Mostrando postagens com marcador O céu e o inferno. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador O céu e o inferno. Mostrar todas as postagens

quinta-feira, 30 de maio de 2024

A transição

A transição

Allan Kardec



1 — A confiança na existência da vida futura não exclui as apreensões pela transição desta vida para a outra. Muitas pessoas não temem propriamente a morte, o que temem é o momento da transição. Sofremos ou não ao fazer essa passagem? É isso o que as inquieta e com tanto mais razão quanto ninguém pode escapar a esse momento. Podemos deixar de fazer qualquer outra viagem, mas quanto a esta, tanto os ricos como os pobres terão de fazê-la e se ela for dolorosa, nem a posição e nem a fortuna poderiam suavizar a sua amargura.

2 — Ao ver a tranquilidade de algumas mortes e as terríveis convulsões da agonia em outras, já podemos perceber que as sensações não são sempre as mesmas, mas quem pode nos esclarecer a respeito? Quem nos descreverá o fenômeno fisiológico da separação da alma e do corpo? Quem nos relatará as sensações desse instante supremo? Sobre isso, a Ciência e a Religião se calam.

Mas por que se calam? Porque falta a uma e a outra o conhecimento das leis que regem as relações do Espírito com a matéria. Uma para no limiar da vida espiritual, a outra no da vida material. O Espiritismo é o traço de união entre as duas. Somente ele pode revelar como se opera a transição, seja em virtude das noções positivas que oferece sobre a natureza da alma, seja com as informações dadas pelos que deixaram a vida. O conhecimento do elemento fluídico que une a alma ao corpo é a chave desse fenômeno, como de muitos outros.

3 — A matéria inerte é insensível: este é um fato positivo. Só a alma experimenta as sensações de prazer e dor. Durante a vida qualquer desagregação da matéria repercute na alma através de uma impressão mais ou menos dolorosa. É a alma que sofre e não o corpo, pois este é apenas o instrumento da dor e a alma é o paciente. Após a morte, estando o corpo separado da alma, pode ser livremente mutilado que nada sente. A alma, estando isolada do corpo, não é atingida por nenhum efeito da destruição deste. Ela tem as suas próprias sensações, cuja fonte não está na matéria tangível.

O perispírito é o envoltório físico da alma, da qual não se separa nem antes nem depois da morte, e com a qual se pode dizer que forma um todo.

Porque não se pode conceber um sem a outra. Durante a vida o fluido perispiritual impregna todo o corpo, servindo de veículo das sensações físicas para a alma. É também por esse intermediário que a alma age sobre o corpo e dirige os seus movimentos. (*)

(*) Somente agora, mais de um século após a explicação cientifica do Espiritismo a esse respeito, as Ciências materiais conseguiram confirmá-la através de suas pesquisas. Apesar das provas obtidas, entretanto, a cegueira materialista levantou celeumas a propósito e os religiosos antiespíritas, por mero sectarismo, fazer coro com os negativistas. A escola parapsicológica liderada pelo prof. Joseph Banks Rhine, da Duke University, Estados Unidos, sustenta a existência no homem de um elemento extrafísico e defende a tese de que: a mente, que não é física, age sobre a matéria por vias não físicas. Esta é uma das asserções mais graves de Rhine e que maiores controvérsias provocou no meio científico de todo o mundo. Whately Carington, na Universidade de Cambridge, Inglaterra, formulou uma teoria da sobrevivência da mente após a morte e da sua possibilidade de agir sobre a matéria produzindo os fenômenos físicos paranormais. O prof. S. G. Soai, da Universidade de Londres, formulou também uma hipótese da sobrevivência da alma. Em pesquisas realizadas a partir de 1965 os físicos e biólogos soviéticos conseguiram obter provas concretas (fotografias e visão através de aparelhos éticos especiais) da existência do perispírito, a que deram o nome de corpo bioplástico. (Nota do Tradutor)

4 — A extinção da vida orgânica produz a separação da alma e do corpo pelo rompimento da ligação fluídica, mas essa separação nunca se verifica de maneira brusca. O fluido perispiritual se desprende pouco a pouco de todos os órgãos, de maneira que a separação só se completa quando não resta mais um único átomo, do perispírito unido a uma molécula do corpo. A sensação dolorosa que a alma experimenta nesse momento está na razão da quantidade de pontos de contato existentes entre o corpo e o perispírito, determinando a maior ou menor dificuldade ou lentidão da separação. Não se deve pois querer dissimular que, segundo as circunstâncias, a morte pode ser mais ou menos penosa. São essas diversas circunstâncias que vamos examinar.

5 — Coloquemos primeiramente, em princípio, os quatro casos seguintes, que podemos encarar como as situações extremas entre as quais existe uma infinidade de variações:

1°) Se no momento de extinção da vida orgânica o desprendimento do perispírito já se tiver completado, a alma não sentirá absolutamente nada;

2°) Se nesse momento a união dos dois elementos ainda estiver em toda a sua força, se verificará uma espécie de ruptura;

3°) Se a união já estiver enfraquecida, a separação será fácil e se dará sem choque;

4°) Se, após a completa extinção da vida orgânica ainda existirem numerosos pontos de contato entre o corpo e o perispírito, a alma poderá sentir os efeitos da decomposição do corpo até que as ligações sejam completamente rompidas.

