sábado, 9 de janeiro de 2016

Psicoterapia do esforço pessoal

Psicoterapia do esforço pessoal

Joanna de Ângelis



A parábola dos talentos, que se encontra no Evangelho de Jesus, constitui extraordinário convite à busca da saúde integral e à perfeita conquista dos elevados objetivos existenciais, aqueles que são primaciais em todas as existências humanas.

Em síntese, refere-se a um homem poderoso que, necessitando viajar, convidou alguns dos seus servos à sua presença e ao primeiro entregou cinco talentos, ao outro dois e ao terceiro apenas um. Explicou-lhes que, ao retornar, pedir-lhes-ia contas.

Assim ocorreu. Quando da volta reuniu os servos que prestos fizeram-se presentes, a fim de devolver ao amo as moedas valiosíssimas que lhes haviam sido confiadas.

Aquele que recebeu cinco talentos, disse-lhe:

- Ante a grave responsabilidade que me foi deferida, apliquei o tesouro em negócios rendosos que me foram confiados e lucrei outros tantos, que aqui estão somados a dez.

De imediato, o outro também explicou:

- Com os dois talentos que me foram confiados, realizei negócios felizes e os dobrei, agora dispondo de quatro.

O último servo, porém, estranhamente relatou:

- Eu sei que sois severo e poderoso de tal modo, que colheis onde não semeais e por temor da vossa justiça enterrei o dinheiro, com medo de perdê-lo e agora vo-lo devolvo.

O senhor, contrariado, reagiu com energia:

- Servo mau e indolente. Tu reconheces que sou exigente e justo, por preguiça e falta de valor moral sepultaste a moeda que poderias haver multiplicado, como fizeram os teus companheiros, e a devolves sem qualquer lucro.

- Que se lhe tome o talento, seja entregue ao que tem mais e se puna o covarde demoradamente, onde haja dores e ranger de dentes.

Expressivo número de teólogos afirma que a parábola refere-se ao fim dos tempos, quando da separação entre os bons e os maus, no grande julgamento. Embora essa perspectiva luminosa e real, podemos atualizar o ensinamento à luz da psicologia profunda, modernizando o seu conteúdo e relacionando-o com a sociedade contemporânea.

O talento, a moeda a que se refere Jesus, era de altíssimo valor, porque cunhado em ouro maciço sendo utilizado em vários países da época, possuindo um alto poder para empreendimentos.

Interpretando o pensamento do sublime Psicoterapeuta galileu, consideremos que o ser humano encontra-se aquinhoado por talentos de inapreciado valor, tais como a saúde, a inteligência, a emoção, o conhecimento, as possibilidades de crescimento intelecto-moral, entre outros.

A todos é facultada a aplicação desses grandiosos recursos, a fim de que se multipliquem de maneira pródiga, tendo em vista a alta potencialidade que cada qual dispõe.

A própria existência física faculta-lhe o livre-arbítrio responsável pela maneira como se utilize do expressivo tesouro.

Toda vez quando são aplicadas essas concessões, pela vontade de progredir, tornam-se mais expressivos e enriquecedores.

Se desconsideradas, permanecem aguardando e convertem-se em carga psicológica perturbadora que conduz não somente a transtornos do comportamento como a somatizações de grave porte.

Indivíduos inescrupulosos, cuja conduta reprochável procuram ocultar ou proclamá-la, representam o terceiro servo que, fingindo respeito pelo amo, enterrou a moeda, inutilizando a sua finalidade, que é produzir trabalho, fomentar o progresso.

Outros que escamoteiam os conflitos em que estorcegam, também estão na mesma condição, vitimados por complexos psicopatológicos a que se entregam sem real interesse para a libertação.

Aqueles, no entanto, que se afadigam pela conquista da plenitude, aplicam os expressivos instrumentos em trabalhos infatigáveis, esforçando-se para retirar o máximo proveito do próprio empenho.

Nenhuma conquista é lograda sem a dedicação e o esforço para lográ-la. O insucesso, quando ocorre, embora produza dor, não diminui o entusiasmo para depois ser conseguido o triunfo.

Deve-se tentar e investir, mesmo tombando e se levantando, errando e acertando, quando, então, plenifica-se.


*   *   *

Portadores de inúmeros distúrbios são possuidores dos talentos que os podem favorecer, desde que se disponham ao investimento no trabalho de autoaprimoramento, de respeito às condições em que se encontram.

Transformando sua fragilidade em força, retemperam o ânimo e libertam-se das cadeias invisíveis da ociosidade e da autocomiseração, rumando em direção à saúde.

Todo aquele que culpa outros pelo seu fracasso, repete a frase do servo imprevidente que fez crer que a sua atitude relapsa era da responsabilidade do amo, em razão da sua severidade e rigidez.

Quando a pessoa se escusa de assumir os efeitos da sua indolência apoia-se no complexo de superioridade que busca ocultar o oposto, o de inferioridade, utilizando-se de bengalas psicológicas tais: Quem sou eu? Eu não posso. Não nasci para o sucesso. Sou infeliz.

O talento da saúde é quase sempre menosprezado por ser atirado ao poço venenoso do prazer vicioso em que desgasta as resistências que a constituem, sendo surpreendido, quando menos espera, pelas doenças irreversíveis.

O amo retorna, na parábola, quando não é esperado. Assim acontece com a colheita dos atos na existência humana.

Como retirar-se dele o talento para dá-lo ao que tem mais? É óbvio que o possuidor aplicado, na dolosa lição do leviano, precata-se e cuida-se, prosseguindo ativo e operoso.

A inteligência, esse outro talento sublime, deve ser utilizada para o próprio desenvolvimento, já que a sua expansão depende do exercício, do esforço constante para o seu engrandecimento.

Bem poucas criaturas, no entanto, retiram o proveito desse grandioso recurso, acomodando-se às conquistas elementares e transferindo para dia futuro nenhum o dever de acioná-la com critério e rigor.

As emoções correspondem aos cinco talentos que se devem multiplicar ao infinito, educando-as, aformoseando-as em ininterrupto treinamento pelo amor para proporcionar equilíbrio e bem-estar.

Qualquer pessoa que se encontre sob os camartelos dos conflitos íntimos, pode deter-se no exame dos talentos que lhe foram confiados e, com vontade bem dirigida, passar a aplicar cada um deles conforme as assertivas do Evangelho e, sem dúvida, a existência mudará de sentido.


*   *   *

Dispõe-te a trabalhar-te, renova-te a cada instante e prepara-te para a prestação de contas que te será solicitada, possivelmente sem aviso prévio.

Aquele que não considera o significado dos bens de que se encontra favorecido, padece as constrições da negatividade, range os dentes na tensão emocional que se permite e sofre sem conforto.

Jesus, o Psicoterapeuta por excelência, ofertou à humanidade para todo o sempre, os talentos que lhe facultam a conquista da glória estelar.

Joanna de Ângelis.
Psicografia de  Divaldo Franco, na sessão mediúnica da noite
de 27 de maio de 2015, no Centro Espírita Caminho da Redenção, em Salvador, Bahia.

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