Do que Valem?
Eros
O mercador do deserto amealhara durante toda a vida um tesouro incomum.
Nas suas intérminas viagens por longes países sempre cobiçara pérolas e diamantes, rubis e esmeraldas, ágatas e objetos de ébano para a sua coleção, que o tornara tão invejado quanto detestado.
A sua caravana de camelos adestrados estava sempre percorrendo o deserto, visitando oásis, realizando trocas de mercadorias que lhe propiciavam grande lucro para a cobiça desmedida.
No esplendor da sua glória e possuidor de incalculável soma em ouro, prata, objetos de arte e pedras valiosíssimas, planejou aposentar-se e viver contemplando todo o poder que ocultava em suntuoso palácio.
Incapaz de controlar a avidez desmedida, planejou uma última excursão a distante lugar, no qual, diziam, as pérolas pareciam peras pálidas e uvas reluzentes...
Não podendo domar a paixão, preparou poderosa caravana e atirou-se à aventura ambicionada.
O êxito da sua jornada foi a coroa da sua existência.
E quando retornava com mais tesouros de arte e de gemas, um inesperado simum soprou poderoso ameaçando todas as vidas. O vendaval crescia cada vez mais, e, nada obstante, a experiência dos condutores, os animais foram levados de roldão com a sua preciosa carga, separando a caravana e despedaçando todos os planos elaborados.
Quando amainou, vencido pelo cansaço e quase asfixiado pela areia que lhe vergastara o corpo e especialmente a face, embora coberta, o mercador deu-se conta que estava a sós. Houvera tombado do animal, que lhe escapara das mãos e, sem rumo, pôs-se a pervagar pelas dunas ardentes.
Lentamente o desespero se lhe apossou, a sede começou a devorar-lhe as estranhas, a fome passou a queimar-lhe as vísceras e começou a sentir a aproximação da morte.
Nesse comenos de angústia e desespero, começou a gritar:
- Todos os meus tesouros, tudo o que possuo, eu trocarei por um pouco de água.
E segurando uma gema valiosa que esplendia no cabo da cimitarra ainda presa à cinta, começou a chorar, porque ali, não tinha qualquer valor...
Despertara para a realidade da vida e o legítimo valor das coisas, descobrindo, tardiamente embora, que somente possuem significados aqueles tesouros que podem resolver os desafios existenciais no momento em que ocorrem: paz de espírito, confiança irrestrita em Deus, coragem para a luta.
Tudo quanto se possui exteriormente fica na Terra de onde veio, apenas seguem as sublimes concessões da vida imortal com aquele que as cultiva e preserva.
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- Para seguirmos corretamente o espiritismo, devemos submeter todas as mensagens mediúnicas ao crivo duplo de Kardec, sendo eles, a razão e a universalidade.
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