sábado, 31 de agosto de 2019

União infeliz

União infeliz

Emmanuel





Qual o fim objetivado com a reencarnação?
Expiação, melhoramento progressivo da Humanidade. Sem isto, onde a justiça?
O LIVRO DOS ESPÍRITOS – Questão 167


Dolorosa, sem dúvida, a união considerada menos feliz. E, claro, que não existe obrigatoriedade para que alguém suporte, a contragosto, a truculência ou o peso de alguém, ponderando-se que todo espírito é livre no pensamento para definir-se, quanto às próprias resoluções. Que haja, porém, equilíbrio suficiente nos casais unidos pelo compromisso afetivo, para que não percam a oportunidade de construir a verdadeira libertação.

Indiscutivelmente, os débitos que abraçamos são anotados na Contabilidade da Vida; todavia, antes que a vida os registre por fora, grava em nós mesmos, em toda a extensão, o montante e os característicos de nossas faltas. 

A pedra que atiramos no próximo talvez não volte sobre nós em forma de pedra, mas permanece conosco na figura de sofrimento. E, enquanto não se remove a causa da angústia, os efeitos dela perduram sempre, tanto quanto não se extingue a moléstia, em definitivo, se não a eliminamos na origem do mal. 

Nas ligações terrenas, encontramos as grandes alegrias; no entanto, é também dentro delas que somos habitualmente defrontados pelas mais duras provações. Isso porque, embora não percebamos de imediato, recebemos, quase sempre, no companheiro ou na companheira da vida íntima, os reflexos de nós próprios.

É natural que todas as conjunções afetivas no mundo se nos figurem como sendo encantados jardins, enaltecidos de beleza e perfume, lembrando livros de educação, cujo prefácio nos enleva com a exaltação dos objetivos por atingir. A existência física, entretanto, é processo específico de evolução, nas áreas do tempo, e assim como o aluno nenhuma vantagem obterá da escola se não passa dos ornamentos exteriores do educandário em que se matricula, o espírito encarnado nenhum proveito recolheria do casamento, caso pretendesse imobilizar-se no êxtase do noivado. 

Os princípios cármicos desenovelam-se com as horas. Provas, tentações, crises salvadoras ou situações expiatórias surgem na ocasião exata, na ordem em que se nos recapitulam oportunidades e experiências, qual ocorre à semente que, devidamente plantada, oferece o fruto em tempo certo. 

O matrimônio pode ser precedido de doçura e esperança, mas isso não impede que os dias subsequentes, em sua marcha incessante, tragam aos cônjuges os resultados das próprias criações que deixaram para trás. 

mudança espera todas as criaturas nos caminhos do Universo, a fim de que a renovação nos aprimore. A jovem suave que hoje nos fascina, para a ligação afetiva, em muitos casos será talvez amanhã a mulher transformada, capaz de impor-nos dificuldades enormes para a consecução da felicidade; no entanto, essa mesma jovem suave foi, no passado – em existências já transcorridas –, a vítima de nós mesmos, quando lhe infligimos os golpes de nossa própria deslealdade ou inconsequência, convertendo-a na mulher temperamental ou infiel que nos cabe agora relevar e retificar. O rapaz distinto que atrai presentemente a companheira, para os laços da comunhão mais profunda, bastas vezes será provavelmente depois o homem cruel e desorientado, suscetível de constrangê-la a carregar todo um calvário de aflições, incompatíveis com os anseios de ventura que lhe palpitam na alma. Esse mesmo rapaz distinto, porém, foi no pretérito – em existências que já se foram – a vítima dela própria, quando, desregrada ou caprichosa, lhe desfigurou o caráter, metamorfoseando-o no homem vicioso ou fingido que lhe compete tolerar e reeducar. 

