Riqueza e Liberdade
Eros
Convidado por excêntrico marajá para uma refeição pomposa, que se declarava o homem mais feliz do mundo, o Mestre generoso aquiesceu em participar do banquete no suntuoso palácio.
No dia aprazado, vestido com a simplicidade que lhe era habitual, num tecido branco que se lhe enrolava pelo corpo alquebrado e cuja parte final repousava sobre o ombro, apresentou-se à entrada e foi conduzido ao salão luxuoso onde se daria o refinado repasto.
Decorada com capricho, a mesa imensa apresentando esplêndida variedade de alimentos, provocava o paladar mais exigente.
Iniciada a opípara refeição ao som de instrumentos habilmente tocados, o marajá não ocultava a felicidade de que se sentia possuído.
Outros convidados exultantes, elogiavam o banquete, enquanto gargalhadas estrondosas vibravam no ar.
O homem santo, discreto e nobre, porém, alimentava-se frugalmente, apresentando a face aureolada de suave paz.
Terminado o repasto, foi convidado pelo seu anfitrião a visitar a sala dos tesouros, onde a imensa fortuna cobiçada por muitos se encontrava acumulada, avaramente guardada por homens armados e por trancas fortes nas suas portas vigorosas.
Explicando o significado de diversas gemas que eram apresentadas ao Sábio, a sua procedência e o seu valor, o mesmo se mantinha sereno como se apenas estivesse olhando pedras outras comuns.
Após exibir uma parte do fabuloso tesouro, agora em exposição cuidadosa nos armários que lhe eram abertos e ficavam iluminados, eis que um sorriso amplo iluminou a face do convidado, que não mais pôde permanecer indiferente a tanto poder e luxo terrestre.
Convencido de o haver conquistado através da cobiça, interrogou-o o grande marajá com alguma malícia na voz:
- Ante a alegria que o invade, espontânea e luminosa, gostaria de dizer-lhe que terei imenso prazer em oferecer-lhe qualquer uma dessas gemas ou colares. Basta que me aponte aquele que mais o fascinar.
- Agradeço, sensibilizado, a sua oferta - respondeu o Guru.
- Mas, como? - Indagou o poderoso - Declina da minha honrosa oferta? Por que, então, está sorrindo?
Sem demonstrar enfado ou desencanto, esclareceu, o visitante, com tranquilidade:
- Estou muito sensibilizado com a sua grandeza de doador. Por isso, não subestimo sua oferta. No entanto, sorrio por descobrir definitivamente como é bom ser livre e realmente rico quanto me sinto, constatando tudo aquilo de que não tenho a menor necessidade, mesmo ante o esplendor dessas coisas que brilham, mas não têm significado algum para mim...
A seguir, solicitou licença ao poderoso marajá, e atirando a ponta da indumentária que lhe escorregara dos ombros magros novamente para o lugar onde deveria ficar, saiu na direção do mundo dos sofredores onde residia…
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- Para seguirmos corretamente o espiritismo, devemos submeter todas as mensagens mediúnicas ao crivo duplo de Kardec, sendo eles, a razão e a universalidade.
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