A falência do materialismo
Vianna de Carvalho
A Europa, culta e supercivilizada, ressalvadas as naturais exceções, tentando preservar os valores do materialismo, graças ao qual reúne o conforto às utopias físicas, entroniza o “bezerro de ouro”, numa volúpia assustadora.
Os valores éticos cederam lugar à prepotência, de um lado, e ao anarquismo, de outro, por falta de estruturas morais para auxiliar o homem nos seus compreensíveis momentos de angústia.
As crises que nesta hora assolam a Terra são exatamente de reais valores, que se fazem escassos, substituídos que vêm sendo, por aparentes prevalências de dominações externas, que sobrevivem mediante pressões de vária ordem, quer de natureza política, econômica, social ou de força, mudando as estruturas do comportamento da criatura, que ora tresvaria.
As coletividades, cansadas das colocações espiritualistas incapazes de enfrentar o utilitarismo, e que se apresentam falidas nas bases, em face dos comportamentos de que dão mostras os que se encontram vinculados a tais doutrinas, deram as costas a quaisquer possibilidades de um exame imparcial sobre a realidade imortal do ser, temendo a repetição dos erros calamitosos de que se fizeram vítimas, quer no passado mais remoto, quanto no mais próximo.
Exaltando as necessidades de uma vida descomprometida, breve, pela sua maneira de considerar, apenas, a vestidura biológica, subverteram a ordem das coisas, entregando-se ao egoísmo com exacerbação das sensações mais grosseiras, em que se exaurem e desconcertam.
Como consequência primeira, a dissolução da família atinge estado jamais igualado, em que pais se apresentam como impedimentos e desagrados para filhos irresponsáveis, ávidos de prazeres; e em que os filhos constituem carga pesada e desconcertante para pais atormentados e sequiosos de aproveitamento do tempo, tendo em vista as próprias dissipações...
A indiferença pela educação, no lar, gera o abismo entre genitores e prole, que aguardam com ansiedade o momento de libertarem-se uns dos outros, vivendo cada um a sua própria vida, até que a dor, silenciosa e pertinaz, fale-lhes ao coração empedernido sobre a excelência da afetividade e a bênção do amor, que malbarataram e de que ora sofrem inqualificável carência.
Em tal comportamento humano e social, a criatura destrói os sentimentos mais profundos e os substitui por infelizes jogos de interesses, nos quais o próximo significa o que vale em prazer, o que oferece como lucro.
As uniões são rápidas e frustrantes; as amizades fugazes e inconsequentes; as ambições utópicas e materiais.
Como efeito seguinte, cada qual faz-se mais exigente e áspero para com o outro, e mais tolerante para consigo mesmo, dando origem a comportamentos agressivos, violentos, com ou sem pretexto, atribuindo-se merecimentos e direitos que a ninguém outorga.
As atitudes tornam-se extravagantes, e o exibicionismo de toda ordem substitui a discrição, a autoridade moral, o equilíbrio; o escândalo assume proporções de cidadania até o ponto de não mais chocar, e o desinteresse pela vida, como patrimônio de que todos se fazem beneficiários e de que terão que dar conta, transforma-se em manifestação de superioridade de quem assim age.
Por fim, indivíduos e comunidades neurotizam-se, resolvendo pela violência tudo quanto os incomoda, sem se preocuparem, ao menos, por tentativas de diálogo e de entendimento.
Traições, sequestros, chantagens, roubos, suicídios e homicídios cruéis dão-se as mãos e tomam conta das megalópolis terrenas, ganhando manchetes sensacionalistas, que os promovem, adentrando-se pelos lares, através das comunicações de toda classe, atemorizando a uns, enquanto a outros exaltando.
Bandidos tomam-se heróis, imitados por longa faixa da juventude aturdida, e crimes aparvalhantes são comemorados por chefes de Estados, igualmente alucinados, vítimas, em potencial, de grupos outros que lhes são contrários...
...A guerra, então, parece inevitável, desde que, belicoso, o homem está guerreando a si mesmo e ao seu irmão, no lar, no trabalho, na rua, e as comunidades mais fortes, na larga exploração das mais fracas, perdem o pudor e justificam os seus atos, que são defendidos por outros tantos semelhantes.
São os frutos, amargos uns e podres outros, do materialismo ateu, da falência da verdadeira cultura, que se desviou da rota da sabedoria, para transformar-se em intelectualismo vaidoso e tecnicismo utilitarista, mercantilizado.
O homem moderno tem medo. Porque teme, agride, enclausurado no “eu”. Cansado das utopias que elege, procura evasões que o levam a corredores escuros e sem saídas.
Apesar de tudo isto, nas sombras que se adensam sobre a Humanidade luz a compassiva promessa de Jesus a respeito do futuro, fulgurando na imortalidade em triunfo, de que ninguém se exime, e que, a pouco e pouco, fortalece os pilotis da crença espiritual cambaleante, soerguendo o edifício da civilização e lançando as seguras diretrizes para o reequilíbrio da criatura ante si mesma, o seu próximo, a vida e Deus.
Essa ingente e colossal tarefa, quase não percebida pelos que estão anestesiados na ilusão do momento, cabe ao Espiritismo, que apresenta as características do Consolador e cumpre as determinações sancionadas por Jesus.
Pouco importa a dimensão da faina que todos devemos desenvolver. Desde a mais modesta à mais expressiva, a tarefa de esclarecer os homens e orientá-los, sem medo nem tergiversações, é emergente, dando prosseguimento ao ministério iniciado, por Allan Kardec, que se propagará como centelha crepitante em combustível que a aguarda, para dar-se o grande amanhecer moral e espiritual para onde marchamos, nosso futuro próximo e libertador.
Vianna de Carvalho por Divaldo Franco do livro:
Reflexões Espíritas
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