quinta-feira, 31 de dezembro de 2015

Juízo

Juízo

Emmanuel




Não é necessário que a morte abra as portas de tribunais supremos para que o homem seja julgado em definitivo.

***

A vida faz a análise todos os dias e a luta é o grande movimento seletivo, através do qual observamos diversas sentenças a se evidenciarem nos variados setores da atividade humana.

A moléstia julga os excessos.
A exaustão corrige o abuso.
A dúvida retifica a leviandade.
A aflição reajusta os desvios.
O tédio pune a licença.
O remorso castiga as culpas.
A sombra domina os que fogem à luz.
O isolamento fere o orgulho.
A desilusão golpeia o egoísmo.
As chagas selecionam as células do corpo.
Cada sofrimento humano é aresto do Juízo Divino em função na vida contingente da Terra.
Cada criatura padece determinadas sanções em seu campo de experiência.

***

Compreendendo a justiça imanente do Senhor em todas as circunstâncias e em todas as cousas, atendamos a sementeira do bem aqui e agora, na certeza de que, segundo a palavra do Mestre, cada espírito receberá os bens e os males do Patrimônio Infinito da Vida, de conformidade com as próprias obras.



Psicografia em Reunião Pública.  – 1951.
Local – Centro Espírita Luiz Gonzaga, na cidade de Pedro Leopoldo, Minas.




terça-feira, 29 de dezembro de 2015

Três almas

Três almas

Mâncio da Cruz



Na antecâmara do Céu, três almas se reuniam, à espera do anjo da Passagem, que, por fim, veio atende-las no etéreo limiar.

Uma em veste branca, outra em traje dourado e a última em roupagem escura.

A primeira, ostentando nívea túnica, ataviada de linfas guirlandas, erguia a desassombrada cabeça e dizia sem palavras: - “quem mostrará maior pureza que a minha?”.

O mensageiro acolheu-a com bondade e abriu-lhe a porta de acesso; contudo, ao transpô-la, como que aturdida por invisíveis raios, a entidade recuou, exclamando:

- Não posso! Não posso!...

Disparando interrogações ao vigilante fiscal, explicou-se este, afetuoso:

- Realmente, envergas o manto lirial, mas o teu coração permanece pesado e escuro. A beleza de tua veste não representa virtude, porque te acovardaste ante a luta. Salvaste as aparências, à custa do suor alheio. Outros choraram e sofreram, para que te mantivesses na pureza externa. Volta ao mundo e santifica o vaso do sentimento.

Adiantou-se a segunda entidade, exibindo dourada coroa na fonte. De aspecto grave, na bela túnica jalde em que se envolvia, pensava: - “quem saberá mais do que eu?”

Do sagrado pórtico, no entanto, retrocedeu, com expressão de terror, e, fazendo perguntas ao anjo, dele ouviu novos esclarecimentos:

- Mostras a glória do saber, mas o teu coração jaz inerte e enregelado. Adquiriste a palma da ciência; todavia, como pudeste esquecer o labor dos que padecem pela exaltação do bem? Torna à casa dos homens e acorda para a compaixão, para o auxílio e para a caridade.

- Logo após, a terceira aproximou-se hesitante, atendendo ao chamado que o emissário do alto lhe dirigia.

Trazia a fronte humilhada e a vestidura coberta de lama e cinza. Abeirou-se, em lágrimas, do milagroso portal, exclamando consigo: - “Senhor, que será de mim?”

Em se colocando, porém, à frente das forças que fluíam da abertura, claridade radiosa se fez em torno dela e o que era barro e fuligem transformou-se em luz que parecia nascer-lhe do peito, no imo do coração transformado em sol.

A alma extática e venturosa partiu, demandando os resplandecentes cimos.