Disso resulta que o sofrimento que acompanha a morte decorre do estado de aderência do períspirito ao corpo, e que tudo o que possa facilitar a diminuição desse estado e acelerar a separação torna a passagem menos penosa. Enfim, que se o desprendimento se verificar sem nenhuma dificuldade, a alma não experimenta nenhuma sensação desagradável.

6 — Na passagem da vida corpórea para a vida espiritual ocorre ainda outro fenômeno de capital importância: o da perturbação. Nesse momento a alma experimenta um entorpecimento que paralisa momentaneamente as suas faculdades e neutraliza, pelo menos em parte, as suas sensações. Ela fica, por assim dizer, em estado cataléptico, de maneira que quase nunca tem consciência do seu derradeiro suspiro. Dizemos quase nunca porque há um caso em que ela pode ter consciência desse último instante, como logo veremos.

A perturbação pode, pois, ser considerada como um fato normal no momento da morte. Sua duração é indeterminada, pois ela varia de algumas horas para alguns anos. A medida que ela se dissipa a alma se sente na situação de um homem que acorda de um sono profundo. Suas ideias são confusas, vagas e incertas, a sua visão é como se ela estivesse num nevoeiro; pouco a pouco a visão vai-se esclarecendo, a memória se reaviva, mas isso de acordo com as situações individuais. Para uns, esse despertar é calmo e proporciona uma sensação deliciosa, mas para outros é bem diferente, cheio de terror e angústia, semelhante a horrível pesadelo.

7 — O momento do derradeiro suspiro não é, pois, o mais penoso, porque em geral a alma não chega a percebê-lo. Mas antes ela sofre os efeitos da desagregação da matéria durante as convulsões da agonia, e depois as angústias da perturbação. Apressemo-nos a esclarecer que essa situação não é generalizada. A intensidade e a duração de sofrimento, como dissemos, estão na razão da afinidade existente entre o corpo e o perispírito. Quanto maior for essa afinidade, mais demorados e penosos serão os esforços do Espírito para se libertar. Mas há casos em que a união é tão fraca que a libertação se realiza naturalmente, sem dificuldades. O Espírito se separa do corpo como um fruto maduro que cai do ramo. É o caso das mortes tranquilas que levam a um despertar pacífico.

8 — O estado moral da alma é a causa principal que determina a maior ou menor facilidade de desprendimento. A afinidade entre o corpo e o perispírito decorre do apego do Espírito à matéria. Chega ao máximo no homem que concentra todas as suas preocupações na vida e nos prazeres materiais que ela oferece. É quase nula naquele cuja alma purificada se identifica por antecipação com a vida espiritual. Como a lentidão e a dificuldade da separação resultam do grau de depuração e desmaterialização da alma, depende de cada um tornar mais fácil ou mais penoso, agradável ou doloroso o momento de sua passagem.

Assim posta a questão, ao mesmo tempo no plano teórico e como resultado da observação, resta-nos examinar a influência do género de morte sobre as sensações da alma no derradeiro momento.

9 — Na morte natural, a que resulta da extinção das forças vitais pela idade ou pela doença, o desprendimento se opera gradualmente. No homem cuja alma se desmaterializou e cujos pensamentos se desprenderam da atração das coisas terrenas, o desprendimento quase que se completa antes da morte real. O corpo vive ainda a vida orgânica, mas a alma já penetrou na vida espiritual e somente a ligam ao corpo liames tão frágeis que se rompem sem dificuldade com a última pancada do coração. Nessa situação o Espírito já pode haver recobrado a lucidez e testemunhar conscientemente a extinção da vida no seu próprio corpo, do qual se sente feliz por se livrar. Para ele quase não existe perturbação. Este não é mais do que um momento de sono tranquilo do qual ele acorda com uma indizível sensação de felicidade e de esperança.

No homem material e sensual, que viveu mais para o corpo do que para as coisas espirituais, para quem a vida espiritual nada era, que nem mesmo a admitia em pensamento, tudo contribui para estreitar os laços que ligam a alma à matéria, pois nada contribuiu para os relaxar durante a vida. À aproximação da morte, o desprendimento se opera também de maneira gradual, mas através de contínuos esforços. As convulsões da agonia revelam a luta que o Espírito sustenta, tentando às vezes romper os laços que o seguram e de outras vezes apegando-se ao corpo do qual uma força irresistível o vai arrancando com violência, mas parte a parte.

10 — O Espírito se apega tanto mais à vida material quando nada vê além dela. Sente que ela lhe escapa e quer retê-la. Ao invés de se entregar às forças que o arrastam, resiste com todas as suas energias. Essa luta pode se prolongar por dias, semanas e meses. Não há dúvida, nesse momento o Espírito não goza de toda a sua lucidez. A perturbação já terá começado bem antes da morte, mas nem por isso é menor o seu sofrimento, e o estado de vacuidade mental em que se encontra, a incerteza quanto ao que lhe acontecerá depois aumentam as suas angústias. A morte chega e nada se acabou, pois a perturbação continua. Ele sente que está vivo, mas não sabe se essa vida é a material ou a espiritual. Luta ainda até que as últimas ligações do perispírito com o corpo sejam rompidas. A morte pôs termo à moléstia que ele sofria, mas não sustou as suas consequências, de maneira que enquanto existirem pontos de contato entre o corpo e o períspirito, o Espírito é atingido por essas consequências e sofre com elas.

