quarta-feira, 30 de novembro de 2022

Pergunta no ar

Pergunta no ar

Irmão X.



Tempos depois do regresso de Jesus às Esferas Superiores, transformara-se Pedro, o apóstolo, em Jerusalém, no esteio firme da causa evangélica. Todos os dias, a faina difícil.

Os necessitados de todas as procedências e, com os necessitados, os perseguidores, os adversários, os donos do sarcasmo, os campeões da galhofa e quantos compunham a multidão de obsessos e infelizes.

Simão, ora brando, ora enérgico, servia sempre.

A feição humana do amigo de Jesus era, porém, examinada, sem qualquer compaixão, pelos críticos intransigentes.

Era Pedro fraco ou forte, vaidoso ou humilde, compreensivo ou intolerante?

Nesse clima de diz-que-diz, achava-se Eliaquim, filho de Josias, à procura de ervilhas, em pequeno mercado de verduras, quando se viu à frente de Natan, fariseu letrado e rico da cidade, que passou a inquiri-lo de maneira direta:

- Então, é você agora um cliente daqueles que seguem o Messias?

- Sim – confirmou o interpelado. – Vi-me doente de um dia para o outro, e, além de tudo, despojado de todos os meus bens pela ambição de parentes ingratos... Em terrível penúria, recorri a Simão, que me acolheu...

- Simão Pedro?

- Ele mesmo.

- E, porventura, você se sente tranquilo?

- Como não? Tenho hoje, com ele, um novo lar.

Natan pousou a destra no ombro do amigo e murmurou:

- Eliaquim, francamente não entendo a razão pela qual tantos compatriotas se deixam embair pelas manhas do pescador que se faz de santo. Tenho lido e ouvido algo, acerca do Profeta Nazareno, e não lhe regateio admiração. Mas... Pedro? Um brutamontes mascarado de mestre? Descansei por várias semanas na Galileia, junto ao lago, em cujas bordas andou Jesus ensinando a nova doutrina... E, em torno de Simão, apenas recolhi apontamentos escabrosos. É um poço de prepotência e brutalidade, na forma de um homem. Contam-se dele coisas incríveis. Não se trata unicamente da negação em que se fez conhecido por traidor do próprio Jesus, a quem diz reverenciar. Dizem que foi sempre um modelo completo de crueldade e ingratidão. Mau filho, mau amigo. Alguns companheiros, que pude ouvir mais intimamente, declaram-no viciado e vaidoso. Além de tudo isso, é notório em Jerusalém que ele não tem cultura alguma. Arrasa com as nossas tradições e ensinamentos, quando se expõe a falar em público. O homem abre a boca e o desastre aparece. Confunde Isaías com Jeremias, atribui a David palavras de Moisés. Israelitas distintos, recém-chegados da Grécia, que se puseram a escutá-lo, por respeito a Jesus, retiraram-se daqui escandalizados, segundo me disseram. Que fazem vocês com um ferrabrás dessa ordem? Acaso, não buscam saber se Pedro possui moral bastante e educação suficiente para tratar de encargos de que ousadamente se ocupa?

E porque Eliaquim emudecesse, respeitoso, Natan, insistiu:

- Diga-me, por favor, qual é a sua própria opinião?

O interpelado fitou o poderoso fariseu, demoradamente, e, depois de alguns instantes de expectação, respondeu sem alterar-se:

- Natan, é verdade que Simão é um homem rude, com muitos defeitos, apesar dos tesouros de amor e serviço que derrama do coração, mas... e você, meu amigo? 
Você que possui milhares de livros e estudou ao pé dos sábios de Jerusalém e de Alexandria, você que conhece Roma e Atenas, talvez palmo a palmo, você que é proprietário de fazendas e terras, casas e rebanhos, você que pode ser virtuoso, provavelmente porque não tem nenhuma de nossas necessidades materiais, que faz você, por amor a Deus, em auxílio ao próximo?

Natan fixou um sorriso amarelo, deu de ombros, lançou saliva na terra seca, ergueu a cabeça altiva e afastou-se, enquanto a pergunta ficou no ar.

Irmão X. por Chico Xavier do livro:
Relatos da Vida

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terça-feira, 29 de novembro de 2022

A face do Senhor

A face do Senhor

Ignotus


Narra antiga lenda que, após a descida de Jesus da Cruz, Nicodemos, muito comovido, guardou o lenho e pôs-se a esculpir nele o amado Amigo, conforme O vira pela última vez.