E, porque as duas almas incapazes da subida lhe dirigissem novas inquirições, o funcionário angélico esclareceu:

- Vimos agora um coração diligente na obra do amor universal. Aquele viajante, que ora se dirige para o Trono Eterno, veio até nós em condições que nos pareciam desfavoráveis; no entanto, a lama que lhe extravasava das mãos e dos pés, a nuvem de pó que lhe cobria o rosto e os braços, enegrecendo-lhe as vestes, eram os remanescentes da calúnia, da ironia, da maldade e da ingratidão que lhe foram atiradas na Terra por muitos e que ele suportou, com paciência, durante longo tempo, na obra da fraternidade entre as criaturas. As úlceras que se lhe abriram na alma ditosa, porém, transubstanciaram-se em pontos de sintonia com a luz celestial, que nele se inflamou, vigorosa e sublime, descortinando-lhe o caminho da imortalidade. Determina a justiça receba cada um de acordo com as suas obras.

E enquanto o obreiro aprovado se elevava, célere, no Infinito, a alma branca e a alma dourada volviam ao mundo de matéria espessa, a fim de diplomarem, convenientemente, no aprendizado divino do “fazer e servir”.







segunda-feira, 28 de dezembro de 2015

Interrogação do Mestre

Interrogação do Mestre

Emmanuel




”Que aproveita ao homem granjear o mundo todo, perdendo-se ou prejudicando a si mesmo?”.
JESUS – Lucas, 9:25.



Em verdade, com a força associada à inteligência, pode o homem terrestre :
  • revolver o solo planetário,
  • sugar os benefícios da Terra,
  • incentivar interesses personalistas,
  • erguer arranha-céus nas cidades maravilhosas,
  • construir palácios para o ninho doméstico,
  • elevar-se ao firmamento em máquinas possantes,
  • consultar os abismos do mar,
  • atravessar oceanos em navios velozes,
  • estender utilidades no plano da civilização,
  • criar paraísos de fantasias para os sentidos corporais,
  • monopolizar os negócios do mundo,
  • abrir estradas, ligando continentes e povos,
  • conversar à distância de milhares de quilômetros,
  • dominar o dia que passa em carros de triunfo,
  • substituir os ídolos de barro no altar da ilusão,
  • formar exércitos poderosos, consagrados à morte,
  • forjar espadas e canhões,
  • ditar duras leis aos mais fracos,
  • gritar a palavra de ódio em tribunas de ouro,
  • exercer a vingança, oprimir, gozar, amaldiçoar...
Em verdade, o homem, usufrutuário da Terra, e depositário da confiança de Deus, pode fazer tudo isso, contudo, que lhe aproveitará tamanha exaltação se, distraído de si mesmo, se vale das glórias da inteligência para precipitar-se nos despenhadeiros da treva e da morte?




domingo, 27 de dezembro de 2015

Lição de sabedoria

Lição de sabedoria

Eros




A ânsia de conhecimento atormentava o jovem, que mergulhava no estudo sem parar.

Inconformado ante os próprios limites, certo dia buscou um sábio em meditação e indagou-lhe, ansioso:

- Tenho intentado adquirir a sabedoria desde quando comecei a pensar. Leio e caço informações em toda parte, exaurindo-me, às vezes, diante de tanto por aprender. Quando, porém, me poderei considerar pleno, satisfeito diante do que haja armazenado em saber?

O mestre fitou-o, compreensivo, e respondeu:

- Quando lograres a paz, libertando-te da ambição e da ansiedade.

- Isto, porém, - retrucou apressado - fará de mim um místico e não um sábio.

- Equivocas-te - esclareceu o pensador, tranquilo. 

- A paz advirá da consciência harmonizada em decorrência de haver compreendido que se possui “sabedoria, quando não se sabe e se sabe que não se sabe; e, quando se sabe, saber que se sabe”, não ambicionando o conhecimento absoluto que só o Criador possui. A presunção faz parecer que se sabe o que não se sabe; e a insegurança do saber, em falsa humildade, afirma que não se sabe o que em verdade se sabe. O homem é sábio quando sabe o quão pouco sabe...

O moço, que buscava mais a proeminência do conhecimento do que a sabedoria, ferido no brio, afastou-se, resmungando, decepcionado, demonstrando o quanto ainda lhe faltava para ser um sábio.

