sexta-feira, 31 de maio de 2024

Sabedoria

Sabedoria

Eros


Mestre ensinava aos alunos como identificar valores preciosos e excepcionais.

Tratava-se de um grupo de jovens príncipes, que lhe foram confiados à educação.

Tomando de três gemas lapidadas, distribuiu-as com os três aprendizes, após o que os indagou, um a um, qual a qualidade da sua pedra.

O mais velho respondeu com entusiasmo:

- Esta fulgurante gema que tenho nas mãos é um diamante raro, que reflete a luz, tornando-se uma estrela refulgente.

O segundo aduziu:

- Disponho de uma esmeralda, que reflete os tons mágicos das matas e suavemente parece constituída de grande fragilidade, que lhe dá mais beleza.

O terceiro adiu:

- Possuo um rubi como gota de sangue sagrado que se penetra de claridade e se transforma em lágrima de dor nascida no coração, ou se faz dádiva sacrificial para fulgir na coroa de um rei.

Fazendo um silêncio natural e repassado de expectativas, completou o guru:

- Identificastes pedras de valor inestimável, porém transitório. Esse conhecimento ajuda-vos na aquisição de coisas para a vida física. No entanto, a verdadeira sabedoria consiste em descobrir as joias morais que estão enclausuradas nos cofres dos sentimentos e devem ser trabalhadas para enaltecer a existência, seguindo com o ser por todo o sempre, facultando-lhe a conquista de plenitude.

*

Sábio é aquele que se autodescobre e converte o conhecimento convencional em roteiro de luz para seguir na busca da paz e da felicidade sem jaça.

Eros por Divaldo Franco do livro:
A busca da perfeição

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- Cisão para estudo de acordo com o Art. 46 da Lei de Direitos Autorais - Lei 9610 /98 LDA - Lei nº 9.610 de 19 de Fevereiro de 1998.
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quinta-feira, 30 de maio de 2024

Verdade ou hipocrisia?

Verdade ou hipocrisia?

Jácome Góes


Talvez seja preciso uma aproximação mais consciente com Deus não na repetição condicionada de preces que morrem no nascedouro dos lábios, mas na firmeza de ideais superiores que revitalizam a energia do espírito. É fácil e cômodo louvar a Deus nos templos, mas humanamente sublime é fazer a vontade do Pai, demolindo os erros para construir os acertos, e matando os vícios pra que possam nascer as virtudes.

Não sei se você concorda comigo, mas eu acho que para alcançarmos um estágio de autoiluminação é preciso conhecer a teoria nos planos da consciência, e o sacrifício da prática nos testes que a própria vida nos impõe.

Sem nos decidirmos por uma razoável limpeza no campo mental, jamais poderá haver enobrecimento da alma. Felizes, então, são aqueles que não guardam “detritos" e "sujeiras" de maldade nos domínios do coração. Esses, sim, sabem reverenciar a vida e realmente louvam o Senhor, não na mentira de falsos ideais, mas na verdade de justos propósitos que se concretizam na renúncia dos vícios e no sacrifício pleno da autoiluminação.

Quem diz quase todos os dias: "Perdoai as nossas ofensas, assim como nós perdoamos a quem nos ofende” -, mas não consegue "materializar'" em gestos sinceros o que repete em palavras, é um infeliz que é pródigo apenas nas promessas, mas, indigente nas ações...

Toda fé sem a sua real correspondência em obras é nula em seu efeito e morta em sua raiz.

Esquecemos, meu amigo, que o patrimônio eterno do espírito  é os dos sentimentos legitimados pela nossa verdade. Damos, às vezes, muito mais valor aos rituais externos e à ostentação dos rótulos, do que mesmo à silenciosa purificação íntima. Ninguém, contudo, será julgado no "tribunal'" Divino, porque é católico, protestante, espírita ou ateu. Nossos atos, sim, serão julgados. Nossas intenções serão avaliadas. Não importa quantas vezes eu tenha ajoelhado e batido no peito: "Eu pecador'". O que "fala” bem mais alto é a dignidade dos meus exemplos e o respeito que eu possa guardar, sempre, no "templo” vivo da minha alma. 

Eu me questiono sempre! - Que adianta entoar hinos e depois desafinar na vida, emitindo a dissonante vibração do desamor? - Que adianta a repetição da cruz na testa, se não queremos aprender a selecionar os nossos pensamentos?

- Que adianta o mesmo sinal de paz, na boca, se as nossas palavras expressam a "linguagem” agressiva da maledicência?  - Que adianta fazermos o mesmo gesto sobre o peito, se o coração continua a distilar o ódio, esquecer o perdão e fluir o desamor?

Desculpe-me, mas eu insisto: Que adianta repetirmos que o Cristo é nosso Mestre, se nos falta a coragem para aprendermos suas lições? - Que adianta chamá-lo de Guia, se nunca queremos seguir nos caminhos sacrificiais da renúncia? - Que adianta chamá-lo de Senhor, se continuamos servos de outros ídolos e escravos de tantos vícios?

- Você percebe o que nos está faltando? Decisão! Verdade! Persistência! Idealização superior!

