quinta-feira, 17 de agosto de 2023

Reencarnação e aumento populacional

Reencarnação e aumento populacional

Hernani Guimarães Andrade


“Senso comum é o conjunto de preconceitos sedimentados na mente antes da idade dos dezoito anos.” - Albert Einstein
UMA PERGUNTA CONSTANTE

Uma das indagações mais comuns feitas por pessoas leigas, embora inteligentes, quando se fala acerca da reencarnação, é a seguinte: “de onde provêm os Espíritos que estão se reencarnando atualmente, uma vez que a população mundial sofreu um aumento enorme, do passado para cá, e continua aumentando em ritmo acelerado?”

Mesmo alguns espíritas, que naturalmente se acham familiarizados com as ideias reencarnacionistas, costumam formular a pergunta acima referida. De fato, pode parecer, à primeira vista, estranho que o fluxo crescente de nascituros ainda não tenha “esgotado” a reserva de Espíritos disponíveis para as reencarnações em processamento. Como um exemplo do crescimento populacional, vamos apontar os dados referentes aos anos de 1650 e 1987: Em 1650, a população mundial era cerca de 470 milhões de habitantes em 1987 já havia atingido aproximadamente 5.026 bilhões, ou seja, quase 11 (onze) vezes a população no ano de 1650. (The 1988 Information Please Almanac; New York, 1988, p. 139).

Antes de 1650, a população mundial provavelmente teria sido menor ainda, pois as guerras, os cataclismos, as epidemias aliadas à carência de saneamento e de medicamentos eficazes, assim como os morticínios devidos à ignorância, à falta de higiene e ao fanatismo; religioso, deviam ter contribuído para conter o exagerado aumento populacional. Consultando-se as estatísticas mundiais, observa-se que o crescimento demográfico vem realmente assumindo uma rápida aceleração. No ano 2.000, já atingimos cerca de 6 bilhões, de habitantes em todo o mundo!

Como pode ver-se, a pergunta a respeito de onde estão provindo os Espíritos indispensáveis para suprir o vultoso aumento populacional é, sem dúvida, muito razoável e pertinente. Tentaremos respondê-la, a seguir:

PRIMEIRA FONTE - A EVOLUÇÃO DAS ESPÉCIES

A primeira fonte de produção dos Espíritos humanos deve ter sido a evolução das espécies animais. Segundo os dados mais confiáveis, resultantes das pesquisas paleantropológicas, os primitivos primatas que teriam, muito mais tarde, dado origem ao homem surgiram há cerca de 70 milhões de anos, no Eoceno. Foram necessários 25 milhões de anos para que eles chegassem a atingir o nível do Farapithecus (inonos) e do Aegyptopithecus (macacos) , do Oligoceno. Um intervalo de mais 10 milhões de anos possibilitou a esses macacos atingirem, no Mioceno, o nível do Dryopithecus e do Ramapithecus. Este último perdurou evoluindo por mais milhões de anos, passando pelo Plioceno, até atingir o Pleistoceno inferior, cujo início é estimado em 14 milhões de anos antes da nossa era atual.

No Pleistoceno inferior, entre 4 e 1 milhão de anos atrás, surgiram, por evolução do Ramapithecus, os primeiros hominídeos: o Sterkfontein, o Zinjanthropus, o Australo- pithecus africanus, o Australopithecus robustus, o Homo habilis e, provavelmente, o Homo erectus. Estes “macacos-homens” começaram outra fase evolutiva mais rápida, graças à ação seletiva dos glaciários que tiveram início no começo do Pleistoceno médio, há 1 milhão de anos atrás.

Os glaciários de Gunz, Mindel e Riss duraram cerca de 850 mil
anos, compreendendo todo o Pleistoceno médio. Durante este longo período o Homo erectus atingiu o nível do Neanderthalense que, durante 80 mil anos, se dedicou a lascar a pedra para fabricar suas armas e utensílios de caça. Este espécimen viveu ao longo da primeira parte do Pleistoceno superior, durante o interglaciário que separa a glaciação de Riss da de Wurm.