Toda vez que amamos alguém e nos entregamos a esse alguém, no ajuste sexual, ansiando por não nos desligarmos desse alguém, para depois somente depois surpreender nesse alguém defeitos e nódoas que antes não víamos, estamos à frente de criatura anteriormente dilapidada por nós, a ferir-nos justamente nos pontos em que a prejudicamos, no passado, não só a cobrar-nos o pagamento de contas certas, mas, sobretudo, a esmolar-nos compreensão e assistência, tolerância e misericórdia, para que se refaça ante as leis do destino. A união suposta infeliz deixa de ser, portanto, um cárcere de lágrimas para ser um educandário bendito, onde o espírito equilibrado e afetuoso, longe de abraçar a deserção, aceita, sempre que possível, o companheiro ou a companheira que mereceu ou de que necessita, a fim de quitar-se com os princípios de causa e efeito, liberando-se das sombras de ontem para elevar-se, em silenciosa vitória sobre si mesmo, para os domínios da luz.


Emmanuel por Chico Xavier do livro: Vida e Sexo






sexta-feira, 30 de agosto de 2019

História de um pão

História de um pão

Irmão X.



Quando Barsabás, o tirano, demandou o reino da morte, buscou debalde reintegrar-se no grande palácio que lhe servira de residência.

A viúva, alegando infinita mágoa, desfizera-se da moradia, vendendo-lhe os adornos.

Viu ele, então, baixelas e candelabros, telas e jarrões, tapetes e perfumes, joias e relíquias, sob o martelo do leiloeiro, enquanto os filhos querelavam no tribunal, disputando a melhor parte da herança.

Ninguém lhe lembrava o nome, desde que não fosse para reclamar o ouro e a prata que doara a mordomos distintos.

E porque na memória de semelhantes amigos ele não passava, agora, de sombra, tentou o interesse afetivo de companheiros outros da infância...

Todavia, entre eles encontrou simplesmente a recordação dos próprios atos de malquerença e de usura.

Barsabás entregou-se às lágrimas de tal modo, que a sombra lhe embargou, por fim, a visão, arrojando-o nas trevas.

Vagueou por muito tempo no nevoeiro, entre vozes acusadoras, até que um dia aprendeu a pedir na oração, e como se a rogativa lhe servisse de bússola, embora caminhasse às escuras, eis que, de súbito, se lhe extingue a cegueira e ele vê, diante de seus passos, um santuário sublime, faiscante de luzes.

Milhões de estrelas e pétalas fulgurantes povoavam-no em todas as direções.

Barsabás, sem perceber, alcançara a Casa das Preces de Louvor, nas faixas inferiores do firmamento.

Não obstante deslumbrado, chorou, impulsivo, ante o Ministro espiritual que velava no pórtico.

Após ouvi-lo, generoso, o funcionário angélico falou sereno:

– Barsabás, cada fragmento luminoso que contemplas é uma prece de gratidão que subiu da Terra...

– Ai de mim – soluçou o desventurado – eu jamais fiz o bem...

– Em verdade – prosseguiu o informante –, trazes contigo, em grandes sinais, a pranto e o sangue dos doentes e das viúvas, dos velhinhos e órfãos indefesos que despojaste, nos teus dias de invigilância e de crueldade; entretanto, tens aqui, em teu crédito, uma oração de louvor...

E apontou-lhe acanhada estrela, que brilhava à feição de pequenino disco solar.

– Há trinta e dois anos – disse, ainda, o instrutor –, deste um pão a uma criança e essa criança te agradeceu, em prece ao Senhor da Vida.

Chorando de alegria e consultando velhas lembranças, Barsabás perguntou:

– Jonakim, o enjeitado?

– Sim, ele mesmo – confirmou o missionário divino –. Segue a claridade do pão que deste, um dia, por amor, e livrar-te-ás, em definitivo, do sofrimento nas trevas.

E Barsabás acompanhou o tênue raio do tênue fulgor que se desprendia daquela gota estelar, mas, em vez de elevar-se às alturas, encontrou-se numa carpintaria humilde da própria Terra.

Um homem calejado aí refletia, manobrando a enxó em pesado lenho...

