sexta-feira, 30 de novembro de 2018

Perdoar e esquecer

Perdoar e esquecer

Agar



Perdoar e esquecer são as duas chaves da paz.

Se o seu caminho não encontra eco na paisagem ambiente, desculpe e olvide a indiferença do meio e avancemos para diante, ao encontro de nossas realizações.

Se o seu trabalho não consegue a retribuição dos que lhe seguem os passos no grande caminho, perdoe e esqueça, a fim de que a sua boa vontade frutifique em alegria e progresso.

Se o seu sacrifício não recolhe a compreensão dos outros, desculpe e olvide, perseverando no bem, porque o bem situar-lhe-á o espírito na vanguarda de luz.

Perdoar é o segredo sublime do triunfo na subida para Deus; e esquecer o mal é harmonizar nossa alma com as criaturas, habilitando-nos à solução de todos os problemas.

Desprendamo-nos de tudo aquilo que na Terra constitua prisão para nossa alma, perdoando e esquecendo sempre, e encontraremos o caminho interior da Grande Ascensão.



Agar por Chico Xavier - Mensagem publicada nos livros: Relicário de Luz e Irmãos Unidos




quinta-feira, 29 de novembro de 2018

Verdugo e vítima


Verdugo e vítima

Irmão X.


Irmão X.(Humberto de Campos) / Chico Xavier



O rio transbordava.

Aqui e ali, na crista espumosa da corrente pesada, boiavam animais mortos ou deslizavam toras e ramarias.

Vazantes em torno davam expansão ao crescente lençol de massa barrenta.

Famílias inteiras abandonavam casebres, sob a chuva, carregando aves espantadiças, quando não estivessem puxando algum cavalo magro.

Quirino, o jovem barqueiro, que vinte e seis anos de sol no sertão haviam enrijado de todo, ruminava plano sinistro.

Não longe, em casinhola fortificada, vivia Licurgo, conhecido usuário das redondezas.

Todos o sabiam proprietário de pequena fortuna a que montava guarda vigilante.

Ninguém, no entanto, poderia avaliar-lhe a extensão, porque, sozinho envelhecera e sozinho atendia às próprias necessidades.

- “O velho – dizia Quirino de si para consigo – será atingido na certa. É a primeira vez que surge uma cheia como esta. Agarrado aos próprios haveres, será levado de roldão... E se as águas devem acabar com tudo, porque não me beneficiar? O homem já passou dos setenta... Morrerá a qualquer hora. Se não for hoje, será amanhã, depois de amanhã... E o dinheiro guardado? Não poderia servir para mim, que estou moço e com pleno direito ao futuro?...”

O aguaceiro caía sempre, na tarde fria.

O rapaz, hesitante, bateu à porta da choupana molhada.

- “Seu” Licurgo! “Seu” Licurgo!...

E, ante o rosto assombrado do velhinho que assomara à janela, informou:

- Se o senhor não quer morrer, não demore. Mais um pouco de tempo e as águas chegarão.

Todos os vizinhos já se foram...

Não, não... – resmungou o proprietário -, moro aqui há muitos anos. Tenho confiança em Deus e no rio... Não sairei.

- Venho fazer-lhe um favor...

- Agradeço, mas não sairei.

Tomado de criminoso impulso, o barqueiro empurrou a porta mal fechada e avançou sobre o
velho, que procurou em vão reagir.

- Não me mate assassino!

A voz rouquenha, contudo, silenciou nos dedos robustos do jovem.

Quirino largou para um lado o corpo amolecido, como traste inútil, arrebatou pequeno molho de chaves do grande cinto e, em seguida, varejou todos os escaninhos...

Gavetas abertas mostravam cédulas mofadas, moedas antigas e diamantes, sobretudo diamantes.

Enceguecido de ambição, o moço recolhe quanto acha.

A noite chuvosa descerra completa...

Quirino toma os despojos da vítima num cobertor e, em minutos breves, o cadáver mergulha no rio.

Logo após, volta à casa despovoada, recompõe o ambiente e afasta-se, enfim, carregando a fortuna.

Passado algum tempo, o homicida não vê que uma sombra se lhe esgueira à retaguarda.

É o Espírito de Licurgo, que acompanha o tesouro.