Em toda parte havia experimentado a incompreensão alheia e a dor se lhe agasalhava na alma.


Eros por Divaldo Franco do livro: Em algum lugar do futuro




sábado, 26 de dezembro de 2015

Parábola da Dracma Perdida

Parábola da Dracma Perdida

Cairbar Schutel





“Qual é a mulher que tendo dez dracmas e perdendo uma, não acende a candeia, não varre a casa e não a procura diligentemente até achá-la?
Quando a tiver achado, reúne as suas amigas e vizinhas, dizendo: Regozijai-vos comigo, porque achei a dracma que tinha perdido! Assim, digo-vos, há júbilo na presença dos anjos de Deus por um pecador que se arrepende.” (Lucas, XV, 8-10.)



O principal escopo de Jesus, durante toda a sua existência na Terra, foi demonstrar aos homens a Imortalidade da Alma, a Vida Eterna, a bondade, a misericórdia, a solicitude desse Deus, que Ele anunciava, para com todas as suas criaturas.

Nunca o Mestre exigiu de seus discípulos holocaustos e sacrifícios. O que Ele queria é que o amassem, que cressem na sua Palavra e confiassem no Pai, que ele tinha vindo anunciar, Pai criador e zelador de toda a sua criação, de todas as suas obras; que veste os lírios e as açucenas, e alimenta os passarinhos; que procura a ovelha perdida; que recebe o filho pródigo, e que sente grande contentamento quando um de seus filhos para Ele se volta e lhe solicita os benefícios de que necessita para sua ascensão espiritual!

Para bem gravar os Seus ensinos na imaginação de seus ouvintes, o Mestre amoroso, sempre que se lhe oferecia ocasião, fazia comparações servindo-se de ocorrências que se verificavam todos os dias, exaltando assim os impecáveis atributos de Deus.

A Parábola da Dracma Perdida, que não passa de um simples episódio, em que Jesus reuniu às exortações que fez certa vez aos publicanos e pecadores, compara Ele a alegria que há no Mundo Espiritual, na presença dos Mentores, quando um pecador se arrepende, com a alegria que tem uma mulher ao achar 315 réis (uma dracma) (*), que havia perdido!
(*) A dracma é a unidade monetária da Grécia.

E faz ver que, pela mesma forma que a mulher, ao perder a dracma, acende a candeia, varre a casa e procura-a diligentemente até achá-la, também Deus emprega todos os meios que sabiamente sugere aos Espíritos seus Mensageiros para encontrar a sua dracma, ou seja o pecador que se perdeu, a fim de ser ele restituído à casa paterna.

O Deus de Jesus, como se vê, é o Deus sábio e benevolente, o Deus amoroso e caritativo, e não o “Deus” pródigo, cioso, vingativo e mau, ensinado pelas religiões humanas, pelos sacerdotes.

É isto que quer a parábola: exaltar a bondade e o amor de Deus, que em nós desperta princípios de sabedoria, para nos aproximarmos do Supremo Senhor.




sexta-feira, 25 de dezembro de 2015

O Natal por Divaldo Franco

O Natal 

Divaldo Franco





Mensagem de Natal de Divaldo Franco exibida no programa Transição.
Vídeo Interlítera



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quinta-feira, 24 de dezembro de 2015