Nós já conhecemos o inestimável valor do bem, não apenas pela informação lúcida da teoria, mas, também, pelos "gritos" da nossa própria consciência. Falta-nos, apenas, o compromisso de acioná-lo no gesto e dinamizá-lo na atitude. Se não agirmos com a arma da coragem e o anteparo da fé, continuaremos adorando a Deus na tradição dos costumes, mas, rendendo vênias ao pecado, na fraqueza dos hábitos...

Por tudo isto, eu penso que não podemos continuar na estagnação da indiferença, repetindo, indefinitivamente, os mesmos erros, acumulando as mesmas culpas e abafando os mesmos remorsos... A mudança íntima de sentimentos e ideias deve ser acionada o mais rápido possível, enquanto temos, a nosso favor, a bênção do tempo. Agir é preciso, na sintonia do bem e na harmonia do verdadeiro e legitimo amor.

Jácome Góes
Jornal da Cidade /Aracaju/Sergipe


Jácome Góes

Sergipano, ex-morador de São Paulo, morou em Aracajú - SE.
Foi advogado aposentado do Ministério do Trabalho.
Orador e escritor espírita, teve colunas em jornais e programas de rádio.

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A transição

A transição

Allan Kardec



1 — A confiança na existência da vida futura não exclui as apreensões pela transição desta vida para a outra. Muitas pessoas não temem propriamente a morte, o que temem é o momento da transição. Sofremos ou não ao fazer essa passagem? É isso o que as inquieta e com tanto mais razão quanto ninguém pode escapar a esse momento. Podemos deixar de fazer qualquer outra viagem, mas quanto a esta, tanto os ricos como os pobres terão de fazê-la e se ela for dolorosa, nem a posição e nem a fortuna poderiam suavizar a sua amargura.

2 — Ao ver a tranquilidade de algumas mortes e as terríveis convulsões da agonia em outras, já podemos perceber que as sensações não são sempre as mesmas, mas quem pode nos esclarecer a respeito? Quem nos descreverá o fenômeno fisiológico da separação da alma e do corpo? Quem nos relatará as sensações desse instante supremo? Sobre isso, a Ciência e a Religião se calam.

Mas por que se calam? Porque falta a uma e a outra o conhecimento das leis que regem as relações do Espírito com a matéria. Uma para no limiar da vida espiritual, a outra no da vida material. O Espiritismo é o traço de união entre as duas. Somente ele pode revelar como se opera a transição, seja em virtude das noções positivas que oferece sobre a natureza da alma, seja com as informações dadas pelos que deixaram a vida. O conhecimento do elemento fluídico que une a alma ao corpo é a chave desse fenômeno, como de muitos outros.

3 — A matéria inerte é insensível: este é um fato positivo. Só a alma experimenta as sensações de prazer e dor. Durante a vida qualquer desagregação da matéria repercute na alma através de uma impressão mais ou menos dolorosa. É a alma que sofre e não o corpo, pois este é apenas o instrumento da dor e a alma é o paciente. Após a morte, estando o corpo separado da alma, pode ser livremente mutilado que nada sente. A alma, estando isolada do corpo, não é atingida por nenhum efeito da destruição deste. Ela tem as suas próprias sensações, cuja fonte não está na matéria tangível.

O perispírito é o envoltório físico da alma, da qual não se separa nem antes nem depois da morte, e com a qual se pode dizer que forma um todo.

Porque não se pode conceber um sem a outra. Durante a vida o fluido perispiritual impregna todo o corpo, servindo de veículo das sensações físicas para a alma. É também por esse intermediário que a alma age sobre o corpo e dirige os seus movimentos. (*)

(*) Somente agora, mais de um século após a explicação cientifica do Espiritismo a esse respeito, as Ciências materiais conseguiram confirmá-la através de suas pesquisas. Apesar das provas obtidas, entretanto, a cegueira materialista levantou celeumas a propósito e os religiosos antiespíritas, por mero sectarismo, fazer coro com os negativistas. A escola parapsicológica liderada pelo prof. Joseph Banks Rhine, da Duke University, Estados Unidos, sustenta a existência no homem de um elemento extrafísico e defende a tese de que: a mente, que não é física, age sobre a matéria por vias não físicas. Esta é uma das asserções mais graves de Rhine e que maiores controvérsias provocou no meio científico de todo o mundo. Whately Carington, na Universidade de Cambridge, Inglaterra, formulou uma teoria da sobrevivência da mente após a morte e da sua possibilidade de agir sobre a matéria produzindo os fenômenos físicos paranormais. O prof. S. G. Soai, da Universidade de Londres, formulou também uma hipótese da sobrevivência da alma. Em pesquisas realizadas a partir de 1965 os físicos e biólogos soviéticos conseguiram obter provas concretas (fotografias e visão através de aparelhos éticos especiais) da existência do perispírito, a que deram o nome de corpo bioplástico. (Nota do Tradutor)

4 — A extinção da vida orgânica produz a separação da alma e do corpo pelo rompimento da ligação fluídica, mas essa separação nunca se verifica de maneira brusca. O fluido perispiritual se desprende pouco a pouco de todos os órgãos, de maneira que a separação só se completa quando não resta mais um único átomo, do perispírito unido a uma molécula do corpo. A sensação dolorosa que a alma experimenta nesse momento está na razão da quantidade de pontos de contato existentes entre o corpo e o perispírito, determinando a maior ou menor dificuldade ou lentidão da separação. Não se deve pois querer dissimular que, segundo as circunstâncias, a morte pode ser mais ou menos penosa. São essas diversas circunstâncias que vamos examinar.

