Queixa e reencarnação
Joanna de Ângelis
O hábito da queixa ou reclamação constitui um dos mais graves condicionamentos que a criatura permite incorporar à conduta cotidiana.
Diante das concessões fecundadas que lhe chegam através das manifestações da Vida, o homem somente motivos possui para louvar e agradecer, jamais para queixar-se.
Se acaso lhe falta a saúde, mediante o conhecimento da reencarnação sabe que expunge delitos cometidos em existência anterior, contra o equilíbrio orgânico ou psíquico, de cuja falta ora se ressente.
Se experimenta dificuldade financeira, ou vive em miséria sócio-econômica, pelo mesmo motivo descobre que a escassez atual é decorrência do desperdício a que antes se entregou, levianamente.
Se recolhe calhaus e espinhos pela senda por onde peregrina, constata que a semeadura é sempre responsável pela colheita.
Se carpe amargura e abandono, detecta que tem aquilo que negou aos outros corações, quando lhe buscaram socorro e companhia.
Se vive sob os camartelos da aflição íntima, sem bálsamo que lhe minimize a agonia dilaceradora, percebe que repara existências descabidas que lesaram vidas e as exauriram sob condições perversas.
Para cada situação amarga, defronta análoga dívida pretérita responsável pela situação hoje existente.
Sem embargo, são incontáveis, mesmo nas conjunturas mais desditosas, os dons e os valores de que se desfruta e, não obstante, se esquece de considerar.
A reencarnação é a resposta para todas as ocorrências da vida humana.
Crescendo através de etapas, o Espírito é o responsável por todas as manifestações de felicidade ou de desdita que surpreendem, no nosso processo de evolução.
Assinalado para a glória e a liberdade total, adquire experiências iluminativas, ora pelo sofrimento, vezes pela realização operante no bem.
A sua opção gera as consequências jamais diferentes das ações encetadas.
Queixar-se portanto é atitude anestesiante, negativa, mecanismo de evasão de responsabilidade.
A queixa corrompe o homem e o conduz ao pessimismo, engendrando situações deprimentes quão desagradáveis.
Ao invés de reclamação insensata, cabe ao homem corrigir o erro, quando disponha de ocasião e, em caso contrário, avançar, produzindo o melhor, graças ao que modificará os fatores e circunstâncias perniciosas.
A função básica do conhecimento é a libertação da ignorância, com a consequente responsabilidade moral.
Quem sabe, melhor avança, mais seguro se movimenta.
O conhecimento espírita, por sua vez, possui a superior característica de mudar para melhor a estrutura moral e emocional da criatura, a fim de que esta logre vencer os testes da evolução, a que todos são submetidos, no processo natural de crescimento interior e aquisição de paz.
Queixar-se, portanto, nunca, por ser uma atitude sempre injustificável.
Joanna de Ângelis por Divaldo Franco do livro: Vigilância.
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