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segunda-feira, 3 de fevereiro de 2025

Pseudoespiritismo

Pseudoespiritismo

Louis Neilmoris



Poderíamos dizer que há três tipos de Espiritismo, no sentido prático da configuração atual:

1. Espiritismo folclórico: o modelo místico, desenhado e propagado pela cultura popular, que desconhece a Doutrina Espírita e é corroborado pelas fantasias e condenações próprias dos opositores, que acusam os espíritas de bruxaria, satanismo, magia negra, exploração da fé alheia com o intercâmbio espiritual e leitura do futuro, charlatanismo, profetismo etc. Esse modelo está tão enraizado no meio comum que, para o leigo, é difícil desassociar Espiritismo do misticismo;

2. Espiritismo praticado: é o padrão configurado pelo modo como o Espiritismo tem sido praticado normalmente, seja baseando-se em um só adepto, seja por uma denominada instituição, seja pela prática geral, a que se chama Movimento Espírita — e que nem sempre (para não dizer nunca) representa a essência da Doutrina;

3. Espiritismo doutrinário: o autêntico modelo, que segue os fundamentos traçados pela codificação espírita.

Sendo o terceiro modelo o verdadeiro e único, doravante diremos que os demais são variantes do pseudoespiritismo — modelos falsos ou imperfeitos.

Herdeiros que somos de práticas místicas e religiosistas milenares, nós todos, em geral, que nos declaramos espíritas, estamos suscetíveis a praticar o Espiritismo mais ou menos nos moldes primitivos de outras filosofias e religiões, confundindo técnica com ritual, conceito com preconceito, lei natural com dogmas humanos etc. E nem é por malícia ou desejo deliberado de enganar alguém, mas sim por ignorância, por estarmos enganados, por não termos adquirido a capacidade de compreender o que é ser espírita.

Sobretudo no Brasil, que é originalmente uma foz fraterna onde deságuam variadas crenças e culturas, a Doutrina dos Espíritos ganhou feições fortemente religiosistas. Não pela doutrina em si, é claro, porém como uma decorrência natural do sincretismo cultural de nossa gente.

Num todo, o Espiritismo é um sistema novo em comparação com o que a humanidade conhecia. Em razão disso, obviamente ele exige uma revolucionária postura dos seus adeptos: racionalidade. Entretanto, na sua grande massa, os principiantes (ditos) espíritas abraçaram a causa kardequiana sem se desvencilharem completamente dos dogmas das crenças precedentes. Abjuraram-se os velhos rótulos, todavia não esvaziaram por completo a mente das arcaicas concepções — e sem se darem conta disso.

Beatitude, misticismo e liturgias ainda são muito presentes no (considerado) Movimento Espírita contemporâneo, desfigurando assim grande parte dos propósitos espíritas.

Os pseudoespíritas se comportam como subjulgados das casas espíritas, que foram genuinamente elaboradas para servirem de centros de estudo e pesquisa, porém que hoje assumem mais a faceta de templos e igrejas.

As atividades espíritas são comumente chamadas de trabalhos e quase nunca de estudos. Os voluntários das instituições se autodenominam trabalhadores, quase como a se intitularem eclesiásticos, cuja pretensão latente é: trabalhar, para receber a recompensa celeste.

Os estudos nas casas espíritas atuais mais parecem catecismo. Praticamente não há pesquisas, desafios, debates. De normal, se alguém pergunta demais passa a ser malvisto. Participar dos cursos doutrinários serve como que credencial, pois é uma praxe que "é preciso estudar (estar matriculado no curso ou ter posse dum diploma) para ser seareiro espírita". O reflexo disso é que não há a devida preocupação com o como se estuda.

As pessoas querem trabalhar e não exatamente praticar espiritismo. Ser trabalhador tem a conotação de ser alguém que cumpre um papel religioso, como a se pensar que, executando tarefas práticas, se consegue o ingresso para um desencarne feliz e a estadia numa colônia espiritual do nível ou superior à famosa Nosso Lar. Enfim, o trabalho voluntário no centro espírita é visto vulgarmente como um dízimo, em troca do bônus-hora descrito por André Luiz; é como um sacrifício sacramental em troca de uma graça divina.

