Revelações
Joanna de Ângelis
Em 1969, Divaldo encontrava-se proferindo palestras no México, num Congresso Pan-americano de Espiritismo, quando em sua última conferência chamou-lhe a atenção um jovem que o gravava com muito interesse. Joanna disse tratar-se de alguém que fazia parte de sua família espiritual e que Divaldo pedisse a ele para levá-lo até San Miguel Nepantla, localidade situada a oitenta quilômetros da cidade do México.
Terminada a reunião, o jovem, Eng. Ignacio Dominguez Lopez, chefe da Petromex, veio agradecer-lhe pela palestra, e Divaldo solicitou-lhe informações a respeito do lugar a que Joanna se referira. O rapaz prontificou-se a levá-lo até lá.
Conduzidos pela Mentora espiritual, chegaram ao lugarejo, onde havia uma propriedade que era patrimônio histórico nacional. Ali havia restos de uma antiga construção dedicada a Sóror Juana Inés de la Cruz, que era considerada uma grande poetisa da língua hispânica, a primeira feminista de fala espanhola. Na parede da casa havia inscrito um poema de sua autoria, junto ao qual Divaldo fez questão de ser fotografado com os demais companheiros. Numa das fotos, para surpresa de todos, aparece a figura de Joanna de Angelis.
Joanna pediu a Divaldo que revelasse ao moço que Sóror Juana Inés de la Cruz havia sido ela própria na sua penúltima reencarnação. Apesar de relutar um pouco, por tratar-se de um vulto muito importante para o México, tanto assim que a cédula de 1.000 pesos tem-lhe a efígie, ele obedeceu, e o jovem levou-o dali ao Monastério de Sáo Jerônimo, onde ela serviu e desencarnou, ofertando-lhe mais tarde o livro: Obras completas de Sóror Juana Inés de la Cruz. Lá, Joanna contou mais detalhes sobre aquela existência, inclusive dizendo que Sóror Juana era o seu nome religioso, pois, na verdade, chamava-se Juana de Asbaje.
Estudando a vida dessa religiosa, Divaldo foi tomando conhecimento da sua elevação espiritual.
No sesquicentenário da Independência do Brasil, ela lhe disse:
- Tenho uma notícia para dar-te. Na minha última reencarnação participei das lutas libertárias do Brasil, na Bahia. Eu vivia aqui mesmo, em Salvador, no Convento da Lapa e me chamava Joana Angélica de Jesus. Vai lá, que eu te quero relatar como foi o acontecimento.
Divaldo foi, ela se apresentou com a aparência da época, contou-lhe alguns detalhes interessantes e ditou-lhe uma mensagem para as comemorações do evento.
Quando, mais tarde, Divaldo leu a obra Boa Nova, de Humberto de Campos, psicogtafada por Francisco Cândido Xavier, ficou especialmente tocado por uma personagem de quem o autor narrava a história. Era Joana de Cusa.
Em 1978, indo pela terceira vez a Roma, em companhia de Nilson de Souza Pereira, Joanna conduziu-os ao Coliseu e lá revelou-lhes, com discrição, pormenores da vida dos cristãos primitivos, apontando lugares célebres, entre eles o local exato onde Joana de Cusa, juntamente com seu filho, haviam sido queimados vivos. Falou a respeito da mártir com tanta riqueza de detalhes que levou ao médium a suspeita de que Joanna de Ângelis seria a mesma Joana de Cusa.
Por interessante coincidência, o momento da revelação foi feito na mesma hora em que séculos atrás, no ano de 68 d. C., acontecera o martírio de Joana, seu filho e mais quinhentos cristãos, que tiveram seus corpos queimados de tal forma que as chamas iluminaram a cidade. Era a tardinha do dia 27 de agosto.
Passou o tempo. Quando, em outra ocasião, Divaldo regressou à Itália, em companhia de Nilson, Joanna convidou-os a visitarem a tumba de Francisco de Assis, o que se deu num momento propício, sem o burburinho dos turistas. Nesse local, Joanna ditou uma mensagem, intitulada Êmulo de Jesus, que se encontra no livro A Serviço do Espiritismo. No momento em que psicografava, Divaldo a viu transfigurada. Havia uma beleza lirial no seu rosto. Quando terminou a mensagem, ela disse que gostaria que visitassem o convento de Clara de Assis. Chegando lá, Joanna acercou-se da monja que os atendeu e transmitiu-lhe uma frase, em italiano, pedindo-lhe que os conduzisse ao interior, o que Divaldo repetiu para a religiosa que, induzida pela Mentora, abriu-lhes a porta, emocionada, levando-os ao altar onde se encontrava o corpo de Clara. Joanna, profundamente comovida, disse-lhe:
- Há, em minha alma, um amor de ternura infinita por aquele que é o irmão da Natureza.
Joanna, certamente, havia vivido na época de Francisco de Assis, talvez numa das ordens fundadas por Clara, o que justificaria a sua contrição e suas lágrimas no momento em que evocava aqueles dias maravilhosos.
Levou-os, a seguir, à Porciúncula, ao local onde São Francisco orava, na Igreja de Santa Maria dos Anjos, à Igreja de São Damião, ao Eremitério, no alto da cordilheira da Umbria, onde havia algo de transcendental, com aquela plantação de lavanda que o vento acariciava, deixando todos impregnados de suave perfume.
Os anos se foram passando. A sua mensagem foi esclarecendo e consolando milhares de criaturas, em várias partes do mundo.
Certa vez, Divaldo lhe perguntou por que ela nunca lhe dedicara uma mensagem particular, endereçada, especialmente, a ele. Joanna informou-lhe:
— Estranho a indagação. Porque tu hás de ter notado que eu só escrevo na segunda pessoa do singular. Sempre que o faço, dirijo-me a ti. Quando tu publicas, os outros aceitam se quiserem, mas a mensagem é dedicada a ti, para que nunca digas que não sabias. Eu já escrevi mais de duas mil mensagens por tuas mãos. Apresentei-as para a tua conduta, para a tua vida. É sempre tu.
Este Espírito, aureolado por infinito amor e profunda sabedoria, tem acompanhado Divaldo na sua tarefa de divulgação doutrinária, assistido a sua obra de assistência social, não deixando, no entanto, de se fazer presente em cada agrupamento cristão, levando a sua palavra de esclarecimento e conforto, qual se fora um Sol, que irradia luz, aquece e dá vida em vários lugares ao mesmo tempo.
- Para seguirmos corretamente o espiritismo, devemos submeter todas as mensagens mediúnicas ao crivo duplo de Kardec, sendo eles, a razão e a universalidade.
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