Trabalhou por largo período com esforço e carinho, realizando uma escultura excepcional.

Deixara, porém, o rosto para fazê-lo em último lugar.

No entanto, por mais o tentasse não conseguia transmitir à madeira rústica a incomparável expressão de sofrimento e amor com que o Mestre exalara o último hausto.

Já desanimado e supondo-se incapaz de fazê-lo, adormeceu, numa oportunidade, exausto e triste, ante a magnífica obra inacabada.

Sonhou, então, que um anjo se acercou da escultura e, rapidamente realizou o que ele tanto desejara fazer sem o conseguir.

No auge do júbilo, Nicodemos despertou e, antes de lamentar haver sido apenas um sonho, se deparou com a face do Cristo superiormente esculpida, completando com perfeição o conjunto harmonioso.

Na cidade de Lucca, na Itália, encontra-se a “santa face”, uma escultura de autor desconhecido, que a fantasia popular e religiosa vestiu de lenda...

Deixando à margem o exagero, descobrimos uma simbologia oportuna que merece reflexão.

No contubérnio da vida moderna, em que a justiça, o amor e a liberdade são imolados, permanecem os instrumentos da flagelação que o cristão, à semelhança de Nicodemos, deve transformar na face da paz e do perdão em favor de uma vida digna de preservada.

Quando, no entanto, os esforços parecerem baldos e vãos, já no pórtico do desalento, os Espíritos da Luz vêm auxiliar a completar a obra que refletirá a presença do Cristo sustentando a criatura desesperada e infeliz.

Cada um vê a face do Senhor, no mundo, conforme a sua necessidade.

Madalena a viu de uma maneira diversa de Pilatos, qual Pedro a conhecia de forma diferente de Judas, e assim por diante.

Ainda hoje é assim.

Deixe-se, pois, esculpir pelos anjos, de modo a oferecer a todos, a confortadora face do Senhor impressa em sua conduta.

Genebra, Suíça, 08.11.1983.

Ignotus por Divaldo Franco do livro:
Seara do Bem

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segunda-feira, 28 de novembro de 2022

Um certo devoto

Um certo devoto

Maria Dolores



Um homem que se entregara à devoção
Havia muito tempo andava em ansiosa espera,
Queria ver Jesus.
Por isso, quase sempre, em profunda oração,
Vivia em súplica sincera...
Até que, certa noite,
Viu, reverente, o Mestre
Que o abraçava e prometia,
Com palavras de aviso terno e exato,
Visitá-lo no dia imediato.

O devoto acordou... Amanhecia...
Antes que o Sol surgisse, inteiramente,
Apresentando a Terra em novas cores,
O amigo de Jesus, agindo como em festa,
Varre a casa modesta,
Depois, ei-lo a enfeitá-la,
Desde a pequena sala
Ao fogão da cozinha limpa e estreita,
Com dezenas de flores,
Estampando na face a alegria perfeita.

Logo pela manhã,
Bateu-lhe à porta um pobre em roupa esfarrapada,
Mostrando pés e mãos em estranhas feridas,
A rogar-lhe uns minutos de pousada,
Através de expressões enternecidas,
Alegando sofrer tribulações
De comprida jornada.
Mas o devoto respondeu:
- Amigo, segue adiante,
O seu caso é comum,
Espero por alguém muito importante
Não tenho tempo algum.
O mendigo saiu, cambaleante,
Depois de agradecer.

Em seguida apareceu
Triste rapaz errante,
Demonstrando, no todo, traço a traço,
Febre, penúria e dor, indigência e cansaço,
Suplicando socorro ao devoto feliz...
Ele, porém, lhe diz;
- Põe-te à frente, rapaz, não tenho neste mundo,
A obrigação de abrir a porta de meu lar
A qualquer vagabundo...

Logo após, um menino pobre e triste
Surgiu descalço e só,
Corpo todo a encobrir-se sob o pó
Das veredas difíceis que trilhara.,.
Pedia pão e abrigo,
Mas falou o devoto em voz segura e clara:
- Hoje, espero um amigo,
Não posso recolhê-lo,
Peça pão ao vizinho
E segue o teu caminho...
Aliás, para mim, é simples desmazelo
Dos lares sem amor
Que deixam a criança, um garoto qualquer,
Pedir, pedir, pedir e andar como quiser
Para depois fazer-se malfeitor...

