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terça-feira, 14 de janeiro de 2025

Os planos subsequentes ao mundo espiritual

Os planos subsequentes ao mundo espiritual

Cairbar Schutel



Após o relato sobre o Plano Espiritual, que sucede à vida corpórea, cumpre-nos dizer algo sobre o mais Além.

É claro que, a esse respeito, não podemos apresentar grandes conhecimentos; aliás, parece suficiente saber o ponto da jornada a que temos de chegar. Daí para diante, outras luzes nos iluminarão a estrada, e novos conhecimentos melhor nos esclarecerão para demandarmos a meta que o Pai nos assinalou.

Em todo o caso, podemos aventurar mais um passo no Caminho do Futuro que nos espera e tecer algumas considerações sobre a Vida Superior.

Todos devem saber que a nossa atmosfera, desde aquela que circunda o globo, até a que fica na fronteira dos outros planetas, como já dissemos não é igual. Pela mesma forma vemos que o nosso mundo é constituído de camadas sobrepostas, conforme ensina a Geologia. As escavações mostram camadas que se sucedem de distância a distância. Na atmosfera dá-se o mesmo; ela é composta de camadas superpostas.

Da Terra a uma certa distância, a matéria que existe em abundância, é o oxigênio, gás imponderável aos sentidos humanos, não obstante matéria ainda, dado que muito grosseira aos sentidos da alma, sentidos psíquicos, ou espirituais. Pois bem; em subindo, mais diminui o oxigênio, e assim por diante, a matéria vai-se rarefazendo, tornando-se cada vez mais sutil. Isto acontece sempre gradativamente, porque na Natureza não pode haver transições bruscas. Nada passa de um estado para outro, sem que primeiro passe por um estado intermediário. Esses círculos que envolvem a Terra, e se diferenciam pela fluidez da matéria que os compõe, são as Esferas Espirituais, cada qual mais adiantada em sentido ascendente, do Mundo dos Espíritos. São outros tantos mundos, cada um mais evoluído, mais perfeito, mais belo e admirável que o precedente.

Os Espíritos, que nunca deixaram as regiões inferiores, só podem fazer pálida ideia desses planos superiores, e, ainda assim, se algum Espírito Superior lhos revelar. Entretanto, não resta dúvida de que cada mundo inferior é o reflexo do mundo imediatamente superior, e, assim como a matéria se rarefaz, elevada a quintessência, assim também, quanto mais afastados estiverem os planos espirituais, mais adiantados serão os Espíritos que neles habitarem, devido à fluidez, à rarefação, em suma, à perfeição da matéria em que se acham.

É lógico, pois, e concludente, que sempre vamos subindo para um estado melhor aproximando-nos, gradativamente, da mais real felicidade, pois esta depende da espiritualização. E, para melhor incentivar os Espíritos no trabalho contínuo de evolução, ocorre uma lei natural, segundo a qual aqueles que moram nos degraus superiores podem baixar aos degraus inferiores; mas aqueles que moram nos planos inferiores não podem subir aos superiores, assim como aquele que mora no 3º andar de um edifício, além de gozar ar mais puro e vista mais agradável, pode vir para baixo mais facilmente, descendo escadas; mas aquele que mora nos pavimentos inferiores não pode subir senão mediante algum esforço; espiritualmente, tal subida nem é possível, salvo em condições especialíssimas.

O estabelecimento das residências no Mundo Espiritual não se realiza, como acontece no plano terrestre, com a reunião dos afortunados ou dos desafortunados. Aqueles, aqui, têm recursos e moram em grandes e boas casas; os que não os têm, moram nos arrabaldes, nos sítios e em casebres. E os desafortunados do mundo, parece, só existem para servirem aos que têm fortuna!

No Plano Espiritual não é a mesma coisa: lá, as moedas correntes são a virtude e o conhecimento; em duas palavras: Caridade, Sabedoria. São estes os tesouros que os ladrões não roubam, os vermes não estragam, as traças não roem, a ferrugem não extingue.

Eis porque é indispensável, àquele que não quiser sofrer, mas gozar, acumular essa fortuna incorruptível.

Mas façamos um esforço intelectual, ergamo-nos num salto mais arrojado, atravessemos essas camadas superpostas e elevemo-nos até à órbita da Terra. A órbita é o caminho que o nosso mundo percorre, é a área em que ele como que tem direito de agir, de andar, de caminhar. Os demais mundos espirituais que o circundam, têm, também, suas órbitas ainda que mais fluídicas na medida da rarefação de cada um, e faziam também o seu percurso anual.