Jesus: Estrela de Primeira Grandeza

Jesus: Estrela de Primeira Grandeza

Joanna de Ângelis



Aqueles dias eram semelhantes aos atuais. Os valores éticos encontravam-se pervertidos pelo poder temporal dos dominadores transitórios do mundo.
A sociedade estorcegava nas aflições decorrentes da prepotência de uns, da perversidade de outros, da ignorância da grande maioria.
Louvava-se a força em detrimento da razão.
Cantavam-se hinos à glória terrestre com desprezo pelos códigos morais propiciadores de dignidade.
As criaturas submetiam-se às injunções das circunstâncias, tentando sobreviver à tirania dos governadores que mudavam de nome e prosseguiam com as mesmas crueldades.
Saía-se de um para outro regime de ignomínia e insânia com a mesma naturalidade.
Tudo era lícito, desde que apoiado na governança arbitrária que se impunha.
O monstro das guerras contínuas devorava os povos mais fracos, que eram submetidos à escravidão e à morte.
A traição e a infâmia davam-se as mãos em festival de hediondez.
Embora Roma homenageasse os artistas, os poetas, os filósofos que iluminavam o século de Otaviano, prestigiava com destaque os espetáculos sórdidos a que se atiravam o patriciado e o povo sedentos de prazer e de loucuras.
Os seus domínios estendiam-se por quase todo o mundo conhecido, embora temida e detestada.
As suas legiões estavam assentadas nas mais diferentes regiões da Terra, esmagando vidas e destruindo esperanças.
O Sol nunca brilhara no planeta sem que estivesse iluminando uma possessão do império invencível.
Havia grandeza em toda parte e miséria abundante ao seu lado, competindo vergonhosamente.

*   *   *
Mas hoje também é assim.
As glórias da inteligência e do conhecimento, da ciência e da tecnologia confraternizam com a decadência da moral e dos valores de enobrecimento humano.
O terrorismo e a guerra encontram-se por toda parte, destruindo vidas e civilizações.
O planeta aquecido e desrespeitado agoniza, experimentando a própria destruição imposta pelos seus habitantes insensatos, embora poderosos...
Os idealistas que amam os apóstolos do bem que trabalham pela renovação da sociedade, quando não desconsiderados, são tidos por dementes e alucinados.
Enquanto isso, a soberba, a mediocridade, a astúcia tomam conta das multidões que desvairam, impondo os seus códigos de valores perversos que logo são aceitos pelas legiões de criaturas sem norte, destituídas de consciência moral.
Há também, é certo, almas grandiosas que lutam com acendrado amor e sacrifício, a fim de modificar as ocorrências danosas, tentando implantar novos significados psicológicos direcionados à felicidade, mas que são insuficientes para vencer os múltiplos segmentos da sociedade em desconserto.
Admira-se o Bem, mas pratica-se o Mal.
Preconiza-se a saúde e estabelecem-se programas de desequilíbrio emocional, geradores das doenças de vário porte.
O futuro glorioso, decantado pelas conquistas invulgares da modernidade, está sombreado pelo medo, aturdido pela ansiedade e caracterizado pela solidão dos indivíduos que constituem a mole humana.
Naqueles dias difíceis, na Palestina sofrida e submetida às paixões de César e aos caprichos de Herodes, o Grande, nasceu Jesus.
Estrela de Primeira Grandeza que é, Jesus surgiu na noite das estúpidas e escuras ambições dos povos, para iluminar as consciências e despertar os sentimentos de humanidade, como dádiva de Deus respondendo às súplicas dos humilhados e esquecidos.
Passaram-se os tempos, foram sucedidos os criminosos de então por outros não menos odientos e, apesar disso, Sua luminosidade permanece até hoje.

*   *   *
É certo que outros homens e mulheres, tão infelizes quanto aqueles do Seu tempo, procuraram dominar o mundo utilizando-se da Sua claridade, mas, desequilibrados, produziram mais trevas e aumentaram os volumes de dor.
O carro inexorável do Tempo continuou a sua marcha, avançando na direção de outros períodos, enquanto os apaniguados do Mal, que se apresentaram nos espetáculos de luz, sucumbiram, vencidos pelos tormentos que escondiam nos tecidos da própria crueldade.
Ainda reina muita sombra na Terra. Mas amanhece dia novo.
A grande transição de mundo de provas e de expiações para mundo de regeneração, embora ainda assinale a presença do sofrimento e da desordem, do desrespeito pela vida e pela mãe-Terra, caracteriza a chegada de uma nova Era, impossível de ser detida.
O Bem triunfará, sem qualquer dúvida, sobre o Mal.
A verdade vencerá a mentira onde quer que essa se homizie.
A vida sobrepõe-se à morte, e a espiritualidade, por fim, reinará entre todos.