Era Jonakim, aos quarenta de idade.

Como se estivessem os dois identificados no doce fio de luz, Barsabás abraçou-se a ele, qual viajante abatido, de volta ao calor do lar.

*

Decorrido um ano, Jonakim, o carpinteiro, ostentava, sorridente, nos braços, mais um filhinho, cujos louros cabelos emolduravam belos olhos azuis.

Com a benção de um pão dado a um menino triste, por espírito de amor puro, conquistara Barsabás, nas Leis Eternas, o prêmio de renascer para redimir-se.


Mensagem em referência ao Cap. XIII - Não saiba a vossa mão esquerda o que dê a vossa mão direita / Um Espírito protetor. (Lyon, 1861.) – Item 15 de O Evangelho Segundo o Espiritismo.

Irmão X do livro: O Espírito da Verdade 
– Francisco Cândido Xavier e Waldo Vieira (Espíritos Diversos)
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quinta-feira, 29 de agosto de 2019

Os sinais da renovação

Os sinais da renovação

Neio Lúcio



Ante a assembleia familiar, o Mestre tomou a palavra e falou, persuasivo:

— E quando o Reino Divino estiver às portas dos homens, a alma do mundo estará renovada.

O mais poderoso não será o mais desapiedado e, sim, o que mais ame.

O vencedor não será aquele que guerrear o inimigo exterior até à morte em rios de sangue, mas o que combater a iniquidade e a ignorância, dentro de si mesmo, até à extinção do mal, nos círculos da própria natureza.

O mais eloquente não será o dono do mais belo discurso, mas, sim, o que aliar as palavras santificantes aos próprios atos, elevando o padrão da vida, no lugar onde estiver.

O mais nobre não será o detentor do maior número de títulos que lhe conferem a transitória dominação em propriedades efêmeras da Terra, mas aquele que acumular, mais intensamente, os créditos do amor e da gratidão nos corações das mães e das crianças, dos velhos e dos enfermos, dos homens leais e honestos, operosos e dignos, humildes e generosos.

O mais respeitável não será o dispensador de ouro e poder armado e, sim, o de melhor coração.

O mais santo não será o que se isola em altares do supremo orgulho espiritual, evitando o contato dos que padecem, por temer a degradação e a imundície, mas sim, aquele que descer da própria grandeza, estendendo mãos fraternas aos miseráveis e sofredores, elevando-lhes a alma dilacerada aos planos da alegria e do entendimento.

O mais puro não será o que foge ao intercâmbio com os maus e criminosos confessos, mas aquele que se mergulha no lodo para salvar os irmãos decaídos, sem contaminar-se.

O mais sábio não será o possuidor de mais livros e teorias, mas justamente aquele que, embora saiba pouco, procura acender uma luz nas sombras que ainda envolvem o irmão mais próximo...

O Amigo Divino pousou os olhos lúcidos na noite clara que resplandecia, lá fora, em pleno coração da Natureza, fez longo intervalo e acentuou:

— Nessa época sublime, os homens não se ausentarão do lar em combate aos próprios irmãos, por exigências de conquista ou pelo ódio de raça, em tempestades de lágrimas e sangue, porquanto estarão guerreando as trevas da ignorância, as chagas da enfermidade, as angústias da fome e as torturas morais de todos os matizes... Quando o arado substituir o carro suntuoso dos triunfadores, nas exibições públicas de grandeza coletiva; quando o livro edificante absorver o lugar da espada no espírito do povo; quando a bondade e a sabedoria presidirem às competições das criaturas para que os bons sejam venerados; quando o sacrifício pessoal em proveito de todos constituir a honra legítima da individualidade, a fim de que a paz e o amor não se percam, dentro da vida — então uma Nova Humanidade estará no berço luminoso do Divino Reino...

Nesse ponto, a palavra doce e soberana fez branda pausa e, lá fora, na tepidez da noite suave, as estrelas fulgentes, a cintilarem no alto, pareciam saudar essa era distante...