Bem diferente a situação do Espírito que já se desmaterializou, mesmo no caso das doenças mais cruéis. As ligações fluídicas com o corpo tendo se enfraquecido, rompem-se sem nenhuma dificuldade, e além disso a sua confiança no futuro, que ele já entrevê mentalmente e às vezes mesmo de maneira real, o leva a encarar a morte como uma libertação e os seus males como uma prova. Daí a tranquilidade moral e a resignação que suavizam os seus sofrimentos. Após a morte, tendo as ligações sido rompidas de maneira instantânea, ele não sente nenhuma reação dolorosa. Pelo contrário, ao despertar sente-se livre, disposto, aliviado de um grande peso e muito feliz por não estar mais sofrendo.

12 — Na morte violenta as condições não são sempre as mesmas. Nenhuma desagregação parcial tendo podido levar a uma separação antecipada entre o corpo e o perispírito, a vida orgânica é subitamente sustada, ainda na plenitude da sua força. O desprendimento do perispírito só começa depois da morte. Nesse caso como nos outros não pode realizar-se instantaneamente. O Espírito, colhido de surpresa, sente-se como aturdido, mas ao perceber que pensa ainda, acredita-se vivo. Essa ilusão dura até que ele possa tomar conhecimento de sua nova situação.

Esse estado intermediário entre a vida corpórea e a vida espiritual é um dos mais interessantes como objeto de estudo, pois apresenta a singular situação de um Espírito que toma o seu corpo fluídico pelo seu corpo material, experimentando todas as sensações da vida orgânica. Apresenta-se uma variedade de nuanças que dependem do caráter, dos conhecimentos e do grau do desenvolvimento moral do Espírito. É de curta duração para aqueles de alma mais pura, porque nestes sempre há um desprendimento antecipado que a morte, mesmo a mais inesperada, vem apenas completar. Para outros pode prolongar-se durante anos. Esse estado é também muito frequente nos casos de morte ordinária, mas para alguns nada tem de penoso, dependendo das qualidades do Espírito, enquanto para outros representa uma situação terrível.

É sobretudo nos casos de suicídios que essa situação se faz penosa. O corpo continuando ligado ao perispírito por todas as suas fibras, faz que repercutam na alma todas as suas convulsões, produzindo-lhes sofrimentos atrozes.

13—A situação do Espírito no momento da morte pode se resumir assim:

O Espírito sofre tanto mais, quanto mais lento for o desprendimento do perispírito. A presteza do desprendimento depende do grau de desenvolvimento moral do Espírito. Para o Espírito desmaterializado, cuja consciência é pura, a morte é apenas um sono passageiro, sem nenhum sofrimento, e o seu despertar é cheio de suavidade.

14 — Para que a gente se esforce pela própria purificação, reprimindo as más tendências e vencendo as paixões, é necessário conhecer as vantagens do futuro. Para se identificar com a vida futura, desejando-a e preferindo-a à vida terrena, não basta acreditar que ela existe, mas é preciso compreendê-la. E para tudo isso é necessário apresentá-la sob um aspecto satisfatório para a razão, de pleno acordo com a lógica, o bom senso e a ideia que se faz da grandeza, da bondade e da justiça de Deus. De todas as doutrinas filosóficas, o Espiritismo é a que exerce, a respeito, a mais poderosa influência, graças à fé inabalável que proporciona.

O espírita sério não se contenta em crer: ele crê porque compreende, e só pode compreender recorrendo ao raciocínio.

A vida futura é então uma realidade que se desenrola incessantemente aos seus olhos. Ele a vê e a toca, por assim dizer, a todos os instantes. A dúvida não pode penetrar na sua mente. A vida corpórea, demasiado limitada, se apaga para ele ante a vida espiritual que se apresenta como a verdadeira vida. Essa a razão da pouca importância que dá aos incidentes do caminho, e de enfrentar com resignação todas as vicissitudes, compreendendo as suas causas e a sua utilidade. As relações diretas que mantém com o mundo invisível elevam-lhe a alma. As ligações fluídicas que o ligam à matéria se enfraquecem. E é assim que vai se operando o desligamento parcial que facilita a sua passagem desta vida para a outra. A perturbação que é inseparável da transição torna-se de curta duração porque, tão pronto atravessou a fronteira logo se reconhece: nada lhe é estranho e ele compreende a sua nova situação.

15 — O Espiritismo não é certamente indispensável para se chegar a esse resultado. Nem tem a pretensão de ser o único a assegurar a salvação da alma. Mas a facilita, pelos conhecimentos que proporciona, pelos sentimentos que inspira e pelas disposições que dá ao espírito, fazendo-o compreender a necessidade de melhorar-se. Além disso, dá a cada um os meios de facilitar o desprendimento alheio na hora da partida e os meios de abreviar o tempo de perturbação através da prece e da evocação.

Por meio da prece sincera, que é uma forma de magnetização espiritual, provoca-se uma desagregação, mais rápida do fluido perispiritual. Por uma evocação dirigida com conhecimento e prudência, através de palavras de benevolência e encorajamento, tira-se o Espírito do entorpecimento em que se encontra e consegue-se ajudá-lo a compreender mais rapidamente o que se passa. Se for um Espírito sofredor, provoca-se o arrependimento que é o único meio de abreviar os seus sofrimentos. (*)

(*) Os exemplos que vamos citar apresentam os Espíritos nas diferentes fases de felicidade e de infelicidade da vida espiritual. Não os procuramos entre os personagens mais ou menos ilustres da Antiguidade, cuja situação se poderia considerar modificada após a existência em que foram conhecidos, não oferecendo, por isso mesmo, provas suficientes de autenticidade. Tomamo-los das circunstâncias mais comuns da vida contemporânea, por serem aquelas em que podemos encontrar maiores possibilidades de comparações e das quais se podem tirar as mais aproveitáveis instruções.

