidar de fazer, mas nos ajudou a solucionar sim, pelo conforto moral, pelas palavras iluminativas, pelos conteúdos libertadores, tudo o que significa dor e angústia, libertando-nos do magnetismo terrestre para fruir as infinitas glórias da Imortalidade.

Já conheceis a Doutrina, já sentis o breve e agradável hálito do amanhecer da Imortalidade.

Vivei de tal forma que estejais assinalados pelas cicatrizes dos testemunhos que são as condecorações únicas pelas quais o cristão deve lutar por consegui-las.

Neste Encontro em que vos reunistes, cheios de dúvidas, dificuldades e incertezas, concluis a etapa final com júbilos e claridades diamantinas, porque o amor é a virtude sublime que, quanto mais se divide, mais se multiplica e consegue cicatrizar todas as feridas do coração e acalmar todas as ansiedades da alma.

Ide agora e vivei a Mensagem!

A vossa vida deve ser o espelho que reflita a glória do Sermão da Montanha, passando rapidamente da cruz para atingir a madrugada primaveril da Imortalidade, da ressurreição.

Deus vos abençoe, filhas e filhos do coração!

Que possamos estar juntos na lide a que nos comprometemos, abraçando-nos fraternalmente como fazem aqueles que vos anteciparam na viagem de volta ao grande Além e aqui chamamos Espíritos espíritas, fiéis à Codificação que ilumina o Evangelho de Jesus.

Recebei o nosso carinho e sede felizes porque todo aquele que encontra Jesus descobre o mais valioso tesouro para a vida.

Muita paz, minhas filhas, meus filhos! Que o Senhor permaneça conosco hoje e sempre!

São os votos do amigo e servidor humílimo de sempre, Bezerra.


(Mensagem recebida psicofonicamente pelo médium Divaldo  Franco, no encerramento da Reunião Ordinária do Conselho Federativo Nacional, em 13 de novembro de 2016, Brasília, DF. Revisada pelo Autor Espiritual).


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quinta-feira, 24 de novembro de 2016

Indulgência ainda

Indulgência ainda

Emmanuel




A indulgência não é apenas caridade para com os outros.

Erige-se igualmente como sendo processo de nos imunizarmos contra o impacto de vibrações destrutivas. Por isto mesmo, o tato deve estar conosco, à feição de porta - verdade, a fim de que os nossos pensamentos não venham a ferir os outros, tornando de outros para nós, de maneira a ferir-nos.

Assim nos expressamos porque a ideia em si é fonte de força em que a palavra se articula.

***

Aprendamos, ainda e sempre, a empregar a indulgência construtivamente, em se tratando das pessoas.

Quando esse companheiro ou aquela companheira se mostrarem autoritários, de modo excessivo, mentalizemo-los por irmãos responsáveis e confiantes; surgindo os que se nos afigurem vagarosos, na execução das tarefas que lhes caiba, imaginemo-los por meticulosos e tímidos, nunca por preguiçosos e lerdos; se aparecerem por figurinos de avareza e se chamados a exprimirmos, quanto a eles, interpretemo-los por amigos da poupança e não da sovinice; quando se revelarem portadores de opiniões demasiado francas, aceitemo-los por amigos sinceros mas não imprudentes; em se evidenciando facilmente irritáveis, vejamo-los por temperamentos emotivos e não por pessoas aborrecidas ou intolerantes; e quando se nos destaquem aos olhos dos irmão indecisos ou amorfos, saibamos classificá-los por amigos cautelosos e moderados.

***

Indubitavelmente os pensamentos e as palavras, na expressão simbólica, são cores e tintas com que nos será lícito expressar a própria conceituação de acontecimentos determinados, no entanto, em se tratando de criaturas sensíveis quanto nós, sejamos observadores das ocorrências e irmãos das pessoas, a fim de auxiliá-las para que igualmente nos auxiliem. Busquemos sentir e pensar, agir e realizar no bem e saberemos sempre sacar do coração e do cérebro a boa palavra capaz de compreender e de amparar, orientar e servir.






quarta-feira, 23 de novembro de 2016

Síntese num programa

Síntese num programa

Nina



Meus amigos, continuemos integrados na realização do bem com Jesus, nosso Mestre e Senhor.

A atualidade, indiscutivelmente, reclama corações que resplandeçam, na Casa da Humanidade, por lâmpadas de renúncia, a benefício da colheita de amor que o Espiritismo Evangélico nos oferece.

A boa vontade será nossa base sólida ou, em verdade, não alcançaremos os fins a que nos propomos, dentro da ordem de trabalho que a Boa Nova nos impõe, a serviço de nossa própria libertação espiritual, na Terra regenerada.

Teçamos os fios da solidariedade legítima, concretizando os princípios que abraçamos, abrindo novas rotas de elevação.