A Terra percorre a sua órbita velozmente; caminha 107 (*) quilômetros por hora, gastando, no seu itinerário, 365 dias, 6 horas, 9 minutos e 9,5 segundos. Além desse percurso, que é o de translação, o nosso mundo tem o movimento de rotação em torno do seu eixo magnético, em que gasta 23 horas, 56 minutos e 4,095 segundos. Pois bem, outros planetas do nosso sistema têm os mesmos movimentos; uns fazem o seu percurso em menos tempo, outros em mais, sempre em relação à distância em que se acham do Sol. Todos têm suas atmosferas superpostas, formando diversos mundos, e cada um deles caminha na sua órbita, na sua estrada de ar, no seu caminho de luz. [(*) A velocidade de deslocamento do planeta Terra é de 107.218 quilômetros por hora . RDB)]

Acresce ainda que todos esses planetas, e suas camadas atmosféricas, são habitados por seres, mais ou menos inteligentes do que nós. Podemos, entretanto, afirmar que entre os mundos do nosso Sistema Solar: Mercúrio e Vênus são inferiores à Terra; Marte, Júpiter, Saturno, Urano, Netuno lhe são superiores.

Vênus e Mercúrio estão mais próximos do Sol, fazem o seu movimento de rotação com o seu eixo muito inclinado; não podem ser superiores, pois as condições de vida ali são demasiado inclementes. Devem existir planetas onde as condições de Vida podem ser mais promissoras.

A Terra é, pois; o 3º planeta, não só na ordem de distância do Sol, mas também, talvez, quanto às condições de inferioridade; aqui predominam o mal, o sofrimento, a ignorância.

E que diremos desses dois planetas ainda mais atrasados que a Terra? Pois é justamente para esses planetas, e outros em formação, que estão sendo exilados os Espíritos rebeldes, que fizeram da Terra um inferno dantesco, bem como aqueles em cujo coração predomina o mal.

Ocorre com o nosso planeta o que se deu com outros planetas: foi preciso excluir da sua Humanidade os rebeldes e retardatários que entravavam o seu progresso. (Esta exclusão, "separação dos bodes e das ovelhas" de que fala Jesus, é feita no plano espiritual; os Espíritos renitentes no mal são levados a reencarnar em mundos inferiores. Allan Kardec trata deste assunto no capítulo XI de A Gênese.) E a Raça Adâmica da lenda bíblica, que foi excluída do Paraíso (mundo superior), para sofrer, aqui, as consequências dos seus erros, e, ao mesmo tempo, trazer-nos o progresso conquistado. E é de se notar que essas vagas deixadas pelos Espíritos que saem, serão preenchidas por espíritos de melhores condições, sendo, por isso, perfeitamente aceitável a descida ao nosso mundo de Espíritos de outros planetas: saem os piores, vêm os melhores. O que, porém, se precisa frisar, é que a vida normal do Espírito não é na Terra, mas sim nessas esferas, ou mundo extraplanetários que constituem o Mundo Espiritual.

A existência terrestre não é mais que uma encarnação, uma espécie de internato onde cada qual se vem especializar num certo conhecimento, adaptável à sua modalidade inconsciente psíquica, "armazém de lembranças" onde permanece para sempre. (Vide: “EVOLUÇÃO ANÍMICA”, de Gabriel Delanne; “O INCONSCIENTE”, e “DO INCONSCIENTE AO CONSCIENTE”, do Dr. Geley.) Por exemplo: o indivíduo, desde a sua fase consciente, em que a inteligência predomina, pode ter 2000 anos, e apenas contar 8 ou 10 existências terrestres de 40 anos em média, umas pelas outras.