O resultado disso tudo é encontrarmos passistas que não sabem o que é magnetismo, palestrantes que não conhecem a Doutrina, médiuns que desconhecem a mediunidade, doutrinadores que ignoram o que fazem e dirigentes que atraiçoam a causa espírita com suas variações sistemáticas.

O assistencialismo barato parece tomar conta dos eventos institucionais. O pão material parece nutrir o pensamento comum de que seja superior ao pão espiritual, a ponto de, não raro, nos depararmos com discursos inflamados pelos quais os responsáveis pelos trabalhos de assistência social se gabam de estarem atendendo não sei quantas famílias com cestas básicas mensais e distribuírem não sei quantos agasalhos aos necessitados. Sinceramente, não desdenhamos a importância desse tipo de serviço, mas perguntamos onde está o alimento espiritual — o verdadeiro libertador das consciências?

Até mesmo naquilo que comumente hoje é interpretado como pão espiritual, vê-se um mero exercício religiosista: reza, louvação e assistencialismo espiritual barato. O que deveria ser um encontro de um grupo de estudos, pesquisa e trabalho tem sido um culto de oblação nos idênticos padrões dos templos vulgares. De um lado, os chamados assistidos — que se comportam como os leigos das igrejas comuns; do outro, os trabalhadores espíritas — como se fossem o clero, os consagrados. Ao invés de uma sala de aula ou laboratório de pesquisa, os templos espíritas correntes têm uma planta arquitetônica que mais lembra um santuário. Atender os fieis espíritas ganhou contornos de distribuir bênçãos: o chamado atendimento fraterno nos remete ao tradicional confessionário católico; no lugar de uma exposição dinâmica, a homilia; para não sentirmos saudades da hóstia, dá-se hoje o passe e a água fluidificada… Só faltavam as orações prontas, mas não falta mais; não é raro nos depararmos com jograis, recitais mecanicamente reproduzidos, dentre os quais a velha fórmula: "Ave Maria, cheia de graça; o Senhor é convosco…".

E pensar que Kardec recomendou, certa vez, que nem do Pai Nosso fizéssemos culto! (Ver "VIAGEM ESPÍRITA" em 1862, de Allan Kardec)

De repente, ser um estudioso, pesquisador, intelectual e apreciador da filosofia espírita parece mesmo soar como alguém elitista, pretensioso, orgulhoso etc. Há verdadeiramente um corrente preconceito contra aqueles que realmente querem seguir o lado científico do Espiritismo, figurando estes entre aqueles que somente vivem da fria razão, sem sentimento e sem ação; como se ser sábio fosse antagônico a ser caridoso.

Isso equivale a ver a obra de Jesus apenas pelos fantásticos milagres (especialmente o da multiplicação dos pães) em desdém dos seus mandamentos. Ou ainda contar a biografia de Francisco Cândido Xavier apenas pelas campanhas filantrópicas, suprimindo os mais de quatrocentos livros psicografados, dentre os quais os da série "A Vida no Mundo Espiritual", pela qual o Espírito André Luiz tanto acentuou o valor do conhecimento positivo, da racionalidade e da desmistificação do pensamento humano.

E nem preciso falar do que Emmanuel pensa sobre tudo isso…

Mas não nos tornemos amargos e desestimulados por circunstâncias como essas. Ao contrário, ânimo! Lembremo-nos de que a Doutrina Espírita está no seu alvorecer e de que, salvo raríssimas exceções, os homens de hoje a estão experimentando pela primeira vez. E quando levantamos a possibilidade de Allan Kardec ter sido um tanto ingênuo ao desconsiderar a possibilidade de o Movimento Espírita se desvirtuar, na verdade, o fizemos por efeito de linguagem, porque, sem sombra de dúvidas, ele projetava sua obra tendo em vista um horizonte muito mais alargado, considerando mesmo que nestas primeiras gerações, a absorção e aplicação da doutrina passassem mesmo por tais vicissitudes.