Pressionado pelo remorso, o barqueiro abandona a região e instala-se em grande cidade, com pequena casa comercial, e casa-se, procurando esquecer o próprio arrependimento, mas recebe o velho Licurgo, reencarnado, por seu primeiro filho...


Irmão X. por Chico Xavier do livro: Contos desta e doutra Vida




quarta-feira, 28 de novembro de 2018

Prova e força

Prova e força

Emmanuel



Se a provação te visita, não esmoreças.

Problema é condição para crescimento.

Reflete na semente a esforçar-se para vencer o solo que a constrange.

A árvore protetora fala sem palavras quantas vezes aguentou a fúria do vento, a fim de sobreviver.

Dor é uma proposta do Céu para que te promovas.

Confia e atravessa a dificuldade.

O Senhor da Vida que te sustentou ontem, sustentar-te-á também hoje.

Mobiliza a própria fé e caminha adiante.

Liga-te a Deus e segue.

Pensa no prodígio da luz e reconhecerás que a força vem de dentro.


Emmanuel por Chico Xavier do livro: Sinais de Rumo



terça-feira, 27 de novembro de 2018

Aparências

Aparências

Valérium



Esse senhor vive com aparência impecável.

Cabelos penteados.

Barba feita.

Roupa distinta.

Sapatos lustrosos.

Dinheiro no bolso.

Depósitos bancários.

Estômago saciado.

Vastos conhecimentos.

Residência confortável.

Família constituída.

Ótima situação social.

Aparentemente, mostra ter tudo para ser feliz.

Mas não é.

Ele é portador de uma fístula em forma de chaga oculta a doer continuamente.

*

Esse é o retrato do homem comum.

Aparentemente, mostra ter tudo para ser feliz.

Mas não é.

Traz a fístula invisível da angústia em forma de chaga mental, entre a dúvida e o desespero a fustigar-lhe o espírito continuamente. É um enfermo difícil.

E pouco lhe adianta a boa aparência, com a alma atribulada.

Mudem-se regimes políticos, alterem-se as condições de existência, conquistem-se novos planetas da Imensidade, transformem-se os estados de conforto passageiro... Ainda assim, a renovação exterior nada vale se a alma, em si, usando as ferramentas da vontade, não se dispõe a melhorar a si mesma.

*

Medite essa verdade e atenda à própria transformação moral para o bem, desde os mínimos atos de cada dia, para que a insaciedade e a inquietação não se façam pragas destruidoras de sua vida.

Valerium por Waldo Vieira do livro Bem-aventurados os simples



segunda-feira, 26 de novembro de 2018

A luta contra o mal

A luta contra o mal

Humberto de Campos




De todas as ocorrências da tarefa apostólica, os encontros do Mestre com os endemoninhados constituíam os fatos que mais impressionavam os discípulos.

A palavra “diabo” era então compreendida na sua justa acepção. Segundo o sentido exato da expressão, era ele o adversário do bem, simbolizando o termo, dessa forma, todos os maus sentimentos que dificultavam o acesso das almas à aceitação da Boa Nova e todos os homens de vida perversa, que contrariavam os propósitos da existência pura, que deveriam caracterizar as atividades dos adeptos do Evangelho.

Dentre os companheiros do Messias, Tadeu era o que mais se deixava impressionar por aquelas cenas dolorosas. Aguçavam-lhe, sobremaneira, a curiosidade de homem os gritos desesperados dos espíritos malfazejos, que se afastavam de suas vitimas sob a amorosa determinação do Mestre Divino. Quando os pobres obsidiados deixavam escapar um suspiro de alívio, Tadeu volvia os olhos para Jesus, maravilhado de seus feitos.

Certo dia em que o Senhor se retirara, com Tiago e João, para os lados de Cesareia de Filipe, uma pobre demente lhe foi trazida, a fim de que ele, Tadeu, anulasse a atuação dos Espíritos perturbadores que a subjugavam. Entretanto, apesar de todos os esforços de sua boa-vontade, Tadeu não conseguiu modificar a situação. Somente no dia imediato, ao anoitecer, na presença confortadora do Messias, foi possível à infeliz dementada recuperar o senso de si mesma.

