Reflexão sobre a vingança
Hammed
“[…] A vingança é uma inspiração tanto mais funesta quanto a falsidade e a baixeza são suas companheiras assíduas; com efeito, aquele que se entrega a essa fatal e cega paixão não se vinga quase nunca a céu aberto.[…]” - O Evangelho Segundo o Espiritismo / Cap. 12 – item 9)
Na condição de espíritos, domiciliados ou não na Terra física, vivemos frequentemente mais agitados do que serenos.
A agitação ou irritabilidade mental é um traço comum da humanidade no atual estágio evolutivo.
Por isso, não é raro lançarmos acusações e impropérios uns aos outros, sem nos dar conta do nosso estado de inconsciência, ou seja, de tudo o que fazemos de forma mecânica, sem acessar a consciência – campo muitas vezes inatingível para certos indivíduos, levando em conta seu nível de percepção. Precisamos desenvolver a arte de olhar para dentro de nós.
O que está por trás da aflição da ofensa?
Equivocadamente, achamos que apenas a maneira pela qual fomos tratados é que nos fez sofrer de forma sistemática, esquecendo-nos, entretanto, das nossas marcas emocionais reprimidas que ampliam a nossa dor do agora.
A vingança ocorre quando o indivíduo não consegue perceber seu íntimo enrijecido por velhas dores mal resolvidas.
Ao sofrer uma ofensa, crê que sua amargura será sanada somente quando houver vingança. Como não pode se vingar de si mesmo, torna-se um acusador, um perseguidor feroz e implacável, ignorando que a vingança por si só não cura agressão física e verbal, na maioria das vezes, pelo contrário, só as agrava.
Não existe grandeza de caráter sem bondade, assim como não existe vingança sem mediocridade.
Quem está em perfeita harmonia não se encoleriza, mas quem está em discordância e incoerência consigo mesmo vive sempre armado, pois se acredita invadido e maltratado segue sempre inseguro. Como não fica tranquilo, acusa os outros da sua intranquilidade.
Mais do que nos fixarmos em atitudes e palavras, é preciso mudar pensamentos e crenças. Antes de investirmos no sentimento de vingança, devemos reavaliar as experiências vividas e buscar ajustar nossas deficiências interiores, para não repetirmos as mesmas reações precipitadas. Reações essas que resultarão em novos sofrimentos, ofuscando os verdadeiros motivos que impulsionam nosso modo de agir desastroso.
- Para seguirmos corretamente o espiritismo, devemos submeter todas as mensagens mediúnicas ao crivo duplo de Kardec, sendo eles, a razão e a universalidade.
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