Quanto mais a existência terrena dos Espíritos se aproxima da nossa, seja pela posição social ou pelas relações ou laços de parentescos, mais nos interessam e mais fácil se torna controlar a identidade dos comunicantes. As situações vulgares são naturalmente em maior número e é por isso que delas todos podem tirar mais facilmente as aplicações necessárias. As situações excepcionais nos tocam menos, por escaparem à esfera dos nossos hábitos. Não são essas, portanto, as ilustrações que procuramos. Se nesses exemplos se encontram algumas individualidades conhecidas, a maioria é de criaturas inteiramente obscuras. Os nomes retumbantes nada acrescentariam no tocante à instrução e poderiam ferir suscetibilidades. Não nos dirigimos aos curiosos nem aos amantes de escândalos, mas aos que desejam seriamente instruir-se.

Esses exemplos poderiam ser multiplicados ao infinito, mas, forçados a limitar o seu número, escolhemos os que pudessem lançar mais luz sobre o estado do mundo espiritual, seja em virtude da situação do Espírito, seja pelas explicações que ele estava em condições de dar. Na maioria essas comunicações são inéditas. Apenas algumas foram publicadas na Revista Espírita. Dessas, suprimimos os detalhes supérfluos, conservando apenas os pontos essenciais ao objetivo que nos propusemos aqui.

Acrescentamos a elas as instruções complementares que provocaram posteriormente. (N. de Kardec)

Allan Kardec
O Céu e o Inferno – 2ª Parte, Cap. I

Curta nossa página no Facebook:

Declaração de Origem

- As mensagens, textos, fotos e vídeos estão todos disponíveis na internet.
- As postagens dão indicação de origem e autoria. 
- As imagens contidas no site são apenas ilustrativas e não fazem parte das mensagens e dos livros. 
- As frases de personalidades incluídas em alguns textos não fazem parte das publicações, são apenas ilustrativas e incluídas por fazer parte do contexto da mensagem.
- As palavras mais difíceis ou nomes em cor azul em meio ao texto, quando acessados, abrem janela com o seu significado ou breve biografia da pessoa.
- Toda atividade do blog é gratuita e sem fins lucrativos. 
- Se você gostou da mensagem e tem possibilidade, adquira o livro ou presenteie alguém, muitas obras beneficentes são mantidas com estes livros.

- Para seguirmos corretamente o espiritismo, devemos submeter todas as mensagens mediúnicas ao crivo duplo de Kardec, sendo eles,  a razão e a universalidade.

- Cisão para estudo de acordo com o Art. 46 da Lei de Direitos Autorais - Lei 9610/98 LDA - Lei nº 9.610 de 19 de Fevereiro de 1998.
- Dúvidas e contatos enviar e-mail para: regeneracaodobem@gmail.com 


 

sábado, 16 de março de 2024

O homem honesto segundo Deus ou segundo os homens

O homem honesto segundo Deus ou segundo os homens

Joseph Bré



Morto em 1840, evocado em Bordeaux em 1862 pela neta.

O homem honesto segundo Deus ou segundo os homens.

1. Querido avô, quereis dizer-me como estais entre os Espíritos, e dar-me alguns detalhes instrutivos para nosso avanço? – R. Tudo o que quiseres, minha querida filha. Estou expiando minha falta de fé; mas a bondade de Deus é grande: ele leva em conta as circunstâncias. Sofro, não como poderias entender, mas de arrependimento por não ter empregado bem meu tempo na terra.

2. Como não o empregastes bem? Fostes sempre um homem honesto. – R. Sim, do ponto de vista dos homens; mas há um abismo entre o homem honesto perante os homens, e o homem honesto perante Deus. Tu queres instruir-te, querida filha; vou tentar fazer-te sentir a diferença. 

Entre vós, considera-se como homem honesto aquele que respeita as leis de seu país, respeito elástico para muitos; aquele que não se faz mal ao próximo tomando-lhe ostensivamente seus bens; mas toma frequentemente sem escrúpulo sua honra, sua felicidade, desde que a lei, ou a opinião pública, não possam alcançar o culpado hipócrita. Quando se pôde mandar gravar na sua lápide a série interminável de virtudes que são enaltecidas, acredita-se ter pago sua dívida para com a humanidade. Que engano! Para ser honesto perante Deus não basta não ter infringido as leis dos homens, é preciso antes de tudo não ter transgredido as leis divinas.

O homem honesto perante Deus é aquele que, cheio de devoção e amor, dedica sua vida ao bem, ao progresso de seus semelhantes; aquele que, animado por um zelo inspirado no objetivo, é ativo na vida: ativo no cumprimento da tarefa material que lhe é imposta, pois deve ensinar a seus irmãos o amor ao trabalho; ativo nas boas obras, pois não deve esquecer que é apenas um servidor ao qual o senhor pedirá um dia contas do uso de seu tempo; ativo no objetivo, pois deve pregar pelo exemplo o amor ao Senhor e ao próximo. O homem honesto perante Deus deve evitar cuidadosamente essas palavras mordazes, veneno escondido sob flores, que destrói as reputações e muitas vezes mata o homem moral ao cobri-lo de ridículo.

