sábado, 19 de novembro de 2016

Justos e injustos

Justos e injustos

Augusto Silva



Cada manifestação da criatura atende a objetivo determinado conforme as necessidades da experiência.

Todo gesto traz significação particular.

Toda intenção é potencial de procedimento.

Quem ostente conhecimento nobre ou paz interior, já surpreende em si mesmo, força e razão para engrandecer a própria estrada. Todavia, o espírito que se entregou às tendências infelizes, baldo de estímulos que aniquilem a rotina da angústia, carece de mão amiga e recurso salvador para empreender a grande libertação.

Assim, Jesus, envergando a condição de santificante sabedoria, demandou os corações imersos nos cipoais da perturbação entretecida por eles próprios, repontando nos caminhos humanos qual facho de claridade imarcescível, retificando roteiros, dulcificando sentimentos, burilando instintos e incentivando renovações.

E, após o patíbulo da cruz, permanece conosco em toda circunstância, sorrindo ou sofrendo com os nossos atos.

Estende socorro ao caído sob o jugo de hábitos viciosos...

Reacende o lume da confiança na consciência ergastulada no desespero, tanto na Terra quanto no mundo Espiritual.

Fortalece os ideais superiores que bruxuleiam nas almas, estendendo a luz a quem tropeça em sombras...

Compreende os fortes, mas solidariza-se com os oprimidos de todas as procedências...

Não só ergue a misericórdia, mas exalta igualmente a justiça, transfundindo a loucura em bom senso.

Distribui a côdea de pão e cartilha do ensinamento, na sustentação do clima do amor e da verdade...

Eis porque, disse-nos o Mestre: - “Eu não vim chamar os justos, mas sim os pecadores”.

Quando a dor e a ansiedade surgirem violentando-nos o ser, saibamos contrapor a pureza de nossa fé e a chama de nosso ideal às condições exíguas e superficiais dos testemunhos terrestres, convictos de que o ensinamento do Mestre é esclarecimento para as mentes ensombrecidas e ensejo Benedito de passarmos da condição de injustos e transviados para entendedores das Leis Divinas e cooperadores leais da Obra da Criação.

Augusto Silva por Chico Xavier do livro:
Ideal Espírita

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