Por que você se sente infeliz?
Jácome Góes
Com profundo sentimento de respeito e acionado por um sincero desejo de que esta minha mensagem faça eco em seu sofrido coração, afirmo-lhe ter aprendido, na escola do mundo, com os eloquentes exemplos ministrados pela vida, a seguinte lição: se alguém imagina que felicidade significa ser "milimetricamente" atendido em suas necessidades mais imediatas e carências mais íntimas, ou, ainda, ausência total e absoluta de problemas, está completamente equivocado, e por isso jamais se sentirá feliz... Neste mundo já qualificado de difíceis provas e dolorosas expiações, onde conflitos íntimos e interpessoais não são apenas presumíveis, mas até mesmo inevitáveis, criar expectativas de que todos os mínimos e máximos desejos possam ser imediatamente concretizados, mais que simples utopia, poderia ser qualificado de imaturidade psicológica...
Por favor, saia do subjetivo plano das quimeras e alcance o sólido terreno da plena realidade para reconhecer que inúmeras são as bênçãos que permeiam nossa vida e, às vezes, sequer as identificamos. Infelizmente muitos só conseguem dar um certo valor quando as perdem, e aí sempre já é tarde demais...
Alguns exemplos confirmam esta verdade e merecem ser relacionados com o objetivo de aprendizado. Dentre muitos, destaca-se um, em particular, que já se tornou clássico por ser bastante elucidativo, a saber: Havia um homem que se considerava extremamente infeliz, e suas lamúrias eram recorrentes, porque, de tão pobre, não tinha sapatos. Até que um dia, ali, à sua frente, encontrou alguém sem pés. O impacto foi muito grande, servindo-lhe de lição para o resto da sua vida.
O escritor Dale Carnegie consegue transmitir uma lição de valor inestimável, quando cita em um dos seus livros:
"Perguntei, certa ocasião, a Eddie Rickenbacker, qual a maior lição que aprendera durante os vinte e um dias que, com os companheiros, passara sobre uma jangada, irremediavelmente perdido no Pacífico. "A maior lição que aprendi com essa experiência", respondeu-me, "foi que se a gente tiver toda água fresca que desejar para beber e toda comida que desejar comer, não deve nunca queixar-se de coisa alguma."
Outro exemplo magnífico foi o da escritora Alice Bletz, que ficou cega aos 42 anos. Perguntaram-lhe o que lhe restava da vida. Ela respondeu: "Tudo, porque eu não sou apenas os meus olhos."
O mesmo Dale Carnegie ainda nos dá uma lição magnífica de conforto e esperança, quando certamente consegue diluir o desencanto de muitas pessoas mórbidas e pessimistas, levando-as a considerar a pura qualidade de valores essenciais, interrogando: "Você venderia os seus olhos por um milhão de dólares? Quanto aceitaria pelas suas duas pernas? E pelas mãos? E pelos seus ouvidos? E pelos seus filhos? E pela sua família? Some tudo que possui e verá que não venderia o que tem, nem por todo ouro armazenado pelos Rockefellers, pelos Fords e pelos Morgans reunidos."
Inúmeros outros exemplos poderiam ser citados, de pessoas a quem tudo falta, não apenas o necessário, mas até mesmo o indispensável e, apesar do acúmulo de sombras, ainda conseguem enxergar a luz, porque conseguem manter vigente a energia da fé que reacende a esperança!
O fato lamentável é que sempre só identificamos as perdas, e não fixamos nossa atenção nas conquistas... Até mesmo Schopenhauer chegou a dizer: "Raramente pensamos no que temos e sempre no que nos falta." Esta é uma forma sombria e mórbida de encarar a realidade da própria vida...
É baseado na eloquência desses marcantes exemplos, que desejo despertar-lhe a atenção para que você possa mudar a maneira de interpretar os acontecimentos, adquirindo, assim, uma ótica mais luminosa, que possibilite enxergar com mais nitidez o ângulo menos sombrio das suas experiências.
Lembre-se de uma verdade que não pode nem deve ser subestimada: a pessoa que tem o privilégio de possuir o abrigo de um teto e o amparo de um afeto, não deveria, jamais, sentir-se infeliz.
Deixe morrer, então, a nostalgia, para renascer a alegria!
Promova a metamorfose do ser contaminado pelo desencanto, para ressurgir o entusiasmo que energiza a alma, dando um novo alento em termos de esperança! Não espere que o impacto de uma grande dor venha despertar-lhe desse torpor que impede a plena vivência do autoamor.
Agora mesmo, na intimidade mais íntima do seu coração, em estado de prece, repita várias vezes, com profunda emoção:
"Por tudo que tive, tenho, fui, sou e serei, obrigado, Senhor!"
- Para seguirmos corretamente o espiritismo, devemos submeter todas as mensagens mediúnicas ao crivo duplo de Kardec, sendo eles, a razão e a universalidade.
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