*   *   *
Conforme sucedeu naqueles dias, Jesus encontra-se novamente entre as Suas criaturas, repetindo a sinfonia das bem-aventuranças, conclamando as massas ao despertamento, antes que se agravem as circunstâncias e ocorrências não desejadas.
O Consolador que Ele prometera já veio e vence, com segurança, as barreiras impostas pela tirania e pelos indivíduos orgulhosos, vazios de sentimentos nobres, conquistando os corações e oferecendo-lhes esperanças de alegrias infindas.
Travam-se lutas acerbas em toda parte.
Os argonautas do amor nada temem e multiplicam-se sob a inspiração do Mestre, avançando, estoicos, no cumprimento do dever: renovar a humanidade através da própria transformação moral, que a todos permite neles ver a mensagem luminosa.
Sem dúvida, ainda predominam as trevas ameaçadoras que a Estrela de Primeira Grandeza vem diluindo de maneira compassiva e misericordiosa.

*   *   *
Faze a tua parte, sem preocupação com o trabalho dos outros.
Desincumbe-te do teu dever ante a consciência, servindo ao Consolador, mesmo que te encontres incompreendido e crucificado nas traves invisíveis da perversidade dos áulicos do egoísmo e dos seus servos.
No próximo Natal, entoa o teu hino de amor, ajudando o teu próximo, em memória da Estrela que veio à Terra, para que não mais permaneça a sombra.
Será ideal que todos os dias da tua vida sejam uma homenagem ao Aniversariante esquecido, mas triunfante da maldade humana e da morte que Lhe foi imposta, demonstrando que Ele prossegue contigo edificando o mundo melhor, sem excluídos nem abandonados à própria sorte, porque estará com eles, por teu intermédio, amando-os com enternecimento e carinho.

Joanna de Ângelis
Página psicografada por Divaldo Pereira Franco, 
do livro Dádivas do Natal, ed. Leal.
Em 31.01.2011.




 

quarta-feira, 23 de dezembro de 2015

Mortos

Mortos

Emmanuel




Há sempre numerosos mortos em nossa luta de cada dia, convocando-nos às preces da diligência e da bondade em favor de cada um.

Mortos que sofrem muito mais que os outros - aqueles que julgais sentenciados à cinza e à separação.

Há usurários que se sustentam, inermes, em túmulos de ouro.

Há dominadores do mundo que se mostram distraídos em seus imponentes sarcófagos de orgulho falaz.

Há juízes inumados em covas de lama.

Há legisladores mumificados em terríveis enganos da alma.

Há sacerdotes enterrados sob o catafalso adornado da simonia e administradores encerrados em urnas infernais de inconfessáveis compromissos.

Há jovens mortos no vício e velhos amortalhados no frio da negação.

Há sábios enrijecidos no gelo da indiferença e heróis paralíticos sobre a essa de fantasias e ilusões.

Há impulsos em sepulturas de espinhos e preguiçosos em sepulcros de miséria.

Se proclamardes a verdade perante todos eles, almas cadaverizadas no esquecimento da Divina Lei, decerto, responder-vos-ão com a inércia, com a ironia e com a imobilidade.

Para eles, pronunciou o Senhor as antigas palavras: -“Que os mortos enterrem os seus mortos”. (Lucas 9:60)

Procuremos a vida, descerrando nosso coração ao trabalho incessante do Bem Infinito...

Porque, na realidade, só aquele que aprende e ama, renovando-se incessantemente, consegue superar os níveis inferiores da treva, subindo, vitorioso, ao encontro da Vida Verdadeira com a eterna libertação.







Sobre N.T. Wright, autor da frase exibida acima em destaque: 

Nicholas Thomas Wright (nascido em 01 de dezembro de 1948) um dos principais estudioso do Novo Testamento da atualidade. Professor e pesquisador do Novo Testamento e Cristianismo primitivo no Colégio de Santa Maria na Universidade de St Andrews, na Escócia.



terça-feira, 22 de dezembro de 2015

Se caíste

Se caíste

Emmanuel



Se caíres; ergue-te e anda.
Caminha para frente.