Isto quer dizer que, no Mundo Espiritual, existem muitos meios de instrução, muitos estabelecimentos de ensino, muitas escolas de progresso, além dos que existem na Terra. E as reencarnações, na Terra, dependem do grau de materialidade dos Espíritos que aqui se encarnam, sejam de que ordem forem, tanto os mais atrasados como os mais adiantados, pois mesmo entre estes, inúmeros se encontram imersos na materialidade, assim como, no Mundo Espiritual, conquanto ainda pertencentes aos graus de inferioridade, certos Espíritos são mais afetos à espiritualidade do que à materialidade. Poderíamos dar vários exemplos neste sentido, mas o deixamos a cargo dos estudiosos, que poderão comprovar estes enunciados que dizem da existência, no Mundo Espiritual, de exemplares de tudo o que existe na Terra: belos animais, adestrados corcéis que cortam as planícies com improvisadas carruagens, espécies belíssimas de cães, cuja inteligência e lealdade ultrapassam, quase sempre, os Espíritos materializados que ainda povoam este mundo.

Todos os Espíritos têm um lugar no Mundo Espiritual, e cada um deles recebe instrução, proteção e auxílio daquele que lhe é superior. A harmonia e a ordem regem esse mundo admirável. Durante as encarnações, o Espírito grava, numa parte do seu "inconsciente", os conhecimentos que adquire. Quando volta ao Mundo da Realidade, acrescenta, às demais parcelas de conhecimentos adquiridos, mais esse da sua última existência. Pode-se figurar o enunciado como um livre branco, cujas páginas o escritor enchesse, à razão de uma por dia.

Na Vida Maior, o Espírito retoca, corrige, aumenta esses conhecimentos, até que, com a sua relativa perfeição nessa esfera, completa a obra, para começar uma outra em mais elevada esfera. De modo que, na nossa existência, há sempre atos a modificar, princípios a corrigir e conhecimentos a adquirir. Só depois do progresso realizado, progresso esse que é sempre relativo, é que terminamos a nossa obra, e, ou começamos logo outra, ou nos dedicamos à divulgação dessa obra, para depois iniciarmos a seguinte.

O "inconsciente" é o conjunto dos "conscientes" modificado, corrigido, aumentado. Só a real Individualidade, o Ser total, o possui na íntegra, ao passo que o "consciente" é uma espécie de caixa de registro da "personalidade", ou seja; do "ser encarnado".

Finalizemos este capítulo dizendo mais uma vez: estamos muito longe de ter feito uma resenha perfeita do Mundo Espiritual. Estas linhas não representam mais que um ligeiro vislumbre, um esforço de boa vontade para fazer entrever o futuro que nos aguarda, repleto de luzes e gozos inesperados.

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terça-feira, 28 de maio de 2024

Trabalho e ocupações dos Espíritos

Trabalho e ocupações dos Espíritos

Cairbar Schutel



O Universo não é um campo infinito, sem movimento e sem ação, um deserto onde se brada e ninguém responde, um abismo que traga almas, um sorvedouro onde tudo desaparece e se extingue. Ao contrário, o Universo é uma oficina eterna, onde o martelo do progresso não cessa de fazer-se ouvir, é uma arena infinita e eterna de labor, de estudos, de elevadas diversões, de amenos recreios, onde nascem, crescem, se educam e progridem todos os filhos de Deus.

O Universo é semelhante a uma nação, a um país bem dirigido, onde a ordem, a harmonia, o trabalho, a alegria, a abundância são mananciais de bem-estar e de felicidade para todos.

Todos os seres e todas as coisas são aproveitadas para o aformoseamento dos mundos terrestres e extraterrestres, que flutuam nos espaços e constituem as múltiplas moradas da Casa de Deus.

Todos os Espíritos, desde os menores até os maiores, desempenham trabalho de utilidade no Mundo Invisível. Assim como, aqui na Terra, desde o arquiteto até o servente, concorrem para a construção de um edifício, utilizando nela o barro, madeira, o ferro, o metal, assim também no Mundo Invisível, tudo é aproveitado, todos agem, tudo está em movimento. E nesse trabalho, nessas lutas, nessas diversões educativas, os Espíritos estudam, pesquisam e progridem para se elevarem a um posto superior, para se aproximarem da felicidade. Cada qual no seu mundo, na sul esfera, manipula a matéria à sua disposição, dedica-se à Arte, à Ciência, cultivando a sabedoria, estudando, por múltiplas formas, o Bem e o Belo, aproximando-se, finalmente, de Deus.

Não há ociosidade, não há desocupados no Além, e, aqueles que persistem na indolência, o acicate da dor logo os fustiga e faz que tomem posição nas lutas da Vida. Há Espíritos, em número muito grande, que trabalham, exercem missões inconscientemente, obedecendo a ordens e a planos superiores.