O homem honesto perante Deus deve ter sempre o coração fechado ao menor fermento de orgulho, de inveja, de ambição. Ele deve ser paciente e doce com os que o atacam; deve perdoar do fundo do coração, sem esforço e, sobretudo, sem ostentação, a todo aquele que o ofendeu; deve amar seu criador em todas as suas criaturas; deve, por fim, pôr em prática este resumo tão conciso e tão grande dos deveres do homem: amar a Deus acima de todas as coisas e seu próximo como a si mesmo.

Eis, minha querida filha, aproximadamente o que deve ser o homem honesto perante Deus. Pois bem! Será que eu fiz tudo isso? Não; faltaram-me muitas dessas condições, confesso-o aqui sem enrubescer; não tive a atividade que o homem deve ter; o esquecimento do Senhor levou-me a outros esquecimentos que, mesmo não sendo passíveis de punição pela lei humana, não deixam de ser prevaricações pela lei de Deus. Sofri bastante por isso quando o senti; eis porque espero hoje, mas com a consoladora esperança na bondade de Deus que vê meu arrependimento. Diz isso, querida filha; repete-o àqueles que têm a consciência pesada: que eles cubram suas faltas à força de boas obras, e a misericórdia divina se deterá na superfície; seus olhos paternos contarão as expiações, e sua mão poderosa apagará as faltas.

Allan Kardec
O Céu e o Inferno – Capítulo III - Espíritos em uma condição média

Curta nossa página no Facebook:

Declaração de Origem

- As mensagens, textos, fotos e vídeos estão todos disponíveis na internet.
- As postagens dão indicação de origem e autoria. 
- As imagens contidas no site são apenas ilustrativas e não fazem parte das mensagens e dos livros. 
- As frases de personalidades incluídas em alguns textos não fazem parte das publicações, são apenas ilustrativas e incluídas por fazer parte do contexto da mensagem.
- As palavras mais difíceis ou nomes em cor azul em meio ao texto, quando acessados, abrem janela com o seu significado ou breve biografia da pessoa.
- Toda atividade do blog é gratuita e sem fins lucrativos. 
- Se você gostou da mensagem e tem possibilidade, adquira o livro ou presenteie alguém, muitas obras beneficentes são mantidas com estes livros.

- Para seguirmos corretamente o espiritismo, devemos submeter todas as mensagens mediúnicas ao crivo duplo de Kardec, sendo eles,  a razão e a universalidade.

- Cisão para estudo de acordo com o Art. 46 da Lei de Direitos Autorais - Lei 9610/98 LDA - Lei nº 9.610 de 19 de Fevereiro de 1998.
- Dúvidas e contatos enviar e-mail para: regeneracaodobem@gmail.com 


quarta-feira, 15 de dezembro de 2021

Max, o mendigo

Max, o mendigo

Allan Kardec



Em 1850, numa vila da Baviera, morreu um velho quase centenário, conhecido por pai Max. Por não possuir família, ninguém lhe determinava a origem. Havia cerca de meio século que se invalidara para ganhar a vida, sem outro recurso além da mendicidade, que ele dissimulava, procurando vender, pelas herdades e castelos, almanaques e outras miudezas. Deram-lhe a alcunha de conde Max, e as crianças o chamavam somente pelo título — circunstância esta que o fazia rir sem agastamento. Por que esse título? Ninguém saberia dizê-lo. O hábito o sancionara. Talvez tivesse provindo da sua fisionomia, das suas maneiras, cuja distinção fazia contraste com a miserabilidade dos andrajos.

Muitos anos depois da morte, Max apareceu em sonho à filha do proprietário de um castelo em cuja estrebaria era outrora hospedado, porque não possuía domicílio próprio. Nessa aparição, disse ele:

— Agradeço o terdes lembrado o pobre Max nas vossas preces, porque o Senhor as ouviu. Alma caritativa, que vos interessastes pelo pobre mendigo, já que quereis saber quem sou, vou satisfazer-vos, ministrando, ao mesmo tempo e a todos, um grande ensinamento.

— Há cerca de século e meio era eu um dos ricos e poderosos senhores desta região, porém orgulhoso da minha nobreza. A fortuna imensa, além de só me servir aos prazeres, mal chegava para o jogo, para o deboche, para as orgias, que eram a minha única preocupação na vida.

— Quanto aos vassalos, porque os julgasse animais de trabalho destinados a servir-me, eram espezinhados e oprimidos, para proverem às minhas dissipações. Surdo aos seus queixumes, como em regra também o era com todos os infelizes, julgava eu que eles ainda se deveriam ter por honrados em satisfazer-me os caprichos. Morri cedo, exausto pelos excessos, mas sem ter, de fato, experimentado qualquer desgraça real. Ao contrário, tudo parecia sorrir-me, a ponto de passar por um dos seres mais ditosos do mundo. Tive funerais suntuosos e os boêmios lamentavam a perda do ricaço, mas a verdade é que sobre o meu túmulo nenhuma lágrima se derramou, nenhuma prece por mim se fez a Deus, de coração, enquanto minha memória era amaldiçoada por todos aqueles para cuja miséria contribuíra.

— Ah! E como é terrível a maldição dos que prejudicamos! Pois essa maldição não deixou de ressoar-me aos ouvidos durante longos anos que me pareceram uma eternidade. Depois, por morte de cada uma das vítimas, era um novo espectro ameaçador ou sarcástico que se erguia diante de mim, a perseguir-me sem tréguas, sem que eu pudesse encontrar um vão esconso onde me furtasse às suas vistas! Nem um olhar amigo!