Durante o glaciário de Wurm, iniciado há 70.000 anos, surgiu o Homo sapiens a cuja espécie nós pertencemos. (Wachterm 1977)

Extraído de John Waechter (1977)
Prêhistoríc Man; Quanj Bay, Hong Kong:
Mandarin Publishers Ltd. (modificado).

Uma reflexão mais profunda revelar-nos-á a maneira como, durante cerca de 70 milhões de anos, a natureza conseguiu transformar os antiquíssimos primatas do Eoceno nos homens do Pleistoceno Superior.

Se pensarmos no número enorme de criaturas que proliferaram durante esse imenso período de tempo, poderemos compreender a existência de bilhões de Espíritos ainda disponíveis nos planos espirituais, alimentando o atual, fluxo reencarnatório. Segundo o respeitável guia de Chico Xavier, o Espírito Emmanuel, a informação a este respeito é a seguinte:

- Mais de vinte bilhões de almas conscientes desencarnadas, sem nos reportarmos aos bilhões de inteligências sub-humanas que são aproveitadas nos múltiplos serviços de progresso planetário, cercam o domicílio terrestre, demorando-se noutras faixas de evolução. (Xavier, F.C., 1952, Roteiro - Cap.IX).

De acordo com a informação de Emmanuel, em 1952 existiam em disponibilidade 20 bilhões de Espíritos desencarnados. Em 1950, a população do mundo era 2.513 bilhões. Em 1960, já se contavam 3.027 bilhões de encarnados. Em base destas cifras, podemos estimar em 2.616 bilhões a população da Terra em 1952, contra 20 bilhões de Espíritos disponíveis nos planos espirituais.

De 1952 a 1989, a população passou a 5.2 bilhões.

Portanto restam ainda cerca de 17,5 bilhões de Espíritos em disponibilidade para reencarnar. Esta cifra enorme de pretendentes à vida neste planeta poderá provocar a temida superpopulação prevista para o ano 2030, quando a terra teria de abrigar cerca de 14 bilhões de criaturas humanas, segundo os estudos de Ulrich Schippke: Futuro, Imagem do Mundo de Amanhã (Schippke, 1979).

SEGUNDA FONTE - A IMIGRAÇÃO INTERPLANETÁRIA

Esta seria uma segunda fonte de abastecimento de Espíritos para alimentar o crescente fluxo reencarnatório.

A imigração interplanetária, desde que demonstrada, poderia ter dois aspectos diametralmente opostos: 1) Ela ajudaria a explicar a manutenção do constante aumento populacional da Terra. 2) Justificaria a possibilidade de um futuro expurgo planetário, decorrente dos - inconvenientes de uma superpopulação, ou como consequência de posterior colonização de alguns planetas do nosso sistema solar. Nesta alternativa, a Terra teria de suprir a necessidade de habitantes desses novos domicílios planetários. Se isto ocorrer futuramente, a Terra irá reduzir a sua atual população tanto encarnada como desencarnada.

De acordo com algumas fontes informativas, por enquanto não
consideradas válidas sob o ponto de vista científico, a Terra teria sido visitada, em certa época do passado, por seres inteligentes extraterrestres. O objetivo desses alienígenas aqui aportados seria o preparo da transferência para nosso planeta, de grande número de Espíritos expulsos de um mundo semelhante ao nosso e pertencente a outro sistema solar.

A análise atenta dessas informações leva à conclusão de que algumas missões de “especialistas” em engenharia genética e outras técnicas aqui estiveram com o fito de preparar raças humanas adequadas aos Espíritos que deveriam reencarnar-se em nosso planeta. Provavelmente, esse preparo genético teria sido realizado por meio de cruzamentos controlados, entre os espécimes humanos autóctones e os do mundo distante. Talvez estivessem tão adiantados tecnicamente, ao ponto de efetuarem inseminações artificiais e outras operações que já sabemos realizar, atualmente, neste início do Século XXI.