5 — Coloquemos primeiramente, em princípio, os quatro casos seguintes, que podemos encarar como as situações extremas entre as quais existe uma infinidade de variações:

1°) Se no momento de extinção da vida orgânica o desprendimento do perispírito já se tiver completado, a alma não sentirá absolutamente nada;

2°) Se nesse momento a união dos dois elementos ainda estiver em toda a sua força, se verificará uma espécie de ruptura;

3°) Se a união já estiver enfraquecida, a separação será fácil e se dará sem choque;

4°) Se, após a completa extinção da vida orgânica ainda existirem numerosos pontos de contato entre o corpo e o perispírito, a alma poderá sentir os efeitos da decomposição do corpo até que as ligações sejam completamente rompidas.

Disso resulta que o sofrimento que acompanha a morte decorre do estado de aderência do períspirito ao corpo, e que tudo o que possa facilitar a diminuição desse estado e acelerar a separação torna a passagem menos penosa. Enfim, que se o desprendimento se verificar sem nenhuma dificuldade, a alma não experimenta nenhuma sensação desagradável.

6 — Na passagem da vida corpórea para a vida espiritual ocorre ainda outro fenômeno de capital importância: o da perturbação. Nesse momento a alma experimenta um entorpecimento que paralisa momentaneamente as suas faculdades e neutraliza, pelo menos em parte, as suas sensações. Ela fica, por assim dizer, em estado cataléptico, de maneira que quase nunca tem consciência do seu derradeiro suspiro. Dizemos quase nunca porque há um caso em que ela pode ter consciência desse último instante, como logo veremos.

A perturbação pode, pois, ser considerada como um fato normal no momento da morte. Sua duração é indeterminada, pois ela varia de algumas horas para alguns anos. A medida que ela se dissipa a alma se sente na situação de um homem que acorda de um sono profundo. Suas ideias são confusas, vagas e incertas, a sua visão é como se ela estivesse num nevoeiro; pouco a pouco a visão vai-se esclarecendo, a memória se reaviva, mas isso de acordo com as situações individuais. Para uns, esse despertar é calmo e proporciona uma sensação deliciosa, mas para outros é bem diferente, cheio de terror e angústia, semelhante a horrível pesadelo.

7 — O momento do derradeiro suspiro não é, pois, o mais penoso, porque em geral a alma não chega a percebê-lo. Mas antes ela sofre os efeitos da desagregação da matéria durante as convulsões da agonia, e depois as angústias da perturbação. Apressemo-nos a esclarecer que essa situação não é generalizada. A intensidade e a duração de sofrimento, como dissemos, estão na razão da afinidade existente entre o corpo e o perispírito. Quanto maior for essa afinidade, mais demorados e penosos serão os esforços do Espírito para se libertar. Mas há casos em que a união é tão fraca que a libertação se realiza naturalmente, sem dificuldades. O Espírito se separa do corpo como um fruto maduro que cai do ramo. É o caso das mortes tranquilas que levam a um despertar pacífico.

8 — O estado moral da alma é a causa principal que determina a maior ou menor facilidade de desprendimento. A afinidade entre o corpo e o perispírito decorre do apego do Espírito à matéria. Chega ao máximo no homem que concentra todas as suas preocupações na vida e nos prazeres materiais que ela oferece. É quase nula naquele cuja alma purificada se identifica por antecipação com a vida espiritual. Como a lentidão e a dificuldade da separação resultam do grau de depuração e desmaterialização da alma, depende de cada um tornar mais fácil ou mais penoso, agradável ou doloroso o momento de sua passagem.

Assim posta a questão, ao mesmo tempo no plano teórico e como resultado da observação, resta-nos examinar a influência do género de morte sobre as sensações da alma no derradeiro momento.

9 — Na morte natural, a que resulta da extinção das forças vitais pela idade ou pela doença, o desprendimento se opera gradualmente. No homem cuja alma se desmaterializou e cujos pensamentos se desprenderam da atração das coisas terrenas, o desprendimento quase que se completa antes da morte real. O corpo vive ainda a vida orgânica, mas a alma já penetrou na vida espiritual e somente a ligam ao corpo liames tão frágeis que se rompem sem dificuldade com a última pancada do coração. Nessa situação o Espírito já pode haver recobrado a lucidez e testemunhar conscientemente a extinção da vida no seu próprio corpo, do qual se sente feliz por se livrar. Para ele quase não existe perturbação. Este não é mais do que um momento de sono tranquilo do qual ele acorda com uma indizível sensação de felicidade e de esperança.

