quarta-feira, 31 de agosto de 2016

Virtude solitária

Virtude solitária

Emmanuel




Há quem deseje tranquilidade ideal na Terra, com a pretensão de fugir ao erro.

Casa branca no aclive da serra, com o vale rente.

Fontes claras, correndo perto, e jardim florido.

Clima doce e perfume da natureza.

Nenhum aborrecimento.

Nenhum cuidado.

Falta alguma.

Problema algum.

Solidão saborosa em que o morador consiga estirar-se, inerte, em poltronas e redes.

*

No entanto, é no trato da luta que as forças se enrijam e as qualidades se aperfeiçoam.

Considerando-se que o mal é a experiência inferior nos quadros da experiência mais nobre, é no serviço do amparo mútuo e da tolerância recíproca que havemos de transformá-lo em bem duradouro, como se tomássemos as nossas próprias sombras de ontem para convertê-las na luz de hoje.

Livres, estamos interligados perante a Lei, para fazer o melhor, e, escravizados aos compromissos expiatórios, estaremos acorrentados uns aos outros no instituto da reencarnação, segundo a Lei, para anular o pior que já foi feito por nós mesmos nas existências passadas.

Ninguém progride sem alguém.

*

Abençoemos, assim, as provações que nos abençoam.

Trabalho é ascensão.

Dor é burilamento.

Toda adversidade avisa, todo sofrimento instrui, todo pranto lava, toda dificuldade e toda crise seleciona.

Virtude solitária é pão na vitrine.

Competência no palanque é usura da alma.

Todos somos alunos na escola da vida.

E ninguém consegue aprender sem dar a lição.


Reunião pública de 30-1-61 1ª Parte, cap. III, item 8

Emmanuel por Chico Xavier do livro:
Justiça Divina

Nota explicativa: Esta mensagem de Emmanuel faz parte do livro Justiça Divina que comenta itens do Livro "O céu e o inferno" de Allan Kardec" - publicamos abaixo na íntegra o item 8 do capítulo III da 1ª parte a que ela se refere.

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Primeira Parte – Capítulo III ( O céu e o inferno)

8. A encarnação é necessária ao duplo progresso moral e intelectual do Espírito: ao progresso intelectual pela atividade obrigatória do trabalho; ao progresso moral pela necessidade recíproca dos homens entre si. A vida social é a pedra de toque das boas ou más qualidades.

A bondade, a maldade, a doçura, a violência, a benevolência, a caridade, o egoísmo, a avareza, o orgulho, a humildade, a sinceridade, a franqueza, a lealdade, a má-fé, a hipocrisia, em uma palavra, tudo o que constitui o homem de bem ou o perverso tem por móvel, por alvo e por estímulo as relações do homem com os seus semelhantes.

Para o homem que vivesse isolado não haveria vícios nem virtudes; preservando-se do mal pelo isolamento, o bem de si mesmo se anularia. 
(Os destaques são do próprio Allan Kardec na edição original.)

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