Algumas tradições encontradas em povos de origem muito antiga mencionam visitantes vindos dos céus, aos quais denominam de anjos ou deuses. Entretanto, pelo comportamento desses supostos anjos, tem-se a impressão de tratar-se de “cosmonautas” que vieram para cá com alguma missão bem definida.

Um exemplo de referência a esses presumíveis visitantes vindos à Terra, oriundos de um mundo ou mundos mais adiantados, é o Livro de Enoch. Este livro foi retirado do conjunto de livros que compõem a Bíblia, por ser considerado apócrifo. Até o Século XVIII, o nome de Enoch era citado apenas em alguns trechos do Velho e do Novo Testamentos; exemplos: Gênesis IV: 17, 18 (1ª referência a esse nome, como filho de Caim), Gênesis V: 18, 21, 22 e 24 (2ª referência a Enoch, dado como filho de Jared e pai de Methuselah, provavelmente o verdadeiro Enoch, cujo livro relata a visita de extraterrestres); Lucas 11:37; Hebreus XI: 5; e a Epístola Universal de S. Judas, vers. 14.

Um viajante inglês, de nome Bruce, descobriu uma versão etíope do Livro de Enoch, que se encontrava desconhecida até o mencionado Século XVIII. Em 1821 foi lançada a sua tradução para o inglês e, daí, inúmeras outras em francês e alemão foram publicadas. A versão brasileira foi obtida do Tomo 23, do Dictionnaire des Apocryphes, 1856, Ab. Migne. [O Livro de Enoch, trad., por Márcio Publiesi e Norberto de Paula Lima; São Paulo: Hemus, 1977).

No capítulo VII, de O Livro de Enoch, leem-se os seguintes versículos iniciais:

1 - “Quando os filhos dos homens se multiplicaram nesses dias, sucedeu que suas filhas eram elegantes e belas.”

2 - “E assim que os anjos, Os filhos dos céus, as viram, tomaram-se enamorados delas e se disseram uns aos outros: escolhamos mulheres da raça dos homens e tenhamos filhos com elas.”

Os versículos seguintes contam como Samyaza, o chefe desses “Anjos filhos dos céus”, a princípio se sentiu temeroso em permitir que seus subordinados realizassem a desejada aventura. Finalmente ele cedeu sob a pressão de seus comandados, os quais se comprometeram; através de um pacto mútuo, a dividir entre si a responsabilidade dos seus atos. Os referidos “anjos” deviam ser uma espécie, de “cosmonautas”, pois, conforme explica o versículo 7, “eles eram em número de duzentos, que desceram em Aradis, lugar situado nas vizinhanças do Monte Armon”. Esta montanha recebeu este nome de Armon, para perpetuar a lembrança do pacto que fizeram entre si sob juramento.

Esses estranhos visitantes tinham por chefe geral o referido Samyaza. Por sua vez, este último partilhava o comando com os seguintes subchefes: Urakabarameel, Akibeel, Tamiel, Ramuel, Danei, Azkeel, Sarakmyal, Asael, Armers, Batrnal, Anane, Zavebe, Samsaveel, Ertael, Turel, Yomyael e Arazael.

Pelas descrições, a designação de anjos foi lhes dada porque eles teriam vindo dos céus em naves espaciais. Deviam ser semelhantes aos homens e feitos de carne e osso como nós, tendo em vista o seu comportamento expresso no versículo 10:
10: “Escolheram cada um uma mulher, e se aproximaram e coabitaram com elas; ensinaram-lhes a feitiçaria, os encantamentos, e as propriedades das raízes e das arvores.”
Ao que parece, a missão desses expedicionários cósmicos devia ter objetivos mais sérios e talvez se destinasse ao preparo prévio de uma raça híbrida que pudesse servir à reencarnação de Espíritos emigrados de seu planeta de origem. Entretanto, a falta cometida por eles ao agirem incorretamente teve consequências desastrosas. Os filhos nascidos dessa hibridagem descontrolada eram de porte gigantesco. É possível que fossem animados por Espíritos de hominídeos ainda não bem humanizados e ferozes, que tendo reencarnado em corpos fortes e agigantados, com cérebros melhores, passaram a cometer toda a série de violências e barbaridades, inclusive a antropofagia. O problema tornou-se gravíssimo, ao ponto de suscitar medidas repressivas bastante enérgicas, por parte do “Governo” do mundo de onde vieram os referidos expedicionários rebeldes.