— Os antigos companheiros de devassidão, infelizes como eu, fugiram, parecendo dizer-me desdenhosos: “Tu não podes mais custear os nossos prazeres.”

— Oh! Então, quanto daria eu por um instante de repouso, por um copo dágua para saciar a sede ardente que me devorava! Entretanto eu nada mais possuía, e todo o ouro a jorros derramado sobre a Terra não produzia uma só bênção, uma só que fosse… ouviste, minha filha?!

— Cansado por fim, opresso, qual viajor que não lobriga o termo da jornada, exclamei: “Meu Deus, tende compaixão de mim! Quando terminará esta situação horrível?”

— Então uma voz — primeira que ouvi depois de haver deixado a Terra — disse: “Quando quiseres.”

“Que será preciso fazer, grande Deus?” — repliquei. “Dizei-o, que a tudo me sujeitarei”.

— “É preciso o arrependimento, é preciso te humilhares perante os mesmos a quem humilhastes; pedir-lhes que intercedam por ti, porque a prece do ofendido que perdoa é sempre agradável ao Senhor.”

— E eu me humilhei, e eu pedi aos meus vassalos e servidores que ali estavam diante de mim, e cujos semblantes, pouco a pouco mais benévolos, acabaram por desaparecer. Isso foi para mim como que uma nova vida; o desespero deu lugar à esperança, enquanto eu agradecia a Deus com todas as forças de minha alma.

— A voz acrescentou: “Príncipe…” ao que respondi: “Não há aqui outro príncipe senão Deus, o Deus Onipotente que humilha os soberbos. Perdoai-me Senhor, porque pequei; e se tal for da vossa vontade, fazei-me servo dos meus servos.”

— Alguns anos depois reencarnei numa família de burgueses pobres. Ainda criança perdi meus pais, e fiquei só, no mundo, desamparado. Ganhei a vida como pude, ora como operário, ora como trabalhador de campo, mas sempre honestamente, porque já cria em Deus. Mas aos 40 anos fiquei totalmente paralítico, sendo-me preciso daí por diante mendigar por mais de 50 anos, por essas mesmas terras de que fora o absoluto senhor.

— Nas herdades que me haviam pertencido, recebia uma migalha de pão, feliz quando por abrigo me davam o teto de uma estrebaria. Ainda por uma acerba ironia do destino, apelidaram-me Sr. Conde…

— Durante o sono, aprazia-me percorrer esse mesmo castelo onde reinei despoticamente, revendo-me no fausto da minha antiga fortuna! Ao despertar, sentia de tais visões uma impressão de amargura e tristeza, mas nunca uma só queixa se me escapou dos lábios; e quando a Deus aprouve chamar-me, exaltei a sua glória por me haver sustentado com firmeza e resignação numa tão penosa prova, da qual hoje recebo a recompensa. Quanto a vós, minha filha, eu vos bendigo por terdes orado por mim.”

Para este fato pedimos a atenção de todos quantos pretendem que, sem a perspectiva das penas eternas, os homens deixariam de ter um freio às suas paixões. Um castigo como este do pai Max será porventura menos profícuo do que essas penas sem-fim, nas quais hoje ninguém acredita?

Allan Kardec
O Céu e o Inferno – Cap. VIII - Expiações Terrestres

Curta nossa página no Facebook:

Declaração de Origem

- As mensagens, textos, fotos e vídeos estão todos disponíveis na internet.
- As postagens dão indicação de origem e autoria. 
- As imagens contidas no site são apenas ilustrativas e não fazem parte das mensagens e dos livros. 
- As frases de personalidades incluídas em alguns textos não fazem parte das publicações, são apenas ilustrativas e incluídas por fazer parte do contexto da mensagem.
- As palavras mais difíceis ou nomes em cor azul em meio ao texto, quando acessados, abrem janela com o seu significado ou breve biografia da pessoa.
- Toda atividade do blog é gratuita e sem fins lucrativos. 
- Se você gostou da mensagem e tem possibilidade, adquira o livro ou presenteie alguém, muitas obras beneficentes são mantidas com estes livros.

- Para seguirmos corretamente o espiritismo, devemos submeter todas as mensagens mediúnicas ao crivo duplo de Kardec, sendo eles,  a razão e a universalidade.

- Cisão para estudo de acordo com o Art. 46 da Lei de Direitos Autorais - Lei 9610/98 LDA - Lei nº 9.610 de 19 de Fevereiro de 1998.
- Dúvidas e contatos enviar e-mail para: regeneracaodobem@gmail.com 



domingo, 24 de fevereiro de 2019

Angèle, nulidade sobre a Terra

Angèle, nulidade sobre a Terra

Allan Kardec



Angèle, nulidade sobre a Terra - (Bordeaux, 1862)

Com este nome, um Espírito se apresentou espontaneamente ao médium.

1. Arrependei-vos das vossas faltas?
— R. Não.
— P. Então por que me procurais?
— R. Para experimentar.
— P. Acaso não sois feliz?
— R. Não.
— P. Sofreis?
— R. Não.
— P. Que vos falta, pois?
— R. A paz.

Certos Espíritos só consideram sofrimento o que lhes lembra as suas dores físicas, convindo, não obstante, ser intolerável o seu estado moral.

