quarta-feira, 21 de agosto de 2024

Determinismo e livre-arbítrio

Determinismo e livre-arbítrio

Richard Simonetti


 "Há pessoas que parecem perseguidas por uma fatalidade, independente da maneira por que procedem. Não lhes estará no destino o infortúnio?"
"São, talvez, provas que lhes caiba sofrer e que elas escolheram. Porém, ainda aqui lançais ti conta do destino o que as mais das vezes é apenas consequência de vossas próprias faltas. Trata de ter pura a consciência em meio dos males que te afligem e já bastante consolado te sentirás." Questão n° 852 (Da Lei de Liberdade - O Livro dos Espíritos).
Determinismo e livre-arbítrio são, aparentemente, temas inconciliáveis. Se os acontecimentos da existência estão programados não há liberdade de escolha. Pior: não há nem mesmo responsabilidade nas ações humanas. O assassino, o assaltante, o agressor, o viciado, o suicida, o indolente, o explorador do semelhante e muitas outras pessoas comprometidas com o Mal estariam apenas dançando ao som de uma orquestra denominada Destino, regida pela Fatalidade, até mesmo para que suas vitimas resgatassem débitos cármicos.

Semelhante raciocínio está distanciado da realidade. Existe, sim, um determinismo final, absoluto, inevitável: a Perfeição!

Todos seremos Espíritos Superiores, prepostos de Deus, quer queiramos ou não, inevitavelmente. O tempo despendido depende de nós. Aí entra o livre-arbítrio, que nos permite decidir como viajar, quais os caminhos a serem percorridos.

Há os que estacionam na preguiça, os que se chafurdam nos pântanos do vício, os que escolhem atalhos enganosos que desembocam em abismos de violência e crime...

Todavia, ainda que leve eternidades todos acertaremos o passo e corrigiremos a rota, com a tendência de andarmos cada vez mais depressa, com maior segurança, sem desvios, sem distrações, sem perda de tempo, na medida em que amadurecermos moral e intelectualmente, tomando consciência das leis inexoráveis que disciplinam esse trânsito divino.

Quanto à fatalidade na vida terrestre, pode-se dizer que está estreitamente vinculada ao exercício do livre-arbítrio. Diz o apóstolo Paulo: "Não vos enganeis: de Deus não se zomba; pois aquilo que o homem semear, isso também ceifará." (Gálatas, 6:7). A semeadura é livre, mas a colheita é obrigatória. Temos liberdade para exercer nossa vontade e efetuar opções, mas a Vida estará realizando, sem cessar, no íntimo de nossa consciência, um levantamento de bens e males cultivados, premiando-nos com a paz ou corrigindo-nos com a dor, a fim de que não nos percamos nem estacionemos nos caminhos da evolução.

O nosso presente é, inelutavelmente, fruto do que fizemos no passado, da mesma forma que o nosso futuro será sempre uma projeção de nosso comportamento atual.

Um indivíduo experimenta durante muitos anos angustiante enfisema que resiste a todos os tratamentos, mergulhando, periodicamente, em terríveis crises respiratórias que o sufocam. Esta é uma doença cármica, faz parte de seu destino, mas é consequência de um crime cometido em existência anterior, quando assassinou um desafeto com punhaladas no peito. Ao fazê-lo infringiu o "Não matarás" da Lei Divina, desajustando seu próprio Espirito. É esse desajuste que se reflete hoje na maquina física, originando seu problema. 

Embora inconsciente da causa real de sua enfermidade, ele incorpora a experiência em seus patrimônios espirituais, modificando intuitivamente suas concepções e superando a tendência de resolver desentendimentos com o semelhante apelando para a violência.

Os eventos mais marcantes da existência humana guardam estreita vinculação com o passado, situando-se, geralmente, como a execução de cuidadoso planejamento da Espiritualidade em favor dos tutelados da Terra.

Nesse quadro, filhos-problema, cônjuges difíceis, limitações financeiras, deficiências físicas, enfermidades crônicas e outros males, que não raro acompanham o indivíduo a vida inteira, representam o preço nunca demasiado alto para uma reformulação existencial com vistas à própria redenção, acelerando a jornada evolutiva.

O óbice maior, este sim passível de gerar sofrimentos contundentes, é que nessas situações penosas mas necessárias os prisioneiros do carma se rebelam, compondo quadros de fuga que se exprimem em vícios, desatinos, inconformação, libertinagem e outros desvios, com o que nada mais fazem sendo acrescentar males a própria existência, agravando seus débitos e retardando a sua libertação.

Por isso a jornada humana transforma-se para muitos em experiência infeliz e traumatizante, simplesmente porque arremetem contra as grades de sofrimentos que objetivam conter seus impulsos inferiores, ferindo-se inutilmente e pouco acrescentando aos seus patrimônios espirituais além do mero registro de uma rebeldia contumaz que nada edifica.

Richard Simonetti do livro:
A Constituição Divina

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