Limiar da Nova Era
Oscar Pithan
A identificação da criatura com os seus conflitos, adaptando-se aos imperativos deles decorrentes, experimenta distúrbios comportamentais que induzem à preservação dos vícios, da violência e da agressividade ou, nos temperamentos instáveis, fracos, a estados de depressão, de melancolia, de psicoses.
A grande mole humana, como decorrência de tal condicionamento, transita alienada, ignorando ou fingindo ignorar o estado caótico, no qual se encontra.
Por outro lado, expressiva maioria dos indivíduos compraz-se no comportamento perturbador, desconhecendo-lhe as causas, enquanto significativo número deles, sordidamente se aproveita da situação dolorosa para fomentar mais amplas faixas de descalabros morais, aberrações e desequilíbrios sob o discurso e a bandeira do disfarce da liberdade e dos direitos adquiridos, assim preservando males hediondos que perturbam os povos e já deveriam estar superados, dentre os quais destacamos a guerra, a pena de morte, o aborto criminoso, a eutanásia...
Belicoso por atavismo ancestral e cultivador das disputas por falsas necessidades de sobrevivência, na busca da dominação que o torna títere, compraz-se na opressão, engendrando mecanismos de escravidão, mediante os quais submete as massas e desarticula o equilíbrio das elites.
Processos escabrosos de dominação política, econômica e social enxameiam no mundo, apresentando uma paisagem aflitiva, de aparência irreversível.
Não obstante, nesse báratro imenso, luz a misericórdia divina, aplicando variados instrumentos para acordar e esclarecer as consciências obumbradas, chamando-as à ordem, à ação renovadora.
Dentre outros, têm primazia os mecanismos da dor — acidentes, tragédias, enfermidades graves e, no momento, incuráveis, distúrbios mentais sérios, obsessões generalizadas — demonstrando ao homem a sua impotência e incapacidade para impedí-la ou mesmo sustá-la.
Simultaneamente, os cataclismos sísmicos e atmosféricos surgem-lhe em ameaças constantes; os efeitos poluentes da sua desabalada alienação ameaçam-lhe a própria vida e a Vida...
Outros mais, decorrentes dos conflitos íntimos e da insatisfação que grassa em toda parte, dos desajustes afetivos, não atenuados com os processos habituais...
Concomitante aos tormentos e aos prazeres fugazes, multidões de abnegados missionários demonstram que o amor — verdadeiro agente alquímico, despoluidor dos males e solvente de todas as substâncias tóxicas que se demoram na Terra — é o único recurso para alterar a realidade atual.
Após os severos e difíceis dias de aflição e medo que a Terra vem experimentando na sua psicosfera, surge a Era Nova em cujo limiar nos encontramos, anelando pelo momento em que o Evangelho de Jesus se transforme no guia das criaturas humanas em aturdimento, e a barca da caridade apoiada aos remos da solidariedade e da tolerância singre pelos mares da fé, conduzindo as aspirações humanas ao seguro porto da paz.
A fim de apressar esse momento que logo mais chegará, os cristãos decididos e os espíritas devotados, em particular, estão convidados a contribuir com o seu esforço e abnegação, ajudando o Governador da Terra, Jesus Cristo, a lograr a transformação do mundo de provas e expiações em planeta de regeneração.
No limiar desses dias, a construção do bem é de maior relevância e a transformação moral e íntima de todos para melhor é o passo definitivo para a verdadeira conquista da saúde integral, da plenitude e da liberdade real.
Oscar José Rill PithanNasceu a 16 de dezembro de 1879, na cidade de São Luiz Gonzaga das Missões, no Rio Grande do Sul. Estudou Filosofia e Direito Romano, formou-se em Farmácia, depois resolveu estudar Medicina, diplomando-se na turma dos médicos de 1912, com raro brilhantismo. Foi Professor Catedrático das Escolas de Medicina e Cirurgia e também da Cadeira de Homeopatia.Ainda como estudante de medicina, abraçou o Espiritismo, quando assistindo a uma reunião mediúnica, um Amigo Espiritual comunicou-lhe que teria de fundar um Sanatório para Obsidiados e Doentes Mentais. Em 1912, juntamente com outros companheiros, fundou o Hospital Espírita de Porto Alegre, sendo aclamado o seu Presidente de Honra.
- Para seguirmos corretamente o espiritismo, devemos submeter todas as mensagens mediúnicas ao crivo duplo de Kardec, sendo eles, a razão e a universalidade.
Gratidão, à misericórdia e infinito amor, de nossos iluminados ancestrais.
ResponderExcluirMuita paz e luz!
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