Neio Lúcio por Chico Xavier do livro: Jesus no Lar





quarta-feira, 28 de agosto de 2019

Liberdade Espiritual

Liberdade Espiritual

Emmanuel




Como poderá a criatura adquirir a sua liberdade?

Muitos de vós que atualmente na Terra lutais e sofreis, no círculo doloroso das penas e trabalhos terrestres, ignorais que o cárcere de hoje é a vossa emanação de amanhã, na existência real.

Frequentemente, de coração oprimido e de alma alanceada nos tormentos purificadores, o homem exclama:

- Senhor, não é possível lutar por mais tempo... as dores transbordaram e não posso ir adiante...!

É preciso, porém, saber conduzir a cruz das provas salvadoras. A todos concedeu o Senhor o quinhão de forças necessárias. Sabe Jesus onde se derrama a lágrima obscura, fazendo brotar, ao seu lado, a flor perfumada da resignação e da esperança e todos os padecimentos e dificuldades terrestres têm sua causa justa, ainda que temporariamente inacessível ao entendimento de vossas consciências, adormecidas na reencarnação.

Desejais a tranquilidade, a aspiração satisfeita, o sonho realizado, a paz e a fartura... mas vos esqueceis de que viestes ao mundo para a reparação ou aprendizado, em que as dores são elementos vitais de toda a conquista para a felicidade futura.

Adquirireis, portanto, a vossa emancipação e a vossa liberdade sagradas, suportando com heroísmo as amarguras e as experiências que a Terra vos oferece.

No oceano encapelado, cheio de perigos, aprende o marujo a dominar tempestades.

Aprendizes da escola do sofrimento, num mundo onde toda posse material é precária e transitória, sabei que apenas o ouro sagrado da experiência na dor e no trabalho pode comprar o palácio de vossa liberdade.

Emmanuel por Chico Xavier do livro:
Coletânea do Além

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terça-feira, 27 de agosto de 2019

Todos nós

Todos nós

Emmanuel



Da beneficência somos todos necessitados.

Os mais fortes requisitam apoio, a fim de que se lhes acentue a resistência.

Os mais fracos esperam auxílio para que não desfaleçam.

Os mais cultos precisam de esclarecimento, de modo que a vaidade não lhes ensombre a cabeça.

Os ignorantes solicitam o amparo de quem lhes ministre a instrução.

Os doentes aguardam a enfermagem de quem os medique.

Os sãos reclamam o concurso de quem lhes recorde o cuidado preciso para que não adoeçam.

A solidariedade é de lei da vida.

Por isso mesmo, a nosso ver, a caridade não é somente uma virtude simples, mas também uma instituição universal.

Emmanuel por Chico Xavier do livro:
Luz e Vida
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segunda-feira, 26 de agosto de 2019

Questão de Sintonia

Questão de Sintonia

Joanna de Ângelis



O fascínio que Jesus exercia sobre todos que O defrontavam, derivava da Sua superioridade espiritual.

Seus silêncios penetravam na alma dos seguidores, que se comoviam, submissos.

As Suas palavras ressoavam demoradamente na acústica dos seres que se deixavam permear pelo verbo revelador.

Seus atos mudavam o habitual e apresentavam a Sua natureza transcendente.

*

Quantos eram convocados, quase sem raciocinar, tudo abandonavam pelo prazer de O seguir.

Os que debandaram, no momento do testemunho, volveram, de imediato, autodoando-se, mais tarde, em holocausto de amor ou renasceram assinalados pela Sua convocação, seguindo-O com valor e renúncia total.

Ao Seu lado vivia-se o clima da esperança, em perfeita comunhão espiritual com a Vida Maior.

A morte, a ninguém se afigurava como o fim da vida, mas representava uma porta de acesso à Vida...

*

Faze uma avaliação dos teus atos e considera se estás em condição de partir.

O conhecimento espírita que te reconduz a Cristo, dá dimensão da responsabilidade que te cumpre desenvolver.