Uns percorrem os mundos, instruem-se e se preparam para nova encarnação, ou para se elevarem a uma região mais propícia. Outros tratam do progresso, dirigem os acontecimentos, sugerem ideias. Outros tomam, sob sua tutela, indivíduos, famílias inteiras, e se constituem os seus anjos tutelares. Outros, ainda, presidem os fenômenos da Natureza, de que se fazem agentes diretos. Muitos intervêm nos mundos materiais, inspirando e protegendo os encarnados. Outros, os mais atrasados, perturbam os homens, influindo sobre os acontecimentos da vida; muitas vezes, assistem aos combates durante as guerras, e até os dirigem.

A mitologia considerava os Espíritos como divindades; representava-os como deuses, cada qual com sua atribuição especial. Uns eram encarregados dos ventos, outros do raio, outros de presidir os fenômenos da vegetação. Hoje sabemos que essas concepções têm sua razão de ser; em certo sentido, até os fenômenos geológicos são presididos por Espíritos Superiores. Mas os Espíritos não se limitam a esses afazeres, pode-se dizer materiais. Nos mundos em que habitam, mundos de maravilhas da Arte, de instituições científicas, de princípios religiosos altamente nobres, o seu principal escopo é adquirirem conhecimentos e trabalharem para a coletividade, para o aformoseamento ainda maior dessas regiões em que se acham, e para mais acentuado progresso moral dos seus semelhantes. É assim que organizam reuniões de estudos teóricos e práticos sobre tudo o que concerne à aquisição de conhecimentos; prodigalizam benefícios aos que sofrem; zelam pelos Espíritos que passam desta vida para o Além, iniciando-os nessa outra existência, concorrendo para o seu progresso, velando o seu crescimento, protegendo-os contra a investida de outros seres inferiores, aos quais também corrigem.

O trabalho no Mundo Espiritual está de acordo com a elevação e aptidão de cada um. Aqui na Terra não se daria o serviço de carpinteiro a um sapateiro, ou vice-versa, assim como não se confiaria um posto elevado a um analfabeto; assim também é no Além.

Em suma: os Espíritos, sejam eles da categoria que forem, todos são obrigados a trabalhar pelo seu próprio aperfeiçoamento, a concorrerem para o bem-estar geral, a cooperar para a evolução da região onde residem.

O Universo, pois, é um extraordinário concerto em que a evolução é a nota principal.

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A Vida no Outro Mundo

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terça-feira, 31 de outubro de 2023

O plano da vida após a morte

O plano da vida após a morte

Cairbar Schutel


O primeiro plano do Mundo Espiritual é bem parecido com o plano em que vivemos, o plano terrestre. Pode-se dizer que o nosso plano de vida aqui, na Terra, é uma cópia materializada do primeiro plano da Vida Espírita. O que existe na Terra, existe nesse plano do mundo espírita, sendo que ele contém ainda mais alguma coisa do que existe no nosso mundo. Mas é muito mais aperfeiçoado, mais belo, sem comparação; e tudo o que existe, está claro, é formado de matéria contida nesse plano de vida, ou mundo.

O termo “mundo”, na linguagem Espírita, não exprime somente os planetas, os globos, mas também as camadas que chamamos atmosféricas e que envolvem os planetas, os cometas, as estrelas ou sóis, e outros mundos imperceptíveis mesmo aos astrônomos e aos que se dedicam às coisas espirituais. Poderíamos chamar esses mundos de mundos aéreos, entretanto reais, pois é neles que vivemos a nossa vida verdadeira. Nos mundos materiais a nossa vida é ligeira, aparente, transitória, sujeita aos cinco sentidos e limitada à personalidade, ao passo que, no Mundo Espírita, não é a personalidade que vive, mas sim a individualidade, com o sentido amplo que abrange o seu passado.

De modo que, como foi dito pelos Espíritos que ditaram ensinos a Allan Kardec, o Mundo Espiritual é um reflexo aperfeiçoado do mundo material. Com efeito, os videntes veem esse reflexo assim como os poetas e pensadores, debruçados à beira mar veem em suas águas retratados os astros e as estrelas dos céus.

Para os homens na Terra, essa visão não passa de miragem, de reflexo, mas para os habitantes do Mundo Espírita, esse reflexo é tão real, como é real, na Terra, o que o homem vê, observa e executa: as cidades, casas, veículos, etc... (Nossas citações são comparativas; fazemo-las assim como um índio que tivesse ido a uma cidade ou a uma metrópole e, de volta, a descrevesse à sua tribo.)

