Reencarnação e Progresso
Aristides Spínola
A vida inteligente, na Terra, se examinada exclusivamente do ponto. de vista da unicidade da existência corporal, isto é, somente através da encarnação do Espírito, torna-se filosófica e cientificamente caótica, destituída de lógica e sem qualquer sentido ético, digno de respeito.
Não bastasse a documentação paleontológica demonstrando a ancianidade do aparecimento do homem, em trânsito espiritual e anatômico-fisiológico, simultaneamente em diversas partes do planeta, até adquirir as características que possui, nos quase dez milênios próximos passados, o conceito teológico de uma criatura apresentada com todos os atributos de que ora se reveste, assim surgida desde o primeiro momento, igualmente é atentatório à razão e à cultura defluente da investigação.
No período fetal, desde a concepção até a vida extrauterina, vemos o repetir-se dos períodos anteriores porque passou o ser, nas diversas formas animais que apresenta, revivendo o atavismo ancestral que nele jaz latente.
A imensa variedade dos vertebrados procede, incontestavelmente, do tronco inicial dos invertebrados primeiros, que são, por sua vez, o resultado natural das transformações dos organismos monocelulares, consequência inevitável das combinações da proteína-vírus com os aminoácidos.
Os fenômenos filogenéticos, mesológicos, como os de adaptação, nos sucessivos milhões de anos que precedem ao surgimento dos hominídeos e destes o homo sapiens, encarregaram-se de produzir as transformações e fixações dos biótipos que ora conhecemos com a aparência e as formas definitivas e que, não obstante, ainda permanecem como ensaios da Criação, elaborando novas conquistas, aperfeiçoando órgãos e funções para futuros cometimentos que a vida propõe.
Inegavelmente, no terreno da Filosofia, não podemos desconsiderar o conceito da imanência, adotado por Santo Agostinho, que oferece à matéria terrestre os elementos essenciais para o surgimento das primitivas moléculas que favorecem o campo para a contribuição da transcendência, defendida por Santo Tomás de Aquino, quando a Divindade infundiu o sopro de vida, iniciando-se o processo espiritual, que transita pelas múltiplas formas até revelar a inteligência e o sentimento da emoção enobrecida no homem...
Nessa cadeia quase infinita de desenvolvimento, adquirindo órgãos necessários e abandonando aqueles que perderam a finalidade, vemos o psiquismo conquistando experiências e realizando aquisições que incorpora ao patrimônio íntimo, de que jamais se despojará na sucessão dos tempos, cada vez mais crescendo em complexidades, na maquinaria orgânica, e sabedoria, no conteúdo intelectual.
O mesmo hálito divino perpassa em todas as coisas da Natureza, dando-lhe finalidade e sustentando a ordem.
Quando o ser atinge o estágio hominal, passa a usar dos próprios recursos de livre-escolha do caminho a percorrer, no finalismo da determinação a que se encontra Submetido.
Nas faixas mais primárias, tudo nele são automatismos que passam da regularidade inconsciente, à conscientização que decorre da própria lucidez, adquirida a peso de dores, no largo dos milênios.
A partir de então, graças ao uso da razão e da lógica, a fé no futuro aponta-lhe seguras diretrizes de comportamento moral, e mais rápida faz-se-lhe a marcha ascensional para Deus.
Todas as ações produzem equivalentes reações, na ordem inevitável das “leis de causa e efeito”, de que ninguém se consegue eximir.
Na sucessão dos tempos, a fim de auxiliar o crescimento, a evolução da criatura, o Pai Criador permitiu que missionários do amor e da sabedoria mergulhassem nas sombras densas do corpo para viverem as experiências santificantes da fé e do conhecimento, apontando a rota mais segura e o porto final de maior significação para os que se encontravam no mundo.
Encarnando, desencarnando e reencarnando o Espirito elabora o programa que se lhe faz mais pertinente e próprio para a sua felicidade, avançando, detendo-se ou conquistando, na marcha, os componentes e valores que lhe apressam ou retardam o desenvolvimento.
A própria paisagem moral da criatura humana, no planeta, na sua variada gama de expressões e conquistas, demonstra a ancianidade de umas e a juventude de outras, na variação quase inconcebível dós interesses e aspirações.
Por outro lado, os sofrimentos de todos os matizes, que são detectados no ser humano, ao lado dos recursos intelecto-sociais e econômicos que os dessemelham, confirmam a história diferenciada dos comportamentos vividos pelos diversos grupos, embora marchando ao encontro dos mesmos fins.
As aptidões e tendências de que dão mostras os diferentes indivíduos,
constituem, sem dúvida, o resultado atávico das suas vivências anteriores.
As afinidades e as antipatias humanas são outro capítulo das recordações inconscientes do ser, unindo-se aos antigos afetos ou buscando-os, enquanto repelem os anteriores inimigos, embora os códigos das Leis Soberanas estabeleçam o impositivo da fraternidade legítima, perdoando-se o mal e fomentando-se todo o bem que se possa e se deve praticar.
A reencarnação é a chave mestra para a decifração dos mistérios da vida, promovendo e dignificando o Espírito, que evolui com os títulos do esforço pessoal, portanto, das próprias conquistas sob a sublime paternidade de Deus.
Não foi por outra razão que Jesus postulou: “Nenhuma das ovelhas que o Pai me confiou se perderá”, para logo completar: “Ninguém entrará no reino de Deus sem pagar a dívida inteira, ceitil por ceitil”, ao que o Espiritismo adiu: “Nascer, viver, morrer e renascer ainda, tal é a lei.”
A reencarnação pode ser considerada como a alma da justiça ínsita na vida, definindo: conforme hoje vive o homem, assim ele estabelece as linhas e os recursos de que necessita para a existência de amanhã.
Aristides Spínola por Divaldo Franco do livro:
Antologia Espiritual
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