Mais tarde, ao fim do dia,
Um velhinho doente, arrimado a um bordão,
Respeitoso, rogava compaixão,
Receava dormir exposto à noite fria
E sair, ao relento,
Aumentando a fadiga e o sofrimento.
O devoto, no entanto, informou da janela:
- Não posso dar-te asilo,
Não bata à minha porta nem te escores nela...
Aguardo alguém; contudo, segue em frente,
Neste mesmo lugar encontrarás mais gente
Que possa agasalhá-lo,
Desculpa-me a recusa,
É um amigo importante esse alguém de quem falo...
Espero que terás leito e pousada
Na primeira pensão, à direita da estrada.

O dia terminou, e a noite veio escura,
O devoto chorou, tomado de amargura,
Mas dormiu e sonhou que reencontrava o Cristo.
Assombrado, gritou: - Por que, por que, Senhor,
Não me queres a fé, nem me aceitas o amor?
Preparei minha casa com cuidado
A fim de demonstrar-te todo o meu carinho,
E não quiseste vir ao meu recanto...

- Como não? - disse o Mestre em doce explicação
- Hoje, por quatro vezes fui
A tua casa, em vão.
Por muito que te achasse, eu me via sozinho..
Finda uma pausa, o Mestre esclareceu:
- Recorda, amigo meu,
O mendigo, o rapaz, o menino e o velhinho...
Sei que teu coração não percebeu,
Mas nos quatro viajores do caminho
Estava eu
A estender-te clarão renovador
E te buscar em meu imenso amor.

Nisso, o devoto em pranto
Voltou ao corpo e veio a despertar...
E, relembrando o ensino, trêmulo de espanto,
Começou a pensar...

Maria Dolores por Chico Xavier do livro:
Assembleia de Luz

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domingo, 27 de novembro de 2022

Poema de uma Alma

Poema de uma Alma

Marta



Numa região alcatifada de luminosas neblinas, o Anjo da Redenção recebia as almas que regressavam da Terra, mostrando-lhes nos firmamentos constelados os sóis que enchiam de melodia e luminosidade o abismo do Universo.

Um dos egressos do mundo terreno aproximou-se-lhe, exclamando em soluços:

– Anjo Salvador, venho da Terra como um náufrago desvalido!... Ouro e honrarias não me deram a paz ambicionada! Estou só com a minha consciência dilacerada; que fazer, ó mensageiro da redenção, para alcançar aqueles páramos radiosos de ventura que nos aponta a tua mão resplandecente?...

– Filho – replicou-lhe com bondade – a solidão em que te achas foi criada pelo teu egoísmo... aquelas mansões de alegria, onde entrevês a felicidade intraduzível, são conquistadas com o que se faz em bem dos outros...

Escuta-me! a terra ainda é a região dos resgates penosos; milhões de seres lá sofrem e choram, lutam e desfalecem. Volta a esse mundo e prende-te às suas leis. Come do seu pão e sofre-lhe as iniquidades! Labora na grande oficina da abnegação e do sacrifício.

Lá encontrarás ciladas tentadoras, mas estarás em temporário olvido para que se valorize o teu esforço.

Não te esqueças de amar aos teus semelhantes com o esquecimento dos teus próprios interesses, e quando alcançares o absoluto desprendimento da matéria, terás o poder de criar as tuas próprias asas!... Conhecerás então as belezas universais e conhecerás as flores sublimes dos paramos siderais quando se sabe plantar as sementes da renúncia no solo ingrato da Terra!...

A Alma então animada, resoluta, atirou-se ao círculo das reencarnações benfazejas.

Inúmeras vezes fracassou no caminho fácil das tentações. O Demônio da Sexualidade, a Ambição do Ouro, Egoísmo da Posse, a Inquietação da Fama prenderam-na por muitos séculos de dor e de tormento.

Ia somente aos palácios da Morte para se banhar no pranto dos arrependimentos salvadores, retornando à luta com o firme propósito da vitória; até que um dia escolheu um ambiente de lágrimas dolorosas para os seus combates. Sua infância foi uma longa tortura e toda a sua vida um rosário de aflições e de angústias; viu o escárnio em lábios que estremecia, feriu-se nos espinhos da ingratidão e chorou na confiança traída.

Tudo, porém, suportou com serenidade espartana e com paciência evangélica. Sorriu aos trabalhos e dificuldades da sua existência, sacrificando-se penosamente!... Todavia, uma hora chegou em que as privações lhe trouxeram o alvará da liberdade.