Acresce, porém, que o Mundo Espírita não limita a sua evolução somente ao reflexo, isto é, não contém só o que contém a Terra, porém muito mais, pois é claro que, sendo ele o “Mundo Normal Primitivo", o que existe na Terra é originário desse mundo. Todas as novidades, todas as novas descobertas, os melhoramentos que o mundo terreno vai tendo, vêm do Mundo Espiritual e são uma cópia grosseira, materializada, do que existe no Mundo Espiritual.

Esse Mundo Espiritual é muito maior do que o mundo material; nem pode haver comparação, senão muito relativa, seja em estrutura, nas belezas da Arte, nas maravilhas da Ciência, na altura da concepção dos seres intelectuais e das coisas, na harmonia, etc.; em tudo ele excede, mas excede muito ao mundo material.

Basta dizer que a vida, ali, é isenta do "ganha pão", do "ganha roupa" e do "ganha cobertura". O trabalho é muito mais suave, independente de suores, fadigas, canseiras, e ainda mesmo esse trabalho, conquanto seja obrigatório, como o é o trabalho na Terra, tem o seu limite para permitir as distrações, o estudo, a formação do intelecto, o progresso do Espírito.

Os que se amam constituem-se em famílias, obedecem às leis sociais de respeito mútuo, muito mais ainda do que na Terra. Entretanto, nesse plano de existência, mormente no momento atual, o bem-estar tem sido terrivelmente perturbado pela ação nefasta de Espíritos maléficos, que vão deixando a Terra atormentados pelas guerras, epidemias, suicídios e catástrofes de várias espécies. [No estado ordinário, sem contar as vitimas de guerras e de cataclismos, morrem diariamente, no mundo, cerca de 100 mil pessoas (1932).]

Devemos acrescentar que esse plano de vida está ainda muito distante da felicidade. E quando dizemos que ele é belo e admirável, fazemo-lo sempre em relação ao mundo material, onde predominam paixões de todos os gêneros e o vil interesse dos bens materiais.

Propositalmente com o intuito de trazer revelação sobre a Vida Espiritual, e para que não a julguem milagrosa, abstrata, é que deliberamos publicar este livro.

Finalmente, vamos repetir: a vida Além do Túmulo não se cifra num Inferno candente, num Purgatório de labaredas, num Céu de beatífica e nula contemplação, num mistério, numa abstração; lá existem cidades flutuantes, sonhos de Júlio Verne, grandes avenidas, largas praças, jardins esplêndidos, museus, ruas belíssimas, onde se destacam magníficos edifícios, construções que maravilhariam os maiores arquitetos da Terra, onde cruzam e se multiplicam veículos de que o homem ainda não pode fazer ideia; ascensores que conduzem aos planos superiores, e, para determinados fins, os Espíritos inferiores, que, pela sua materialidade, não se podem elevar ao azul do firmamento. Enfim, lá a vida é tão intensa, o movimento tão acentuado, que confunde os Espíritos menos avisados, como confuso e boquiaberto ficaria o sertanejo que do mundo nada conhecesse a não ser o recanto em que nasceu e fosse transportado para um dos centros principais do mundo terrestre, por exemplo, Londres ou Paris.

Esse ar que nos envolve e parece ser o vácuo, o nada, é um mundo de seres e de coisas, que não podem ser percebidos por nós, devido à deficiência da nossa retina, que só percebe a matéria densa, conglomerada.

Os Espíritos, logo que partem da Terra, pela transformação da morte, acostumados às sensações grosseiras e às percepções que lhe são dadas exclusivamente pelos cinco sentidos, não veem logo as coisas espirituais, não as percebem, e então continuam a utilizar-se desses mesmos sentidos; mas, não tendo mais o corpo carnal que lhes servia de "periscópio", encostam-se às pessoas da Terra que lhes são similares, para, com o auxílio destes intermediários, satisfazerem seus desejos materiais, pelos sentidos psíquicos.

