quinta-feira, 18 de abril de 2019

Melhor é repelir os modismos

Melhor é repelir os modismos 

Jorge Hessen



Para que nos imunizemos das permanentes investidas dos modismos que ameaçam cada vez mais os conceitos basilares da Terceira Revelação, é importante colocar em pauta, à guisa de alerta geral, reflexões que venham subsidiar reações audaciosas acopladas aos princípios cristãos. 

O Espiritismo tem conceitos filosóficos de estruturas sólidas com proposta de subida racionalidade para a conduta humana. Não endossa quaisquer inquietações de ideias apressadas advindas de pretensos "mestres" que explodem em sugestões de práticas "modernas" para o Espiritismo. A propósito das açodadas enxertias estranhas, complexas e esdruxulas de alguns núcleos que se dizem espíritas, recorremos a Juvanir Borges de Souza, quando, em seu artigo publicado em REFORMADOR de abril de 1996, entre outras reflexões adverte:
"Precatemo-nos, pois, contra os afobados, os precipitados, que pretendem introduzir "novidades" no Espiritismo (...). (...) as Casas Espíritas e os espíritas precisam estar atentos contra a invasão de práticas não espíritas, de modismos prejudiciais de variada origem (...)."
O Espírito Vianna de Carvalho, na psicografia de Divaldo P. Franco, também admoesta (vide matéria intitulada Integração Doutrinária (REFORMADOR de abril de 1996)
"Mesmo sem um conhecimento real e profundo dos seus postulados científicos, das suas explicações filosóficas e da sua ética moral e religiosa, pessoas inadvertidas investem com frequência apresentando teses ingênuas e passadistas, métodos profanos transitórios, recursos culturais apressados, desejosos de introduzi-los no Movimento, sempre ávido de novidades, porque constituído por indivíduos quase sempre desequipados do conhecimento doutrinário em transito ligeiro pelas suas fileiras." 
Médiuns que não se orientam nos livros da Codificação entregam-se inermes aos planos ardilosos dos obsessores que os subjugam, insuflando-lhes os mais bizarros conceitos e as mais estranhas práticas, mormente nos viciosos relatos das vidências "mediúnicas" e nas famosas cirurgias "espirituais", além de outras miraculosas terapias que vão das pirâmides às pedras cristalizadas num flagrante atentado contra o Espiritismo. 

Existe, atualmente, nas hostes doutrinárias, uma perigosa exaltação do mediunismo, pelo qual os inimigos da luz impõem movimentos massificadores de efeitos retumbantes, objetivando claramente o aprisionamento mental e a escravidão psíquica dos incautos e ignorantes. 

Obcecados, os inovadores de ocasião visam a desestabilizar o Movimento Doutrinário, desacreditando o Espiritismo para desacelerar a implantação do Consolador na Terra. 

Alentemos pois para uma grave advertência do insigne Léon Denis (1):
"O Espiritismo será o que o fizerem os homens." (Léon Denis)

Realmente, são os homens que concorrem para as confusões doutrinárias, lançando ideias pessoais como se fossem princípios kardequianos e sempre aceitando e propagando mensagens duvidosas, criando seus espiritismos particulares em prejuízo do corpo integral da Doutrina.

A Doutrina Espírita é a renovação da mensagem do Cristo para a restauração dos códigos evangélicos na sua feição primitiva; portanto, ante as investidas das novidades desses modismos místicos lembremos a lição de Kardec (2):

"Melhor é repelir dez verdades do que admitir uma única falsidade, uma só teoria errônea." (Erasto)

Obviamente, o Centro Espírita é o instrumento mais importante para o fortalecimento dos códigos divinos, expressos nas mensagens espíritas, contudo, estejamos atentos com os inovadores descompromissados com a Doutrina. Usando o bom senso de forma estoica não admitamos que a prática espírita saia dos trilhos da simplicidade e dos fundamentos da Codificação Kardequiana.

É necessário combater as invasões indesejáveis de modismos e teses absurdas nos Centros Espíritas, para que a luz do Paracleto seja mantida acesa, consoante esperam os coordenadores espirituais nesse transcendente projeto para a Terra.


Referências bibliográficas:
(1). No Invisível, introdução - pág. 9. - 17ª ed. 1996 - FEB. 
(2) O Livro dos Médiuns, Cap. XX, nº 230, mens. de Erasto - pág. 290 - 61ª ed. 1995 -FEB. 


Link para os dois textos citados pelo autor:







Artigo publicado na Revista Reformador Out. 1996.

Recorte da publicação original na
Revista Reformador Out. 1996.


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