No homem material e sensual, que viveu mais para o corpo do que para as coisas espirituais, para quem a vida espiritual nada era, que nem mesmo a admitia em pensamento, tudo contribui para estreitar os laços que ligam a alma à matéria, pois nada contribuiu para os relaxar durante a vida. À aproximação da morte, o desprendimento se opera também de maneira gradual, mas através de contínuos esforços. As convulsões da agonia revelam a luta que o Espírito sustenta, tentando às vezes romper os laços que o seguram e de outras vezes apegando-se ao corpo do qual uma força irresistível o vai arrancando com violência, mas parte a parte.

10 — O Espírito se apega tanto mais à vida material quando nada vê além dela. Sente que ela lhe escapa e quer retê-la. Ao invés de se entregar às forças que o arrastam, resiste com todas as suas energias. Essa luta pode se prolongar por dias, semanas e meses. Não há dúvida, nesse momento o Espírito não goza de toda a sua lucidez. A perturbação já terá começado bem antes da morte, mas nem por isso é menor o seu sofrimento, e o estado de vacuidade mental em que se encontra, a incerteza quanto ao que lhe acontecerá depois aumentam as suas angústias. A morte chega e nada se acabou, pois a perturbação continua. Ele sente que está vivo, mas não sabe se essa vida é a material ou a espiritual. Luta ainda até que as últimas ligações do perispírito com o corpo sejam rompidas. A morte pôs termo à moléstia que ele sofria, mas não sustou as suas consequências, de maneira que enquanto existirem pontos de contato entre o corpo e o períspirito, o Espírito é atingido por essas consequências e sofre com elas.

Bem diferente a situação do Espírito que já se desmaterializou, mesmo no caso das doenças mais cruéis. As ligações fluídicas com o corpo tendo se enfraquecido, rompem-se sem nenhuma dificuldade, e além disso a sua confiança no futuro, que ele já entrevê mentalmente e às vezes mesmo de maneira real, o leva a encarar a morte como uma libertação e os seus males como uma prova. Daí a tranquilidade moral e a resignação que suavizam os seus sofrimentos. Após a morte, tendo as ligações sido rompidas de maneira instantânea, ele não sente nenhuma reação dolorosa. Pelo contrário, ao despertar sente-se livre, disposto, aliviado de um grande peso e muito feliz por não estar mais sofrendo.

12 — Na morte violenta as condições não são sempre as mesmas. Nenhuma desagregação parcial tendo podido levar a uma separação antecipada entre o corpo e o perispírito, a vida orgânica é subitamente sustada, ainda na plenitude da sua força. O desprendimento do perispírito só começa depois da morte. Nesse caso como nos outros não pode realizar-se instantaneamente. O Espírito, colhido de surpresa, sente-se como aturdido, mas ao perceber que pensa ainda, acredita-se vivo. Essa ilusão dura até que ele possa tomar conhecimento de sua nova situação.

Esse estado intermediário entre a vida corpórea e a vida espiritual é um dos mais interessantes como objeto de estudo, pois apresenta a singular situação de um Espírito que toma o seu corpo fluídico pelo seu corpo material, experimentando todas as sensações da vida orgânica. Apresenta-se uma variedade de nuanças que dependem do caráter, dos conhecimentos e do grau do desenvolvimento moral do Espírito. É de curta duração para aqueles de alma mais pura, porque nestes sempre há um desprendimento antecipado que a morte, mesmo a mais inesperada, vem apenas completar. Para outros pode prolongar-se durante anos. Esse estado é também muito frequente nos casos de morte ordinária, mas para alguns nada tem de penoso, dependendo das qualidades do Espírito, enquanto para outros representa uma situação terrível.

É sobretudo nos casos de suicídios que essa situação se faz penosa. O corpo continuando ligado ao perispírito por todas as suas fibras, faz que repercutam na alma todas as suas convulsões, produzindo-lhes sofrimentos atrozes.

13—A situação do Espírito no momento da morte pode se resumir assim:

O Espírito sofre tanto mais, quanto mais lento for o desprendimento do perispírito. A presteza do desprendimento depende do grau de desenvolvimento moral do Espírito. Para o Espírito desmaterializado, cuja consciência é pura, a morte é apenas um sono passageiro, sem nenhum sofrimento, e o seu despertar é cheio de suavidade.

14 — Para que a gente se esforce pela própria purificação, reprimindo as más tendências e vencendo as paixões, é necessário conhecer as vantagens do futuro. Para se identificar com a vida futura, desejando-a e preferindo-a à vida terrena, não basta acreditar que ela existe, mas é preciso compreendê-la. E para tudo isso é necessário apresentá-la sob um aspecto satisfatório para a razão, de pleno acordo com a lógica, o bom senso e a ideia que se faz da grandeza, da bondade e da justiça de Deus. De todas as doutrinas filosóficas, o Espiritismo é a que exerce, a respeito, a mais poderosa influência, graças à fé inabalável que proporciona.

O espírita sério não se contenta em crer: ele crê porque compreende, e só pode compreender recorrendo ao raciocínio.

