O mercador e o servidor
Richard Simonetti
Reclamavam com Chico sobre os problemas de participação, no Centro Espírita. Frequentadores que assumem cargos, sem cumprir encargos.
Chico respondeu:
- Emmanuel nos diz que mais de um abnegado por instituição é luxo.
Sábia expressão.
Para entendê-la em sua amplitude é bom definir com exatidão a expressão abnegado.
Diz o Houaiss:
É a ação caracterizada pelo desprendimento e altruísmo, em que a superação das tendências egoísticas da personalidade é conquistada em benefício de uma pessoa, causa ou princípio.
Aí está, amigo leitor; a origem do problema de assiduidade e perseverança, nas instituições que trabalham com voluntários: Trata-se do velho egoísmo humano.
E por pensar em si mesmo, nos benefícios que receberá, com uma ação em favor do próximo, que alguém candidata-se a servir em determinado setor. Trata-se de um comportamento mercantilista, uma espécie de toma-lá-dá-cá proposto a Deus.
Esse mesmo egoísmo, o pensar muito em si mesmo, faz com que se sucedam empecilhos que o inibem, dificultando o trânsito do cargo para o encargo.
Circunstâncias adversas, facilmente superáveis, envolvendo família, profissão, saúde, são supervalorizadas, produzindo inibições que comprometem o serviço.
E surgem as desculpas, principalmente em relação à falta de tempo, sem que seja levado em consideração o velho e sábio princípio:
Tempo é uma questão de preferência.
Sempre encontramos tempo para o que realmente desejamos fazer.
Quando o voluntário se compenetra disso, quando se dispõe a arregaçar as mangas, toma-se o abnegado, superando o pensar em si pelo pensar nos outros.
E o companheiro que efetuou o estágio do mercador, transformando-se em servidor.
E passa a ser pau-para-toda-obra, alguém em quem podemos confiar, conforme ensina um princípio da sabedoria popular.
Quando quiser que o trabalho seja feito, dê a alguém muito ocupado.
O servidor dedicado, o abnegado sempre consegue fazer um tanto mais, por inúmeras razões:
• Tem prática.
• Mantém azeitadas as engrenagens do serviço.
• Recebe ajuda mais ampla dos benfeitores espirituais.
• Está afinado com o exercício do Bem.
***
Não obstante, há que se considerar dois aspectos, envolvendo o jeito de ser do servidor abnegado.
• Líder autocrático.
É o comandante-em-chefe. Assume múltiplas funções. Envolve-se com todos os detalhes. Decide todas as pendências.
Tira a iniciativa dos companheiros e emperra o serviço.
Mais atrapalha do que ajuda.
Mais complica do que resolve.
Mais espalha do que ajunta.
• Líder democrático.
E o especialista em motivar e delegar funções, favorecendo a iniciativa.
Não se preocupa em aparecer.
Acolhe ideias dos companheiros.
Estimula-os a exercitar sua criatividade. Regozija-se com seu sucesso.
O serviço deslancha, cresce em suas mãos, porque ele é apenas o motor que sustenta com sua presença, seu estímulo, o trabalho do grupo.
Importante, desejável e necessário que cultivemos a abnegação, mas cuidado, amigo leitor, com o monopólio da iniciativa, que faz o lamentável líder autocrático.
Richard Simonetti do livro:
Rindo e Refletindo com Chico Xavier Vol.2
Nota: Os destaques em negrito e itálico fazem parte da formatação do autor.
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