terça-feira, 30 de abril de 2019

Instrumento ou Arma

Instrumento ou Arma

Joanna de Ângelis




Está presente em quase todos os movimentos da atualidade e é responsável por incontáveis fenômenos do processo evolutivo da Humanidade.

Facilita as trocas, impulsiona o progresso, faculta o conforto e sustenta a vida.

A sua presença modifica muitas situações e resolve incontáveis problemas.

Ajuda na enfermidade, na educação e na caridade.

Muitos o consideram fator primordial para a felicidade.

Todavia, responde por crimes inumeráveis: corrupção, desdita, miséria e fome...

Catastrófico em mãos irresponsáveis, estimula o ódio e favorece a violência.

Denigre o caráter, conduz à traição, entorpece os sentimentos...

Referimo-nos ao dinheiro.

Não é ele, porém, bom ou mau.

O uso que se lhe faz e a ambição humana que o cerca, o tornam instrumento de vida ou arma de morte.

*

Não transformes o dinheiro em meta essencial da tua existência.

Trabalha por adquiri-lo, a fim de o aplicares nas necessidades e deveres morais.

Busca viver, dele fazendo um meio para as finalidades superiores da vida, sem que te escravizes à sua paixão vivendo para ele.

Conquista-o mediante o labor digno, de modo que ele seja, em tuas mãos, em tua vida, recurso de elevação e mensageiro da felicidade, para ti e para aqueles a quem possas beneficiar.



Joanna de Ângelis por Divaldo Franco do livro Episódios diários






segunda-feira, 29 de abril de 2019

Unificação

Unificação

Bezerra de Menezes



O serviço de Unificação em nossas fileiras é urgente, mas não apressado. Uma afirmativa parece destruir a outra. Mas não é assim. É urgente porque define o objetivo a que devemos todos visar; mas não apressado, porquanto não nos compete violentar consciência alguma.

Mantenhamos o propósito de irmanar, aproximar, confraternizar e compreender, e, se possível, estabeleçamos em cada lugar, onde o nome do Espiritismo apareça por legenda de luz, um grupo de estudo, ainda que reduzido, da Obra Kardequiana, à luz do Cristo de Deus.

Nós que nos empenhamos carinhosamente a todos os tipos de realização respeitável que os nossos princípios nos oferecem, não podemos esquecer o trabalho do raciocínio claro para que a vida se nos povoe de estradas menos sombrias. Comparemos a nossa Doutrina Redentora a uma cidade metropolitana, com todas as exigências de conforto e progresso, paz e ordem. Indispensável a diligência no pão e no vestuário, na moradia e na defesa de todos; entretanto, não se pode olvidar o problema da luz. A luz foi sempre uma preocupação do homem, desde a hora da furna primeira. Antes de tudo, o fogo obtido por atrito, a lareira doméstica, a tocha, os lumes vinculados às resinas, a candeia e, nos tempos modernos, a força elétrica transformada em clarão.

A Doutrina Espírita possui os seus aspectos essenciais em configuração tríplice. Que ninguém seja cerceado em seus anseios de construção e produção. Quem se afeiçoe à ciência que a cultive em sua dignidade, quem se devote à filosofia que lhe engrandeça os postulados e quem se consagre à religião que lhe divinize as aspirações, mas que a base kardequiana permaneça em tudo e todos, para que não venhamos a perder o equilíbrio sobre os alicerces e que se nos levanta a organização.

Nenhuma hostilidade recíproca, nenhum desapreço a quem quer que seja. Acontece, porém, que temos necessidade de preservar os fundamentos espíritas, honrá-los e sublimá-los, senão acabaremos estranhos uns aos outros, ou então cadaverizados em arregimentações que nos mutilarão os melhores anseios, convertendo-nos o movimento de libertação numa seita estanque, encarcerada em novas interpretações e teologias, que nos acomodariam nas conveniências do plano inferior e nos afastariam da Verdade.

Allan Kardec, nos estudos, nas cogitações, nas atividades, nas obras, a fim de que a nossa fé não faça hipnose, pela qual o domínio da sombra se estabelece sobre as mentes mais fracas, acorrentando-as a séculos de ilusão e sofrimento.

Libertação da palavra divina é desentranhar o ensinamento do Cristo de todos os cárceres a que foi algemado e, na atualidade, sem querer qualquer privilégio para nós, apenas o Espiritismo retém bastante força moral para se não prender a interesses subalternos e efetuar a recuperação da luz que se derrama do verbo cristalino do Mestre, dessedentando e orientando as almas.

