quarta-feira, 18 de julho de 2018

Pontualidade

Pontualidade

Martins Peralva



Transcrevamos, literalmente, as palavras iniciais do capítulo “Assimilação de correntes mentais”, da pág. 41 de "Nos Domínios da Mediunidade":

"Faltavam apenas dois minutos para as vinte horas, quando o dirigente espiritual mais responsável deu entrada no pequeno recinto."

Eis aí uma observação de capital importância para os que dirigem ou compõem, na qualidade de médiuns ou colaboradores, núcleos de trabalhos práticos de Espiritismo.

Pontualidade!

Hora certa para início das tarefas, sem esquecimento da preparação que nos compete, enquanto aguardamos o momento dos santos labores do mediunismo com Jesus!

Notemos que somente dois minutos antes o dirigente espiritual deu entrada no recinto.

Imaginemos, agora, que aquele elevado instrutor se defrontasse, como às vezes acontece, com um agrupamento heterogêneo, de encarnados barulhentos e irresponsáveis, cada um a comentar a seu modo e a ressaltar, muita vez maliciosamente, os acontecimentos do dia, de nenhum interesse para os trabalhos da noite.

Imaginemos a posição do devotado benfeitor que, após concluir, noutros setores, encargos respeitáveis, comparece, nobre e digno, para os serviços preparados, e encontra companheiros negligentes e descuidados, ruidosos e inconvenientes, a comentarem assuntos de natureza exclusivamente material; uns médiuns chegando agora, outros mais tarde; o dirigente descontrolado, a censurar uns e outros, contribuindo, mais ainda, para a desarmonia psíquica do ambiente.

Será que entidades tão venerandas, com tamanhos afazeres a realizar, investidas de tão santas responsabilidades e compreensão dos deveres, continuarão, numa verdadeira «pregação no deserto», assistindo núcleos que funcionam na base da negligência e da irresponsabilidade?

Temos nossas dúvidas a este respeito.

É-nos impossível crer que Espíritos realmente superiores compartilhem da indisciplina que é própria a nós outros, cooperadores encarnados, de modo geral.

Há grupos que têm o início dos seus trabalhos marcado para as vinte horas, porém, por este ou aquele motivo, tais serviços vão começar lá para as vinte e trinta horas e, às vezes, até mais tarde...

Será que os Bons Espíritos, cujos instantes, na Espiritualidade, são contados e aplicados na execução de programas enobrecedores, não somente a benefício dos outros, mas de si mesmos, uma vez que estão sujeitos, igualmente, a programas de aprendizado, recebendo instruções em setores especializados, será que Espíritos desse quilate suportarão, indefinidamente, a ausência de responsabilidade que ainda se verifica em muitos núcleos, onde a compreensão mais elevada do serviço de intercâmbio construtivo entre os dois planos ainda não se fez de todo?

Que eles suportem algum tempo, acreditamos; mas, indefinidamente, não podemos crer.

O fato de o irmão Clementino ter chegado às vinte horas menos dois minutos, mostra-nos, claramente, como o problema da pontualidade é levado a sério no Espaço, o que, aliás, é muito lógico e racional, uma vez que entre os encarnados responsáveis existem o gosto e o cultivo da pontualidade.

Um núcleo espírita, de trabalhos mediúnicos ou doutrinários, que inicia os serviços hoje às vinte horas, na próxima semana às vinte e trinta e, assim, sucessivamente, sem o mais elementar senso de pontualidade, não pode, evidentemente, esperar a assistência de Espíritos superiores, mas, sim, de Espíritos dotados de ideias e "programas" equivalentes aos dos próprios componentes de tais núcleos.

Colocamos a palavra programa entre aspas, porque existem programas de todo o tipo, inclusive para destruir.

Quando penetrarmos num centro espírita, deixemos do lado de fora a desídia e a irresponsabilidade.

Um templo espírita é um santuário de prece e de trabalho. O recinto, onde se realizam serviços mediúnicos, é o altar desse santuário.

Ao ocuparmos o lugar que nos é reservado, iniciemos logo a preparação que nos compete, através do silêncio e da meditação superior, da prece sincera e da concentração, a fim de que, alimentando as nossas mentes de forças superiores, criemos para os trabalhadores do Espaço o clima de harmonia que eles esperam, desejam e precisam.

Se desejamos valorizar o nosso trabalho, devemos honrá-lo pelo respeito e pela sinceridade de propósitos, atraindo, assim, as atenções e o amparo de entidades respeitáveis.

Se, entretanto, desejamos conduzir os serviços mediúnicos com aquele espírito de frivolidade que caracterizou a observação dos fenômenos nos aristocráticos salões da França do século 19, continuemos a realizá-los sem método e sem espírito de misericórdia, sem caridade e sem elevação de propósitos, ficando, entretanto, certos de uma coisa: as entidades da sombra comandarão tais serviços...

Martins Peralva do livro:
Estudando a Mediunidade (FEB)

José Martins Peralva


Nasceu em 1º de abril de 1918, em Buquim (SE). Uma das figuras mais destacadas do Movimento Espírita de Minas Gerais, Martins Peralva iniciou-se no Espiritismo sob assistência e orientação diretas de seu pai, excepcional médium curador. Teve a infância e a adolescência enriquecidas por fatos extraordinários e pelo contato com a Doutrina, o que lhe proporcionou formação espírita essencialmente baseada em Allan Kardec. Quando chegou a Belo Horizonte, em setembro de 1949, a Mocidade Espírita “O Precursor”, contava apenas 6 meses de existência. Integrou-se ao movimento juvenil, foi um dos mentores da Mocidade, função que corresponde hoje à de coordenador. Escreveu cinco obras evangélico-doutrinárias de reconhecido valor: Estudando a Mediunidade, Estudando o Evangelho, O Pensamento de Emmanuel, Mediunidade e Evolução e Mensageiros do Bem. Sempre colaborou em jornais e periódicos espíritas, escreveu durante muitos anos artigos sobre Doutrina Espírita no principal jornal dos mineiros – o matutino O Estado de Minas. Martins Peralva desencarnou em Belo Horizonte (MG), em 3 de setembro de 2007. (Fonte: Reformador, 2007.)
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