Observando o fato, Tadeu caiu em sério e profundo cismar. Por que razão o Mestre não lhes transmitia, automaticamente, o poder de expulsar os demônios malfazejos, para que pudessem dominar os adversários da causa divina? Se era tão fácil a Jesus a cura integral dos endemoninhados, por que motivo não provocava ele de vez a aproximação geral de todos os inimigos da luz, a fim de que, pela sua autoridade, fossem definitivamente convertidos ao reino de Deus? Com o cérebro torturado por graves cogitações e sonhando possibilidades maravilhosas para que cessassem todos os combates entre os ensinamentos do Evangelho e os seus inimigos, o discípulo inquieto procurou avistar-se particularmente com o Senhor, de modo a expor-lhe com humildade suas ideias íntimas.

***

Numa noite tranquila, depois de lhe escutar as ponderações, perguntou-lhe Jesus, em tom austero:

- Tadeu, qual o principal objetivo das atividades de tua vida?

Como se recebesse uma centelha de inspiração superior, respondeu o discípulo com sinceridade:

- Mestre, estou procurando realizar o reino de Deus no coração.

- Se procuras semelhante realidade, por que a reclamas no adversário em primeiro lugar? Seria justo esqueceres as tuas próprias necessidades nesse sentido? Se buscarmos atingir o infinito da sabedoria e do amor em Nosso Pai, indispensável se faz reconheçamos que todos somos irmãos no mesmo caminho!...

- Senhor, os espíritos do mal são também nossos irmãos? - inquiriu, admirado, o apóstolo.

- Toda a criação é de Deus. Os que vestem a túnica do mal envergarão um dia a da redenção pelo bem. Acaso, poderias duvidar disso? O discípulo do Evangelho não combate propriamente o seu irmão, como Deus nunca entra em luta com seus filhos; aquele apenas combate toda manifestação de ignorância, como o Pai que trabalha incessantemente pela vitória do seu amor, junto da humanidade inteira.

- Mas, não seria justo ajuntou o discípulo, com certa convicção convocarmos todos os gênios malfazejos para que se convertessem à verdade dos céus?

O Mestre, sem se surpreender com essa observação, disse:

- Por que motivo não procede Deus assim?... Porventura, teríamos nós uma substância de amor mais sublime e mais forte que a do seu coração paternal? Tadeu, jamais olvidemos o bom combate. Se alguém te convoca ao labor ingrato da má semente, não desdenhes a boa luta pela vitória do bem, encarando qualquer posição difícil como ensejo sagrado para revelares a tua fidelidade a Deus. Abraça sempre o teu irmão. Se o adversário do reino te provoca ao esclarecimento de toda a verdade, não desprezes a hora de trabalhar pela vitória da luz; mas segue o teu caminho no mundo atento aos teus próprios deveres, pois não nos consta que Deus abandonasse as suas atividades divinas para impor a renovação moral dos filhos ingratos, que se rebelaram na sua casa. Se o mundo parece povoar-se de sombras, é preciso reconhecer que as leis de Deus são sempre as mesmas, em todas as latitudes da vida.

É indispensável meditar na lição de Nosso Pai e não estacionar a meio do caminho que percorremos. Os inimigos do reino se empenham em batalhas sangrentas? Não olvides o teu próprio trabalho. Padecem no inferno das ambições desmedidas? Caminha para Deus. Lançam a perseguição contra a verdade? Tens contigo a verdade divina que o mundo não te poderá roubar, nunca. Os grandes patrimônios da vida não pertencem às forças da Terra, mas às do Céu. O homem, que dominasse o mundo inteiro com a sua força, teria de quebrar a sua espada sangrenta, ante os direitos inflexíveis da morte. E, além desta vida, ninguém te perguntará pelas obrigações que tocam a Deus, mas, unicamente, pelo mundo interior que te pertence a ti mesmo, sob as vistas amoráveis de Nosso Pai.

“Que diríamos de um rei justo e sábio que perguntasse a um só de seus súditos pela justiça e pela sabedoria do reino inteiro? Entretanto, é natural que o súdito seja inquirido acerca dos trabalhos que lhe foram confiados, no plano geral, sendo também justo se lhe pergunte pelo que foi feito de seus pais, de sua companheira, de seus filhos e irmãos. Andas assim tão esquecido desses problemas fáceis e singelos? Aceita a luta, sempre que fores julgado digno dela e não te esqueças, em todas as circunstâncias, de que construir é sempre melhor.” 

