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Auta de Souza
- Para seguirmos corretamente o espiritismo, devemos submeter todas as mensagens mediúnicas ao crivo duplo de Kardec, sendo eles, a razão e a universalidade.
A provação que se nos revela de impacto assemelha-se a golpe destruidor.
Quando isso, porventura, te aconteça, é natural que sofras e chores; entretanto, não te fixes em qualquer condição negativa.
Prossegue nas tarefas que a Sabedoria da Vida te confiou.
Recorda: quando uma bomba explode numa longa vereda talhada na pedra, quase sempre surgem janelas abertas nas paredes da rocha, pelas quais é possível descortinar amplos caminhos que mais facilmente trilharemos em busca e de elevação.
“Um homem se acha perdido no deserto. A sede o martiriza horrivelmente. Desfalecido, cai por terra. Pede a Deus que o assista, e espera. Nenhum anjo lhe virá dar de beber. Contudo, um bom Espírito lhe sugere a ideia de levantar-se e tomar um dos caminhos que tem diante de si.” - O Evangelho Segundo o Espiritismo — Cap. XXVII - Item 8.
Há ricos do dinheiro, tão ricos de usura, que se fazem mais pobres que os pobres pedintes da via pública que, muitas vezes, não dispõem sequer de um pão.
Há ricos de conhecimento, tão ricos de orgulho, que se fazem mais pobres que os pobres selvagens ainda insulados nas trevas da inteligência.
Há ricos de tempo, tão ricos de preguiça, que se fazem mais pobres que os pobres escravizados às tarefas de sacrifício.
Há ricos de possibilidades, tão ricos de egoísmo, que se fazem mais pobres que os pobres irmãos em amargas lutas expiatórias, que de tudo carecem para ajudar.
Há ricos de afeto, tão ricos de ciúme, que se fazem mais pobres que os pobres companheiros em prova rude, quando relegados à solidão.
Lembra-te, pois, de que todos somos ricos de alguma coisa ante o Suprimento Divino da Divina Bondade e, usando os talentos que a vida te confia na missão de fazer mais felizes aqueles que te rodeiam, chegará o momento em que te surpreenderás mais rico que todos os ricos da Terra, porquanto entesourarás no próprio coração a eterna felicidade que verte do amor de Deus.
Um amigo e confrade que trabalha no mundo mágico dos computadores chamou minha atenção, há tempos, para uma expressão do jargão cibernético que circula entre os seus técnicos, algo assim como: "de onde entra lixo só pode sair lixo". (Miranda, Hermínio, 1984)
- Não ponha lixo mental na memória.
" ...o que mais temos dentro de nós são sensações negativas e deformadas, trazidas do passado. Por isso é muito mais fácil sintonizar com o negativo, do que com o positivo." Agora, como livrar-se? Isto já é mais difícil. Com exercícios constantes de autorreforma interior, meditando e orando muito. Pedindo ajuda aos amigos espirituais que nos mostrem as coisas erradas que há dentro de nós para possamos eliminá-las. Aceitando a nossa própria realidade de seres inferiores e cheios de mazelas morais e tentando nos melhorar, dia a dia. É uma luta enorme, difícil. Mas é o que nos cabe fazer. Não adianta querer ser bom e puro de uma hora para outra. Há que trabalhar, e muito mesmo. Carregamos séculos de erros e alguns anos (na existência atual) de boas intenções. É claro que não podemos mudar sem esforço."
No cimo da cruz, reconhecia o Senhor que, em verdade, no mundo, não havia lugar para Ele...
Sem asilo para nascer, fora constrangido a valer-se do ninho dos animais e, sem pouso para morrer, içavam-no ao lenho dos malfeitores.
Agora, porém, que se isolara mentalmente na gritaria em torno, espraiava-se lhe a visão...
Fitava, em espírito, os grandes palácios da Terra, ocupados pelos poderosos que se vestiam de púrpura e ouro, cercados de mulheres escravas e servos infelizes, e notou que dominavam os quatro cantos do globo, prestigiando os verdugos do sangue humano e os falsos profetas que lhes entorpeciam as consciências...
Mas, entre os altos muros que os apartavam, viu também o Senhor os que viviam desajustados quanto Ele mesmo...
Assinalou os mártires da justiça, encarcerados nas prisões; as vítimas da calúnia, açoitadas em praça publica; os heróis da fraternidade, em postes de martírio; os lidadores do bem, cedidos em pasto às feras; os amigos da educação popular, sob o cutelo de carrascos inconscientes; os perseguidos, condenados a ferros em regiões inóspitas; as mães desamparadas, cujo pranto caía como orvalho de fel sobre a terra seca; os velhos sem esperança; os caravaneiros da nudez e da fome; os doentes sem leito e as crianças sem lar...
Entre os homens igualmente não havia lugar para eles.
Como outrora, à frente de Lázaro morto, Jesus chorou...
Chorou e suplicou a Deus a vinda de alguém que o representasse ao pé dos aflitos... Alguém que lenisse chagas sem recompensa, que enxugasse lagrimas sem queixa e servisse sem perguntar...
E o Pai Misericordioso enviou-lhe toda uma coorte de anjos que o louvavam, felizes, transformando o madeiro numa apoteose de luz, com exceção de um deles que, ao invés de adorá-lo, procurou-lhe respeitoso, os lábios trementes, como quem lhe buscava as derradeiras ordenações.
Não percebeu a multidão desvairada o que se passou entre o Cristo agonizante e o mensageiro sublime; no entanto, de imediato, o nume celeste, sereno e compassivo, desceu do monte para os vales humanos, nos quais, desde então, até hoje, converte o ódio em amor, a expiação em ensinamento, a dor em alegria, o desespero em consolo e o gemido em oração...