*


De bom alvitre, portanto, que reconsideres atitudes negativas, situações conflitantes e estados de perturbação que te assinalam as horas.


Colocando a vida espiritual em primeiro plano nas tuas atividades e conduta, a vida passará a ter sentido superior.

Sairás da torpe situação em que te debates e lutarás com mais decisão pela conquista de ti mesmo, em consequência, da tua paz.

*

Sintonizando com Jesus, sentir-te-ás fortemente atraído por Ele, e, mediante uma firme resolução, conquistarás, como os Seus primitivos seguidores, a felicidade que ainda não fruíste.


Joanna de Ângelis por Divaldo Franco do livro: Receitas de Paz




domingo, 25 de agosto de 2019

Apelo a Mocidade Espírita Cristã

Apelo a Mocidade Espírita Cristã

Castro Alves


Castro Alves


Mocidade, o Espiritismo
Mensagem de luz ao povo
Descortina um mundo novo,
Guardado na tua mão.
Combate as sombras do abismo,
Exalça o amor que te eleva,
Desata os grilhões de treva
Da moderna escravidão.

Ausculta o horror do orbe aflito!
Nos campos de toda a Terra,
Vagueia o dragão da guerra
Em tremenda saturnal...
Vem das angústias do Egito,
Dos tormentos da Caldeia,
Empanando o sol da Ideia,
Brandindo clava infernal.

Ergueu sobre a Assíria forte
O chamejante estandarte,
Espalhando em toda a parte
Incêndio devastador.
Trouxe à Pérsia - ruína e morte,
Da Grécia - extinguiu a vida,
Deixando Roma caída
Num lago de sangue e dor.

Mas, além do monstro hirsuto
Que nos recorda a caverna,
A ignorância governa
Prostíbulos e canhões.
A preguiça vive em luto,
Ódio torvo prevalece
Nos males de toda espécie,
Enlouquecendo milhões.

Negro vicio multiforme
Que de púrpura se veste,
Atormenta, mais que a peste,
Mendigos, ministros, reis...
Mas a verdade não dorme
E abrindo sulco profundo,
Desdobrará sobre o mundo
Novos tempos, novas leis.

Juventude, a nova era
Já resplende no horizonte,
Move os braços, ergue a fronte
No serviço varonil!...
Ama, crê, trabalha e espera,
Proclama a fé que te invade,
Cantando a Fraternidade
Ao claro céu do Brasil.

Soldados do Cristo augusto,
Tercemos armas da crença,
Detendo por recompensa
O divino dom de amar.
O Salvador, brando e justo,
Para as glórias do porvir,
Elege a senha - servir!
E manda a vida - marchar!

Sigamos, vanguarda afora,
De coração descoberto,
Contemplando de mais perto
A Fonte da Eterna Luz.
Acendamos nova aurora
Na noite que envolve o Templo,
Seguindo o sublime exemplo
Do Mestre Sábio da Cruz.
Choraram trezentos anos,
Nos circos da fé cristã.

Combatem ao nosso lado,
Sem fuzis conquistadores,
Espíritos benfeitores
Buscando a paz de amanhã...
Ei-los! - voltam do passado!
São mil gênios sobre-humanos,
Trazem fúlgidas bandeiras,
Entoam hinos felizes,
Bendizendo cicatrizes
- Santificados heróis!...
Atravessaram fogueiras,
Serviram a Deus, de rastros,
Volvem, hoje, de outros astros -
Sóis brilhando noutros sóis!

Mocidade, o Espiritismo -
Mensagem de luz ao povo -
Descortina um mundo novo
Guardado na tua mão.
Combate as sombras do abismo,
Exalça o amor que te eleva,
Desata os grilhões de treva
Da moderna escravidão.


