terça-feira, 14 de maio de 2024

No trabalho de passes

No trabalho de passes

Suely Caldas Schubert



É importante ressaltarmos o trabalho de passes visto pelo lado espiritual.

O que vamos apresentar em seguida pressupõe que a Casa Espírita tenha uma dependência destinada à aplicação dos passes, entretanto, quando isto não for possível, devido à falta de espaço, os passes são aplicados na mesma sala de palestras. O que não quer dizer que não haja ali os recursos imprescindíveis ao êxito do trabalho. A Espiritualidade Maior a tudo prevê e provê. 

Vejamos como André Luiz relata, em "Nos domínios da mediunidade" as características do serviço de passes.

Observando primeiramente o ambiente, menciona, através das elucidações do Instrutor espiritual Áulus, que o recinto destinado aos passes apresenta características próprias, em virtude do trabalho ali realizado. Sendo local de atendimento ao público é compreensível que este interfira na ambiência. Entretanto, como se pode deduzir, a grande maioria das pessoas que buscam o socorro do passe o fazem imbuídas dos melhores sentimentos.

Assim, referindo-se à sala de passes, esclarece estarem ali reunidas "sublimadas emanações mentais da maioria de quantos se valem do socorro magnético, tomadas de amor e confiança". Estas vibrações permanecem no ambiente e se acumulam, a tal ponto que, no dizer de Áulus, criam uma atmosfera especial formada "pelos pensamentos, preces e aspirações de quantos nos procuram trazendo o melhor de si mesmo". Esse conjunto vibratório surpreendeu André Luiz pelo "ambiente balsâmico e luminoso" que apresentava.

Portanto, o recinto destinado a essa atividade recebe dos Espíritos especializados a assepsia e as defesas magnéticas imprescindíveis à manutenção e preservação do ambiente.

No momento estavam presentes dois médiuns passistas, Clara e Henrique. André notou que ambos oravam com tal fervor que se apresentavam envoltos em luz e em sintonia com a equipe espiritual que os assessoravam. Explica Conrado, o Orientador espiritual das tarefas do passe, a André Luiz e seu companheiro Hilário que:
- ... A oração é prodigioso banho de forças, tal a vigorosa corrente mental que atrai. Por ela, Clara e Henrique expulsam do próprio mundo interior os sombrios remanescentes da atividade comum que trazem do círculo diário da luta e sorvem do nosso plano as substâncias renovadoras de que se repletam, a fim de conseguirem operar com eficiência, a favor do próximo. Desse modo, ajudam e acabam por ser firmemente ajudados.
Diante dessa afirmativa acerca dos benefícios da prece, Hilário lembra uma questão que surge no meio espírita, vez que outra, a de que os médiuns passistas quando aplicam passes em um número maior de pessoas terminariam o trabalho exauridos, sem forças e necessitando também de "receber passes" para reporem as energias despendidas. Esse receio tem algum fundamento? É oportuno transcrevermos a resposta:
- De modo algum. Tanto quanto nós, não comparecem aqui com a pretensão de serem os senhores do benefício, mas sim na condição de beneficiários que recebem para dar. A oração, com reconhecimento de nossa desvalia, coloca-nos na posição de simples elos de uma cadeia de socorro, cuja orientação reside no Alto. Somos nós aqui, neste recinto consagrado à missão evangélica, sob a inspiração de Jesus, algo semelhante à singela tomada elétrica, dando passagem à força que não nos pertence e que servirá na produção de energia e luz.
Quando o passista se sente exaurido após aplicar passes em algumas pessoas, é preciso analisar se ele não estaria com algum problema de saúde, talvez muito estressado, desgastado por dificuldades que esteja atravessando, pois o que acontece é que o médium passista se sinta muito mais fortalecido e satisfeito pelo trabalho realizado.

Quanto ao atendimento aos enfermos, o autor espiritual explica que há um "quadro de auxiliares, de acordo com a organização estabelecida pelos mentores da Esfera Superior", enfatizando que para o bom êxito do labor de passes há que se observar: experiência, horário, segurança e responsabilidade daquele que serve.

Em outra obra, Missionários da luz, André Luiz dedica o capítulo 19 ao tema Passes, esclarecendo que iria enfocar as providências atinentes às equipes espirituais. Isso nos permite ter uma visão mais detalhada da ação desses benfeitores.