No Velho Testamento da Bíblia, em Gênesis VI, podem encontrar-se notícias desses estranhos visitantes aqui aportados e denominados “filhos de Deus”.

Por exemplo:

1 - “Quando os homens começaram a multiplicar-se sobre a Terra e lhes nasceram filhas”.

2 - “Viram os filhos de Deus que as filhas dos homens eram formosas, e tomaram para si mulheres de todas as que escolheram... etc.”

Alguns sinais de grandes proporções, bem como construções e monumentos ciclópicos encontrados em diversas partes do mundo têm sugerido hipóteses favoráveis à crença em visitantes alienígenas vindos à Terra, no passado, e detentores de técnicas avançadas. Esses extraterrestres talvez tenham deixado tais sinais como marcas típicas de sua presença aqui, em remotas eras. Alguns exemplares desses sinais poderiam ser os seguintes: As marcas no solo rochoso da planície de Nazca, no Peru; os achados de Tiahuanaco; as grandes pirâmides do Egito; as estátuas da Ilha da Páscoa; os mapas de Piri Reis; etc. (Dàniken, Erich von, 1970).

Finalmente, o Espírito Emmanuel, forneceu-nos, através da psicografia de Chico Xavier, um relato minucioso acerca da vinda para o nosso planeta Terra, de grandes levas de Espíritos exilados de um dos orbes do “sol Capela” (uma estrela da Constelação do Cocheiro). Eis um trecho da impressionante revelação de Emmanuel, intitulado “Um Mundo em Transições”:

“Há muitos milênios, um dos orbes da Capela, que guarda muitas afinidades com o globo terrestre, atingira a culminância de um de seus extraordinários ciclos evolutivos.

“As lutas finais de um longo aperfeiçoamento estavam delineadas, como ora acontece convosco, relativamente às transições esperadas no Século XX, neste crepúsculo de civilização.

“Alguns milhões de Espíritos rebeldes lá existiam, no caminho da evolução geral, dificultando a consolidação das penosas conquistas daqueles povos cheios de piedade e virtudes, mas uma ação de saneamento geral os alijaria daquela humanidade, que fizera jus à concórdia perpétua, para a edificação dos seus elevados trabalhos.

“As grandes comunidades espirituais, diretoras do Cosmos, deliberaram, então, localizar aquelas entidades, que se tornaram pertinazes no crime, aqui na Terra longínqua, onde aprenderiam a realizar, na dor e nos trabalhos penosos do seu ambiente, as grandes conquistas do coração, e impulsionando, simultaneamente, o progresso dos seus irmãos inferiores.” (Xavier, 1938).

Parece que há uma certa congruência em todos os aspectos examinados até agora, concernentes à possibilidade de ter havido, em certas épocas do passado, uma imigração de seres humanos vindos de outro mundo habitado, para o nosso planeta. Este fato explicaria, inclusive, o aparecimento um tanto rápido da espécie “Homo sapiens”.

Como procuramos demonstrar, não parece constituir um argumento eficaz contra a ideia da reencarnação a aparente escassez de Espíritos para atender ao crescente aumento populacional.

Entretanto, a observação mais ponderável neste sentido está no fato de não haver ainda ocorrido uma interrupção significante dos nascimentos de bebês humanos, registrada em qualquer parte do mundo. Os que negam a realidade da reencarnação estão baseados apenas em opiniões que, embora respeitáveis, não se apoiam em pesquisas científicas sérias.

O mesmo não ocorre com aqueles que aceitam a lei da reencarnação biológica; estes estão solidamente alicerçados em evidências observacionais dos fatos positivos.

Hernani Guimarães Andrade do livro:
Você e a Reencarnação - Cap. XVI.

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