Seja Allan Kardec, não apenas crido ou sentido, apregoado ou manifestado, a nossa bandeira, mas suficientemente vivido, sofrido, chorado e realizado em nossas próprias vidas. Sem essa base é difícil forjar o caráter espírita-cristão que o mundo conturbado espera de nós pela unificação.

Ensinar, mas fazer; crer, mas estudar; aconselhar, mas exemplificar; reunir, mas alimentar.

Falamos em provações e sofrimentos, mas não dispomos de outros veículos para assegurar a vitória da verdade e do amor sobre a Terra. Ninguém edifica sem amor, ninguém ama sem lágrimas.

Somente aqui, na vida espiritual, vim aprender que a cruz de Cristo era uma estaca que Ele, o Mestre, fincava no chão para levantar o mundo novo. E para dizer-nos em todos os tempos que nada se faz de útil e bom sem sacrifícios, morreu nela. Espezinhado, batido, enterrou-a no solo, revelando-nos que esse é o nosso caminho - o caminho de quem constrói para Cima, de quem mira os continentes do Alto.

É indispensável manter o Espiritismo, qual foi entregue pelos Mensageiros Divinos a Allan Kardec, sem compromissos políticos, sem profissionalismo religioso, sem personalismos deprimentes, sem pruridos de conquista a poderes terrestres transitórios.

Respeito a todas as criaturas, apreço a todas as autoridades, devotamento ao bem comum e instrução do povo, em todas as direções, sobre as Verdades do espírito, imutáveis, eternas.

Nada que lembre castas, discriminações, evidências individuais injustificáveis, privilégios, imunidades, prioridades.

Amor de Jesus sobre todos, verdade de Kardec para todos.

Em cada templo, o mais forte deve ser escudo para o mais fraco, o mais esclarecido a luz para o menos esclarecido, e sempre e sempre seja o sofredor o mais protegido e o mais auxiliado, como entre os que menos sofram seja o maior aquele que se fizer o servidor de todos, conforme a observação do Mentor Divino.

Sigamos para a frente, buscando a inspiração do Senhor.                   

Bezerra de Menezes
(Mensagem recebida pelo médium Francisco Cândido Xavier, em reunião da Comunhão Espírita  Cristã, em 20-4-1963, em Uberaba, MG.)
(Reformador - dez/1975)


Recorte da publicação original na Revista Reformador Dez. 1975

sábado, 27 de abril de 2019

Brasil: Grande hospital de Espíritos

Brasil: Grande hospital de Espíritos

Rossandro Klinjey





Trecho de Palestra proferida por Rossandro Klingey na FEEGO 
- Federação Espírita do Estado de Goiás
-Fonte: Interlítera

sexta-feira, 26 de abril de 2019

De ânimo firme

De ânimo firme

Emmanuel



É possível estejas descobrindo o que não esperavas.

Construções, que supunhas de ouro, acabaram em resíduos de pedra.

Promessas, acalantadas por muitos anos, parecem-te agora rematadas mentiras.

Afetos, julgados invulneráveis, abandonaram-te o passo, quando mais necessitavas de apoio.

Surpreendeste a incompreensão nos companheiros mais nobres e colheste amargos problemas nos próprios filhos que viste crescer, ao calor de teu corpo.

Ruíram aspirações, lembrando preciosos vasos quebrados.

Sonhos desfizeram-se, de improviso, como se ventania arrasadora te devastasse a existência.

Apesar de tudo, porém, renova-te a cada instante e caminha incessantemente, arrimando-te à fé viva.

Na Terra ou além da Terra, a soma das lutas que carregamos reúne as parcelas dos compromissos assumidos, junto à bolsa do tempo.

Aflição de hoje, dívida de ontem.

Merecimento de agora, crédito de amanhã.

Banha as mais íntimas energias nas torrentes do amor puro que compreende e edifica sempre; veste o arnês do trabalho que aprimora e sublima, e sigamos em frente, honrando a nossa condição de almas eternas.

Nada tendo e tudo possuindo...

Sozinhos e com todos...

Chorando jubilosos e suando contentes...

Atormentados e tranquilos...

Desfalecentes e refeitos...

Dilacerados e felizes...

Batidos e levantados...

Morrendo cada dia para reviver no dia seguinte, em plano superior...

E, atingindo os marcos do túmulo, de partida para a Luz Espiritual, se viveste amando e perdoando, purificando e servindo, encontrarás em ti mesmo a flama da alegria, ressurgindo do sofrimento, como a glória solar renascendo das trevas.