Com razão, pois, se diz, que ao lado de cada homem, de cada pessoa, existem muitos Espíritos. E esse fato tem sido verificado pelos médiuns videntes, que os enxergam até mesmo, tomando parte nos nossos negócios, viagens, diversões. Pelas casas, pelas ruas, pelas praças, estradas de ferro, automóveis, carros, carroças, andam milhares de Espíritos; em toda parte eles são encontrados: nos jantares, aos bailes, nos teatros, nas igrejas. Esses Espíritos, de condição inferior, são os designados com o nome de familiares, na Doutrina Espírita.

Não queremos dizer, com isto, que todos os familiares sejam ruins, atrasados e sofredores; há os em diversas escalas de bondade e de sabedoria, como existem na Terra pessoas de todas as categorias.

Alguns são missionários, que poderiam estar num plano superior, mas preferem auxiliar parentes e amigos que aqui deixaram. Outra multidão de missionários vive em nossa atmosfera, guiando os Espíritos atrasados, protegendo e auxiliando os homens de boa vontade: iniciam na vida espiritual os que para lá se passam; preparam para uns, novas encarnações; exilam outros para mundos inferiores, ou para outros planetas.

Esses casos são muito comuns no Mundo Espírita; é o que aqui na Terra chamamos "lei da deportação". Quando o indivíduo é perigoso, obstinado criminoso contumaz, irredutível, os governos da Terra, encerram-no num presídio, ou deportam-no para outra nação; no Mundo Espírita, em semelhantes condições, enviam o Espírito, ou para um presídio, onde receba instrução e fique preso, ou para outro Planeta mais atrasado, com a dupla vantagem de que, ele levará aos habitantes dessas outras Terras alguma novidade que aprendeu, ao mesmo tempo que, aguilhoado pelo sofrimento, regenera-se e efetua o seu progresso.

No Mundo Espiritual há o princípio de autoridade, e disso temos muitas provas, seja pela cura de obsessões, seja na cura de moléstias, dadas pela Ciência como incuráveis e que não são mais que a ação de Espíritos maléficos, odientos, rancorosos, ciumentos, invejosos, cuja ação cessa quando eles são chamados à ordem e cedem ao principio de autoridade.

Contudo, não é demais repetir que, no momento atual, também o Mundo Espírita passa por grande crise, cujo reflexo se vê na Terra. Mas a crise não é definitiva: é sempre um tempo curto de revoluções, que tem um fim; esperamos que muito breve a crise do mundo material seja superada, para que mais depressa seja abafada a crise no Mundo Espírita, pois recíproca é a ação de um mundo sobre o outro.

A deportação, para outros planetas, de um verdadeiro Império de Perturbadores, que há séculos vem aniquilando e avassalando tanto o mundo Terra quanto o Mundo Espírita, dará fim a essa crise. E é por esse motivo que vós, espíritas, não podeis ainda consolidar as vossas mais altas aspirações, cumprindo com alegria as provas que, por Deus, vos foram impostas; e ao mesmo tempo vos é difícil manter íntima relação com os Espíritos que vos auxiliam. Os efeitos dessa crise também concorrem para os insucessos de muitas curas e a ineficácia das preces que fazeis, bem como prejudicam experiências probativas da Imortalidade. Mas tudo passará breve e as duas Humanidades, ligadas por um mesmo Ideal, marcharão apressadamente para tornarem o Mundo Terreno uma habitação superior, ao menos bem confortável, e o Mundo Espírita, um Paraíso para o descanso e úteis diversões, ao mesmo tempo, uma Escola de Progresso, a oferecer aos que deixarem a Terra novas oportunidades.

Tudo vai ser reformado, tudo vai ser remodelado para o Império do Bem e do Belo, porque o Reinado do Cristo Jesus se avizinha e se proclama em todo o mundo e no Espaço.

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segunda-feira, 26 de junho de 2023

A sobrevivência individual

A sobrevivência individual

Cairbar Schutel


A Terra é mundo de expiações e provas; é uma escola onde o Espírito se interna, com um corpo de carne, para estudar e progredir, para adquirir Ciência e virtude, asas fortes que o conduzem à Espiritualidade, à verdadeira Felicidade.

A morte não é, portanto, o aniquilamento, a extinção da vida, mas a desagregação do corpo carnal, para que o Espírito volte ao Outro Mundo, donde veio ao se encarnar.