Relata que o trabalho era atendido por seis entidades, que se apresentavam envoltas em túnicas muito alvas, que quase não falavam e, sim, operavam intensamente, como enfermeiros atentos. Atendiam tanto aos encarnados quanto prestavam socorro aos Espíritos necessitados, sendo muitos destes acompanhantes daqueles.

Eram os técnicos em auxílio magnético, segundo informa o Instrutor espiritual Alexandre, ressaltando que faziam parte de um departamento especializado. André quer saber se esses trabalhadores apresentam requisitos especiais, ao que o Instrutor passa a explicar com mais detalhes. Revela que para exercer o serviço em apreço não basta a boa vontade, são imprescindíveis "determinadas qualidades de ordem superior e certos conhecimentos especializados". Vejamos o que ele esclarece:
O servidor do bem, mesmo desencarnado, não pode satisfazer em semelhante serviço, se ainda não conseguiu manter um padrão superior de elevação mental contínua, condição indispensável à exteriorização das faculdades radiantes. O missionário do auxílio magnético, na Crosta ou aqui em nossa esfera, necessita ter grande domínio sobre si mesmo, espontâneo equilíbrio de sentimentos, acentuado amor aos semelhantes, alta compreensão da vida, fé vigorosa e profunda confiança no Poder Divino. (Grifo nosso)
Como é evidente, são rigorosas as condições para aqueles Espíritos que estão no serviço de passes, o que nos leva a inferir que estes seriam os parâmetros ideais, embora difíceis de ser alcançados no âmbito dos servidores encarnados. É o que esclarece Alexandre, mencionando que no plano em que estão esses requisitos são imprescindíveis, mas que na esfera carnal, havendo boa vontade sincera, esta pode suprir algumas deficiências, levando-se em conta que os servidores espirituais estariam completando os recursos necessários no momento da transmissão do passe. Menciona o Instrutor que todos os que evidenciam o desejo de prestar auxílio fraterno ao próximo recebem assistência de entidades bondosas e acrescenta:
- ... Em todo lugar onde haja merecimento nos que sofrem e boa vontade nos que auxiliam, podemos ministrar o benefício espiritual com relativa eficiência. Todos os enfermos podem procurar a saúde; todos os desviados, quando desejam, retornam ao equilíbrio. Se a prática do bem estivesse circunscrita aos Espíritos completamente bons, seria impossível a redenção humana. Qualquer cota de boa vontade e espírito de serviço recebe de nossa parte a melhor atenção.
Na sequência do capítulo são apresentados quatro atendimentos a encarnados e as providências do Espírito Anacleto, coordenador do setor de passes, para atendê-los.

Convidamos os leitores à leitura da referida obra para observarem os detalhes desses atendimentos.

Passe: um ato de amor


No momento dos passes é possível a alguns médiuns videntes divisar a intensa movimentação dos Benfeitores, que se utilizam de aparelhagens especiais adequadas aos enfermos presentes.

A organização do mundo espiritual é, pois, exemplar. Não obstante, nós os encarnados deixamos muito a desejar com as nossas falhas costumeiras que vão desde a Invigilância em nosso cotidiano até a frequência irregular, o que por certo prejudica os trabalhos.

É fundamental, portanto, que haja uma conscientização de nossa parte, da grandeza e complexidade dos labores espirituais, a fim de participarmos de modo mais eficiente e produtivo. Que isso não seja, porém, um fator que leve ao misticismo (mas sim à responsabilidade) e que venha a influir ou modificar a nossa conduta no instante do passe ou no ministério mediúnico. Embora o trabalho que se desenvolve "do outro lado" seja complexo, a nossa participação deve ser a mais simples possível, permeada, contudo, do mais acendrado sentimento de amor ao próximo.

Que nos lembremos sempre que para exercermos tais atividades a nossa preparação é principalmente interior. É no mundo íntimo que devemos laborar. É a nossa transformação para melhor a cada momento.

Assim, não é a cor da roupa do passista ou a sua gesticulação ou a sala ser azul ou branca que irão influir na qualidade da transmissão energética no instante do passe, mas sim a sua mente impulsionando e direcionando as energias fluídicas, o seu desejo de servir, a sua capacidade de ser solidário com aquele que ali está e de amá-lo como a um irmão. Por isso, a simplicidade deve ser a tônica no momento do passe, já que este é, essencialmente, um ato de amor. E o amor é simples, desataviado e puro, tal como exemplificou Jesus.

Suely Caldas Schubert do livro:
Dimensões Espirituais do Centro Espírita

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