Adormeceu tranquilamente nos braços misericordiosos da Morte e livre da reencarnação e da miséria despertou no santuário esplendoroso da Redenção onde um anjo divino lhe descerrou as portas da Imensidade; então a Alma liberta, entre lágrimas de reconhecimento e de júbilo, alou-se ao Infinito, em cujos jardins deslumbrantes foi colher a flor da sempiterna ventura.

(Recebida em Pedro Leopoldo a 6 de dezembro de 1934)

Marta por Chico Xavier do livro:
Palavras do Infinito

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sábado, 26 de novembro de 2022

Saudade

Saudade

Eros



Doce presença da ausência... Melancólica ausência que se faz presente... Algo ou alguém que passou pelo caminho... Alguém ou algo precioso que ficou, quando se foi obrigado a seguir, eis a dorida, no entanto dulçurosa expressão da saudade...

Nascida do amor, é amor que se faz gratidão, enquanto é música de recordação na harpa dos sentimentos. Se arde em chama de desespero, é o afeto, ainda, que adoeceu pelo contágio do egoísmo, e enlouqueceu.

Uma saudade, porém, há, mais profunda e mais sutil, que veste a alma de quando em quando e não pode ser expressa.

Faz-se melancolia e tinge-se de angústia. Cenários, pessoas, ocorrências que se demoram nos painéis subconscientes da alma e deixam escapar clichês de tristeza e dor, vindos dos longes dos tempos, expressam vivências queridas, amores que deixamos de merecer e permanecem à espera, enquanto no exílio do corpo, na Terra, o Espírito deve crescer e seguir a esperança colorida que fulge nos movimentos da ação redentora.

As almas saudosas da Terra! Marchai animadas e vivificadas pelo espírito do Cristo, rumando para o amanhã!

Eros por Divaldo Franco do livro:
Heranças de Amor

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sexta-feira, 25 de novembro de 2022

Autoconhecimento

Autoconhecimento

Lancellin



O Espírito tem recursos admiráveis na conjuntura da própria vida e esses valores são portas para que entre para o reino da felicidade, dependendo do modo pelo qual será usado o acervo de tesouros que Deus depositou em seu coração. Recebemos constantemente, de fora, lições imortais que servem para nos alertar e, por vezes, para nos ajudar a compreender o que temos por dentro. No entanto, somente a autoeducação nos dá consciência do que deve ser feito para a nossa paz interior, saúde e mesmo compreensão.

O raciocínio é um instrumento valioso na seleção das qualidades que devem ser postas em prática, desde que ele seja disciplinado pelos sentimentos do Amor. Autoconhecimento é conhecer a si mesmo. Cada criatura é um mundo diferente na pauta das coisas que devem ser entendidas e guardadas por nós nos celeiros da consciência profunda, e o maior trabalhador nessa aquisição é a própria pessoa. O mundo exterior não deixa de cooperar na nossa educação espiritual; contudo, ele representa a teoria que nos alerta. A maior parte está com nós mesmos, na experimentação individual da vivência de cada dia.

Quando ouvimos lições imortais, sulcadas nas leis que garantem e sustentam a criação divina, o primeiro impulso que parte de nós é a recusa e nem sempre prestamos a atenção que corresponda às nossas necessidades. Somente quando essa atenção nasce dentro de nós, pelas vias das reações naturais, e passamos a sofrer os dramas causados pela ignorância, é que abrimos os sentimentos à educação verdadeira, àquela em que o mestre interno começa a nos instruir, usando os processos mais grosseiros da escola: os infortúnios morais e as dores físicas.

A alma endurecida precisa de sofrer para aprender. Então é que iremos aprender, por Amor, a grande causa que registra em nossos corações os caminhos da felicidade.

É necessário que tenhamos muito cuidado na lavoura interna que devemos cuidar, porque se faltar o entendimento profundo das leis de Amor e Justiça, caímos nos caminhos do egoísmo, de somente lutar em nosso próprio benefício. O autoconhecimento, a educação e a disciplina, o preparo que devemos alcançar são no sentido de nos libertarmos e ajudarmos mais com a aquisição das nossas qualidades. Elas devem nascer juntas com o desprendimento, nos corredores dos sentimentos. O Cristo abriu os braços nos indicando os dois caminhos da vida, para que possamos encontrar o reino da Felicidade.

É preciso aprender e ensinar, doar sem exigir, amar sem pensar em trocas.

Esse é um velho refrão que está sempre novo: “quando o poço está pronto, a água aparece”.