Não há morte, no sentido que deram a esta palavra. A Vida, que se manifesta em todos os seres, em todas as coisas, não poderia ser, como de fato não é, sobrepujada pela morte. Mesmo nessa eterna sucessão de destruição orgânica e criação orgânica, a que Claude Bernard denominou conflito vital, a Vida não se deixa vencer, e, até os remanescentes da luta, que parecem destroços vencidos pela morte, apresentam todos os caracteres da vida em sua transformação evolutiva. Não há morte para a matéria: há transformação; não há morte para o Espírito: há também transformação; mas, este guarda a sua prerrogativa unitária, mantém a unidade da vida, transfigurando-se e despojando-se dos elementos de que não mais necessita no novo estado de vida ao qual passou.

O Espiritismo, magnificamente codificado por Allan Kardec, nos veio abrir os vastos horizontes da Vida, demonstrando-nos, com verdadeira precisão, a Imortalidade. Os fatos verificados em todos os países, e observados por homens de todas as classes sociais, comparados com os fenômenos ocorridos em tempos idos e relatados na história de todos os povos, provam, perfeitamente, que o homem não termina no túmulo e que, se este, como disse Victor Hugo, é o crepúsculo de uma vida, é também a aurora de outra.

As demonstrações psicofísicas da sobrevivência, como se tem observado, aparecem, hoje, sob todos as aspectos, para que fique claramente elucidado não ser a alma uma coisa vaga, abstrata, mas sim um ser concreto, que possui um organismo físico perfeitamente delimitado, portador de todas as aquisições intelectuais e morais, e dotado dos atributos necessários às demonstrações da Ciência e da Moral, principais insígnias da civilização e do progresso.

De fato, se tudo tem uma causa a produzir um efeito, qual será a causa produtora desses fenômenos supranormais, cuja força indomável chegou a criar uma ciência, a Metapsíquica, alargando o campo da Biologia, da Física, da História Natural e até da Patologia? Podem, porventura, as forças cegas da Natureza produzir fenômenos inteligentes a ponto de criarem Ciências e Artes, e fazerem, como está acontecendo, verdadeira revolução na Religião e na Moral? Pode simplesmente a matéria engendrar a inteligência? A ignorância e o caos podem criar a sabedoria e a harmonia?

Os aspectos múltiplos das manifestações espíritas, estendendo cada vez mais a variedade dessas provas e multiplicando-as todos os dias, não podem deixar de obedecer a um plano inteligente, que dirige essas manifestações, a seu turno produzidas por Espíritos, que demonstram sua identidade e dizem agir de acordo com ordens superiores que lhes são ministradas. Nem se pode conceber por outra forma os fenômenos de transporte, levitação, materialização, voz direta, fotografia, demonstrações físicas objetivas, oriundas de entidades psíquicas que dizem ter vivido na Terra com um corpo carnal, revelando-se como parentes, amigos, conhecidos dos assistentes e apresentando-lhes a sua ficha de identidade.

Que outras provas poderemos exigir da sobrevivência, da continuação da vida dos seres que nos são caros, senão essas que eles mesmos, à nossa revelia, se lembraram de nos oferecer? Que outros testemunhos lhes podemos pedir senão que falem, cantem, sorriam, como faziam quando estavam conosco, que usem o mesmo estilo, a mesma voz, o mesmo modo de agir, que, finalmente, se deem a conhecer, reproduzindo suas feições, que nos apareçam mostrando-se vivos como eram, como todos os contornos e delineamentos que nos eram familiares?

As manifestações espíritas, transviadas do seu fim providencial, desnaturadas pelo espírito da fraude e do interesse, guerreadas pelo conservantismo sectário e retrógrado, não têm outro fim senão trazer-nos demonstrações psicofísicas da sobrevivência.

Todos os fenômenos supranormais do psiquismo, os de natureza anímica e os de natureza espírita, propriamente ditos, têm um único escopo: a demonstração da existência da alma e da sua sobrevivência à morte do corpo.

Essas demonstrações psicofísicas ou psicointelectuais, como, por exemplo, a manifestação mediúnica e estranhas ao médium, a confecção de desenhos e pinturas, cuja arte está muito acima da capacidade do executor, de mensagens e até de livros, cujo conteúdo é muito superior ao que poderia produzir o intelecto do escritor, todas essas manifestações, em seu conjunto harmonioso, constituem um hino de glória ao Espiritismo - demonstrações patentes, positivas, da imortalidade da alma!

Cairbar Schutel do livro:
A Vida no Outro Mundo

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