Satisfação pelo dever

Miramez

O dever cumprido dá-nos uma satisfação indizível que gera o ambiente de paz na alma, nos fazendo compreender o valor da honra mesclada com a sinceridade. Existem dois deveres diante de nós: um que o Senhor estabeleceu desde os primórdios da criação e o outro que aceitamos para a nossa própria evolução. Assumimos compromissos em variadas faixas e devemos cumpri-los, fortalecendo assim a nossa consciência.

A alma fora da carne, que esquece dos seus deveres perante seus companheiros e a vida, sentir-se-á enfraquecida no que toca aos seus caminhos. É algo dentro dela que fala mais alto do que as suas manhas; é a voz da vida juntamente com o que palpita no coração em ressonância com as leis de Deus.

Não existe tranquilidade interna sem o cumprimento dos deveres, e quem nos chama mais acentuadamente para os caminhos retos é o Evangelho; ele é rico de regras capazes de despertar em nós a luz do entendimento espiritual e abrir os nossos olhos para enxergarmos a nós mesmos. Não existe alegria interna, aquela que nasce do centro d'alma, sem que estejamos com as nossas obrigações em dia. Não enganamos as leis; elas existem antes de nós e não deixam escapar um til que seja, na ordem divina.

O espírito, quanto mais sábio, mais se presta ao cumprimento das suas atividades legais; tanto é direito no claro como no escuro; tanto junto de alguém como sozinho: não se assusta com manobras de quem quer que seja, por nada dever; confia sempre em Deus por conhecer de perto a Sua justiça e o Seu amor; ao ser visitado pela dor, recebe-a com tranquilidade e procura ler pacientemente a sua mensagem; não fere a ninguém, conhecendo em todas as criaturas a sua própria continuação e, finalmente, sente amor em todas as direções da vida.

O dever cumprido implica em tantas outras virtudes exercitadas e quanto mais dá início à vivência dos conceitos da Boa Nova, mais sente aproximar do seu coração a felicidade.

Como é bom descobrir essas coisas, humanas e divinas! Elas nos trazem segurança em todos os nossos passos e abre a nossa mente para a Mente Maior.

O primeiro terreno que devemos conquistar na batalha conosco mesmos é a alegria; ela ativa todos os nossos centros de força, alimentando-os de energias sublimadas que conseguem libertar os nossos sentidos para as qualidades superiores; entrementes, é bom que nos lembremos que satisfação valorosa é aquela enraizada no amor a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a nós mesmos.

Meu companheiro, podeis todos os dias aumentar vossa satisfação, dependendo do que venhais a sentir e fazer, convosco, existem todas as facilidades e possibilidades para o aprimoramento.

Fazei uma autoanálise e corrigi o que existir de errado dentro do vosso mundo íntimo. Se não conseguirdes da primeira vez, voltai de novo a enfrentar os inimigos interiores; se, ainda uma vez, não conseguirdes, tornai à luta, batalhando quantas vezes forem necessárias, que os céus ajudam sempre a quem deseja melhorar.

Procurai a satisfação pelo dever cumprido, pois esta é a melhor alegria da alma e o melhor trabalho do homem.

Todas as coisas boas são difíceis. A vida reta é engenhosa e ninguém sobe sem se esforçar; tampouco chega às alturas sem sacrifícios.

Sacrificai, meu irmão, o vosso egoísmo para que ele se transforme em abundância; imolai o vosso ódio, para que ele se transmute em amor; revertei a vossa violência em não-violência. Dando esses primeiros passos na senda de luz, os vossos pés acostumar-se-ão a andar por eles mesmos, dando e trazendo paz para os vossos caminhos.

O grande prêmio que nos traz a satisfação pelo dever cumprido é a saúde. A harmonia espiritual tornar-se-á nossa inquilina e permanecerá conosco sempre que cumprirmos os nossos deveres diante da vida e diante de Deus.

Miramez por João Nunes Maia do livro:

Saúde

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