Regressa aos teus deveres
E esforça-te a cumpri-los.

Ora, pedindo a Deus;
Mais força para a marcha.

Muitas vezes, a queda;
É uma lição de vida.

Quem cai sente o valor
Do perdão aos caídos.

O futuro te espera...
Segue e confia em Deus.

Emmanuel por Chico Xavier do livro:
Senda para Deus

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segunda-feira, 21 de dezembro de 2015

Educação moral

Educação moral

Joanna de Ângelis



A educação cabe o inapreciável dever de transformar a criatura humana, alterando para melhor as paisagens morais da sociedade e do planeta terrestre.

Desempenhando o relevante papel de conduzi-la com segurança através do sistemático combate à ignorância, torna-se-lhe a moderadora da agressividade e das paixões primevas, substituindo-as por comportamentos saudáveis, que desenvolvem os sentimentos nobres e insculpem atitudes de respeito à vida e às suas manifestações.

Graças à sua ação continuada, são reformulados os códigos de conduta, que passam por significativa transformação ética, proporcionando bem-estar e harmonia, aspirações dignificadoras e produzindo realizações elevadas.

Alargando os horizontes do pensamento, a educação plasma o caráter em níveis superiores, contribuindo eficazmente para uma saudável convivência com o grupo social, sem atritos perturbadores nem injunções desgastantes.

A educação compete o elevado mister de erguer o ser humano às cumeadas do progresso, apresentando-lhe os horizontes infinitos que aguardam ser conquistados e lhe estão ao alcance.

As suas diretrizes arrancam o belo que jaz no íntimo das formas externas, toscas e embrutecidas, desvelando o anjo oculto que necessita exteriorizar-se.

Fala a linguagem da harmonia, mas também a do sacrifício indispensável para a ascensão.

Não, porém, e exclusivamente, a educação convencional, acadêmica, mas a moral, aquela que trabalha a inteligência e a emoção, os hábitos e as aspirações, o ser integral, que é de duração eterna.

Essa educação formal, sistêmica, memorizada, que recolhe informações intelectuais, contribui para o aprimoramento técnico e cultural, aquele que desenvolve os valores externos e aquisitivos para o consumo imediato.

À educação moral se direcionam os desafios éticos e comportamentais que trabalham nas estruturas íntimas da criatura, facultando-lhe o enriquecimento espiritual, e mediante o qual pode enfrentar com tranquilidade os processos degenerativos que consomem o organismo da sociedade. Trata-se de poderoso antídoto à violência e à vulgaridade, que promove o indivíduo a níveis elevados de conduta, através dos quais preserva e desdobra os tesouros da sabedoria e da vivência dignificada.

Completando a educação formal, a de natureza moral compreende que o ser atual procede de experiências evolutivas que o assinalam com resquícios e sequelas decorrentes do trânsito por onde peregrinou, sendo indispensável incutir-lhe ensinamentos cujas estruturas transcendem às ambições do gozo e do egoísmo, numa concepção humanista a princípio, humanitária depois.

Lentamente os seus postulados tornam-se vivenciados, e mais profundos se apresentam na razão proporcional às conquistas realizadas.

A educação moral penetra a sua sonda na realidade espiritual e trabalha-a, moldando-lhe as asas da angelitude sem retirar-lhe os pés do caminho humano a percorrer.

Nao se trata, certamente, de estabelecer programas de conduta religiosa ou filosófica, submetidos aos criterios ideológicos das suas tendencias partidárias. Mas, de transmitir diretrizes universalistas sobre o dever, a solidariedade, o amor, a compreensão, os direitos da cidadania e, acima de tudo, o respeito a tudo e a todos, trabalhando sempre para aprimorar-se e desenvolver o crescimento pessoal e, por extensão, o da Humanidade.

