sexta-feira, 2 de setembro de 2022

Fábula da avezinha

Fábula da avezinha

Eduardo Carvalho Monteiro



O recinto em que foi recebido era confortável e exalava doces vibrações de suas paredes imantadas pela prece. O Benfeitor Espiritual de expressão dúlcida e amorosa, aproximou-se de Alarico e envolveu-o em afetuosas vibrações de carinho. O semblante do guerreiro, carregado pela apreensão, em instantes desmanchou-se em recíproca doação de amor fraterno.

- Prezado irmão – iniciou o mentor – conta-se que, ao ser criado o mundo e seus habitantes, pouco satisfeita com suas condições de inferioridade, uma avezinha pediu uma audiência ao Ser Supremo e lhe falou de suas desditas: 

- “Venerável Senhor, sou do mundo dos menores seres que criastes, por isso me constituo em presa fácil aos outros habitantes da floresta; é-me custoso conseguir alimentação, porque as melhores plantas e ervas, os animais mais lépidos me subtraem; muitas vezes distraída, mal consigo fugir às patas assassinas dos leões ou dos cavalos; enfim, Senhor, não consigo receber o benefício dos raios solares porque a vegetação me cobre, e quando da época de chuvas, a enxurrada deixa à mercê meu corpo frágil... e assim sendo, Amorável Senhor, pedi-lhe essa entrevista para dizer-lhe das minhas mazelas e contar como é pesada a minha cruz... logo eu, que sou um dos menores seres que criastes e já carrego tão pesada cruz sobre os ombros... rogo-te, Senhor, dá-me a solução para tão duras provas!” 

E o Senhor da Vida, com seu olhar compassivo e terno, compreendendo as preocupações da ave súplice e humilde, lhe
diz:

- “Um pai que ama e quer bem a seus filhos procura favorecê-los com os melhores cenários e roupagens necessários para sua apresentação no Teatro da Vida; este Pai desvelado nunca colocaria em ombros frágeis cruz impossível de ser suportada, portanto assuma o envoltório corporal que recebeste por dádiva celeste e em retornando ao prado de onde vieste, procura levar tua cruz com galhardia, harmonizando-a ao teu corpo frágil e gracioso, e concluirás que da maneira com que adaptares esta cruz a ti mesma, dependerá a tua felicidade ou infelicidade!”

- A pequena ave, muito embora tivesse saído mais aliviada, não compreendeu a profundidade da lição, mas voltou para seu sítio e lá continuou sua vidinha apreensiva, marcada pelos perigos costumeiros. Por medida de precaução, procurava sempre ela pequenas elevações para proteger-se de possíveis enxurradas... mas, nesta ocasião, as chuvas foram tão fortes que mesmo naquele refúgio, até então seguro, via-se ameaçada... Desesperada ante o iminente perigo, e tendo esgotado todas as suas forças, arrastando-se pelo chão... eis que, instintivamente, ergue suas asas estabanadamente e percebe que estava se elevando do chão! Protegida já nos ramos de um arbusto, passa a refletir nas palavras do Senhor da Vida e percebe que suas asas formavam a própria cruz de que tanto se lamentava, e que bastou aprender a conviver com ela para que se tornasse um dos habitantes mais livres, alegres e belos que a floresta jamais tivera!

Permanecia, o Espírito de Alarico, embevecido ante as lições recebidas e a ternura com que o Amável Benfeitor transmitia através da conversação. Indizível bem estar interior percorria-lhe o Espírito, prenunciando abençoado desfecho para a entrevista.

- A dor, - prosseguiu a Entidade – que nem sempre sabemos carregar, pode tanto transformar-se no suplício daquela ave rastejante, como na cruz abençoada que a promoveu a um dos mais belos exemplares da floresta! Infelizmente, o humano ainda não está preparado para entender a necessidade do sofrimento, nosso abençoado companheiro. Os cientistas, os médicos, os curandeiros esmeram-se em aperfeiçoar os lenitivos para as dores humanas, utilizando-se desde as mais sofisticadas técnicas da cibernética até a simplicidade das ervas, no entanto, o mais alto grau que atentarem conseguir com suas técnicas, será apenas um paliativo, porque combaterão apenas os efeitos. As causas não serão atingidas. As verdadeiras causas, que estão alojadas no Espírito, poucos as compreendem e combatem. A Terra, a cujos limites estamos vinculados, bem o sabeis, é um campo de provas e expiações.

Resgatar um passado culposo significa aproximar-se de Deus e, à medida que dimana dentro de nós esse desejo, vemo-nos irresistivelmente presos às raízes de nossas angústias que dificultam nossa marcha ascensional. Urge, então, renovar valores, cicatrizar feridas, promover reconciliações e, acima de tudo, grafar indelevelmente no mais profundo de nossos corações a lição do amai-vos uns aos outros. Sob a luz desta verdade, aprenderemos a viver mais cooperativisticamente, substituindo ódios, competições aviltantes, traições mortíferas por confiança mútua, amor desinteressado e realizações nobilitantes.

Trecho extraído do livro:
A extraordinária vida de Jésus Gonçalves
de Eduardo Carvalho Monteiro

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