quarta-feira, 2 de novembro de 2022

Mediunidade e Lei de Causa e Efeito

Mediunidade e Lei de Causa e Efeito

J. Herculano Pires


“No cumprimento da Lei de Causa e Efeito, quem não é médium está numa condição mais satisfatória do que quem o é?”
O seu raciocínio, feito assim, de um ponto de vista puramente terreno, circunstancial, parece certo. Mas, na verdade, não é isso o que acontece. O médium não é apenas submetido a um processo de resgate cármico, através da mediunidade. Os resgates cármicos, assim chamados, são as reparações de nossas faltas, de nossos erros, de nossos abusos, de nossos crimes, cometidos em vidas anteriores, contra outras pessoas. Então, nós temos vários tipos de relacionamento, nesse resgate.

Quanto ao nosso relacionamento pessoal, nesta encarnação, com pessoas a quem prejudicamos em uma encarnação anterior, por exemplo, esse resgate se passa no plano social. Nós nos encontramos com essas pessoas, seja dentro da nossa família, na nossa própria casa, seja nas nossas relações sociais. Elas nos acarretam, naturalmente, várias dificuldades, porque têm, por assim dizer, o que cobrar de nós.

É preciso compreender que esse negócio de cobrar e de pagar é puramente figurativo, simplesmente simbólico. Essas pessoas então nos cobram, por assim dizer, o que fizemos de mal para elas, em vidas passadas. Nós, agora, temos de reparar esse mal. É com essa intenção que viemos aqui, a esta encarnação. Nós pedimos a oportunidade de reparar o mal que fizemos a essas pessoas, por uma questão muito simples: porque a nossa consciência espiritual nos acusa. Ela tem para nós um peso esmagador, enquanto não conseguimos reparar aquilo que fizemos de mal. É, portanto, uma questão de remorso, remorso espiritual.

Além desse relacionamento social, nós temos também o relacionamento espiritual. São Espíritos de pessoas que sofreram conosco, que foram por nós perseguidas, maltratadas, injustiçadas. Esses Espíritos, então, se aproximam, querendo, na atual encarnação, que lhes paguemos aquilo que lhes devemos; pagar, figuradamente, quer dizer repararmos, junto a elas, o mal que lhes cometemos.

Se formos médiuns, o resgate, nesse sentido, pode ser feito através da convivência com Espíritos perturbadores, obsessores, infelizes e, portanto, Espíritos que estão sofrendo na vida espiritual não só pela sua inferioridade própria, mas também porque os lançamos em situações difíceis, despertamos neles sentimentos de revolta e de vingança, com as nossas injustiças, com a nossa arrogância do passado.

Então, se formos médiuns, temos a obrigação, o dever de, através de nossa mediunidade, conduzir esses Espíritos sofredores ao esclarecimento necessário. É nesse caso, nesse ponto, que se diz que a mediunidade é uma provação. Mas, na verdade, a mediunidade não é provação nem prêmio. É simplesmente uma faculdade humana natural.

Todos somos médiuns. Por que? Em que consiste a mediunidade?

Consiste numa faculdade que têm certas pessoas de se relacionarem com os Espíritos e servirem para que estes se comuniquem, possam falar com as pessoas do nosso plano material, encarnadas na Terra. Essa faculdade, como todas as faculdades humanas, é mais acentuada em alguns indivíduos e menos em outros. Acontece, então, que chamamos de médiuns as pessoas que têm essa faculdade bastante aguçada e que, por isso mesmo, estão acentuadamente sujeitas à influenciação dos Espíritos. É um desenvolvimento, para transmissão de comunicações.

Chamamos de médiuns, especificamente, essas pessoas que possuem a mediunidade em alto grau, a sensibilidade mediúnica bem desenvolvida, assim como chamamos de artistas as pessoas que têm o senso estético bem desenvolvido. É uma questão, portanto, individual, de cada um. Não é a mediunidade, em si, que constitui a provação. A provação decorre daquilo que fizemos, daquilo que, em vidas anteriores, praticamos para com as pessoas com as quais nos relacionávamos.

Nesse sentido, quer o indivíduo tenha ou não a sensibilidade mediúnica aguçada, ele estará sujeito a essas condições, estará sujeito à mesma provação. Poderíamos dizer que, em alguns casos, sendo médium, a vida do indivíduo torna-se para ele mais fácil. E mais fácil pode se tornar a solução do seu problema, porque ele pode colocar-se como instrumento de salvação daqueles Espíritos que estão em situação muito difícil, no mundo espiritual. Ele pode contribuir com a sua mediunidade para recuperá-los, para esclarecê-los, elucidá-los.

Nesse caso, essa situação poderia oferecer uma grande oportunidade para a evolução espiritual do médium. Se essa pessoa não for médium, ela pode, entretanto, fazer a mesma coisa, porque a sua conduta, na vida atual, o seu comportamento, a sua maneira de encarar os problemas humanos, vão influenciar os Espíritos que dela se aproximam com instintos vingadores e que, entretanto, observam que a pessoa se modificou, que melhorou, transformando-se moralmente, e isso serve de lição, de exemplo, para que esses Espíritos também procurem melhorar, se esclarecer.

A mediunidade não pode ser encarada, assim, como provação. A provação se dá, tanto através da mediunidade como fora dela. Por exemplo: pessoas que nunca foram médiuns, que não são médiuns, de repente se mostram obsedadas, perturbadas, por influenciação espiritual. Precisam, então, recorrer aos Centros Espíritas, frequentar os tratamentos espirituais, para que aquelas entidades perturbadoras sejam afastadas, não no sentido do exorcismo, expulsas do indivíduo, afastadas para longe dele, por um processo mágico que vem da mais remota Antiguidade, mas afastadas através do esclarecimento, no sentido de reconciliação, de esquecimento das mágoas do passado.

Foi por isso que Jesus disse, no Evangelho: “Acerta o teu passo com o teu adversário, enquanto estás a caminho com ele”. Quando nos encontramos a caminho aqui na Terra, com pessoas que nos são adversárias, que não gostam de nós, que nos prejudicam, que nos perturbam, ou com Espíritos que nos perturbam, o que temos a fazer é acertarmos o passo, enquanto estamos a caminho, porque se estamos protelando a situação, eles virão mais tarde, em outra encarnação, nos perturbar de novo.

A Lei, portanto, é geral e não faz discriminação, não privilegia a ninguém. O fato de o indivíduo ser médium não é um privilégio especial. Mas a mediunidade pode, também, ser uma conquista do indivíduo. Através do estudo perseverante e orientação adequada nos centros espíritas, ele pode desenvolver a sensibilidade mediúnica, a sua capacidade de percepção extra-sensorial, como diz a parapsicologia. E esse desenvolvimento lhe proporciona, como a recompensa de uma conquista por ele realizada, a sua própria evolução, a possibilidade de melhor tratar da solução de seus problemas anteriores.

J. Herculano Pires do livro:
No Limiar do Amanhã

Trecho da contracapa do livro - No limiar do Amanhã: 
José Herculano Pires, “o metro que melhor mediu Kardec”, como bem definiu Emmanuel, apresentou na Rádio Mulher de São Paulo o programa: No Limiar do Amanhã, constituído por aulas de Doutrina Espírita. 
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