Castro Alves por Chico Xavier do livro: Correio Fraterno - Espíritos Diversos




sábado, 24 de agosto de 2019

Paciência e caridade

Paciência e caridade

Joanna de Ângelis



Aturdem-te os comentários malsãos que são entretecidos contra a tua pessoa, ferindo-te as mais caras aspirações.

Sofres o aguilhão das dificuldades e malícias que são postas no teu caminho, atingindo as carnes da tua alma.

Padeces a incompreensão gratuita de pessoas bem formadas, que se deixam anestesiar pelos vapores da antipatia e voltam a sua animosidade contra ti, não descansando na faina de sensibilizar-te.

Experimentas angústia, quando te informas dos problemas inconsequentes que são criados, envolvendo teu nome e tua ação em rudes colocações ou informes pejorativos.

Gostarias, talvez, de caminhar sem tropeço, desconhecendo impedimentos. Todavia, não te olvides que te encontras na Terra e este é o campo ao qual foste chamado para o serviço.

Além de auxiliar-te a desenvolver a paciência e exercitar-te a humildade correta, propicia-te o desapego aos transitórios conceitos do mundo.

Nem mesmo Jesus, impoluto e incorruptível, experimentou uma trajetória de exceção, padecendo azorragues de todo tipo e qualidade, a fim de ensinar-nos coragem e valor.

Diante das dores que te chegam oriundas das mais variadas gêneses, vive a caridade da paciência.

Caridade para com aqueles que te não compreendem e paciência ante a prova.

Desprezado e estigmatizado pela intolerância e insistência dos que preferem perseguir a servir, adestra-te na caridade da paciência.

Caridade difícil é desculpar o ofensor e tê-lo em conta de enfermo, necessitado da tua amizade e consideração. Ao mesmo tempo, é caminho iluminativo para tuas aspirações, através de paciência com perseverança no dever.

São caridade a doação de amor, a transferência de recursos e moedas para amenizar provações e dores, os socorros fraternos da sopa e do pão, todavia a paciência em relação aos que se obstinam em dificultar-nos a marcha no bem, buscando o Pai, constitui a excelente caridade moral de que todos necessitamos, desde que, ontem por certo, tenhamos delinquido, aprendendo, agora, a reparar, ou estejamos a equivocar-nos necessitando, por nossa vez, da doação da benevolência do nosso próximo.

A caridade da paciência é das mais expressivas virtudes que o cristão autêntico deve cultivar.

*

Jesus, esperando-nos e amando-nos sem cansaço, até hoje, oferece-nos o exemplo sublime e sem retoques da caridade pela paciência.


Joanna de Ângelis do livro: Alerta



sexta-feira, 23 de agosto de 2019

Escritores

Escritores

Emmanuel





“Guardai-vos dos escribas que gostam de andar com vestes compridas.” 
Jesus (MARCOS, 12: 38)



As letras do mundo sempre estiveram cheias de “escribas que gostam de andar com vestes compridas”.

Jesus referia-se não só aos intelectuais ambiciosos, mas também aos escritores excêntricos que, a pretexto de novidade, envenenam os espíritos com as suas concepções doentias, oriundas da excessiva preocupação de originalidade.

É preciso fugir aos que matam a vida simples.

O tóxico intelectual costuma arruinar numerosas existências.

Há livros cuja função útil é a de manter aceso o archote da vigilância nas almas de caráter solidificado nos ideais mais nobres da vida. Ainda agora, quando atravessamos tempos perturbados e difíceis para o homem, o mercado de ideias apresenta-se repleto de artigos deteriorados, pedindo a intervenção dos postos de “higiene espiritual”.

Podereis alimentar o corpo com substâncias apodrecidas?

Vossa alma, igualmente, não poderá nutrir-se de ideais inferiores, na base da irreligião, do desrespeito, da desordem, da indisciplina.

Observai os modelos de decadência intelectual e refleti com sinceridade na paz que desejais intimamente.

Isso constituirá um auxílio forte, em favor da extinção dos desvios da inteligência.


Emmanuel por Chico Xavier do livro: Caminho, Verdade e Vida