sábado, 19 de novembro de 2022

Todos irmãos

Todos irmãos

Joanna de Ângelis



Grupos híbridos que se afinam pelas extravagâncias, arrimados nas limitações em que se comprazem, produzindo insânias várias.

Moles heterogêneas em afã desesperado, entrechocando-se na defesa dos interesses que disputam, nem sempre honestamente.

Famílias dilacerando-se em violentas pelejas, vitimadas por animalidade subalterna.

Formalismos da aparência, em crescente indiferença por acontecimentos e pessoas, produzindo frieza do sentimento e da emoção, que são substituídos paulatinamente pelo desamor que a todos vitima.

Manchetes sensacionais mantendo o clima dos descontroles íntimos no açular das notícias estarrecedoras que já não produzem comoção.

Homens desagregados uns dos outros, separados por grupos étnicos, conluios econômicos, associações criminosas, clãs de rebeldia, movimentos de sublevação da ordem, ajuntamentos desportistas que se detestam reciprocamente, forças da beligerância, irmanados apenas por um fator: poder! E, disfarçados, multiplicam-se os poderes: jovem, negro, branco, índio, econômico, militar, com chamamentos e dísticos de paz, urdindo lutas dolorosas, em que as legítimas aspirações da ordem e da beleza são renegados pela ânsia de serem estabelecidos os novos valores.

...E não há faltado em tais cometimentos, o poder do amor em detrimento da guerra, através de cujas façanhas o sexo espicaçado, nas expressões do instinto puro e simples, produz alucinações graças às conexões infelizes e aos conúbios que articula...

Argumenta-se, porém, que sempre foi assim, elucidando-se que o progresso tem modificado favoravelmente as estruturas múltiplas da vida terrena, facultando abençoados frutos para o homem.

Sem dúvida, as conquistas humanas e sociais, técnicas e assistenciais, são relevantes.

O espírito de justiça vige nas leis dos povos modernos; as Entidades Internacionais vigiam e interferem ante arbitrariedades de governos desalmados, auxílios recíprocos, entre os povos, atendem aos problemas capitais das Nações; fronteiras se abrem, favoravelmente, mercados comuns defendem interesses iguais... Não obstante, há muita dor, crescente aflição, inumeráveis sofrimentos vitimando homens e povos, por consequência da frigidez espiritual existente no mundo.

Jesus parece esquecido!

Uns jovens tomam-No como revolucionário e transformam-No em fantoche para acobertar as suas loucuras. Outros aceitam-No como solução simplista e dizem-se-lhe afeiçoados, alargando o campo aberto das aberrações como “crentes novos”.

Os religiosos tradicionais, simultaneamente, aferram-se às formas e, ante as tentativas de atualização da Doutrina Cristã à fraternidade, à pobreza, à humildade, engajam-se no comboio da novidade desde que lhes não custem os esforços da renovação íntima ou do sacrifício, permanecendo o código a que se filiaram em posição predominante...

Todavia, o Evangelho, na claridade dos seus ensinos, não permite dubiedade, interpretação errônea, acomodação parasitária.

Disse Jesus:

"Eu sou a porta". Somente através d’Ele o homem encontrará a via de segurança.

"Eu sou o caminho". Apenas seguindo as suas pegadas e fazendo qual Ele o realizou, o homem se encontra em paz.

"Eu sou o pão da Vida". Exclusivamente nutrindo-se do alimento sadio da Sua palavra e dos Seus exemplos, o homem se abastece.

"Fazer ao próximo o que se desejar que ele lhe faça". Só na vivência do reto dever para com o seu irmão, o homem se integra na família da fraternidade universal.

"Dar a capa a quem pede a manta. Marchar dois mil passos ao lado de quem pede seguir mil". Unicamente pela prática da caridade, o homem se realiza, lobrigando a plenitude do amor com que Ele a todos nos ama.

Não há como tergiversar, sofismando ou fugindo às elevadas proposições evangélicas.

Todos irmãos, sim, em jornada ascendente, na qual nos devemos dar as mãos em auxílio recíproco nesta ingente luta pela redenção.

O Espiritismo, por sua vez, confirmando tudo quanto o Senhor enunciou, elucida, mediante as lições clarificadoras da reencarnação, que apesar de diversificados pelos múltiplos graus evolutivos, em nascimentos e renascimentos purificadores, somos todos irmãos no árduo esforço de crescimento interior, perseguindo a perfeição que nos está destinada.

(Johannesburg, África do Sul, em 12 de agosto de 1971)

Joanna de Ângelis por Divaldo Franco do livro:
Sol de Esperança


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