segunda-feira, 7 de dezembro de 2015

Desafio à caridade

Desafio à caridade

Joanna de Ângelis



Sempre que o tema da caridade seja trazido a considerações, recorda que ela é a luz da razão, mantida pelo combustível do sentimento, a projetar claridade pelo caminho em sombras de quem avança em sofrimento ou limitação.

A caridade resulta da irradiação do amor, que jamais se exaure.

Estrutura-se no esforço pessoal e robustece-se no sacrifício de quem a cultiva, sem o que não passa de filantropia ou emoção de transitório prazer.

Mais se engrandece a caridade, quanto mais difícil se apresenta a circunstância pelo praticá-la.

Por isso, tem uma elasticidade imensa o seu exercício.

Transcendendo às doações materiais — que são, igualmente, suas manifestações respeitáveis —, sublima-se, santificando quem se propõe vivê-la, na área dos contributos morais.

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Não são poucos os desafios à caridade.

O delinquente, pela ação infeliz de que se tomou responsável, inspira animosidade; amá-lo, na condição de um enfermo necessitado de recuperação, é caridade.

O rebelde provoca reação equivalente de agressividade; auxiliá-lo com paciência até conquistá-lo para o que equilíbrio, constitui relevante caridade.

Aquele com quem te sentes enfadado ou que te provocou antipatia, representa um teste para as tuas realizações espirituais; superar a condição negativa e trazê-lo à província do teu coração, é significativa caridade.

O ingrato, naturalmente inspira desprezo, senão indiferença; prosseguir ajudando-o, conquanto as dificuldades no relacionamento, representa elevada caridade.

Quem te ofendeu por qualquer razão, legítima ou injusta (como se razão houvesse para que alguém a outrem ofendesse) provoca um natural retraimento; insistir na ação cordial com esquecimento do mal, constitui verdadeira caridade.

Caridade para com todos, mediante uma revolução íntima de superação pessoal.

Sempre a caridade como diretriz.

Nunca é demasiado a sua presença; ninguém que a dispense.

Sem a caridade do Pai Criador para conosco, prosseguiríamos no primitivismo ou rentearíamos ainda com a barbárie.

A caridade, porém, alimenta a vida e impele para a paz.

Não olvides que a caridade é o amor que se expande e o amor que retoma em força harmonizadora.

Coroando todo o ministério de amor com a estrela de primeira grandeza dentre as virtudes, a caridade moral do Cristo, na cruz, expressou-se no perdão a todas as faltas perpetradas contra Ele, e corporificada no seu retomo paciente ao convívio com os companheiros enfraquecidos, no esplendente amanhecer da Sua perene ressurreição.




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