Trabalha dentro de ti mesmo com todos os recursos que a vida te deu, que virá à tua alma a iluminação pelas bênçãos de Deus. Porém, quando de posse desta água, reparte-a com os sedentos que aparecerem em teu caminho. A água do conhecimento é divina e, quanto mais a damos, mais a temos para distribuir, mais sentimos a riqueza espiritual nos acompanhar pelas vias dos sentimentos, a desaguar mais no mar do coração.

Recebemos e doamos: essa é a lei! Lei do Amor.

Lancellin por João Nunes Maia do livro:
Cirurgia Moral

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Arigó - A história que não foi contada no cinema!

Arigó 

 A história que não foi contada no cinema!

Ulisses Baptista



 Apresentação em 23/12/22 - IBNL.

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quinta-feira, 24 de novembro de 2022

Lei providencial do trabalho - O mundo das formigas

Lei providencial do trabalho 

- O mundo das formigas


Cairbar Schutel


O trabalho, como lei sábia da Previdência, outra coisa não é senão um meio de desenvolvimento da atividade e da inteligência.

Para haver inteligência é preciso que haja alma, porque a inteligência é um atributo da alma, logo, todos os seres que trabalham têm uma alma, e não sendo esta o resultado das funções físico-químicas, é imortal.

Isto é intuitivo, é lógico, é claro!

Estamos na escala inferior da Criação; falamos das abelhas, levando os leitores a pensar na atividade, no trabalho industrial que estes insetos desenvolvem; vamos também dizer alguma coisa sobre as formigas.

Estes pequenos obreiros tem servido de exemplo nas escolas, pela sua vocação laboriosa.

A formiga, além de tudo, sabe fazer distinção do tempo:

prepara os seus celeiros, abastece-os para poder alimentar-se no inverno, quando escasseia a vegetação.

No mundo das formigas todos trabalham, e parece existir entre elas verdadeira disciplina.

Nas suas lutas contra os outros insetos, as formigas nunca abandonam no campo os seus feridos: nota-se como que um corpo de ambulância, que percorre o local a recolherem feridos.

Verificam-se entre as formigas e os demais seres inferiores, sentimentos do bem e do mal, do justo e do injusto, finalmente, de caridade e de espírito de sacrifício.

Pode-se até afirmar, em vista dos fatos observados na escala inferior dos seres, que a moral não é propriedade do homem, e se ela se tem realçado mais no reino hominal é porque a observação se tem restringido ao circulo estreito da Humanidade, desprezando o que lhe está em redor.

Mas quando o homem volta suas vistas para os animais, não pode negar os belos sentimentos que também enobrecem essas almas ainda infantis.

Pena é que os homens só vejam os animais para oprimi-los, maldizê-los, a ponto de lhes negar o principio de vida, cujos direitos o Supremo Criador não deixou de conceder aos nossos irmãos inferiores.

Certamente não deveria o homem assim proceder, porque ao Ser Superior compete zelar pelo inferior, protegendo-o, amparando-o, ensinando-o, corrigindo-o.

Infelizmente, as religiões que tomaram o encargo de educar as almas, a este respeito nada têm dito; todas elas, cujos representantes são infalíveis, têm feito completa abstração da alma dos animais, julgando estes pobres seres como produtos mecânicos, espécie de moto-continuo, entregues ao mundo por limitado tempo.

Nossa Humanidade, ainda em grande atraso moral e cientifico, tem os sentidos adormecidos; a fascinação do ouro, os esplendores dos cultos, os cânticos sacros, o fumo do turíbulo, todas essas práticas místicas paralisaram o seu raciocínio, o espírito de meditação e de análise, a ponto de os homens terem olhos e não verem, terem ouvidos e não ouvirem as belezas e harmonias da Criação!

Cairbar Schutel do livro:
Gênese da Alma - Cap. XXIV / Lei providencial do trabalho

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Médiuns ontem e hoje

Médiuns ontem e hoje

Irmão X.



Decididamente você tem razão quando se reporta à fenolia sutil dos adversários gratuitos do Espiritismo, quando expõem os médiuns da atualidade a toda sorte de injúrias.

- “Basta que alguém se disponha a servir entre as duas esferas, para que lhe amargue a vida que passa, então, a ser criticada e politicada por toda gente”, - afirma você com larga dose de pessimismo.

Entretanto, se meditar demoradamente, cotejando a posição dos médiuns de hoje com os médiuns de ontem, reconhecerá que as dificuldades modernas são simples operações do campo opinativo, resultando sempre em propaganda maior das verdades eternas, enquanto que os entraves do pretérito emolduravam invariavelmente a asfixia da revelação e a morte dos medianeiros.

