quinta-feira, 27 de janeiro de 2022

Consumismo Doméstico

Consumismo Doméstico

Thereza de Brito



Ocasiões existem em que se torna necessário fazer uma pausa para avaliar a nossa postura à frente da existência, nos limites do nosso caminho, quanto na esfera do lar.

No mundo, é costume tornarmo-nos mundanos em qualquer parada para a verificação do como ou do quanto vimos realizando, capaz de dificultar a nossa própria marcha.

Embora possamos ter conhecimentos vários de técnicas psicológicas ou psicossociais, utilizadas no conjunto da propaganda, articuladas por meio dos veículos de comunicação de massa, continuamos no mesmo diapasão de inconsciência relativamente à nossa adesão e aceitação de tais iscas.

A arte da propaganda que, claramente, cada dia mais se aperfeiçoa, mais encanta, traz, por isso mesmo, a magia capaz de atuar sobre o psiquismo das massas, colhidas passivamente em suas poltronas de acomodação mental.

Temos que pensar, indubitavelmente, na oportunidade de progresso que Deus nos concede. Deveremos estar atentos às mil e uma fontes de atração que o mundo oferece, com o fim de acordar nosso discernimento.

Em "O Livro dos Espíritos", o grande mestre Allan Kardec apresenta notável pergunta aos Sempre Vivos sobre o motivo de o Criador haver posto nas coisas materiais o visco atrativo, a tentação por conseguí-las. (KARDEC, Allan. - O Livro dos Espíritos, 45ª ed., FEB, perguntas 712 e 712-a.). Os nobres Emissários do Além disseram-lhe que as tentações serviriam para provocar a criatura para o cumprimento da sua missão no mundo. A partir daí, à medida que se desenvolve seu raciocínio, vai compreendendo a improcedência dos excessos. Se o homem não tivesse o desejo de conseguir isso ou aquilo, certamente, não se interessaria por trabalhar uma vez que na Terra o labor tem o sabor de castigo e o cheiro de padecimento.

Vemos dessa forma, que o anseio  de possuir de comprar, de obter é perfeitamente natural, pois atende aos projetos progressistas que os Céus engendram para os seres humanos.

Entretanto, bastante distinto de adquirir, de comprar será, sem dúvida, o adquirir indefinidamente e comprar sem razão.

Quantas são as pessoas que compram por comprar, gastam por
gastar, sem qualquer consideração para com a própria vida, sem qualquer reflexão acerca da utilidade que poderia patrocinar para terceiros, do próprio lar ou da relação social?!

Quantos que adquirem para exibir poder econômico ou pujança social, sem qualquer necessidade mais nobre?

Tantos que sofrem, obsessivamente, a compulsão psiquiátrica para o consumo inveterado, sem razão reflexiva.

***

Ninguém está impedido de consumir, de obter pequenos supérfluos, atendendo ao gosto pela vida e às possibilidades que ela consente. Contudo, o excesso, conforme afirma o livro acima referido, certamente será a geratriz de tormento sem conta, nos caminhos terrenos.

Alguém poderá banquetear-se nos melhores restaurantes, gastando o próprio dinheiro como queira. Porém, se a seu lado algum irmão padece fome, sem contar com sua cooperação amiga, estará consignado o crime de lesa-fraternidade.

Alguém poderá viver as férias viajando por toda parte, nos mais modernos aviões ou nos mais caros cruzeiros, dispendendo suas moedas valiosas. Mas, se a seu redor algum companheiro deslocar-se a pé para atender aos deveres, por falta de recurso para a mínima condução, aí estará o ônus moral, caracterizando o acinte às Leis de Amor.

Alguém poderá viver na mais suntuosa mansão, no palácio mais exuberante, rodeado por todas as facilidades que o progresso da tecnologia permita, aplicando suas riquezas mais grandiosas. Todavia, se na sua estrada comum houver um ser que não tenha o mínimo teto para albergar-se, nisso estará assinalado o egoísmo infelicitador, demarcado com perspectivas expiatórias os passos futuros.

Alguém terá condições de vestir-se com as mais formosas sedas, com os mais custosos linhos, nos galarins da moda mais atual, empregando seus ganhos abundantes. Porém, se no circuito da sua existência algum irmão estiver ao frio, tiritante ou desnudo, sem um pano qualquer que o resguarde, aí estará o crime da indiferença, responsável por dores morais dantescas.

***

Pensamos, então, que o problema não será ter isso ou ter aquilo.

O problema é o modo como as coisas são tidas, obtidas e mantidas.

É importante que consigamos viver com pouco ou com muito, sem nos escravizarmos aos gastos improcedentes, frutos da ilusão da propaganda, aquisições que logo estarão em nossas gavetas, nos cantos de armários, nos porões, sem utilidade.

Quando descubra que o seu lar, atrelado ao consumismo tresloucado, ajuntou coisas e coisas que não são usadas, faça-as passar a outras mãos, com a sua vibração de fraternidade, é certo, mas também, com o compromisso de você realizar o esforço da educação das suas despesas, sem que se faça sovina ou onzenário, porém, responsável multiplicador dos bens divinos que, por agora, você administra.

Thereza de Brito por J. Raul Teixeira do livro:
Vereda Familiar

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