Além disso, observemos — com felicidade — os frutos já alcançados pelo Espiritismo, especialmente no quesito do voluntarismo dos espíritas, em observância à norma da caridade, que nos diz "Daí de graça o que de graça recebeste". É mesmo louvável que tenhamos estabelecido a praxe da gratuidade dos serviços espíritas. Não podemos dizer que não haja exploração financeira dentro das casas espíritas, entretanto, em geral, as improbidades se perdem num mar de generosidade que as instituições kardecistas promovem. Se compararmos ao que vemos em outras congregações religiosas, então…

Este autor desconhece qualquer eventualidade grave, no meio da nossa seara, que envolva qualquer exploração material. Desconhece-se qualquer escândalo desse naipe envolvendo nossa doutrina. De oposto, temos referências absolutamente respeitáveis, por exemplo, Dr. Bezerra de Menezes e Chico Xavier, que efetivamente dispuseram de oportunidades para a autopromoção — tanto para benefícios materiais diversos quanto financeiros, propriamente falando — com suas obras doutrinárias e não sucumbiram a esta séria tentação. Esta é uma conquista maravilhosa do nosso ativismo doutrinário que suplanta todos os tropeços destas primeiras gerações de ativistas do Moderno Espiritualismo.

Estamos inseridos num ambiente em reforma, onde algumas coisas precisam ser desconstruídas e demolidas para dar lugar a coisas novas. Uma obra desse porte causa certos inconvenientes, naturalmente, e exige readaptações. Contudo, sabemos que a reforma tem uma razão de ser e que dela sempre colhemos benefícios, pelo que, digamos: os transtornos são temporários, mas os benefícios são duradouros.

É compreensível que durante nossa escalada haja imperfeições. Porém, não vamos nos eximir do compromisso de sermos espíritas e de contribuirmos para que o Movimento Espírita se fortaleça nos fundamentos originais da natureza espiritual, ainda que sob o peso de ter que se desconstruir, em certos pontos, rumo aos ideais da verdade, bondade, sabedoria e justiça divina.

Louis Neilmoris do livro:
Terapia Espírita

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quarta-feira, 15 de maio de 2024

Autonomia, solidariedade e resignação

Autonomia, solidariedade e resignação

Louis Neilmoris



O equilíbrio espiritual é uma conquista individual. Cada qual tem a autonomia de se equilibrar espiritualmente. Logo, a primeira faceta da terapia espírita é iluminar-se, para, a partir daí, ajudar as consciências de que elas próprias podem se autotratarem — quando conquistamos nossos objetivos por nossas próprias capacidades. Desta forma, o Espiritismo nos enseja ver que cabe a cada qual a tarefa de nos tornarmos perfeitos e felizes, embora haja uma ligação interpessoal nesse processo em que somos assistidos e assistimos os nossos semelhantes, num aprendizado coletivo do qual se extrai o aprendizado individual. Portanto, dentro da terapia espírita estão os conceitos autonomia — esforçar-se para se autodepurar — e solidariedade — colaboração com os irmãos e com o meio ambiente onde se vive.

Entretanto, na condição humana, por mais que adiantado que o Espírito seja, dentro do processo de aperfeiçoamento, a carne impõe as durezas próprias da natureza física. Na geração atual, por exemplo, o período da infância ainda é longo, pelo que vemos quanto tempo o Ser espiritual demora se adaptando à dimensão terrena; vemos como o corpo material perece rapidamente e o quanto o período geriátrico ainda é de demasiada debilitação orgânica para o sujeito. Diante desses condicionamentos naturais, só nos restam dois apontamentos a observar: 1) que devemos ser resignados, uma vez que tais imposições estão acima de nossa alçada; e 2) compreendermos que todos esses desígnios de Deus têm um propósito sábio, bom e justo; que os sofrimentos e reclames da vida física são lições para nosso intelecto (porque impele as inteligências na Terra para que trabalhem no desenvolvimento de novas alternativas para o bem-estar comum), assim como as dificuldades carnais são provas para nossas virtudes (como a supracitada, resignação).