Tadeu contemplou o Mestre, tomado de profunda admiração. Seus esclarecimentos lhe caíam no espírito como gotas imensas de uma nova luz.

- Senhor, disse ele —, vossos raciocínios me iluminam o coração; mas, terei errado externando meus sentimentos de piedade pelos espíritos malfazejos? Não devemos, então, convocá-los ao bom caminho?

- Toda intenção excelente - redarguiu Jesus - será levada em justa conta no céu, mas precisamos compreender que não se deve tentar a Deus. Tenho aceitado a luta como o Pai ma envia e tenho esclarecido que a cada dia basta o seu trabalho. Nunca reuni o colégio dos meus companheiros para provocar as manifestações dos que se comprazem na treva; reuni-os, em todas as circunstâncias e oportunidades, suplicando para o nosso esforço a inspiração sagrada do Todo-Poderoso. O adversário é sempre um necessitado que comparece ao banquete das nossas alegrias e, por isso, embora não o tenha convocado, convidando somente os aflitos, os simples e os de boa-vontade, nunca lhe fechei as portas do coração, encarando a sua vinda como uma oportunidade de trabalho, de que Deus nos julga dignos.

O apóstolo humilde sorriu, saciado em sua fome de conhecimento, porém acrescentou, preocupado com a impossibilidade em que se via de atender eficazmente à vítima que o procurara:

- Senhor, vossas palavras são sempre sábias; entretanto, de que necessitarei para afastar as entidades da sombra, quando o seu império se estabeleça nas almas?!...

- Voltamos, assim, ao início das nossas explicações - retrucou Jesus —, pois, para isso, necessitas da edificação do reino no âmago do teu espírito, sendo este o objetivo de tua vida. Só a luz do amor divino é bastante forte para converter uma alma à verdade. Já viste algum contendor da Terra convencer-se sinceramente tão-só pela força das palavras do mundo? As dissertações filosóficas não constituem toda a realização. Elas podem ser um recurso fácil da indiferença ou uma túnica brilhante, acobertando penosas necessidades. O reino de Deus, porém, é a edificação divina da luz. E a luz ilumina, dispensando os longos discursos. Capacita-te de que ninguém pode dar a outrem aquilo que ainda não possua no coração. Vai! Trabalha sem cessar pela tua grande vitória. Zela por ti e ama a teu próximo, sem olvidares que Deus cuida de todos.


***

Tadeu guardou os esclarecimentos de Jesus, para retirar de sua substância o mais elevado proveito no futuro.

No dia seguinte, desejando destacar, perante a comunidade dos seus seguidores, a necessidade de cada qual se atirar ao esforço silencioso pela sua própria edificação evangélica, o Mestre esclareceu aos seus apóstolos singelos, como se encontra dentro da narrativa de Lucas: - “Quando o espírito imundo sai do homem, anda por lugares áridos, procurando, e não o achando diz: - Voltarei para a casa donde saí; e, ao chegar, acha-a varrida e adornada. Depois, vai e leva mais sete Espíritos piores do que ele, que ali entram e habitam; e o último estado daquele homem fica sendo pior do que o primeiro”.

Então, todos os ouvintes das pregações do lago compreenderam que não bastava ensinar o caminho da verdade e do bem aos Espíritos perturbados e malfazejos; que indispensável era edificasse cada um a fortaleza luminosa e sagrada do reino de Deus, dentro de si mesmo.