Emmanuel por Chico Xavier do livro:
Justiça Divina
Reunião pública de 3-3-61 
Emmanuel em comentário sobre a obra: 
O Céu e o Inferno - 1ª Parte, cap. VII, § 28

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quinta-feira, 25 de abril de 2019

Polêmica Espírita

Polêmica Espírita

Allan Kardec



Perguntaram-nos muitas vezes por que não respondíamos, em nossa revista, aos ataques de certas folhas contra o Espiritismo em geral, contra os seus partidários e por vezes mesmo contra nós. Cremos que em certos casos é o silêncio a melhor resposta. Além do mais, há um gênero de polêmica do qual tomamos por norma nos abstermos: a que pode degenerar em personalismo. Isto não só nos repugna, como nos tomaria um tempo que não podemos empregar inutilmente, além de ser muito pouco interessante para os nossos leitores, que assinam a revista para sua instrução e não para ler diatribes mais ou menos espirituosas. Ora, uma vez nesse caminho, difícil seria dele sair. Por isto preferimos nele não entrar. Parece-nos que com isto o Espiritismo só teria a ganhar em dignidade. Até aqui só temos que aplaudir a nossa própria moderação, da qual não nos arredaremos. Jamais daremos satisfação aos amantes de escândalos. 

Entretanto, há polêmica e polêmica. Há uma ante a qual jamais recuaremos ─ é a discussão séria dos princípios que professamos. Contudo, aqui também deve ser feita uma distinção. Se se trata apenas de ataques gerais, dirigidos contra a doutrina, sem um fim determinado, além do de criticar, e se partem de pessoas que rejeitam sistematicamente tudo quanto não compreendem, não merecem a nossa atenção. O terreno diariamente ganho pelo Espiritismo é resposta peremptória e lhes deve provar que os sarcasmos não têm produzido grande resultado. Ainda há a notar que as intermináveis pilhérias de que eram vítimas os partidários da doutrina vão se extinguindo pouco a pouco. É o caso de perguntar se há motivos para rir de tantas pessoas eminentes, pelo fato de adotarem as ideias novas. Hoje alguns esboçam um sorriso apenas por hábito, enquanto outros absolutamente não riem mais e esperam. 

Notemos ainda que entre os críticos há muita gente que fala sem conhecimento de causa e sem se ter dado ao trabalho de aprofundar-se. Para lhes responder fora necessário, incessantemente, recomeçar as mais elementares explicações e repetir aquilo que já escrevemos, o que nos parece inútil. Já o mesmo não se dá com os que estudaram e nem tudo compreenderam e com os que realmente querem esclarecer-se, que levantam objeções de boa-fé e com conhecimento de causa. Neste terreno aceitamos a controvérsia, sem nos gabarmos de resolver todas as dificuldades, o que seria demasiada pretensão. A ciência espírita está em seu início e ainda não nos revelou todos os seus segredos, por maiores que sejam as maravilhas já desveladas. Qual a ciência que não mais possui fatos misteriosos e inexplicados? Confessaremos, pois, sem nenhum acanhamento, a nossa insuficiência sobre os pontos que ainda não podemos explicar. Assim, longe de repelir as objeções e as perguntas, nós as solicitamos, desde que não sejam irrelevantes e não nos façam inutilmente perder tempo com futilidades, pois que é esse um meio de nos esclarecermos. 

É a isto que denominamos polêmica útil, e será útil sempre que ocorrer entre gente séria, que se respeita o bastante para não perder o decoro. Podemos pensar de modo diverso sem diminuirmos a estima recíproca. 

Afinal de contas, que buscamos todos nessa palpitante e fecunda questão do Espiritismo? Esclarecermo-nos. Antes de mais nada buscamos a luz, venha de onde vier, e se externamos a nossa maneira de ver, não se trata de uma opinião pessoal, que pretendamos impor aos outros. Entregamo-la à discussão e estamos dispostos a renunciá-la, se nos demonstrem que estamos em erro. 

Essa polêmica, nós a sustentamos diariamente, em nossa Revista, através das respostas ou das refutações coletivas que publicamos a propósito deste ou daquele artigo. Aqueles que nos honram com suas cartas encontrarão sempre a resposta ao que nos perguntam, toda vez que não nos é possível responder em carta particular, o que nem sempre é materialmente possível. Suas perguntas e objeções constituem outros tantos assuntos de estudo, de que nos aproveitamos pessoalmente; e nos sentimos felizes por estender esse proveito aos leitores, à medida que se apresentam fatos em conexão com as mesmas. Também sentimos prazer em dar explicações verbais às pessoas que nos honram com a sua visita e nas conferências caracterizadas por um cunho de entendimento, nas quais nos esclarecemos mutuamente. 

