Encontro inevitável
Eros
As palavras eram como pérolas reluzentes que lhe escorriam dos lábios, para que a fiandeira dos destinos as reunisse em um colar de beleza incomum.
Num desses dias, quando falava, um discípulo acercou-se-lhe e pediu-lhe que contasse uma parábola.
O Sábio contemplou-o com serenidade, e após alguns rápidos instantes de reflexão, explicitou:
- A juventude é como um licor que esfogueia, mas passa. A maturidade dos anos é como calmante que asserena e cede lugar ao cansaço e às doenças da velhice, que vergam o forte, abatem o vencedor e reclinam o estóico...
Em todo o transcurso da juventude e das sucessivas etapas da existência humana, a Morte vigia o transeunte do corpo, ora acercando-se, ora afastando-se, mas sempre atenciosa e presente.
Silenciou por um pouco, e logo narrou:
- O marajá havia vivido no poder e no excesso, no orgulho e na opulência durante uma larga existência de prazeres e guerras, acreditando ser aquela a única realidade da vida. Não percebia, ou não se interessava por observar que o tempo transcorria, os anos sucediam-se, as oportunidades passavam.
Quando foi surpreendido pela visita direta da Morte, pediu-lhe, temeroso: - Dá-me um ano de vida a mais e te oferecerei metade do meu reino e dos meus tesouros. Necessito preparar-me para enfrentar a Verdade que agora se acerca de mim.
Zombeteira, a Morte, respondeu-lhe com sarcasmo: - Não posso!
- Dá-me, então, um dia, pelo menos uma hora, que não são nada para ti, e te oferecerei tudo quanto tenho.
- Como te atreves a oferecer-me o que não é teu? - Ripostou-lhe a Morte - Teus seriam se seguissem contigo esses enganadores haveres. Nem sequer a ti mesmo possuis. Desse modo, vem comigo.
Arrebatou-o, e tudo quanto ele supunha ter, ficou, enquanto seguiu sem nada.
Calou-se, e logo concluiu:
- A morte é o pagamento que oferecemos à vida pelo que desfrutamos, bem como a coragem para enfrentar os resultados da existência terrena.
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- Para seguirmos corretamente o espiritismo, devemos submeter todas as mensagens mediúnicas ao crivo duplo de Kardec, sendo eles, a razão e a universalidade.
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