Esse anjo silencioso é o Anjo da Caridade.
Por isso, toda vez que lhe ouvis a inspiração divina, abraçando os sofredores ou amparando os necessitados, ainda mesmo através da mais leve migalha de pão ou de entendimento, é a Jesus que o fazeis.
Psicografia em Reunião Publica Data – 11/01/1959.
Local – Lar Espírita Bezerra de Menezes, na cidade de Uberaba, Minas.
Eurípedes Barsanulfo por Chico Xavier do livro:
Através do tempo
Transposto o limite do tempo e vencida a dimensão da distância, mudam-se os conceitos sob a ação dinâmica da vontade.
Quem adquire o hábito de librar-se nas asas velozes do pensamento, alcança "os longes espaços" e trá-los para perto das emoções.
Quando se logra a empresa de compreender, decorrência natural do exercício mental de crer, o futuro chega agora, delineado e pronto pelas ações realizadas.
Não há, então, remotos lugares, não se medindo distâncias com os instrumentos habituais, mas com as vibrações do sentimento.
Não existem ontens nem amanhãs, mergulhando-se em uma realidade que começou hoje, um longo hoje de momentos que foram e ficaram, que virão e já se encontram.
Se são examinados os anseios projetados para longe, descobre-se que está perto o começo do fim, da mesma forma que o esperado já chegou, desde o momento em que se pensou na sua realidade.
Do mesmo modo, o que aconteceu prossegue sucedendo, enquanto é trazido à atualidade da imaginação.
O que se pretende, já se possui.
O que se desconhece, passa a saber-se, a partir do instante em que a ignorância se apresenta e começa a desaparecer.
Quanto se dá, pertence ao doador, e tudo que se recebe deixa de ser posse, para converter-se em dívida.
No longe-perto do amanhã-hoje, o pensamento cósmico do amor vê a eterna presença da vida, que se organiza em forma e se dilui em energia, sempre indestrutível e real.
Nenhum lugar está longe nem perto e coisa alguma se encontra distante ou próxima, no tempo, se o homem deseja e busca.
Longe-perto quando se sabe e próximo-remoto quando o ser se aturde e se debate na ignorância.
Agora e aqui, tudo que se deve e se pode realizar no milagre da Vida.
Vive, portanto!
“... O corpo não dá cólera àquele que não a tem, como não dá os outros vícios; todas as virtudes e todos os vícios são inerentes ao Espírito; sem isso, onde estariam o mérito e a responsabilidade?...” (Capítulo 9, item 10 - Evangelho Segundo o Espiritismo)
— Vício de falar descontroladamente, sem raciocinar, desconectando-nos do equilíbrio e do bom senso.— Vício de mentir constantemente para nós mesmos e para os outros, por não querermos tomar contato com a realidade.— Vício de nos lamentarmos sistematicamente, colocando-nos como vítima em face da vida, para continuarmos recebendo a atenção dos outros.— Vício de nos acharmos sempre certos, para podermos suprir a enorme insegurança que existe em nós.— Vício incontido de gastar desnecessariamente, sem utilidade, a fim de adiarmos decisões importantes em nossa vida.— Vício de criticar e mal julgar as pessoas, para nos sentirmos maiores e melhores que elas.— Vício de trabalhar descontroladamente, sem interrupção, para nos distrairmos interiormente, evitando desse modo os conflitos que não temos coragem de enfrentar.Inquestionavelmente, as chamadas viciações resultam do medo de assumir o controle de nossa vida e, ao mesmo tempo, do medo de nos responsabilizarmos por nossos atos e atitudes, permitindo que eles fiquem fora de nosso controle e de nossas escolhas.Quaisquer que sejam, contudo, os motivos e a origem de nossos “velhos hábitos”, urge estabelecermos pontos fundamentais, a fim de que comecemos indagando “por que somos” dependentes emocionalmente e “qual é a forma” de nos relacionarmos com essa dependência.Aqui estão alguns itens a ser também observados e que provavelmente nos ajudarão a ser mais independentes, além de capazes de satisfazer nossos desejos e vocações naturais. Ao mesmo tempo, nos permitirão estar junto a pessoas e situações sem tomar-nos parcial ou totalmente dependentes delas:— Aguçar nossa capacidade de decidir, de optar e de escolher cada vez mais livre das opiniões alheias.— Combater nossa tendência de ser “bonzinhos”, ou melhor, de desejar ser sempre agradáveis aos outros, mesmo pagando o preço de nos desagradar.— Estimular nossa habilidade de dizer “não”, quantas vezes forem necessárias, desenvolvendo assim nosso “senso de autonomia”, a fim de não cair nos “modismos” ou “pressões grupais”.— Estabelecer no ambiente familiar um clima de respeito e liberdade, eliminando relações de superdependência “simbióticas”, para que possamos ser nós mesmos e deixemos os outros ser eles mesmos.— Criar padrões de comportamentos positivos, pois comportamentos são hábitos, e nossos hábitos determinam a facilidade de aceitarmos ou não as circunstâncias da vida.— Conscientizar-nos de que somos seres humanos livres por natureza, mas também responsáveis por nossos atos e pensamentos, pois recebemos por herança natural o livre-arbítrio.— Cultivar constantemente o autoconhecimento:
- reforçando nossa visão nos traços de nossa personalidade que já conhecemos;
- buscando nossos traços interiores, que ainda nos são desconhecidos;
- analisando as opiniões de outras pessoas que, ao contrário de nós, jáconhecemos nosso perfil psicológico;
- aceitando plenamente nosso lado “inadequado”, sem jamais escondê-lo de nós mesmos e dos outros, tentando, porém, equilibrá-lo.