2. Como pode faltar-vos a paz na vida espiritual?
— R. Uma mágoa do passado.
— P. A mágoa do passado é remorso; estareis, pois, arrependida?
— R. Não; temor do futuro é o que experimento.
— P. Que temeis?
— R. O desconhecido.

3. Estais disposta a dizer-me o que fizestes na última encarnação?
Isso talvez me facilite a orientar-vos.
— R. Nada.

4. Qual a vossa posição social?
— R. Mediana.
— P. Fostes casada?
— R. Sim; fui esposa e mãe.
— P. E cumpristes zelosa os deveres decorrentes desse duplo encargo?
— R. Não; meu marido entediava-me, bem como meus filhos.

5. E de que modo preenchestes a existência?
— R. Divertindo-me em solteira e enfadando-me como mulher.
— P. Quais eram as vossas ocupações?
— R. Nenhuma.
— P. E quem cuidava da vossa casa?
— R. A criada.

6. Não será cabível atribuir a essa inércia a causa dos vossos pesares e temores?
— R. Talvez tenhais razão, mas não basta concordar.
— P. Quereis reparar a inutilidade dessa existência e auxiliar os Espíritos sofredores que nos cercam?
— R. Como?
— P. Ajudando-os a aperfeiçoarem-se pelos vossos conselhos e pelas vossas preces.
— R. Eu não sei orar.
— P. Fá-lo-emos juntos e aprendereis. Sim?
— R. Não.
— P. Mas por quê?
— R. Cansa.


Instruções do guia do médium - Monod

Damos-te instrução, facultando-te o conhecimento prático dos diversos estados de sofrimento, bem como da situação dos Espíritos condenados à expiação das próprias faltas.

Angèle era uma dessas criaturas sem iniciativa, cuja existência é tão inútil a si como ao próximo. Amando apenas o prazer, incapaz de procurar no estudo, no cumprimento dos deveres domésticos e sociais as únicas satisfações do coração, que fazem o encanto da vida, porque são de todas as épocas, ela não pôde empregar a juventude senão em distrações frívolas; e quando deveres mais sérios se lhe impuseram, já o mundo se lhe havia feito um vácuo, porque vazio também estava o seu coração. Sem faltas graves, mas também sem méritos, ela fez a infelicidade do marido, comprometendo pela sua incúria e desleixo o futuro dos próprios filhos.

Deturpou-lhes o coração e os sentimentos, já por seu exemplo, já pelo abandono em que os deixou, entregues a fâmulos, que ela nem sequer se dava ao trabalho de escolher. 

A sua existência foi improfícua e, por isso mesmo, culposa, visto que o mal é oriundo da negligência do bem. Ficai bem certos de que não basta abster-vos de faltas: é preciso praticar as virtudes que lhes são opostas.

Estudai os ensinamentos do Senhor: meditai-os e compenetrai-vos de que eles, se vos fazem estacar na senda do mal, também vos impõem voltar atrás, a fim de tomardes o caminho oposto que conduz ao bem. O mal é a antítese do bem; logo, quem quiser evitar o primeiro deve seguir o segundo, sem o qual a vida se torna nula, mortas as suas obras, e Deus, nosso pai, não é o Deus dos mortos, mas dos vivos.

— P. Ser-me-á permitido saber qual teria sido a penúltima existência de Angèle? A última deveria ter sido consequência dela, isto é, da penúltima.

— R. Ela viveu na indolência beatífica, na inutilidade da vida monástica. 

Preguiçosa e egoísta por gosto, quis experimentar a vida doméstica, mas seu Espírito pouco progrediu.

Sempre repeliu a voz íntima que lhe apontava o perigo, e, como a propensão era suave, preferiu abandonar-se a ela, a fazer um esforço para sustá-la em começo. Hoje ainda compreende o perigo dessa neutralidade, mas não se sente com forças para tentar o mínimo esforço. Orai por ela, procurai despertá-la e fazer que seus olhos se abram à luz. É um dever, e dever algum se despreza.

O homem foi criado para a atividade; a atividade do Espírito é da sua própria essência; e a do corpo, uma necessidade.

Cumpri, portanto, as prescrições da existência, como Espírito votado à paz eterna. A serviço do Espírito, o corpo mais não é que máquina submetida à inteligência: trabalhai, cultivai, portanto, a inteligência, para que dê salutar impulso ao instrumento que deve auxiliá-la no cumprimento de sua missão. Não lhe concedais tréguas nem repouso, tendo em mente que essa paz a que aspirais não vos será concedida senão pelo trabalho. Assim, quanto mais protelardes este, tanto mais durará para vós a ansiedade de espera.

Trabalhai, trabalhai incessantemente; cumpri todos os deveres sem exceção, isto com zelo, com coragem, com perseverança.

A fé vos alentará. Todo aquele que desempenha conscientemente o papel mais ingrato e vil da vossa sociedade, é cem vezes mais elevado aos olhos do Onipotente do que aquele que, impondo esse papel aos outros, despreza o seu.

Tudo é degrau que dá acesso ao Céu: não quebreis a lápide sob os pés e contai com o concurso de amigos que vos estendem a mão, sustentáculos que são dos que vão haurir suas forças na crença do Senhor.

Monod

Allan Kardec - Livro: O Ceú e o Inferno ou a Justiça Divina Segundo o Espiritismo - Segunda Parte / Capítulo VII / Espíritos endurecidos.

