quinta-feira, 3 de agosto de 2023

Consequências Morais da Doutrina Espírita (Conclusão)

Consequências morais da Doutrina Espírita (Conclusão)

Gustave Geley



Dr. Gustave Geley (Trad. De Luiz de Almeida)
Reformador (FEB) Novembro 1944

Esforcei-me por examinar fielmente a parte essencial do Espiritismo. Eu o fiz sem "parti pris", se bem que enlaçado por certa simpatia que não posso dissimular, mas esta simpatia mesma me impede concluir de maneira formal, no temor de uma possível ilusão de minha parte.

Contentar-me-ei, para finalizar, com algumas reflexões que me parecem ponderáveis.

Os fenômenos espíritas têm sido observados por inúmeros testemunhos conscienciosos, controlados por numerosos sábios, para serem agora negáveis "a priori". Vou mais longe: ninguém tem o direito de repudiar, sem prováveis contra-experimentações, as conclusões investigadoras de Crookes, Wallace, Zöelner, Aksakof, Oliver Lodge, Myers, Lombroso, Richet, De Rochas e tantos outros não menos ilustres. A Doutrina Espírita, seja justificada ou não, é por demais grandiosa para não impor aos pensadores, aos filósofos e aos sábios, uma discussão aprofundada.

Grande número dentre eles concluirá, certamente, após exame sério, que uma doutrina baseada sobre fatos experimentais igualmente numerosos e precisos, de acordo com todos os conhecimentos científicos nos diversos ramos da atividade humana, dando uma solução bastante clara e satisfatória dos grandes problemas psicológicos e metafísicos, que uma tal doutrina - arrisco eu - é verossímil. Bem melhor, que ela deve ser verdadeira; que ela é muito provavelmente verdadeira.

Em todo caso, não se trata mais hoje de se satisfazer com ilusões, de se deixar embalar por "velhas canções", nem de dormitar sobre o "fofo travesseiro da dúvida".

Nós devemos saber. Nós queremos saber. Nós podemos saber.

Agora a Ciência abateu para sempre as velhas concepções do Universo.

- Distinção essencial entre os animais e o homem, por este ser provido de alma imortal. - Criação relativamente recente, antropocêntrica e geocêntrica. - Divindade exterior ao Universo, céu, empíreo, etc.

Todas estas noções desapareceram da face do progresso das Ciências Naturais e da Astronomia, mesmo porque se tornaram insuportáveis para a consciência moderna as ideias de um inferno eterno e de um Deus punidor e vingativo.

O evolucionismo se impõe, bom grado ou mau grado, a todo aquele que pondera e raciocina; e, portanto, o Espiritismo evolucionista é a única doutrina que pode hoje em dia ser oposta cientificamente ao niilismo.

- Que a Evolução encarada sob suas duas faces é infinitamente mais satisfatória que a evolução orgânica pura, isto é evidente, pois que ela atende nossos desejos de imortalidade e de ventura, oferece uma sanção moral, satisfaz os anseios do coração e da razão, reunido numa única síntese a Ciência, a Filosofia e a Religião.

- Mas esta doutrina tão bela será verdadeira? (1)
(1) A propósito desta pergunta aleatória, convém realçar que o renomado cientista que foi o Dr. Gustave Geley, na França, estabeleceu esta CONCLUSÃO - para seu pequeno estudo "Essai de Revue Genérale et d'Interprétation Synthétique du Spiritisme", ainda em 1897, nos pródromos do Espiritismo europeu, quando ensaiava, então, suas primeiras experiências. Estudos pacientes e continuados na investigação dos fenômenos, muitos dos quais englobados na conferência que proferiu na Sorbonne, a 28 de janeiro de 1918, nos vieram demonstrar que esse químico e psicólogo veio a abraçar mais tarde, e definitivamente, as teses da 3ª Revelação.
Afirma seu amigo íntimo e prefaciador Sr. Jean Meyer: "no curso de suas fortes páginas, Geley afirma a sobrevivência com uma lógica, uma largueza de vista e uma elevação de espirito que sua autoridade, como experimentador, torna singularmente impressionante".
Nas experiências realizadas em 1924, expostas em seu livro - "L'Ectoplasmie et la Clairvoyance" - Gustave Geley, embora sem uma conclusão relacionada com qualquer sistema, assim se expressa: "a única conclusão que tirarei no momento, da exposição árida dos fenômenos, é a certeza de sua autenticidade". Porém, em seu anterior e recente livro - "De l'inconscient au conscient" - deixa transparecer, nestas linhas, sua convicção definida: "na sequência das existências, uma vida terrestre não tem mais importância relativa que uma jornada no curso desta vida. Uma vida, um dia; uma e outro tem, na evolução, importância comparável e uma verdadeira analogia".
Morrendo em 1924, nos arredores de Varsóvia, em consequência de uma queda de avião, deixou no campo da investigação científica seleta sementeira de estudos que hoje frondejam e frutificam para as almas sequiosas da realidade palpável. Liderou com Charles Richet o movimento psiquista na França, tendo sido diretor do Instituto Internacional de Metapsíquica. - Nota do tradutor.
A palavra está com a Ciência. Pode-se, porém, declarar bem alto: a Ciência não poderá mais, hoje em dia, desinteressar-se pelos estudos psíquicos. Que existam lá apenas ilusões ou quimeras, ou que eles sejam o prefácio de uma transformação completa na atividade humana, a Ciência nos deve uma conclusão precisa a respeito.

Nenhum sábio, nenhum pensador, nenhum homem um pouco instruído poderá desdenhar interessar-se por estes empolgantes problemas.

”A imortalidade - disse Pascal - é coisa que tão forte nos importa, que nos toca tão profundamente, que é necessário ter perdido todo sentimento para ser indiferente ao que existe nela."

Gustave Geley
Revista Reformador Outubro 1944 -  (FEB)

Veja o artigo de agosto de 1944:
Consequências da Doutrina Espírita

Veja o artigo de Outubro de 1944:


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Artigo original na
Revista Reformador Nov. 1944


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