Servir sem preocupação de recompensa.

Esperar no Senhor, agindo incessantemente, em favor do Evangelho na Terra.

Minorar sofrimento e extinguir incompreensões.

Auxiliar sem distinção.

Nutrir as fontes do bem.

Amparar a extensão da luz.

Esclarecer fraternalmente.

Soerguer a fé.

Preparar o futuro com as lições do Cristo.

Iluminar consciências.

Renovar as bases da vida pelo Conhecimento Superior.

Irmanar corações.


terça-feira, 22 de novembro de 2016

O homem que matava o tempo

O homem que matava o tempo

Irmão X.



Aquelas respostas de Anselmo Figueiredo eram invariáveis.

Convocado à fé religiosa, o rapaz se desviava de qualquer consideração mais grave relativamente à vida. Filho de pais devotados ao Espiritismo cristão, apesar da assistência carinhosa do genitor e dos comoventes apelos maternais, Anselmo afirmava sempre não haver atingido ocasião adequada.

No seu parecer, o pensamento religioso quadrava tão-somente a pessoas avançadas em idade. Entendia que era preciso desperdiçar a mocidade, gastar energias, estontear-se no prazer e, depois, quando chegasse a perspectiva da morte do corpo, resolveria os problemas da fé. Considerava indispensável aproveitar a saúde, para atender a caprichos inferiores.

Não permanecia na Terra? Que fazia a maior parte dos homens? Atendiam a desejos, através de comidas e bebidas, com os jogos e prazeres do tempo.

Falava-lhe o pai amoroso, de quando em quando:

— Anselmo, já não és mais uma criança frágil. Creio que deves refletir maduramente quanto ao nosso destino eterno.

— Ora, meu pai — replicava contrafeito —, lá vem o senhor com as histórias de religião.

Tenha paciência, não lhe pedi conselhos. Quando tiver sua idade, talvez pense nisto. 

Este mundo é bastante miserável para que se não aproveitem os dias tão curtos da mocidade.

E, depois de gesto irritante, arrematava:

— É necessário matar o tempo.

De outras vezes, comparecia a generosa mãezinha no concerto:

— Meu filho, meu filho, repara que estamos na Terra, de passagem somente. 

Vamos aprender as lições da fé. Jesus espera-nos sempre com o perdão aos nossos erros.

Anselmo, meu querido, porque não frequentas conosco a escola de iluminação espiritual?

Seria isto prazer tão grande para tua velha mãe!... Encontraríamos juntos a fonte das águas eternas...

O moço esboçava um sorriso irônico, explicando-se:

— Mamãe, não sou eu criminoso, nem desviado. Creio sinceramente na existência de Deus; mas que quer a senhora? Estou jovem, preciso viver a única ocasião de alegrias na Terra. A senhora e papai estimam os estudos evangélicos, enquanto que eu dou preferência aos cassinos. Que fazer? Não temos culpa, no que concerne às diferenças de predileções. Além disso, como não pode deixar de reconhecer, o período aproveitável da existência é muito enfadonho. É necessário matar o tempo, mamãe!

A pobre matrona suspirava triste e a luta continuava.

Bancário, com remuneração excelente, Anselmo dissipava os vencimentos entre o jogo e os prazeres alcoólicos, comprometendo-se, por vezes, em vultosos empréstimos que o genitor era compelido a resgatar com sacrifícios. Se faltava dinheiro para as extravagâncias, flagelava o coração materno com observações ingratas. E, se os amigos da casa, em visita à família, recordavam ao imprevidente a solução dos problemas da fé, respondia irredutível:

— Que desejam vocês? Observo-lhes o esforço, mas não estimo as tendências religiosas. Admito que semelhantes impulsos chegam com a idade avançada, ou com a moléstia imprevista. Em sã consciência, coisa alguma exige de mim a manifestação religiosa propriamente dita. Não sou velho, nem sou enfermo. Consequentemente, minha conduta é outra. O homem normal e tranquilo sabe matar o tempo. É o que faço sem perturbar a cabeça.

Após fitar a reduzida assembleia de amigos, como se enfrentasse multidões do mundo, de olhar dominador, Anselmo dirigiu-se ironicamente para uma velhinha simpática, exclamando:

— Que me diz a senhora, Dona Romualda? Acaso, não se aproximou do Espiritismo, em virtude de suas velhas cólicas? Teria pensado em religião antes disto?

A anciã humilde replicava, bondosa:

— Ah! sim, Anselmo, talvez tenhas razão.

— E o senhor, “seu” Manuel — dirigia-se o moço, atrevidamente, a um negociante idoso—, teria buscado o Espiritismo, se não lhe aparecessem as varizes e o reumatismo?