Allan Kardec
Revista Espírita Novembro 1858

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quarta-feira, 24 de abril de 2019

Prece por trabalho

Prece por trabalho

Bezerra de Menezes



Senhor!

Auxilia-nos a servir para que aprendamos a amar segundo nos ensinaste.

Nas horas tranquilas, induzes-nos a trabalhar, aproveitando os tesouros do tempo e nas horas de crise, conserva-nos em mais trabalho a fim de não perde-los.

Se erramos, faz-nos trabalhar na própria corrigenda e sempre que acertarmos no dever a cumprir, acrescenta-nos o trabalho para sermos mais úteis.

Senhor, ajuda-nos a compreender que o trabalho afasta a necessidade, imunizando-nos contra o mal e auxiliando-nos a lembrar que unicamente aqueles  que aprendem a servir é que conseguem vencer.

Centro Espírita Eurípedes Barsanulfo
Peirópolis - MG 28.09.1978

Bezerra de Menezes por Chico Xavier do livro:
Marcas do Caminho / Espíritos Diversos


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terça-feira, 23 de abril de 2019

Valioso presente

Valioso presente

Richard Simonetti



Um momento de distração e Silvano foi atropelado. Esteve várias semanas no hospital, cuidando de fraturas diversas, uma irremediável, que o condenou à cadeira de rodas. Nunca mais andaria. 

Em princípio o desespero, a vontade de morrer... Depois a mágoa, a surda revolta contra o Destino que, num trágico instante, furtara-lhe as melhores possibilidades da existência. 

Guardava, particularmente, um surdo rancor contra o motorista que o atingira, não obstante sabê-lo isento de culpa. Recusara-se terminantemente a recebê-lo. Ele fora o instrumento de sua desdita. 

Regressando ao lar, Silvano tornou-se um problema, sempre irritadiço e taciturno. Esposa e filhos tentavam animá-lo. Afinal não havia dificuldades financeiras e, embora paraplégico, ele poderia perfeitamente desenvolver atividades, voltar a viver. Estavam a seu lado, dispostos a ajudá-lo no que fosse preciso. Jamais lhe faltaria apoio. Mas o chefe da casa recusava-se a cooperar em seu próprio beneficio. Passava longos períodos confinado voluntariamente no quarto, mudo e tenso, intimamente um vulcão a explodir, periodicamente, em crises de revolta, extravasando a inconformação de quem se sentia colhido numa armadilha. 

A única distração eram os livros, que lhe proporcionavam meios de esquecer sua desdita. Lia vorazmente... 

Certo dia um garoto lhe trouxe um livro, informando tratar-se de entrega mensal do Clube do Livro Espírita, a qual se repetiria por doze meses. Alguém, que preferira o anonimato, pagara a anuidade. 

Silvano não tinha ideia de quem fosse. Aborreceu se, imaginando tratar se de um trote. Não obstante, leu o livro, interessando-se de imediato pelos princípios codificados por Allan Kardec, que ofereciam confortadoras respostas às suas indagações existenciais. Não se limitou aos lançamentos mensais. Comprava livros, às pencas, nas livrarias espíritas. Lia-os sofregamente, como viajor sedento em pleno deserto que encontrasse abençoada fonte... 

Compreendeu que o acidente fazia parte de suas provações e que de nada lhe adiantaria entregar-se à depressão. Decidiu mudar seu comportamento. Superou a agressividade. . . Dispôs-se a deixar o quarto, até então seu refúgio de todas as horas... Tornou-se mais comunicativo. Os familiares acompanhavam, agradavelmente surpreendidos, sua transformação. Quase todos se interessaram por aqueles livros que trouxeram de volta à Vida alguém que pretendia apenas morrer. 

Quis conversar com o motorista que o atropelara. Recebeu-o, gentil. O visitante era pessoa simpática, expansiva. Conversaram longamente, até que Silvano dispôs-se a falar do acidente, isentando-o de culpa. 

— Faz parte de minhas provações a situação atual, Mas estou reagindo. Sei agora que a imobilidade das pernas não é nada se nos movimentarmos pelos caminhos interiores, cultivando bom ânimo e coragem...