Aliás, para bem dizer, quem dentre esta geração pode calcular o valor de uma enfermidade que, embora castigue o homem fisicamente, o livra de mais e mais excessos, que o remete a preciosos instantes de reflexão — ainda que envolto de reclamações e até blasfêmias — e o encaminha para o encontro com o seu eu espiritual? Não temos visto esporadicamente almas nobres suportarem cruciantes dores enquanto sustentam um olhar esperançoso, um sorriso firme e as mãos unidas e voltadas para o alto? Como eles louvam aos céus, tão logo retornam à pátria espiritual, pelas penúrias sofridas no orbe terrestre, pois que com isso seus perispíritos então gozam de indizível alívio. Os homens choram o falecimento dos parentes e amigos — especialmente em se tratando de mortes prematuras — ignorando a libertação espiritual que aí se processa.

A força de resignação é por si só um exercício de autoterapia.

Lembremo-nos aqui da pequena prece conhecida como "Oração da Serenidade": 

Concedei-nos, Senhor, a Serenidade necessária
para aceitar as coisas que não podemos modificar,
coragem para modificar aquelas que podemos,
e Sabedoria para distinguir umas das outras.
Louis Neilmoris do livro:
Terapia Espírita

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segunda-feira, 22 de abril de 2024

O modelo crístico

O modelo crístico

Louis Neilmoris


A Doutrina Espírita interpreta o modelo crístico de conduta moral baseando-se em três pontos elementares:

1. Mandamento do amor: Jesus resumiu toda a sua doutrina (que, na verdade, é do Pai Celestial), todo o conhecimento e toda a liturgia salvacionista em duas leis que, de fato, representam um só mandamento, porque é impossível cumprir a um perfeitamente enquanto despreza o outro: "Amar a Deus e amar ao próximo". (Mateus, 22:35-40)

2. A quem amar: as raças primitivas tinham por conceito estabelecer preferências consanguíneas e pregar separatismo étnico e religioso. Assim sendo, para o cumprimento do mandamento crístico, Jesus exemplificou a quem devemos amar, descrevendo quem é o "próximo": todos, indistintamente todos os nossos semelhantes, sejam eles de qualquer nacionalidade, religião, caráter e qualquer outra qualidade, pois somos todos filhos do mesmo Pai Eterno. Aliás, para deixar esse mandamento ainda mais evidente, Jesus nos deixou a parábola do Bom Samaritano (Lucas, 10:25-37), fazendo questão de incluir na lista dos amáveis até aqueles a quem denominamos nossos inimigos. (Mateus, 5:43-48)

3. Como amar: mesmo sabendo e estando deliberadamente voltado a amar a Deus e todas as pessoas, é provável que em determinadas situações o indivíduo tenha dúvidas quanto à forma de amar. Para suprir essa dúvida, Jesus nos dá um ensinamento simples, embora muito sublime: o truque é a alteridade, ou seja: colocar-se no lugar do próximo, para medir nossas ações (Mateus, 7:12). Não há método mais eficaz para sabermos se estamos agindo bem em relação ao outro do que nos propondo a fazer a ele aquilo que gostaríamos que alguém nos fizesse na mesma proporção. 

Estes são os três pilares que fundamentam o Evangelho crístico. Tudo o mais é acessório. Aqui está, portanto, a primazia moral da Doutrina Espírita e pelo que dizemos que o Espiritismo é crístico, ou seja, baseia-se em Jesus Cristo.

Ser um verdadeiro cristão — ou seja, ser crístico — é estabelecer os princípios éticos de Jesus antes e acima de tudo, colocando tudo o mais sob tais condições. Após isso, podemos traçar planos, metas e trabalhar para a sua realização, em observância dos três pontos básicos: amar, amar a todos e amar como se quer ser amado.

Uma pessoa que elabora projetos antes de estabelecer os seus

princípios morais corre o risco de abusar de suas capacidades e cometer graves imperfeições a pretexto do que poderá supor ser um "bem maior", como a dizer que "o fim justifica os meios". Se formular que precisa chegar a tal lugar, antes de medir seus princípios, então fará de tudo para chegar lá, custe o que custar, doa a quem doer, pois mentalmente condicionou a si mesmo "precisa e precisa e pronto!". Logo, essa pessoa sempre verá subterfúgios para se desculpar pelos seus possíveis abusos.

