terça-feira, 11 de julho de 2023

Terapia da Desobsessão

Terapia da Desobsessão

Manoel Philomeno de Miranda


... E Jesus vendo a multidão (tomado de compaixão) abriu a Sua boca e disse: — “Bem-aventurados os que choram...” conforme anotou Mateus, no capítulo cinco, versículo quatro do seu Evangelho.

As multidões têm-se apresentado sempre dominadas pelas aflições geradoras de lágrimas, sem saberem os rumos a seguir, naufragando, frequentemente, nas águas encapeladas do desespero, sem experimentarem consolação.

Não basta encontrar-se alguém aflito para ser amado e socorrido, tornando-se um bem-aventurado.

A aflição que induz o ser à renovação, ao autodescobrimento, à valorização da vida, aprimora-o, libertando-o da carga constritora do sofrimento. Conhecê-la para superá-la, é o grande desafio.

Há aflições de várias gêneses e reações múltiplas, dos aflitos, que lhes impedem a consolação.

Cada ser é uma experiência particular e cada aflição representa um recurso próprio utilizado pela Vida para o seu crescimento.

Assim, multiplicam-se cada dia os fenômenos geradores de desgraça.

Entre as muitas aflições que grassam na atualidade e não estão consoladas, destacamos a epidemia obsessiva, que arrebanha multidões de desenfreadas personagens na tragédia do cotidiano.

Enfileirando-se entre os enfermos de patologias múltiplas, entregam-se aos descalabros de toda ordem, sofrendo injunções complexas de amargura e revolta, em decomposição moral, psíquica e física, sem saberem que roteiro seguir.

Mesmo quando se lhes acena a possibilidade de refazimento a contributo do esforço pessoal e da transformação íntima, recusam-se, preferindo, às vezes, a continuação do desalinho, por caprichos infantis e paixões egoistas, à aquisição da saúde.

Saúde representa-lhes responsabilidade, e equilíbrio significa-lhes investimento da vida que impõe cuidados graves e não querem administrar.

Como efeito, enquanto a insensatez e o despautério preservam o primarismo do ser, o discernimento e o bem-estar ampliam a área da consciência lúcida, que a muitos se apresenta como carga de difícil condução, de antemão recusando-se carregá-la.

A desobsessão é técnica espírita especializada para libertar as mentes que se interdependem, no comércio infeliz da submissão espiritual. Especialmente aplicada nos fenômenos que caracterizam a dominação de um espírito sobre um ser encarnado, ela se apoia em dois elementos essenciais: o esclarecimento do vingador — que cobra, por ignorância ou perversidade os delitos do passado — e a renovação moral do devedor, a vitima atual — que se transferiu da situação de algoz de ontem para a de dependente pagador de hoje.

Apesar de outros fatores importantes, tais: a compaixão de ambos os comparsas ou litigantes; o interesse de ajuda recíproca; o anelo pela felicidade; os requisitos essenciais do arrependimento do endividado e do perdão do credor, são fundamentais para que ocorra a recuperação de ambos, por se encontrarem enfermos, mesmo que ignorando a doença mental de que se faz objeto o verdugo e os distúrbios que ocorrem no paciente.

Pela sua variedade de síndromes, a obsessão permanece ainda pouco identificada entre os homens, e, graças à complexidade da psicoterapia desobsessiva, o recurso salvador se demora desconhecido, sem a conveniente e rápida aplicação.

No processo desobsessivo, o terapeuta, ou doutrinador, é o elemento-chave para o mister, por exigirem-se-lhe valores morais legítimos, conhecimento da alienação, trato psicológico para lidar com os elementos envolvidos na pugna, espírito de serviço e abnegação caridosa, que são hauridos no estudo do Espiritismo aplicado à vivência diária.

À medida que se desenvolvem as conquistas da inteligência e do sentimento, na Terra, com o correspondente aprofundamento das causas dos males humanos se descobrirá a procedência deles, e a obsessão sairá das sombras em que se homizia para receber as clarinadas de luz do Evangelho, e os homens, conscientes das suas responsabilidades perante a vida, transitarão para o comportamento saudável, no qual o amor, o dever e o respeito a Deus, ao próximo e a si mesmo, constituirão a psicoterapia preventiva às obsessões, enquanto que, diante das multidões de enfermos, a técnica da desobsessão constituirá o recurso terapêutico para que sejam liberados, portanto, consolados, conforme prometeu Jesus.

Manoel Philomeno de Miranda 
por Divaldo Franco do livro:
Antologia Espiritual

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