A vida futura é então uma realidade que se desenrola incessantemente aos seus olhos. Ele a vê e a toca, por assim dizer, a todos os instantes. A dúvida não pode penetrar na sua mente. A vida corpórea, demasiado limitada, se apaga para ele ante a vida espiritual que se apresenta como a verdadeira vida. Essa a razão da pouca importância que dá aos incidentes do caminho, e de enfrentar com resignação todas as vicissitudes, compreendendo as suas causas e a sua utilidade. As relações diretas que mantém com o mundo invisível elevam-lhe a alma. As ligações fluídicas que o ligam à matéria se enfraquecem. E é assim que vai se operando o desligamento parcial que facilita a sua passagem desta vida para a outra. A perturbação que é inseparável da transição torna-se de curta duração porque, tão pronto atravessou a fronteira logo se reconhece: nada lhe é estranho e ele compreende a sua nova situação.

15 — O Espiritismo não é certamente indispensável para se chegar a esse resultado. Nem tem a pretensão de ser o único a assegurar a salvação da alma. Mas a facilita, pelos conhecimentos que proporciona, pelos sentimentos que inspira e pelas disposições que dá ao espírito, fazendo-o compreender a necessidade de melhorar-se. Além disso, dá a cada um os meios de facilitar o desprendimento alheio na hora da partida e os meios de abreviar o tempo de perturbação através da prece e da evocação.

Por meio da prece sincera, que é uma forma de magnetização espiritual, provoca-se uma desagregação, mais rápida do fluido perispiritual. Por uma evocação dirigida com conhecimento e prudência, através de palavras de benevolência e encorajamento, tira-se o Espírito do entorpecimento em que se encontra e consegue-se ajudá-lo a compreender mais rapidamente o que se passa. Se for um Espírito sofredor, provoca-se o arrependimento que é o único meio de abreviar os seus sofrimentos. (*)

(*) Os exemplos que vamos citar apresentam os Espíritos nas diferentes fases de felicidade e de infelicidade da vida espiritual. Não os procuramos entre os personagens mais ou menos ilustres da Antiguidade, cuja situação se poderia considerar modificada após a existência em que foram conhecidos, não oferecendo, por isso mesmo, provas suficientes de autenticidade. Tomamo-los das circunstâncias mais comuns da vida contemporânea, por serem aquelas em que podemos encontrar maiores possibilidades de comparações e das quais se podem tirar as mais aproveitáveis instruções.

Quanto mais a existência terrena dos Espíritos se aproxima da nossa, seja pela posição social ou pelas relações ou laços de parentescos, mais nos interessam e mais fácil se torna controlar a identidade dos comunicantes. As situações vulgares são naturalmente em maior número e é por isso que delas todos podem tirar mais facilmente as aplicações necessárias. As situações excepcionais nos tocam menos, por escaparem à esfera dos nossos hábitos. Não são essas, portanto, as ilustrações que procuramos. Se nesses exemplos se encontram algumas individualidades conhecidas, a maioria é de criaturas inteiramente obscuras. Os nomes retumbantes nada acrescentariam no tocante à instrução e poderiam ferir suscetibilidades. Não nos dirigimos aos curiosos nem aos amantes de escândalos, mas aos que desejam seriamente instruir-se.

Esses exemplos poderiam ser multiplicados ao infinito, mas, forçados a limitar o seu número, escolhemos os que pudessem lançar mais luz sobre o estado do mundo espiritual, seja em virtude da situação do Espírito, seja pelas explicações que ele estava em condições de dar. Na maioria essas comunicações são inéditas. Apenas algumas foram publicadas na Revista Espírita. Dessas, suprimimos os detalhes supérfluos, conservando apenas os pontos essenciais ao objetivo que nos propusemos aqui.

Acrescentamos a elas as instruções complementares que provocaram posteriormente. (N. de Kardec)

Allan Kardec
O Céu e o Inferno – 2ª Parte, Cap. I

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quarta-feira, 29 de maio de 2024

Justa indignação

Justa indignação

Camilo


Compreensível é que vos aturdais perante o amontoado de graves ocorrências que incidem sobre vossas vidas na atualidade da Terra, particularmente no berço em que reencarnastes agora, sob a constelação cruciforme de vosso céu austral.

Admissível é que sintais um travo amargo de frustrações, em face do desrespeito de atormentados compatriotas que, entre cinismo e licença, extorquem o erário, empobrecendo ainda mais o povo amigo e sensível que labora arduamente, em sua maioria, nas lides dos resgates necessários à própria liberdade espiritual, em vista dos clamores inaudíveis da profunda consciência.

O que não deveis perder, no entanto, é a certeza de que tudo o que vos vem ocorrendo se acha sob os olhares do Criador, que, através dos luminosos Espíritos prepostos de Seu amor, vigia e envia os recursos de que necessitais para que ultrapasseis com firmeza este momento infeliz, em que sois testados na capacidade de ajuizar maduramente essas situações e de assumir responsabilidades que vos são pertinentes, sem temores ou acomodações indevidas.

Sabeis que o que ora resgatais por entre lágrimas e lamentos, incontável contingente de indivíduos deverão sofrer, mais tarde, quando tiverem as próprias consciências liberadas do corpo físico, no Além, ou mesmo ainda nas experiências da presente romagem corpórea, quando tiverem tempo, longe dos aplausos e condenações exteriores; distantes dos jogos dos politiqueiros interesses; fora dos labirintos do poder temporal que oculta hediondos crimes contra a gigantesca massa humana, tão somente para a nauseante cobertura de uns poucos apaniguados da loucura lesa-pátria ou lesa-sociedade, de refletir sobre o rol de infortúnios que agora semeiam, fazendo-se braços não solicitados da Sublime Justiça, uma vez que "o escândalo é necessário, mas ai daquele por quem venha o escândalo"...