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segunda-feira, 8 de abril de 2024

Conduta moral do espírita

Conduta moral do espírita

Louis Neilmoris


Sabemos que a transformação não se dá de repente, mas gradativamente. Logo, ser espírita não é ser perfeito, mas ser alguém que busca a perfeição, mesmo caindo, errando e não contendo todas as suas milenares más tendências. Porém, é imperioso que o praticante do Espiritismo aproveite seus aprendizados para sua reforma íntima, impondo-lhe uma conduta moral baseada nos benefícios apontados pelo que sua razão absorve da doutrina. Já não é um mero código penal que norteia nossos direitos e deveres cívicos e nem um catecismo religioso que dita os nossos procedimentos perante Deus e os demais: é a nossa própria consciência que nos acusa o que fazer, mediante nosso livre-arbítrio, em acordo com o que vemos de bom nos conceitos espíritas.

O espírita não deixa de fazer o mal porque o Espiritismo seja contra o mal, mas sim, procura fazer o bem porque sua inteligência vê os benefícios da bondade, a satisfação pessoal em praticá-la e reconhece as consequências de todos os atos imperfeitos, de um jeito tal que a Doutrina Espírita nos mostra e nos convence, como nenhuma outra filosofia ou religião tem feito até hoje.

O Espiritismo não constrange ninguém a fazer isso ou deixar de fazer aquilo — o que seria uma violência moral, um atentado ao livre-arbítrio —, entretanto, mostra-nos os resultados possíveis de cada ato, de modo tal que nós mesmos nos deliberamos levar a efeito essa ou aquela atitude por força própria.

E para nos orientarmos moralmente, reconhecendo os resultados dos bons e maus procedimentos, Deus nos colocou em convívio com uma imensa diversidade de caráter, em contato com indivíduos (encarnados e desencarnados) mais adiantados — com quem podemos nos espelhar — e outros menos evoluídos — com quem podemos compartilhar as virtudes e aprendizados, porém, havendo um, em especial, a quem podemos considerar como modelo maior para nossa dimensão:

Qual o tipo mais perfeito que Deus tem oferecido ao homem, para lhe servir de guia e modelo?  “Jesus.” - O LIVRO DOS ESPÍRITOS, Allan Kardec - Questão 625.

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quinta-feira, 4 de abril de 2024

Marcha Evolutiva

Marcha Evolutiva

Louis Neilmoris


Todos nós seguimos um irresistível curso evolutivo. A força dessa marcha arrasta as multidões e remodela o ambiente físico em que vivemos. A cada novo patamar alcançado, vemos um novo horizonte se abrir aos nossos olhos e, fatalmente, podemos pensar: "Poderíamos já ter chegado a tal ponto há mais tempo! Além disso, a cada degrau escalado, vemos novos degraus superiores se projetarem à nossa vista, o que nos faz desejar: "Bem que poderíamos já ter chegado lá!”

No desdobrar dessa nossa jornada, observamos o desenvolvimento evolutivo dos nossos semelhantes. Alguns avançam mais ou menos aceleradamente enquanto outros se figuram como retardatários.

A discrepância do ritmo da marcha nos leva a questionar sobre a razão da distância de quem está bem mais à frente em relação aos mais atrasados. A lógica espírita nos aponta então que a vontade e os esforços empregados por cada um são as causas máximas para desenhar tal cenário. Assim se faz a justiça divina, que premia automaticamente aqueles que fazem jus ao próprio mérito.

Com efeito, o indivíduo quer outrora tenha permanecido desatento pode então deliberar acelerar sua evolução e assim indagar como fazer isso. Ora, o interessado em se adiantar espiritualmente pode se espelhar nas virtudes dos irmãos superiores e verificar as imperfeições que ele próprio ainda conserva, para então traçar  o que há de bom a ser buscado e do que depurar, naquilo que lhe pesa.

Para nós, encarnados, que vivemos numa dualidade entre homem e Espírito, dois cursos se apresentam: a evolução do personagem terreno que cada qual representa e a evolução espiritual. Aquele que ignora ou desdenha sua identidade espiritual — que é a principal, preexistente e sobrevivente à vida física - fica suscetível a se fascinar com a ideia de ter que se realizar completamente nesta encarnação e, desta maneira, empregar todas as forças para obter o gozo material, então falsamente justificado pelo imediatismo de viver a única vida, em conformidade com a convenção da sociedade local.