Humberto de Campos por Chico Xavier do livro: Boa Nova




domingo, 25 de novembro de 2018

Nos momentos graves

Nos momentos graves

André Luiz


André Luiz em cena do filme: Nosso Lar
  • Use calma. A vida pode ser um bom estado de luta, mas o estado de guerra nunca uma vida boa.
  • Não delibere apressadamente. As circunstâncias, filhas dos Desígnios Superiores, modificam-nos a experiência, de minuto a minuto.
  • Evite lágrimas inoportunas. O pranto pode complicar os enigmas ao invés de resolvê-los.
  • Se você errou desastradamente, não se precipite no desespero. O reerguimento é a melhor medida para aquele que cai.
  • Tenha paciência. Se você não chega a dominar-se, debalde buscará o entendimento de quem não o compreende ainda.
  • Se a questão é excessivamente complexa, espere mais um dia ou mais uma semana, a fim de solucioná-la. O tempo não passa em vão.
  • A pretexto de defender alguém, não penetre o círculo barulhento. Há pessoas que fazem muito ruído por simples questão de gosto.
  • Seja comedido nas resoluções e atitudes. Nos instantes graves, nossa realidade espiritual é mais visível.
  • Em qualquer apreciação, alusiva a segundas e terceiras pessoas, tenha cuidado. Em outras ocasiões, outras pessoas serão chamadas a fim de se referirem a você.
  • Em hora alguma proclame seus méritos individuais, porque qualquer qualidade excelente é muito problemática no quadro de nossas aquisições.
  • Lembre-se de que a virtude não é uma voz que fala, e, sim, um poder que irradia.

André Luiz por Chico Xavier do livro:
Agenda Cristã

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sábado, 24 de novembro de 2018

A lição das abelhas

A lição das abelhas

Nina




Copiando as abelhas operosas, aproveitemos os dons do dia e das flores, no fabrico do mel sublime da fraternidade. O dia é sempre a hora em que nos  movimentamos e as flores são as criaturas de Deus que nos cercam em todas as direções.

Busquemos em cada uma os elementos mais valiosos e mais puros a fim de que a nossa obra comum não se envenene e que a noção do trabalho com Jesus seja o pensamento orientador de nossa vida.
Nina por Chico Xavier do livro:
Cartas do Coração

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sexta-feira, 23 de novembro de 2018

Nunca desistir

Nunca desistir

Joanna de Ângelis



Parece haver uma conspiração generalizada contra os princípios ético-morais, as realizações nobilitantes, os trabalhos de engrandecimento humano, as obras de benemerência...
*


Fala-se a respeito da violência e da agressividade, dos horrores que se abatem sobre as comunidades, no entanto, sistematicamente, aqueles que repudiam esses comportamentos alienados acomodam-se nos seus interesses e apenas censuram...

Sonha-se com um mundo mais feliz e propugna-se, verbalmente, pela transformação sócio-moral da Terra, sem embargo, não se vai além do verbalismo ou dos artigos bem urdidos na imprensa, e pouco vivenciados.

Estimula-se o homem ao sacrifício, sem que o sacrifício pessoal assinale a conduta de quem encoraja o outro.

Emocionam-se muitos indivíduos diante daqueles que se exaurem no afã de modificar o estatuto das injustiças sociais vigentes, aberrantes e dominadoras. Oferecem-se, então, ao labor de auxílio sob condições que não abdicam, desejando submeter aqueles a quem admiram ao talante das suas opiniões e experiências, desertando, no entanto, com facilidade, passada a emoção, sem o mínimo respeito pela obra em desenvolvimento.

*

Todos sabem que o preço de um ideal custa o sacrifício do idealista, assim como a qualidade de um empreendimento faz-se avaliada pela profundidade do seu conteúdo, no bem que esparge e nas resistências com que suporta todas as forças que se lhe opõem...

É, portanto, compreensível que haja dificuldades no desempenho das tarefas de elevação da criatura em particular e da sociedade em geral.

O ardor da luta forja o herói e a força da coragem se revela no fragor da batalha.

Quem desiste não passa de candidato sem as credenciais de legítimo combatente.

*

Ana Sullivan poderia ter desistido de educar Helena Keller, ante a obstinação negativa dos pais da educanda e dos imensos limites nos quais a menina se encarcerava.

Pasteur desistiria, se não tivesse o ideal vinculado à coragem de prosseguir, quando a zombaria tentou expulsá-lo dos laboratórios de pesquisa.

Semmelweis poderia ter desistido de buscar a solução para a febre puerperal, em razão de ser expulso da Clínica de Obstetrícia, em Viena, decorrente da intolerância dos seus colegas e do seu diretor.

Francisco de Assis tinha tudo para desanimar e desistir no começo, durante e no término da sua obra espiritual.