Padecerão dores morais, que poderão repercutir em nível fisiológico, somatizadas, esses que agora sorriem, delinquindo triunfantes no mundo das ilusões, logo que possam avaliar quantos dramas e loucuras propiciaram pelas estradas onde estiveram, protegidos pelo arbítrio da injustiça, sem que tivessem resgatado seus delitos junto a seus contemporâneos.

Pais e mães de família se deslocaram para o desequilíbrio psíquico ao se verem incapacitados de bem conduzir os afetos, principalmente os filhos, tomados que foram no bojo de infernizantes processos inflacionários que alguns indivíduos geram, mantêm e manipulam friamente, sem qualquer respeito ou consideração pela criatura comum que trabalha dedicada e arduamente por uma condição de melhor vida material.

Mães e pais que mergulharam em valões de prostituição, de criminalidade, de suicídios, fragilizados diante da impossibilidade de manter a vida dos familiares na faixa da dignidade, da honestidade, não logrando ver, em razão do desespero, melhor saída para seus dramas.

Homens e mulheres de caracteres débeis que preferiram seguir os impulsos da violência, das drogas e de mil e um processos antissociais, que passaram a conspurcar toda uma sociedade.

Criaturas incontáveis que sem explodirem nas crises criminosas, na sandice, na imoralidade de amplo sentido, impregnaram as células somáticas com os venenos de suas revoltas e mágoas e adoeceram, às vezes de modo irreversível, descendo ao vale da morte como inconscientes autocidas, porque se sentirem impotentes contra os poderosos exploradores da sociedade.

É entendível que mediteis sobre tudo isso, e que sintais n'alma essa santa indignação do homem justo, desejoso de ver passar estes tempos de terror desta aturdente atualidade.

O que não podeis deixar de refletir é que sem dúvida resgatais vosso pretérito ruinoso e que tão logo vos vejais quitados com as divinas leis que vibram em vossas consciências, tudo se transformará a vosso redor, pois que igualmente estareis melhor aparelhados, intelectual e moralmente, para impedir tais episódios dantescos.

Não devereis olvidar que tudo isso terá seu final, tanto quanto estiveram dominando, na Terra, e passaram, definitivamente, reis e príncipes, imperadores diversos, czares e kaisers, césares e ditadores, senhores feudais e presidentes, com todo o séquito de bajuladores sanguessugas, que transformaram o patrimônio coletivo em suas propriedades particulares, sempre mais ambiciosos, cada vez mais insaciáveis.

Se viveis no mundo terrestre, tereis que "dar a César o que é de César", o que pode significar, no contexto enfocado, vossa participação ativa nos nobres movimentos por uma pátria melhor, por um mundo melhor, vestindo-vos com as cores do equilíbrio, usando o comportamento da verdade, para que não sejais utilizados por famigerados aproveitadores da idiotia ou da imaturidade de estouvados lavradores da inconsciência, tornando-vos, assim, inconsequentes perigosos.

Buscai espelhar-vos nos exemplos de almas grandiosas que também foram tangidas pela indignação e que se lançaram às boas lutas pela renovação geral.

Francisco de Assis, indignado com a prepotência doméstica contra oprimidos trabalhadores de seu genitor, despiu-se e se transformou no homem que a todos atendeu, a todos ajudou, em nome do Grande Modelo, Jesus.

Florence Nightingale, indignada com a posição preconceituosa da sua família e da sociedade da época, tornou-se a patrona da enfermagem, estendendo seus sentimentos aos sofredores, logrando a vitória que o tempo consagrou.

Mahatma Gandhi, indignado com a covarde sujeição britânica sobre seu empobrecido povo indiano, entregou-se a uma luta sem sangue e sem trégua, até o momento da liberdade, que pagou com o preço da própria vida.

Martin Luther, indignado com a omissão proposital do clericalismo romano, no tocante ao ensino do Evangelho ao povo para manter uma dominação absurda, arrebatou a Boa Nova da cripta em que  estava oculta e a pôs nas mãos de todas as pessoas, a fim de que todos aprendessem a analisar e ponderar os ensinos da luz com as próprias capacidades, em nome da liberdade de crença.

O Sublime Galileu teve ensejo de expressar sua indignação, ao verberar o comportamento dos mercantilistas que invadiam o templo, acobertados pelo silêncio do sacerdócio organizado de Israel, tanto como invectivou contra crimes e barbarismos múltiplos que eram perpetrados contra os sofredores indefesos, contra o povo.

Indignado com a presunção acadêmica, Allan Kardec decide-se por apresentar seus livros em francês popular e não em latim, que era a língua oficial para publicações de filosofia, de ciências e de religião, à época, entendendo que se fossem publicados em latim, somente os doutos os leriam, enquanto que os doutos e toda a gente os poderiam ler, se em francês.