O interpelado, entretanto, que não tinha a paciência de Dona Romualda, respondia firme:

— Mas, meu amigo, é o caso de abençoar as enfermidades. Se é que está esperando por elas a fim de renovar atitudes mentais, formulo votos para que a Providência Divina o atenda breve.

O rapaz esboçava gesto de aborrecimento e dava-se pressa em sair para a rua, murmurando entre os dentes:

— Estou muito distante de tais perturbações e, até que venha ocasião apropriada, matemos o tempo.

De nada valiam observações dos genitores, conselhos amigos, convites fraternais. 

A qualquer aborrecimento comum, desdobrava-se Anselmo em palavras blasfematórias. 

Se advertido, mostrava enorme fecundidade por evitar raciocínios nobres, declarando-se em época inoportuna a qualquer cogitação de natureza espiritual. O bilhar, o pano verde, as aventuras do desejo menos digno lhe empolgavam a mente. Convidado inúmeras vezes pela bondade divina a traçar diretrizes superiores, com ao destino sagrado, Anselmo Figueiredo fugira a todas as oportunidades de iluminação íntima. Preferira as sombras espessas da ignorância a qualquer pequenino serviço de autoeducação. Sua ficha individual na Terra estava cheia de anotações inferiores: ociosidade, libertinagem, negação de atividades úteis.

A qualquer interpelação carinhosa, vinha à baila o velho estribilho; não havia atingido o tempo próprio, sentia-se distante da realização espiritual, aceitava as verdades eternas; entretanto, declarava-se sem a madureza necessária ao trabalho da própria edificação. E assim, o filho do casal Figueiredo atingiu os quarenta e oito anos, sempre se sentindo demasiadamente jovem para aproximar-se do conhecimento divino. Vivera à moda de borboleta distraída, sumamente interessado em matar o tempo.

Contudo, a morte não podia esperar por Anselmo, como os amigos do mundo, e chegou o dia em que o imprevidente não conseguiu abrir as pálpebras do corpo, ingressando em trevas densas, que lhe pareciam infinitas. Percebeu sem dificuldade que não mais participava do quadro terrestre. Sentia-se de posse dos olhos, mas figuravam-se-lhe agora duas lâmpadas mortas. Chorou, pediu, praguejou. Não mais entes amorosos a convidá-lo para o banquete do amor. Não mais a ternura maternal. Todavia, quando o silêncio absoluto não lhe balsamizava as dilacerações da mente em febre, ouvia gargalhadas irônicas, indagações maliciosas e ditos perversos. Nada valiam lágrimas e rogativas. Semelhava-se a um cego perdido em região ignorada, sem família, sem ninguém. Nunca pôde retomar o caminho de casa, ansioso por ouvir agora a palavra dos pais, a observação dos amigos carinhosos. Anos passaram sobre anos, sem que o arrependido pudesse contar o tempo de amarguras.

Houve, porém, um dia em que, após angustiosa prece, entre lágrimas, se fez claridade súbita em sua longa noite. O penitente ajoelhou-se, deslumbrado. Alguém lhe visitava a caverna escura. De repente, na doce luz que se formara em torno, apareceu-lhe a amada genitora a fitá-lo, com extrema doçura.

— Mãe! minha mãe! — bradou o infeliz — socorre-me por piedade!...

Anselmo, em pranto, tentou alcançar a figura luminosa que o contemplava entristecida, mas
debalde. A senhora Figueiredo, não obstante se fazer visível, parecia distante. 

O desventurado procurou correr para atingi-la, ansioso por se retirar das trevas para sempre. A mãezinha devotada, contudo, alçou a destra compassiva e falou emocionada:

— É inútil, por enquanto, meu filho! — Estamos separados pelo abismo que cavaste com as próprias mãos. Há mais de dez anos aguardava ansiosamente este encontro; mas, em que estado lastimável te vejo, filho meu!...

— Querida mãe! — clamou o mendigo de luz —, por que me esqueceu o Senhor do Universo? Abandonado de todos, sou um fantasma de dor, sem o auxílio de ninguém. Por que tamanho padecimento? Por quê?

Enquanto o desditoso arquejava em soluços convulsivos, a genitora esclareceu, triste:

— Deus nunca te esqueceu, foste tu que lhe esqueceste as bênçãos no caminho do mundo.

Cuidaste apenas de matar o tempo e o teu tempo agora permanece morto. Trabalha para ressuscitá-lo, meu filho, procurando obter nova oportunidade de serviço, perante a bondade do Senhor. As lutas do coração desfazem as trevas que rodeiam a alma. Não esqueças a longa estrada que ainda tens a percorrer...

E, antes que Anselmo pudesse formular novas interpelações, a luz espiritual apagou-se devagarinho, voltando a paisagem de sombras, a fim de que o imprudente do passado conseguisse acender a luz da própria alma, com vistas ao porvir.

Irmão X. por Chico Xavier do livro:
Pontos e Contos

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