— Vejo com alegria que o Tempo encarregou-se de ajudá-lo a superar o problema. Embora sem culpa no acidente, estive sempre preocupado com o amigo...

 — Pois não se preocupe mais. Estou bem consciente de que não há sofrimentos indevidos, nem situações difíceis motivadas pelo acaso. Tudo tem razão de ser. E devo dizer-lhe que muito mais que ao Tempo, devo minha atual disposição a um benfeitor desconhecido, abençoado irmão, que me ofereceu um presente inestimável. 

Após falar dos livros recebidos, Silvano concluiu: 

— Tornei-me espírita. Melhor dizendo, estou tentando. Não é fácil, porquanto tenho muitas deficiências. Nesse empenho, desejava avistar-me com duas pessoas: você, para pedir-lhe perdão por minha indelicadeza na época do acidente, e com o autor do presente, que me renovou a existência. Infelizmente, não sei quem é. Preferiu o anonimato. 

O visitante sorri, emocionado e esclarece: 

— Não posso dizer que fico feliz por ter sido um instrumento para seu resgate, mas rejubilo-me por ter contribuído em favor de sua iniciação espírita. A assinatura do Clube foi presente meu... 

Perdemos muito tempo percorrendo lojas de quinquilharias, à procura de originalidades inúteis para presentear amigos e familiares, relegando ao esquecimento uma opção insuperável: o Livro Espírita, esta cornucópia mágica de abundantes flores de esperança e conforto e frutos sazonados de renovação e paz. 


Do livro: Atravessando a Rua de Richard Simonetti




segunda-feira, 22 de abril de 2019

Ante os novos tempos

Ante os novos tempos

Castro Alves



Brilham áureos tempos novos,
A Inteligência domina,
Fala a Razão cristalina,
Que estuda, aclara e deduz;
A Ciência larga a Terra,
Onde refulge de rastros,
Para a conquista dos astros,
Sob o fascínio da Luz!...

No bojo do firmamento,
Do chão à face da Lua...
A pesquisa continua...
Engenhos e lumaréus!...
A Eletrônica revela
Vida mais alta e mais rica
E o Homem se comunica,
Povo a Povo, Céus a Céus!...

A Cultura pede frente,
Entre aplausos invulgares.
No Ar, no Solo, nos Mares, -
Em tudo – o apelo ao Porvir!...
De ponta a ponta do Globo,
Em vasta ascensão na História,
Clama o Cérebro – mais Glória!
Grita o Mundo – Progredir!...

Mas no concerto dos louros
Em que a Ideia se embriaga,
Brado aflitivo pervaga –
O choro da multidão!...
São milhões de almas cativas
À ignorância na Terra,
Que a noite da angústia encerra
Nos vales de provação!...

A mágoa segue a penúria,
O crime instala a doença,
Lastima-se turba imensa
Encarcerada na dor!...
A legião do protesto
Volve à barbárie sombria,
Supondo na rebeldia
O facho libertador!...

A guerra distende as garras,
Surgem conflitos de sobra,
A descrença se desdobra
Em chaga descomunal...
E a força do Raciocínio
Do píncaro a que se eleva
Na barra a invasão da treva,
Nem doma a fúria do mal...

Do Alto, porém, dimana
Visão diversa das cousas,
Os mortos rebentam lousas,
Irrompem vozes do Além!...
São Mensageiros do Eterno,
Anjos do Céu sem escolta,
Trazendo Jesus de volta
Para a vitória do Bem!...

Companheiros do Evangelho,
Que o vosso Amor vibre, puro,
Edificando o Futuro
Nas leis Excelsas do Pai!...
Eis que o Cristo nos conclama,
Sob o fulgor do Cruzeiro,
Repetindo ao mundo inteiro:
- “Espíritas, educai!...”

Castro Alves por Chico Xavier do livro: Doutrina e Vida / Diversos Espíritos





domingo, 21 de abril de 2019

De ânimo firme

De ânimo firme

Emmanuel



Não temas as provas de hoje.

Supera o mal com o bem.

Todos temos um amanhã.

No entanto, porque o futuro nos pertença não menosprezes o momento de agora.

Se sofrestes desgostos não lhes conserves os remanescentes no coração.

Esquece afrontas e ofensas.

O perdão desata quaisquer algemas entre vítima e agressor.

O trabalho dissipa as sombras no espaço da alma.

Serve sempre.

Não cultives enfermidades imaginárias, nem te amofines por aflições que talvez não chegues a conhecer.


Emmanuel por Chico Xavier do livro:
Palavras da Coragem

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