Há pouco mais de duzentos anos espíritos notáveis, quais Voltaire e Benjamim Franklin já se encontravam no mundo, trabalhando pela libertação mental do povo, todavia, quem nessa época se atreveria a falar na sobrevivência da alma, sem os figurinos teológicos? Quem poderia enunciar conceito mais amplo da fraternidade humana ou referir-se aos fundamentos da evolução?

Perseguidores sistemáticos mantinham-se a postos.

Tudo o que escapasse ao metro estabelecido para os assuntos da fé, transpirava heresia. E desde o Tratado de Paris, em 1229, assinado sobre o sangue dos albigenses, a Inquisição havia nascido para depurar os hereges e acomodá-los às trevas da intolerância.

Quem procurasse enxergar a verdadeira posição de Jesus, quem se propusesse à livre interpretação das letras sagradas, quem admitisse a dignidade individual nas vítimas da escravidão e quem se abalançasse a mostrar faculdades medianímicas era chamado a inquéritos aviltantes, padecendo, de imediato, a segregação em masmorras inacessíveis, sob o capricho delituoso de príncipes e sacerdotes, magistrados e qualificadores inconscientes. E consumada a detenção da criatura infeliz, que se dispunha a pensar por si, começava o suplício lento pelo qual as autoridades caridosas disputavam a Satanás a alma cândida e valorosa que persistia em acreditar na liberdade do pensamento. Iniciava-se o processo condenatório, a preço de confissões extorquidas à fome, quando os instrumentos de martírio não funcionavam em recintos infectos, nos segredos da noite. Encarceravam-se-lhes os parentes, para informes especiais. Arrancavam-se depoimentos de réus contra réus para que as indicações caluniosas alcançassem o objetivo. O ódio começava as sentenças para que o medo as completasse. E estabelecida a suposta criminalidade da vítima, confiscava-se-lhe os bens, que passavam, quase sempre, ao domínio dos delatores, erguidos à condição de profissionais da mentira e da infâmia, com vistas a escusos fins.

Se o condenado era homem, mais depressa era arrancado à cama podre do cárcere para fogueira conveniente, mas se fosse mulher, ampla demora experimentava no calabouço para que se profanassem os sentimentos, pelos aguilhões da necessidade, ou pelo acicate do desespero, antes que fosse entregue ao socorro da morte.

Aos padecimentos físicos e morais, nas celas apertadas e fétidas, acrescentava-se o estigma sobre os descendentes que, fora das grades, era compelidos à exílio certo pelo sarcasmo do populacho e a muitos deles, para que se lhes terrificasse o ânimo, enviava-se, de antros invioláveis, os cabelos e olhos, as orelhas e as mãos, de pessoas queridas, quanto os prisioneiros se extinguiam de dor, sem possibilidade de exibição pública nos solenes autos de fé.

A degradação extrema e o flagelo irremediável constituíam resposta legal a todo impulso de emancipação religiosa, em quase todas as linhas da civilização, somente há dois outros séculos, com os mais celebrados tribunais de tortura, em nome do Cristo, o divino condenado à morte por haver ensinado a paternidade de Deus, a responsabilidade da consciência e o amor puro entre os homens.

Como vê, não precisamos vascolejar o lixo do tempo para descobrir as conquistas da Humanidade e exaltá-las com a nossa admiração.

Não podemos negar que os médiuns da atualidade estão expostos à incompreensão e à ironia de muitos, pois a ignorância é joio habitual na lavoura do progresso, entretanto, a lógica vem subindo de cotação entre os homens e todo intérprete dos desencarnados, no Espiritismo, pode responder com a palavra inarticulada do dever nobremente cumprido às campanhas de insulto e difamação, reconhecendo-se que a criatura humana, não vale simplesmente pelos princípios que exponha, mas, acima de tudo, pela vida que se decida a viver.

Dito isso, meu caro, e para que não nos alonguemos em ociosa argumentação, conduzamos nossa bandeira de imortalidade para diante, oferecendo ao Cristo e ao próximo o melhor de nós mesmos, a cavaleiro da calúnia e da crueldade, por que enquanto o mundo não se houver convertido em Reino de Deus, a boca de maledicência na Terra é como a boca da noite que não se fecha para ninguém.

Irmão X. por Chico Xavier do livro:
Relatos da Vida

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