Ouvidos de ouvir
Hammed
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“Eu lhes falo por parábolas, porque vendo não veem, e escutando não ouvem nem compreendem.” (O Evangelho segundo o Espiritismo – Cap. 24 – Item 3)
Nossa arrogância ou receio, em muitas ocasiões, impedem-nos de aceitar novos conceitos tão necessários para o nosso crescimento espiritual. Defendemos ideias ultrapassadas, mesmo quando elas só nos tragam inflexibilidade e culpa diante da vida.
Cada criatura que encontramos traz consigo parte de uma verdade maior; e, por não possuirmos todas as respostas, precisamos aceitar a mutabilidade de nossos conhecimentos e concepções. Aliás, granjear novas ideias é algo que não vem sem relutância e desconforto.
O sábio busca entender aquilo que seu interlocutor está dizendo não somente pelas palavras, mas também por gestos, expressões e vibração da voz. Infelizmente, deixamos de treinar essa habilidade tão importante. Ficamos presos às nossas deduções sobre aquilo que estamos ouvindo e não vemos os sinais implícitos na fala. Por ser um homem sábio, Jesus nos alertou sobre esta fragilidade: escutamos, mas não ouvimos.
Se desejamos substituir esse modo de pensar autodestrutivo por um saudável, precisamos ter “ouvidos de ouvir”, ou seja, necessitamos desenvolver uma mente empática perante o que o outro diz, obviamente usando o espírito de discernimento.
Quem sabe ouvir com clareza percebe a intenção por trás das palavras e dificilmente se deixa levar por elas, sejam de elogio ou crítica.
Disse Sigmund Freud: “O homem é dono do que cala e escravo do que fala. Quando Pedro me fala sobre Paulo, sei mais de Pedro que de Paulo”.
Quando temos “ouvidos de ouvir”, sabemos que o que falas de mim fala mais de ti do que de mim!
- Para seguirmos corretamente o espiritismo, devemos submeter todas as mensagens mediúnicas ao crivo duplo de Kardec, sendo eles, a razão e a universalidade.
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