Além de um elaborado código de regras rígidas que interessam a grupos específicos, cabe a vigência de um compêndio de valores que sugerem greis organizadas que convivam harmonicamente com todos os grupos e segmentos sociais.

A educação moral não se circunscreve às palavras com efeitos especiais ou aos verbalismos e florilégios superados, e sim ao comportamento pacífico e fraternal abrangendo todas as pessoas e formas de vida em um imenso amplexo de dignidade e admiração.

Essa contribuição moral formará pessoas de hábitos morigerados e ricas de sentimentos disciplinados, formadoras de comportamentos saudáveis, que se ampliarão pela família alcançando a sociedade como um todo.

Centrado na imortalidade da alma, todo esse trabalho educacional proporá a construção de um ser integral, fomentando o desenvolvimento dos valores imperecíveis, aqueles que têm a ver com a realidade permanente e não apenas com a pessoa conjuntural da transitoriedade física, que se movimenta em busca das realizações que o túmulo desconsidera.

Nessa paisagem complexa, a educação moral dos sentimentos, desenovelando-os propõe um programa de fixação de condutas que se aprimoram, passando pelas diferentes fases do processo evolutivo.

Quando se podem também ministrar os conteúdos vigorosos da moral, que abarca todas as necessidades do ser em relação a si mesmo, ao próximo e a Deus, ampliam-se as possibilidades de elevação e de libertação das paixões perturbadoras, assim como das imposições imediatas e sem profundidade de significado legítimo.

Mediante essa valiosa contribuição - a educação dos sentimentos - o coração se enternece, diluindo a brutalidade atávica dominante, e abre um elenco de conquistas espirituais, que se multiplicam à medida que o ser mais se enobrece. 

A educação intelectual, artística, profissionalizante, desempenha importante papel na realização do ser humano, mas é a de natureza moral, que não se encontra nos livros, mas sim nos exemplos, que o libertará dos condicionamentos negativos, equipando-o com os instrumentos indispensáveis à sua sublimação.

Joanna de Ângelis por Divaldo Franco do livro:
Dias Gloriosos

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- Cisão para estudo de acordo com o Art. 46 da Lei de Direitos Autorais - Lei 9610/98 LDA - Lei nº 9.610 de 19 de Fevereiro de 1998.
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domingo, 20 de dezembro de 2015

Libertação pessoal

Libertação pessoal

Joanna de Ângelis



A semelhança de alguém que sobe uma montanha e passa a ter uma visão mais ampla dos horizontes - quanto mais altos, maior a conquista da sua paisagem -, a superação do ego permite uma identificação profunda com o Si, que se desvela, manifestando a sua procedência divina e arrebatadora.

Iniludivelmente, o ser, na sua estrutura real, é psiquismo puro, com imensos cabedais de possibilidades.

A imersão no corpo gera-lhe apegos injustificáveis como mecanismos de segurança, não obstante a transitoriedade dos implementos orgânicos.

O esquecimento ou embotamento da visão espiritual produz-lhe o bloqueio para as aspirações relevantes, retendo-o na ambição desmedida da conquista do prazer, por extensão, de tudo quanto culmina em sensações imediatas.

Durante a juventude, pensa em gozar, porque o corpo é forte e rico de hormônios; na maturidade prossegue com o rigoroso desejo de aproveitar as energias que atingem a plenitude; na velhice faz o quadro depressivo da amargura - por já não continuar desfrutando dos prazeres sensoriais, ou luta para manter um potencial de energias, que não mais retornam, sejam quais forem os recursos aplicados. Mesmo quando se lhes dilata a duração - a criança interior permanece viva, subconsciente, iludindo-se -, chega o momento do exaurimento, da interrupção pela morte, do enfrentamento da realidade.

A visão transpessoal conduz à continuação da Vida após a liberação do corpo. Sem nenhum vínculo com as concepções religiosas e doutrinárias de ontem como de hoje, propõe um ser imortal, cujas evidências se multiplicam nos painéis das suas investigações computadorizadas, apresentando uma preparação psicológica para o enfrentamento dessa realidade que será alcançada fatalmente.

