sexta-feira, 20 de dezembro de 2024

Pluralidade dos mundos habitados

Pluralidade dos mundos habitados

Richard Simonetti


No Universo há outros mundos habitados, com seres de diferentes graus de evolução: iguais, mais evoluídos e menos evoluídos que os homens.

 

Para os antigos o céu era o teto da Terra.

Nele fixados o Sol, farol que sustentava o dia; a lua e as estrelas, luzes que enfeitavam a noite.

Obedecendo a indevassável mecanismo, a abóbada celeste movimentava-se em torno da Terra.

Quando surgia, o Sol espantava a noite.

Quando o Sol declinava, morria o dia.

A Ciência engatinhava e suas concepções se confundiam com a teologia dogmática:

A Terra, o centro do Universo.

O Homem, o rei da criação.

Com o tempo descobriu-se que o teto da Terra é o infinito; as luzes do Céu, astros distantes.

Não obstante, durante séculos, a religião, atrelada ao carro do poder temporal, impôs suas concepções, valendo-se de precários cálculos e observações de Ptolomeu, astrônomo grego que viveu no primeiro século da era cristã. Ele foi o autor da teoria geocêntrica, em que se sustentava a fantasia teológica.

Proibido avançar além dela.

Castigo — a morte!

É bastante ilustrativo o episódio famoso, envolvendo o astrônomo italiano Galileu Galilei, no século XVII, levado às barras de um tribunal inquisitorial. Foi convidado, sob pena de arder na fogueira, a negar a concepção que defendia, atribuída a Nicolau Copérnico, que vivera um século antes.

Era a teoria heliocêntrica, segundo a qual a Terra não é o centro do Universo, mas apenas humilde planeta que gira em torno do Sol, pequena estrela de quinta grandeza.

inadmissível para as autoridades religiosas que o Homem, o rei da Criação, habitasse um grão de poeira, em areai infinito.

Conta-se que Galileu, que não tinha vocação para o martírio, negou a teoria heliocêntrica, mas afirmou, ao mesmo tempo, aos seus companheiros:

Eppur, si muove.

Apesar de toda a intransigência, daquele fanatismo tolo, a Terra se move.

Galileu, valendo-se de uma invenção a ele atribuída — o telescópio, confirmara com cálculos matemáticos as conclusões de Copérnico.

Com o desenvolvimento da ciência astronômica ficou impossível sustentar o geocentrismo. Hoje, qualquer criança de primeiro grau tem consciência de que a Terra é apenas um satélite do Sol.

Sabe, também, que há outros planetas no sistema solar — Mercúrio, Vénus, Marte, Júpiter, Netuno, Plutão, Saturno e Urano, num total de nove.

O Sol pertence a uma família de estrelas, a Via Láctea, galáxia que tem perto de 200 bilhões de estrelas.

E há bilhões de galáxias!

Quando pensamos nessa vastidão infinita somos levados a admitir que não estamos sós.

Certamente há vida em outros rincões do Universo.

No passado, raros cientistas cogitavam dessa possibilidade. Estrela sustentando uma família de planetas, como o Sol, seria uma exceção no Universo. Por outro lado, quanto mais avançavam as pesquisas sobre nosso sistema solar, mais os cientistas se convenciam de que só havia vida na Terra. Os demais planetas são muito quentes, como Mercúrio e Vénus, onde a temperatura chega a 500 graus centígrados, ou muito frios, próximo a 200 graus abaixo de zero.

Hoje as ideias são outras.

Não há como negar a existência de vida em outros rincões do espaço infinito.

Com a moderna tecnologia foram descobertos vários planetas fora de nosso sistema solar e, segundo cálculos de especialistas, admite-se havia somente na Via Láctea pelo menos cem mil planetas com possibilidade de serem habitados por seres que fazem uso da inteligência, alguns certamente compondo civilizações mais avançadas que a nossa.

Há importante pesquisa sobre a vida em outros planetas, iniciada na década de 60, e que envolve muitos países, com a utilização de radiotelescópios.

São aparelhos semelhantes às antenas parabólicas, mas muito maiores, usados para captar mensagens radiofônicas de outros mundos.

Seria a suprema realização, para comprovar que não estamos sós no Universo.

O problema é a vastidão do Cosmos.

Sintonizar uma civilização extraterrestre é como procurar agulha num palheiro sem fim.

Por outro lado, haveria insuperável problema de comunicação. Suponhamos que captássemos sinais emitidos por uma civilização situada há mil anos-luz da Terra. Estaríamos recebendo uma transmissão feita há dez séculos, já que as ondas hertzianas viajam à velocidade da luz. A resposta levaria o mesmo tempo para chegar lá.

Um diálogo pediria o concurso dos milênios.

O mesmo problema da distância diz respeito à presença de extraterrestres, os decantados ETs.

Grande parcela da população acredita nessa possibilidade. Frequentemente, a imprensa noticia que pessoas viram os famosos discos voadores; outras teriam entrado em contato com seus tripulantes.

Há histórias incríveis acerca dessas declarações.