Desse modo, vós que vos sentis indignados com todas as ocorrências que desfilam perante vossos olhos e inteligências, não descoroçoeis. Buscai meditar maduramente na ação de Deus no mundo e no seio de cada povo.

*

Pensai no que seria mais enobrecido de vossa parte, e assumi a postura honesta e consequente de dar boa conta de vossos deveres, com a coragem do cidadão ou da cidadã que não se mostra tolo quando deve entender bem; que não se faz cego quando precisa ver claro; que não se apresenta surdo quando carece de ouvir tudo muito bem, e que não emudece no gesto acovardado, quando deve falar para esclarecer, para educar e corrigir, sem pruridos de vinganças infantis ou patológicas, porém, para que a luz seja posta sobre o ponto mais alto da vida e nunca mais sob o velador.

Pensai, então, em como o faria Jesus, e agi também.

Camilo por J. Raul Teixeira do livro:
O Tempo de Deus

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terça-feira, 28 de maio de 2024

Trabalho e ocupações dos Espíritos

Trabalho e ocupações dos Espíritos

Cairbar Schutel



O Universo não é um campo infinito, sem movimento e sem ação, um deserto onde se brada e ninguém responde, um abismo que traga almas, um sorvedouro onde tudo desaparece e se extingue. Ao contrário, o Universo é uma oficina eterna, onde o martelo do progresso não cessa de fazer-se ouvir, é uma arena infinita e eterna de labor, de estudos, de elevadas diversões, de amenos recreios, onde nascem, crescem, se educam e progridem todos os filhos de Deus.

O Universo é semelhante a uma nação, a um país bem dirigido, onde a ordem, a harmonia, o trabalho, a alegria, a abundância são mananciais de bem-estar e de felicidade para todos.

Todos os seres e todas as coisas são aproveitadas para o aformoseamento dos mundos terrestres e extraterrestres, que flutuam nos espaços e constituem as múltiplas moradas da Casa de Deus.

Todos os Espíritos, desde os menores até os maiores, desempenham trabalho de utilidade no Mundo Invisível. Assim como, aqui na Terra, desde o arquiteto até o servente, concorrem para a construção de um edifício, utilizando nela o barro, madeira, o ferro, o metal, assim também no Mundo Invisível, tudo é aproveitado, todos agem, tudo está em movimento. E nesse trabalho, nessas lutas, nessas diversões educativas, os Espíritos estudam, pesquisam e progridem para se elevarem a um posto superior, para se aproximarem da felicidade. Cada qual no seu mundo, na sul esfera, manipula a matéria à sua disposição, dedica-se à Arte, à Ciência, cultivando a sabedoria, estudando, por múltiplas formas, o Bem e o Belo, aproximando-se, finalmente, de Deus.

Não há ociosidade, não há desocupados no Além, e, aqueles que persistem na indolência, o acicate da dor logo os fustiga e faz que tomem posição nas lutas da Vida. Há Espíritos, em número muito grande, que trabalham, exercem missões inconscientemente, obedecendo a ordens e a planos superiores.

Uns percorrem os mundos, instruem-se e se preparam para nova encarnação, ou para se elevarem a uma região mais propícia. Outros tratam do progresso, dirigem os acontecimentos, sugerem ideias. Outros tomam, sob sua tutela, indivíduos, famílias inteiras, e se constituem os seus anjos tutelares. Outros, ainda, presidem os fenômenos da Natureza, de que se fazem agentes diretos. Muitos intervêm nos mundos materiais, inspirando e protegendo os encarnados. Outros, os mais atrasados, perturbam os homens, influindo sobre os acontecimentos da vida; muitas vezes, assistem aos combates durante as guerras, e até os dirigem.

A mitologia considerava os Espíritos como divindades; representava-os como deuses, cada qual com sua atribuição especial. Uns eram encarregados dos ventos, outros do raio, outros de presidir os fenômenos da vegetação. Hoje sabemos que essas concepções têm sua razão de ser; em certo sentido, até os fenômenos geológicos são presididos por Espíritos Superiores. Mas os Espíritos não se limitam a esses afazeres, pode-se dizer materiais. Nos mundos em que habitam, mundos de maravilhas da Arte, de instituições científicas, de princípios religiosos altamente nobres, o seu principal escopo é adquirirem conhecimentos e trabalharem para a coletividade, para o aformoseamento ainda maior dessas regiões em que se acham, e para mais acentuado progresso moral dos seus semelhantes. É assim que organizam reuniões de estudos teóricos e práticos sobre tudo o que concerne à aquisição de conhecimentos; prodigalizam benefícios aos que sofrem; zelam pelos Espíritos que passam desta vida para o Além, iniciando-os nessa outra existência, concorrendo para o seu progresso, velando o seu crescimento, protegendo-os contra a investida de outros seres inferiores, aos quais também corrigem.

O trabalho no Mundo Espiritual está de acordo com a elevação e aptidão de cada um. Aqui na Terra não se daria o serviço de carpinteiro a um sapateiro, ou vice-versa, assim como não se confiaria um posto elevado a um analfabeto; assim também é no Além.

Em suma: os Espíritos, sejam eles da categoria que forem, todos são obrigados a trabalhar pelo seu próprio aperfeiçoamento, a concorrerem para o bem-estar geral, a cooperar para a evolução da região onde residem.