Esse processo de desgaste orgânico inevitável é prenúncio da futura experiência imortalista, que propiciará a cada um o encontro com o que é, e não com o que tem e deixa, com o que pensa, e não com aquilo que gostaria de haver realizado.

Nesse momento, o Eu profundo irrompe, arrebentando as camadas do inconsciente onde se encontrava soterrado - caso não haja sido liberado de forma lúcida - e estabelece tormentosos conflitos na área do psiquismo ou no complexo espiritual de que se constitui - energia pensante que é.

Como os traumas e perturbações que avassalam a criatura procedem das experiências anteriores - na atual ou noutras reencarnações -, o despertar da consciência do Si, amanhã, decorrerá das formulações pensantes, condutas e ações presentes.

Em a Natureza todos os fenômenos e acontecimentos sucedem normalmente por encadeamento lógico, sem interrupção.

As leis que regem a vida são trabalhadas no equilíbrio.

Mesmo o caos, que se apresenta como desordem - por uma visão limitada -, faz parte da harmonia no conteúdo do equilíbrio geral.

A conquista do Si impõe-lhe ruptura de todas as amarras, ampliando-lhe as perspectivas existenciais e as realizações profundas.

Não se creia, porém, que nessa fase de libertação pessoal cesse o processo de busca. Quanto maior for a capacidade de entendimento e de desapego do ser, mais amplas perspectivas de conquistas se lhe desenham atraentes, preenchendo-lhe os espaços dominados e abertos a novas realizações.

A saída dos interesses objetivos enseja o infinito campo do mundo subjetivo, transcendente, a ser penetrada qual afirmava São Boaventura, o Doutor Seráfico, que influenciou muitos místicos medievais, ao anunciar que são três os olhos pelos quais se observa: o da carne, o da razão e o da contemplação.

O primeiro enxerga o mundo material, exterior, as dimensões relativas do tempo e do espaço, os objetos, as coisas, as pessoas, preso às sensações imediatas; o segundo vê a lógica através da arte de filosofar, ampliando as percepções da mente; e o terceiro, que faculta penetrar no mundo oculto, da intuição, das realidades transcendentes, extra físicas.

Essa proposta se ajusta à realidade do ser tridimensional da Codificação Espírita: a carne entra em contato com o mundo físico, o perispírito registra o mundo mental, extrassensorial, e o Espírito sintoniza e se alimenta com a estrutura da realidade causal, onde se originou e para onde retornará.

Assim, a visão carnal detecta alguns contornos do estado objetivo, enquanto que a da razão capta os detalhes que constituem a matéria (átomos, moléculas, partículas, entendendo-lhes o mecanismo) e a da contemplação é transmental, energética na sua plenitude.

Os imperativos da Tecnologia e da Ciência, e as exigências do ego obliteraram, no curso da História, a visão contemplativa, e muitas vezes bloquearam a da razão, detendo o ser apenas na da carne.

A libertação pessoal recupera a percepção profunda,por superação do ego e a dilatação do Self, com o consequente triunfo do Espírito sobre a matéria, sem anular qualquer um dos olhos, facultando-lhes o direcionamento próprio que lhes seja peculiar, conforme a circunstância.

Com essa aquisição, as questões básicas da existência, que a Psicologia procura responder: quem é o homem? De onde vem? Para onde vai?, tornam-se factíveis de elucidação, na perfeita união das correntes psicológicas individualistas do Ocidente e espiritualistas do Oriente...

Nesse sentido, a Doutrina Espírita sintetiza ambas as visões psicológicas, interpretando os enigmas do ser e capacitando-o à superação do ego, na gloriosa conquista do Eu profundo, mediante a libertação pessoal das paixões perturbadoras, anestesiantes, escravizadoras.

Nasce então, nesse momento, o homem pleno, que ruma para o Infinito, imagem e semelhança de Deus.

Joanna de Ângelis por Divaldo Franco do livro:
Autodescobrimento - Uma busca interior

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