Curta nossa página no Facebook:

Declaração de Origem

- As mensagens, textos, fotos e vídeos estão todos disponíveis na internet.
- As postagens dão indicação de origem e autoria. 
- As imagens contidas no site são apenas ilustrativas e não fazem parte das mensagens e dos livros. 
- As frases de personalidades incluídas em alguns textos não fazem parte das publicações, são apenas ilustrativas e incluídas por fazer parte do contexto da mensagem.
- As palavras mais difíceis ou nomes em cor azul em meio ao texto, quando acessados, abrem janela com o seu significado ou breve biografia da pessoa.
- Toda atividade do blog é gratuita e sem fins lucrativos. 
- Se você gostou da mensagem e tem possibilidade, adquira o livro ou presenteie alguém, muitas obras beneficentes são mantidas com estes livros.

- Para seguirmos corretamente o espiritismo, devemos submeter todas as mensagens mediúnicas ao crivo duplo de Kardec, sendo eles,  a razão e a universalidade.

- Cisão para estudo de acordo com o Art. 46 da Lei de Direitos Autorais - Lei 9610 /98 LDA - Lei nº 9.610 de 19 de Fevereiro de 1998.
- Dúvidas e contatos enviar e-mail para: regeneracaodobem@gmail.com 



quarta-feira, 31 de agosto de 2016

Virtude solitária

Virtude solitária

Emmanuel




Há quem deseje tranquilidade ideal na Terra, com a pretensão de fugir ao erro.

Casa branca no aclive da serra, com o vale rente.

Fontes claras, correndo perto, e jardim florido.

Clima doce e perfume da natureza.

Nenhum aborrecimento.

Nenhum cuidado.

Falta alguma.

Problema algum.

Solidão saborosa em que o morador consiga estirar-se, inerte, em poltronas e redes.

*

No entanto, é no trato da luta que as forças se enrijam e as qualidades se aperfeiçoam.

Considerando-se que o mal é a experiência inferior nos quadros da experiência mais nobre, é no serviço do amparo mútuo e da tolerância recíproca que havemos de transformá-lo em bem duradouro, como se tomássemos as nossas próprias sombras de ontem para convertê-las na luz de hoje.

Livres, estamos interligados perante a Lei, para fazer o melhor, e, escravizados aos compromissos expiatórios, estaremos acorrentados uns aos outros no instituto da reencarnação, segundo a Lei, para anular o pior que já foi feito por nós mesmos nas existências passadas.

Ninguém progride sem alguém.

*

Abençoemos, assim, as provações que nos abençoam.

Trabalho é ascensão.

Dor é burilamento.

Toda adversidade avisa, todo sofrimento instrui, todo pranto lava, toda dificuldade e toda crise seleciona.

Virtude solitária é pão na vitrine.

Competência no palanque é usura da alma.

Todos somos alunos na escola da vida.

E ninguém consegue aprender sem dar a lição.


Reunião pública de 30-1-61 1ª Parte, cap. III, item 8

Emmanuel por Chico Xavier do livro:
Justiça Divina

Nota explicativa: Esta mensagem de Emmanuel faz parte do livro Justiça Divina que comenta itens do Livro "O céu e o inferno" de Allan Kardec" - publicamos abaixo na íntegra o item 8 do capítulo III da 1ª parte a que ela se refere.

===================================

Primeira Parte – Capítulo III ( O céu e o inferno)

8. A encarnação é necessária ao duplo progresso moral e intelectual do Espírito: ao progresso intelectual pela atividade obrigatória do trabalho; ao progresso moral pela necessidade recíproca dos homens entre si. A vida social é a pedra de toque das boas ou más qualidades.

A bondade, a maldade, a doçura, a violência, a benevolência, a caridade, o egoísmo, a avareza, o orgulho, a humildade, a sinceridade, a franqueza, a lealdade, a má-fé, a hipocrisia, em uma palavra, tudo o que constitui o homem de bem ou o perverso tem por móvel, por alvo e por estímulo as relações do homem com os seus semelhantes.

Para o homem que vivesse isolado não haveria vícios nem virtudes; preservando-se do mal pelo isolamento, o bem de si mesmo se anularia. 
(Os destaques são do próprio Allan Kardec na edição original.)

Curta nossa página no Facebook:

Declaração de Origem

- As mensagens, textos, fotos e vídeos estão todos disponíveis na internet.
- As postagens dão indicação de origem e autoria. 
- As imagens contidas no site são apenas ilustrativas e não fazem parte das mensagens e dos livros. 
- As frases de personalidades incluídas em alguns textos não fazem parte das publicações, são apenas ilustrativas e incluídas por fazer parte do contexto da mensagem.
- As palavras mais difíceis ou nomes em cor azul em meio ao texto, quando acessados, abrem janela com o seu significado ou breve biografia da pessoa.
- Toda atividade do blog é gratuita e sem fins lucrativos. 
- Se você gostou da mensagem e tem possibilidade, adquira o livro ou presenteie alguém, muitas obras beneficentes são mantidas com estes livros.

- Para seguirmos corretamente o espiritismo, devemos submeter todas as mensagens mediúnicas ao crivo duplo de Kardec, sendo eles,  a razão e a universalidade.

- Cisão para estudo de acordo com o Art. 46 da Lei de Direitos Autorais - Lei 9610/98 LDA - Lei nº 9.610 de 19 de Fevereiro de 1998.
- Dúvidas e contatos enviar e-mail para: regeneracaodobem@gmail.com