Quando pesquisadas, revelam-se fantasias, ilusões de óptica, fenômenos atmosféricos, alucinações, mistificações...

É possível que tenhamos recebido ou venhamos a receber a visita de extraterrestres, mas as dificuldades a serem superadas são ponderáveis.

A primeira é a distância.

Considerando, com Einstein, que a velocidade limite do universo é a da luz — trezentos mil quilômetros por segundo — uma nave que se deslocasse a essa espantosa velocidade, partindo de um planeta situado a cinquenta anos-luz, levaria exatamente esse tempo para chegar aqui. Entre ida e volta seriam cem anos.

Ainda de acordo com as teorias de Einstein, se alguma civilização conseguisse desenvolver engenhos capazes de deslocar-se tão rápido quanto a luz, dentro da nave o tempo fluiria mais lento. Um astronauta de retorno, após vinte anos, constataria estar centenas à frente, como se houvesse viajado para o futuro. Todas as suas ligações, envolvendo família, amigos, sociedade, profissão, estariam perdidas.

Há o problema do combustível. Para se chegar a um décimo da velocidade da luz, segundo cálculos atuais, haveria necessidade de um impulso inicial que exigiria algo equivalente a toda a energia que o homem consumiu desde o seu aparecimento na Terra.

A sede de devassar o Cosmos é própria das ambições humanas, envolvendo conquistas.

Seres superiores, capazes de remover todas as dificuldades de uma viagem interestelar, teriam atingido um patamar superior de conhecimentos que fatalmente os estimularia a privilegiar os aspectos espirituais da vida.

Estariam empenhados em devassar seu universo interior, em busca do autoaprimoramento mental e moral.

Isso os habilitaria a visitar outros mundos deslocando-se em espírito, o que dispensaria naves espaciais.

Assim, poderiam visitar a Terra, sem maiores problemas.

Muitos o fazem, certamente, inacessíveis à observação humana.

Antecipando-se à Ciência, a Doutrina Espírita sempre admitiu a pluralidade dos mundos habitados.

Na questão 55, de O Livro dos Espíritos, respondendo a uma indagação de Kardec, o mentor espiritual informa que são habitados todos os mundos que se movem no espaço; que só o orgulho e a vaidade podem sustentar a ideia de que o Homem está solitário no Universo.

O astrônomo enfronhado com a pesquisa do Cosmos dirá que essa afirmativa está certa pela metade. Concebe que a Terra certamente não é o único planeta habitado, mas que pouquíssimos há em idênticas condições, a começar pelo nosso sistema solar, onde somente na Terra pulula a vida.

Com base no conhecimento espírita atual, podemos, tranquilamente, demonstrar que a questão 55 está correta por inteiro.

Quem está familiarizado com a obra de André Luiz, psicografia de Francisco Cândido Xavier, sabe que nosso planeta tem uma vasta população de Espíritos desencarnados. Habitam vários níveis espirituais, em colônias que se estendem a partir da crosta terrestre. Nelas aprimoram-se pelo estudo, pelo trabalho, pelo empenho de renovação...

Se por um fenômeno natural — a colisão de um gigantesco asteroide, por exemplo —, ou em virtude de uma guerra atômica, fosse eliminada a vida biológica da face da Terra, a população passaria a viver no Plano Espiritual, transferindo-se, eventualmente, para outros planetas.

Certa feita, no auge da Guerra Fria, quando havia grande possibilidade de um conflito atômico envolvendo os Estados Unidos e a União Soviética, um confrade apavorado dirigiu-se a Francisco Cândido Xavier:

— Vão acabar com nosso mundo! O que será de nós?!

E Chico, com a tranquilidade de sempre:

— Não se preocupe, meu filho. Deus arranjará outro rincão pra gente morar.

O médium estava absolutamente certo.

Sempre haverá um lugar para nós.

Usaremos um corpo de matéria densa em planetas semelhantes à Terra.

Estaremos revestidos de matéria sutil, o perispírito, para viver em outros planos do infinito.

Os mundos que giram no espaço, estrelas e planetas, são como naves espaciais, conduzindo coletividades encarnadas ou desencarnadas que neles fazem estágios evolutivos.

Assim seguimos todos, rumo à angelitude, habilitando-nos a viver um dia em mundos divinos, ostentando corpos celestes, inabordáveis para a frágil inteligência humana.

A Doutrina Espírita, com essa visão ampla das realidades espirituais, confirma as conquistas da cosmologia, mas situa-se adiante de suas possibilidades nos domínios do espírito, levando-nos a cogitar da grandeza da vida universal e do glorioso futuro que nos espera.

Lamentamos, então, as mesquinharias em torno dos interesses materiais, o cultivo obstinado dos sentimentos de orgulho, vaidade e egoísmo que nos prendem à Terra.

Agindo assim, assemelhamo-nos à lagarta que pretendesse permanecer presa ao casulo, recusando-se a desenvolver asas para ganhar a amplidão.

Richard Simonetti do livro:
Espiritismo, uma nova era

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