O Universo, pois, é um extraordinário concerto em que a evolução é a nota principal.

Cairbar Schutel do livro:
A Vida no Outro Mundo

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segunda-feira, 27 de maio de 2024

Consciência, disciplina e livre arbítrio

Consciência, disciplina e livre arbítrio

Jorge Hessen


Se compreendêssemos melhor os mecanismos das Leis divinas, que não estão contidas nos livros nem nas instituições religiosas, mas na própria consciência, evitaríamos infortúnios, ambições e desonras que definitivamente não estariam em nosso roteiro. Precisamos refletir as Leis de Deus, a fim de nos conscientizarmos sobre seus mecanismos, que desfecha tanto reparações (reeducações), quanto bonificações surpreendentes, sempre justas, judiciosas e controladas pela própria consciência autônoma (livre arbítrio), as quais expressam a resposta da Natureza, ou da Criação, contra a desarmonia constituída ou submissões aos códigos divinos inscritos na consciência do homem em seus suaves aspectos.

Nos estatutos de Deus não há espaço para “punições”. Ninguém está sujeito ao império estranho do “castigo”, pois este também não existe. Os altivos regulamentos do Criador, que estão inscritos na própria consciência, demonstram que a semeadura rende sempre conforme os propósitos do semeador. Ora, em verdade, a cada um a vida responde conforme seus esforços ou não de autoaperfeiçoamento moral; portanto, não há exceções para ninguém. Por essa razão, fazer o bem determina o bem; demorar-se no mal gera a aflição. Por isso, importa a disciplina individual e coletiva, tão necessárias ao equilíbrio e harmonia da Humanidade.

O principal meio de modificar para melhor o resultado das nossas ações reside no controle das nossas vontades, pensamentos, palavras e ações, pois à medida que nos conhecemos melhor, reduziremos ou modificaremos as desarmonias de consciência e seremos mais independentes para decidir sobre nosso destino. Após a desencarnação permanecem os resultados de todas as imperfeições que não conseguimos melhor graduar na vida física. A Lei divina da consciência sobre si mesmo institui que felicidade e desdita sejam reflexos naturais do grau de pureza ou impureza de cada um. A maior felicidade reflete a harmonia com essas leis, enquanto a desatenção aos próprios desejos causa sofrimento e privação de alegria. Portanto, todo crescimento moral alcançado é fonte de gozo e atenuante de sofrimentos. Toda imperfeição, assim como toda falta dela decorrente, traz consigo o próprio sofrimento, inerente natural e inevitável da Lei “interna”. Assim, a moléstia retifica os excessos e da ociosidade nasce o tédio, sem que haja imposição externa de “punição” ou condenação especial para cada falta ou indivíduo.

Jorge Hessen do livro:
Aprendizados Espiritistas

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domingo, 26 de maio de 2024

A mobília

A mobília

Hilário Silva



O caminho estacara à frente de grande supermercado da rua 48, em Nova Iorque, em que Doug Sanford trabalhava.

Solteirão, as cinquenta de idade, Sanford era conhecido pela condição de espírita distinto e laborioso. Por isso mesmo, notando que ele acompanhava, algo preocupado, a preciosa mobília austríaca que a máquina transportava, aproximou-se dele Bobby Best, colega de serviço e companheiro de fé, a observar-lhe, curioso:

- Você tem razão de resguardar cuidadosamente estas peças...

E acariciando espelhos, lustres, almofadas e cortinas, acrescentava:

- Que beleza de mobília! Ah! Se eu pudesse, adquiriria um igual... que bom gosto!...

Porque Doug nada dissesse, retornou Bobby ao assunto:

- Olhe os altos relevos! Admiráveis filigranas!... Como eu seria feliz se possuísse um tesouro assim!... Você, naturalmente, meda razão...

Doug apenas afirmava: - “é... é...”

À vista disso, Bobby indagou, direto:

- Para onde vão estas raridades?

E o amigo:

- Vão para um lar de velhos menos felizes...

- Meu Deus! – gritou Bobby, espantado – quem fez semelhante doação? De onde vem tanta riqueza?

- Esta mobília – falou Doug – foi comprada por meus avós, pertenceu à minha mãe, recentemente desencarnada, e está largando enfim a nossa casa...

- Porque você diz assim?

E o amigo explicou:

- Tenho duas irmãs casadas que se puseram a disputa-la com tamanha ambição, que os maridos, revólver em punho, se atiraram um contra o outro, na semana passada, a ponto de se ferirem e de sermos todos detidos pela polícia... Com sacrifício, adquiri todo este material para oferece-lo aos velhinhos necessitados... Sem dúvida, que é uma relíquia do bom gosto de nossos avós...

E, ante as manobras do carro que se afastava, terminou:

- Mas toda relíquia material, quando capaz de conturbar a família ou arrasar a nossa paz de espírito, deve sair de nosso ambiente com a misericórdia de Deus.

(Nova Iorque, E.U. A., 1, Julho, 1965.)


Hilário Silva do livro:
Entre irmãos de outras terras
de Chico Xavier e Waldo Vieira

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