Allan Kardec superou imensas barreiras na Sociedade que fundou em Paris para estudar e divulgar o Espiritismo.

Van Gogh, sob tormentos inomináveis, poderia ter desistido da pintura, todavia, prosseguiu.

Aleijadinho, sob o estupor do mal de Hansen, possuía todas as condições para refugiar-se na desistência da escultura, apesar disso, permaneceu.

A relação dos heróis e santos de ontem como de hoje, anônimos como conhecidos, é infindável.

Foi sobre a perseverança deles que o progresso estabeleceu as suas bases vigorosas para abençoar o presente e felicitar o futuro.

*

Não esperes de um mundo conturbado e de homens imperfeitos melhor tratamento, além das refregas que se impõem à tua evolução.

Insta no bem, porquanto não és diferente deles, de modo a exigires o que lhes negas, quando eles esperam receber de ti apoio e compreensão.

*

É fácil desistir, enquanto perseverar é desafio que merece aceitação.

Quem abandona, foge e transfere a oportunidade de realizar, assumindo as consequências naturais que advirão.

Dirás que realizarás o mesmo além, depois. Talvez o faças, possivelmente, não.

Quem se acostuma a desertar, mais dificilmente permanece, quando chega o momento do testemunho, que jamais deixa de ocorrer.

Faze um compromisso contigo e entrega-te a Deus, perseverando na realização que enfrenta os fatores infelizes deste instante e dedica-te a modificar as paisagens inditosas que predominam nesta hora histórica de dor.

Desistir, nunca!


Joanna de Ângelis por Divaldo Franco do livro: Receitas de Paz







quinta-feira, 22 de novembro de 2018

À frente da morte

À frente da morte

Emmanuel



Não olvides que, além da morte, continua vivendo e lutando o Espírito amado que partiu...

Tuas lágrimas são gotas de fel em sua taça de esperança.

Tuas aflições são espinhos a se lhe implantarem no coração.

Tua mágoa destrutiva é como neve de angústia a congelar-lhe os sonhos.

Tua tristeza inerte é sombra a escurecer-lhe a nova senda.

Por mais que a separação te lacere a alma sensível, levanta-te e segue para a frente, honrando-lhe a confiança, como a fiel execução das tarefas que o mundo te reservou.

Não vale a deserção do sofrimento, porque a fuga é sempre a dilatação do labirinto em que nos arroja a invigilância, compelindo-nos a despender longo tempo na recuperação do rumo certo.

Recorda que a lei de renovação atinge a todos e ajuda quem te antecedeu na grande viagem, como o valor de tua renúncia e com a fortaleza de tua fé; sem esmorecer no trabalho – nosso invariável caminho para o triunfo.

Converte a dor em lição e a saudade em consolo, porque, de outros domínios vibratórios, as afeições inesquecíveis te acompanham os passos, regozijando-se com as tuas vitórias solitárias, portas a dentro de teu mundo interior.

Todas as provas objetivam o aperfeiçoamento do aprendiz e, por enquanto, não passamos de meros aprendizes na Terra, amealhando conhecimento e virtude, em gradativa e laboriosa ascensão para a vida eterna.

Deus, a Suprema Sabedoria e a Suprema Bondade, não criaria a inteligência e o amor, a beleza e a vida, para arremessá-las às trevas.

Repara em torno dos próprios passos.

A cada noite no mundo segue-se o esplendor do alvorecer.

O Inverno áspero é sucedido pela Primavera estuante de renascimento e floração.

A lagarta, que hoje se arrasta no solo, amanhã librará em pleno espaço com asas multicolores de borboleta.

Nada perece.

Tudo se transforma na direção do Infinito Bem.

Compreendendo, assim, a Verdade, entesourando-lhe as bênçãos, aprendamos a encontrar na morte o grande portal da vida e estaremos incorporando, em nosso próprio espírito, a luz inextinguível da gloriosa imortalidade.

***

Francois de La Rochefoucauld em “Maximes”: 

"On n’est jamais si hereux ni si malheureux qu’on s’imagine."

"Nunca se é tão feliz ou tão desgraçado quanto as aparências possam fazer supor."


Emmanuel por Chico Xavier do livro Escrínio de Luz