Aos iniciados na espiritualidade, é natural haver uma batalha consciencial, mais ou menos feroz, acerca daquilo que seja bom para ambos, ou seja: realizar se o quanto possível como personagem humano - que tem prazo de validade -, porém afinado com os propósitos superiores do ser  espiritual - que é imortal -, sendo que muito comumente o planejamento encarnatório prevê que o Espírito deva passar por muitas provações e renúncias na carne, a fim de que vença metas; que o indivíduo passe pelos transtornos de uma dura semeadura, cujos frutos somente sejam colhidos bem adiante, no retorno à pátria astral.

Merece nota aqui o fato, errôneo, de algumas pessoas cogitarem a ideia de que, para demonstrar maior grau de espiritualização, se deve menosprezar a vida física, como se não nos coubesse qualquer nível de felicidade nos dias correntes, como se devêssemos esperar o desencarne para, só então, pensarmos em nos realizar — quem sabe na colônia Nosso Lar, ou outra mais acima. Tal concepção seria equivalente ao céu dos cristãos clássicos. Nossa identidade espiritual não tira férias enquanto encarnamos; representamos um papel no teatro terreno ao mesmo tempo em que conservamos o Espírito, que vive, modela-se e influi no nosso cotidiano na Terra - vez ou outra, desabrochando instintos e intuições do que temos acumulado das sucessivas reencarnações.

Embora seja raro, existe um tipo de planejamento reencarnatório em que o Espírito desça predestinado a uma vida bastante favorável, já com uma boa sustentação financeira, em uma família bem arranjada, saúde física e mental, ao lado de boas companhias e tudo mais que lhe permita viver bem. Em geral, tais benefícios são concedidos a pretexto de um objetivo grande, que envolva um colegiado, em missão, como a de liderar um povo num importante estágio político, ou promover o progresso científico através de descobertas e invenções. Essas missões são concedidas geralmente a Espíritos mais adiantados, que tenham com o que contribuir para a Humanidade, e que tenham já superado a mesquinhez do egoísmo, uma vez que todo esse favorecimento é uma prova gigante. Todavia, não devemos considerar evoluído e missionário qualquer um que se apresente como líder ou gênio, nem qualquer que tenha obtido alto posto diante da sociedade. Destes, muitos são entidades em grande prova que, presunçosos que são, se julgaram altamente capazes e exigiram tal oportunidade para demonstrar suas faculdades. Falidos moralmente - apesar de terem alcançado êxitos materiais — eles retornam alquebrados à vida espiritual, mas recolhem dessas quedas proveitosos aprendizados - conquanto dolorosos.

Com efeito, onde estaria o equilíbrio para se viver na dimensão material de hoje e cumprir as metas programadas para a evolução espiritual?

Bem, Emmanuel — respeitado mentor espiritual de Chico Xavier - disse certa vez:

Duas asas conduzirão o Espírito à presença de Deus: uma se chama amor e a outra se chama sabedoria — Emmanuel. EMMANUEL, (Emmanuel) Chico Xavier.

Ou seja, o equilíbrio está em duas frentes:

  • Na prática da moral crística, que Emmanuel sintetizou como asa do amor (ou caridade). Guiando-nos por esse sentimento, sempre estaremos afinados com a superioridade, angariando assim melhor sintonia com os Espíritos mais evoluídos e, por conseguinte, com Deus. A espiritualidade não abandona aqueles que não se projetam nesse objetivo, mas, até por uma questão lógica, os amigos espirituais não podem fazer muito por quem se fecha no seu casulo de ignorância e rebeldia;
  • Na aquisição do conhecimento, a asa sabedoria. A marcha evolutiva nos convida a contribuir com nosso progresso pessoal, com os semelhantes e com o meio ambiente, o que implica na aquisição do conhecimento. As reencarnações, a dor, as provas e tudo que nos sucede têm por intento primordial nos possibilitar o aprendizado, pelo qual experimentamos nossas capacidades, dentre as quais a de praticar a caridade. Por essa razão é que, normalmente, o progresso intelectual se adianta em relação ao progresso moral.
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